Antes de começarmos, me conta aqui nos comentários de onde você está assistindo, qual cidade e se você quer saber como um simples batom pode destruir e reconstruir vidas, se inscreve no canal e deixa aquele like. Você não vai acreditar no que vem por aí. Vamos lá. O despertador tocou às 5:15 da manhã, como todos os dias.
Andresa Silva abriu os olhos antes mesmo do segundo toque, sua mão já se estendendo para silenciar o som. Não havia espaço para a sonolência em sua rotina. Em 45 minutos, precisava estar impecável, pronta para enfrentar mais um dia ao lado do homem mais exigente de São Paulo, Jordan Monteiro. Apenas pensar nele enquanto escovava os dentes fazia seu estômago apertar.
Não era medo exatamente, era algo mais complexo, uma mistura de admiração, frustração e algo que ela se recusava a nomear. Dois anos trabalhando como assistente executiva do CEO da Monteiro Corp haviam ensinado Andresa a prever cada movimento dele, cada mudança de humor pelo tom de voz ao telefone, cada necessidade antes que ele percebesse que precisava de algo.
Ela era perfeita no que fazia. Tinha que ser. Às 6:45, Andresa atravessava as portas giratórias do edifício espelhado na Avenida Paulista. O segurança da noite sorriu para ela. Sempre a primeira, dona Andresa. O dia começa cedo para quem trabalha com tubarões, seu Marcos. Ela respondeu com um sorriso cansado.
O 32º andar era silencioso naquele horário. As luzes se acendiam automaticamente com sua presença e Andresa seguiu o caminho familiar até a sala de Jordan. O café precisava estar pronto às 7:10. Expresso duplo, sem açúcar. Temperatura precisa de 75º.
Ela havia aprendido da pior forma em sua primeira semana que café morno ou quente demais resultava em um dia inteiro de Jordan ainda mais impossível. Enquanto a máquina italiana zumbia, Andresa organizou a mesa dele com precisão cirúrgica. Relatórios à esquerda, tablet no centro, caneta M blan paralela à borda. Tudo tinha que estar perfeito. Jordan notava quando um documento estava a 2 mm fora do lugar.
Às 7:08, ela ouviu o elevador. Seu coração acelerou involuntariamente. Andresa se repreendeu mentalmente por isso, alisando o blazer cinza e verificando se não havia fios soltos em seu coque impecável. Jordan Monteiro entrou como uma tempestade contida, 1,85 m de altura, ombros largos sob o terno italiano azul marinho, cabelos negros perfeitamente penteados para trás, maxilar quadrado sempre tenso.
Aos 38 anos, ele havia transformado a empresa herdada do pai em um império de tecnologia avaliado em bilhões. E ele tinha a personalidade de quem sabia exatamente seu valor no mercado. Bom dia, senor Monteiro. Andra disse, sua voz profissional e controlada. Jordan nem levantou os olhos do celular. Andressa, o relatório da Tech Vision está pronto? Na sua mesa à esquerda.
Também inclui a análise comparativa que você não pediu, mas que será questionada na reunião das 9. Isso fez Jordan pausar. Seus olhos, cinzentos como aço e igualmente frios, finalmente encontraram-os dela. Por um segundo, algo passou por aquele olhar. Surpresa, admiração, mas foi rápido demais para Andresa ter certeza. “Café”, ele disse simplesmente, seguindo para sua sala.
Andresa pegou a xícara de porcelana, verificou a temperatura com o termômetro digital que mantinha na gaveta e seguiu Jordan. Ele já estava sentado foliando o relatório com atenção laser. Ela colocou o café exatamente 7 cm à direita do tablet. A reunião com a Vasconcelos Industries foi confirmada, ela informou, consultando seu próprio tablet.
Helena Vasconcelos estará presente pessoalmente na gala beneficente de sexta-feira. Isso nos dá a janela que você queria para abordar a fusão. Jordan tomou um gole do café. Andresa observou sua expressão relaxar quase imperceptivelmente. Ele nunca dizia que estava bom, mas ela aprendera a ler os sinais.
“Excelente trabalho”, ele murmurou ainda focado nos documentos. Andresa piscou surpresa. Elogios de Jordan Monteiro eram mais raros que diamantes azuis. Ela sentiu um calor subir pelo pescoço e agradeceu por seu tom de pele morena esconder ruborização com facilidade.
Preciso que você cancele meus compromissos de quinta à tarde. Jordan continuou. Quero revisar cada detalhe da gala. Helena Vasconcelos não pode sair daquele evento sem que eu tenha apresentado nossa proposta de fusão de forma impecável. Já cancelei. Andresa respondeu suavemente e reservei a sala de reuniões executiva para quinta. das 14 às 19 horas.
Também pedi ao departamento de eventos um mockup do layout da gala. Dessa vez, Jordan realmente levantou o olhar. Seus olhos percorreram o rosto de Andresa com uma intensidade que fez algo em seu estômago se revirar. Ele abriu a boca como se fosse dizer algo, mas então apenas acenou com a cabeça e voltou aos documentos. Isso será tudo por enquanto.
Andresa saiu da sala com passos medidos, mas quando fechou a porta atrás de si, encostou-se nela por um momento, respirando fundo. Dois anos, dois anos nesse cabo de guerra emocional, onde cada migalha de reconhecimento de Jordan Monteiro a fazia sentir como se tivesse conquistado o mundo. Patético, ela pensou, mas não conseguia parar.
O dia transcorreu no ritmo frenético habitual. Andresa gerenciava ligações, resolvia crises, reorganizava agendas e servia de escudo entre Jordan e o mundo exterior. Ela era boa nisso. Excelente, na verdade. Sabia exatamente quando ele precisava de café, quando precisava de silêncio, quando estava prestes a explodir e precisava que ela desviasse alguma reunião problemática.
Às 14 horas, durante uma videoconferência particularmente tensa com investidores japoneses, Jordan fez um gesto quase imperceptível com a mão. Andresa imediatamente acionou a falha técnica planejada, encerrando a chamada e dando a ele 5 minutos para se recompor. Ele passou a mão pelo rosto exausto e quando seus olhos encontraram os dela através do vidro da sala de reuniões, havia algo ali. Gratidão, confiança.
Às 18:30, quando a maioria dos funcionários já havia partido, Andresa levou o último café do dia para Jordan. Ele estava em pé na janela panorâmica, observando São Paulo se iluminar com o crepúsculo. Ainda usava o colete do terno, mas havia afrouxado a gravata. Parecia cansado. “Humano, seu café”, ela anunciou suavemente. Jordan se virou. Você não precisa ficar até tão tarde, Andresa.
Se eu não ficar, quem vai garantir que o senhor não vai pedir comida tailandesa pela terceira vez essa semana? Sua nutricionista me mandou quatro e-mails preocupados. Um sorriso quase imperceptível tocou os lábios dele. Quase. Você realmente gerencia cada aspecto da minha vida, não é? É literalmente minha função.
É mais que isso. Jordan pegou a xícara, seus dedos roçandoos dela brevemente. Andra sentiu um choque elétrico percorrer seu braço. Você é indispensável. O ar entre eles pareceu engrossar. Andresa estava hipnotizada por aqueles olhos cinzentos que pela primeira vez não pareciam frios, mas intensos, de uma forma diferente, vulnerável.
O coração dela martelava tão alto que tinha certeza de que ele podia ouvir. Senr. Monteiro, Jordan. Ele interrompeu. Sua voz mais baixa. Quando estamos sozinhos, pode me chamar de Jordan. Andresa engoliu em seco. E isso não seria apropriado. Não. Ele concordou, mas não se afastou. Muitas coisas não seriam apropriadas.
O celular de Jordan vibrou na mesa, quebrando o momento. Ele piscou como se acordasse de um transe e se afastou abruptamente, atendendo a ligação com seu tom usual de comando. Andresa saiu da sala com as pernas trêmulas. Quando chegou em sua mesa, teve que sentar e respirar fundo várias vezes.
O que tinha sido aquilo? Naquela noite, em seu apartamento pequeno, mas aconchegante, imperdizes, Andresa tomou um banho longo, tentando lavar a confusão de emoções. Ela havia construído paredes tão cuidadosas ao redor de seus sentimentos por Jordan. Admiração profissional, nada mais. Ele era seu chefe, um homem difícil, exigente, emocionalmente indisponível.
Mas então havia momentos como aquele da janela, momentos onde ela havia rachaduras na armadura dele, onde algo passava entre eles que era impossível de ignorar. Andresa se enrolou no roupão e preparou o chá, tentando se convencer de que estava imaginando coisas.
Jordan Monteiro não via nela nada além de uma funcionária excepcional e ela não podia se permitir sentir nada além de lealdade profissional. Mas quando fechou os olhos para dormir, foi sua voz roxa e suave que ecoou em sua mente. Quando estamos sozinhos, pode me chamar de Jordan. A quinta-feira amanheceu com Jordan já enviando mensagens às 6 da manhã.
Andresa leu as mensagens enquanto ainda estava na cama, seus olhos se arregalando com cada nova exigência. Preciso de Helena Vasconcelos completo. Educação, carreira, hobbies, preferências. Relatório atualizado da Vasconcelos Industries dos últimos 5 anos. MoP da Gala, pronto para revisão às 8 horas. Andresa suspirou. Aparentemente, Jordan mal havia dormido.
Quando ele ficava obsecado com algo, era como uma força da natureza. E a fusão com a Vasconcelos Industries claramente o tinha consumido. Às 8 horas em ponto, eles estavam na sala de reuniões executiva. A mesa estava coberta com documentos, tablets mostrando layouts, amostras de cardápio da gala. Jordan estava em sua zona de comando total, ditando ordens, questionando cada detalhe.
A mesa principal precisa ter visão direta do palco. Ele apontou no layout. Quero sentar onde Helena possa me ver sem esforço. Já está resolvido. Andressa respondeu marcando no tablet. Você estará três mesas à direita do palco. Helena confirmou presença na mesa central. Você terá ângulo perfeito. Jordan olhou para ela, algo próximo de admiração em seu rosto.
Como você conseguiu essa informação? Tenho meus métodos. Na verdade, ela havia ligado pessoalmente para a assistente de Helena, se apresentado e construído uma ponte cordial, mas Jordan não precisava saber disso. As horas passaram em uma intensidade focada. Jordan testou e retestou seu discurso de abertura. Andresa ofereceu feedback, sugeriu mudanças, melhorou transições.
Havia uma sincronia entre eles nesses momentos, como uma dança perfeitamente coreografada. Às 17 horas, Jordan finalmente se recostou na cadeira, passando as mãos pelo rosto. Estou sendo obsessivo demais. Andresa sorriu levemente. Está sendo você. Não sei se isso é um elogio. É uma observação. Ela se levantou para pegar água da jarra.
Mas posso dizer que sua obsessão por perfeição é parte do motivo pelo qual você está onde está. E a outra parte, pura teimosia. Ela entregou um copo a ele, seus dedos se tocando brevemente novamente. Jordan riu. Realmente riu. Um som raro e surpreendente que transformou completamente seu rosto. Andresa ficou paralisada, percebendo que nunca havia visto um sorriso genuíno dele.
Fazia algo apertar em seu peito de um jeito doloroso. Você é provavelmente a única pessoa que pode ser honesta comigo assim, ele disse ainda sorrindo. Alguém precisa te manter com os pés no chão. O sorriso dele suavizou para algo mais sério, mais intenso. Andresa, eu Ele pausou parecendo lutar com palavras. Obrigado por tudo isso.
Sei que não digo com frequência, mas você torna minha vida possível. O coração de Andresa bateu descompassado. Senr. Monteiro. Jordan. Ele corrigiu suavemente. Jordan, ela repetiu. O nome estranho e íntimo em sua língua faz parte do meu trabalho. Não. Ele se levantou, reduzindo a distância entre eles.
Andresa podia sentir o calor dele, o perfume amadeirado de seu colônia. O que você faz vai muito além de qualquer descrição de cargo. Você me conhece melhor que eu mesmo. Às vezes você prevê o que preciso antes que eu saiba. Você Ele hesitou, seus olhos percorrendo o rosto dela. Você é extraordinária. Andresa mal conseguia respirar. Estavam perigosamente próximos.
Ela podia ver as linhas de expressão ao redor dos olhos dele, a sombra de barba nascendo em seu maxilar. Se ela se inclinasse apenas alguns centímetros, o celular de Jordan vibrou na mesa, destruindo o momento. Ele piscou como se acordasse de um sonho e se afastou rapidamente. Quando atendeu a ligação, sua voz estava de volta ao tom profissional e frio.
Andresa soltou um suspiro tremido que nem sabia estar segurando. Suas mãos tremiam enquanto organizava os documentos. O que estava acontecendo? Aquilo não poderia acontecer. Era perigoso, estúpido. Ela não poderia se permitir interpretar mal aqueles momentos. Mas enquanto observava Jordan falando ao telefone, todo controle e autoridade, ela não conseguia negar mais o que sentia. Estava apaixonada pelo próprio chefe.
E isso era um desastre esperando para acontecer. Sexta-feira, o dia da gala. Andresa estava em frente ao espelho de seu quarto às 4 da tarde, analisando seu reflexo com olhos críticos. O vestido que havia escolhido era elegante, um tomara que caía preto com fenda lateral discreta, tecido acetinado que abraçava suas curvas sem ser vulgar, clássico, seguro.
Seus cabelos estavam soltos em ondas suaves, algo raro, já que vivia de coque. A maquiagem estava quase pronta, base impecável, sombra neutra, rímel que alongava seus cílios. Faltava o batom. Andresa pegou sua pequena coleção de batons, tons nude, rosa claro, até um bordô suave para ocasiões especiais, todas as cores seguras, discretas, apropriadas para uma assistente executiva.
Mas então seus dedos tocaram um batom que ela raramente usava, vermelho. Não qualquer vermelho, mas um vermelho vibrante, ousado, poderoso. Ela havia comprado em um Impulso há meses, inspirada por uma atriz em um filme, mas nunca teve coragem de usar para trabalhar. Hoje é diferente, pensou. Hoje ela não era apenas a assistente. Estava indo à gala mais importante do ano, um evento onde CEOs e magnatas circulariam.
Por uma noite, ela seria vista como mais do que a mulher com a prancheta atrás de Jordan Monteiro. Andresa aplicou o batom vermelho com mão firme. A cor transformou completamente seu rosto. Seus lábios cheios ganharam destaque. Seus olhos castanhos pareceram mais intensos. Ela parecia poderosa, confiante, bonita.
Pela primeira vez em muito tempo, Andresa se viu não a assistente perfeita, não a máquina eficiente, mas uma mulher de 28 anos, atraente, inteligente, que merecia ser vista. Ela sorriu para seu reflexo e pegou a clutch preta. O carro que Jordan havia enviado a pegou a cinco em ponto. Quando chegou ao escritório, o plano era irem juntos para a gala, seu estômago estava revirado de nervosismo, não apenas pela gala, mas pela reação dele ao vê-la assim.
Jordan estava em sua sala, ajustando a gravata diante do espelho. O smoking preto italiano caía perfeitamente em seu corpo atlético. Quando ela bateu na porta entreaberta, ele se virou e congelou. Andresa viu seus olhos se arregalarem levemente, percorrendo cada detalhe dela, dos cabelos soltos ao vestido elegante, das joias discretas até, finalmente seus lábios vermelhos.
Algo flamejou naquele olhar cinzento, algo intenso e innegável. Por um momento, apenas por um momento, Andresa viu o desejo puro em seu rosto, mas então, como uma porta batendo, a expressão dele endureceu. As sobrancelhas se franziram. O maxilar tensionou quando Jordan falou. Sua voz estava gelada de uma forma que Andresa não ouvia há meses. Tire esse batom.
Anda piscou confusa. O quê? Esse batom vermelho? Ele disse cada palavra cortante. Tire. Parece vulgar. Você vai comigo representando minha empresa. Não indo a uma boate. O mundo pareceu parar. Andresa sentiu como se tivesse levado um tapa. Cada palavra era uma facada.
vulgar, boate, como se ela fosse alguma propriedade dele para ser ajustada conforme sua preferência. Ela estava vagamente consciente de que Marcos, o motorista, estava no corredor, de que dois executivos júniores haviam pausado para ouvir. Humilhação queimou através dela, aquecendo seu rosto de uma forma que nenhum rubor poderia fazer.
Senhor Monteiro, eu apenas pensei. Você pensou errado. Jordan interrompeu. Sua voz ainda mais fria. Tenho uma imagem a manter. E você, como minha representante, reflete essa imagem. Então, tire agora. Andresa sentiu lágrimas picar em seus olhos, mas ela as reprimiu com força. Não aqui, não na frente deles.
Ela acenou rigidamente com a cabeça. Com licença, ela caminhou até o banheiro com passos controlados, consciente dos olhares que a seguiam. Apenas quando a porta se fechou atrás dela, é que permitiu suas mãos tremer. Apoiando-se na pia de mármore, Andresa olhou para seu reflexo através de lágrimas não derramadas. O batom vermelho, de repente parecia ridículo, exagerado, vulgar, como ele disse.
Com movimentos mecânicos, ela pegou um lenço de papel e começou a limpar. O vermelho manchou o papel depois sua pele, até que seus lábios ficaram rosados e nus. Cada passada do lenço era como apagar uma parte dela que havia usado aparecer. Quando terminou, Andresa jogou água fria no rosto, recompôs a máscara profissional e saiu.
Jordan estava no corredor impaciente olhando o relógio. Melhor, ele disse, sem olhar diretamente para ela. Vamos. O trajeto até o hotel onde aconteceria a gala foi torturante. Jordan mexia no celular fazendo ligações, completamente alheio a tempestade emocional ao lado dele.


Andresa olhava pela janela, observando São Paulo passar borrado pelas lágrimas que finalmente permitiu cair silenciosamente. Como ela havia sido tão tola, pensando que aqueles momentos entre eles significavam algo que ele havia como algo além de uma funcionária, que ela era mais para ele do que um acessório que precisava estar apropriadamente apresentável, vulgar.
A palavra ecoava em sua mente, envenenando cada pensamento. Ela havia se sentido bonita, confiante e poderosa, e ele havia destruído isso com três palavras. Quando chegaram ao hotel, fotógrafos se aglomeravam na entrada. Jordan saiu do carro como se estivesse pisando em um tapete vermelho de Oscar, todo charme e carisma para as câmeras.
Andresa o seguiu há dois passos atrás, invisível, exatamente onde uma boa assistente deveria estar. Como ela poderia ter esquecido seu lugar? O salão de baile do hotel Unique era de tirar o fôlego. Lustres de cristal bacará lançavam luz dourada sobre mesas decoradas com flores brancas e douradas.
500 pessoas, o quem é quem do mundo corporativo brasileiro, circulavam em smokings e vestidos de grife, taças de champanhe e mo nas mãos. Andresa seguiu Jordan através da multidão, sua presença reduzida a uma sombra eficiente. Ela sorria educadamente quando apresentada, anotava contatos quando necessário, mas por dentro estava entorpecida.
“Preciso encontrar Helena Vasconcelos”, Jordan murmurou, seus olhos vasculhando o salão. “Onde ela está?” Anda consultou discretamente seu tablet. “Ainda não chegou oficialmente. Deve fazer entrada em aproximadamente 15 minutos.” Jordan acenou impaciente. Ele estava visivelmente tenso, ajustando a gravata repetidamente. Andresa conhecia aquele padrão de comportamento. Ele estava nervoso.
Jordan Monteiro, o homem que enfrentava salas cheias de investidores hostis sem pestanejar, estava nervoso sobre uma CEO. 15 minutos depois, um murmúrio percorreu o salão. Andresa sentiu a mudança na energia antes de ver a causa. Helena Vasconcelos havia chegado. Ela era magnética de uma forma que transcendia simples beleza. Alta, quase 1,80 m, cabelos loiros platinados presos em um coque elegante, Helena usava um vestido vermelho que era ao mesmo tempo poderoso e sofisticado.
Mas o que realmente capturou a atenção de Andresa foram os lábios da mulher vermelho, exatamente o mesmo tom que Andresa havia removido. O batom era aplicado perfeitamente, destacando um sorriso confiante que comandava a atenção. Helena se movia pelo salão como uma rainha, cumprimentando pessoas, seu riso melodioso cortando conversas. Todos gravitavam em torno dela.
Andresa sentiu uma pontada de algo amargo. Validação misturada com raiva. Ali estava uma das mulheres mais poderosas do Brasil usando batom vermelho, e ninguém ousaria chamar ela de vulgar. Ao lado dela, Jordan havia ficado tenso de uma forma diferente. Andresa o conhecia bem demais para não perceber. Ele estava desconfortável.
Seus olhos alternavam entre Helena e o chão, evitando os lábios vermelhos dela. “Vou me apresentar”, ele anunciou, mas não se moveu. “Quer que eu vá com você?”, Andresa ofereceu. “Não fique aqui. Guarde minha mesa.” Anda observou Jordan se aproximar de Helena. Sua confiança habitual substituída por algo mais hesitante. Ela quase sentiu pena dele. Quase. A interação foi dolorosamente óbvia, mesmo à distância.
Jordan se apresentou. Helena respondeu educadamente, mas sem entusiasmo real. Quando ele tentou direcioná-la para a conversa de negócios, ela sinalizou alguém do outro lado do salão e se desculpou graciosamente. Jordan voltou para Andresa com o rosto tenso. “Ela me dispensou.” Ele disse incrédulo. Talvez ela não esteja em modo de negócios hoje. Andresa sugeriu diplomaticamente.
Preciso fazer ela me levar a sério. Andresa não disse nada. Apenas observou Helena circular pelo salão, aquele batom vermelho como uma bandeira de poder, e se perguntou como seria usar aquela confiança sem pedir desculpas. Durante o jantar, Andresa sentou três cadeiras atrás de Jordan, como apropriado para assistentes.
Ela comeu mecanicamente o salmão com crosta de ervas, vagamente consciente das conversas ao redor. Foi então que notou Helena Vasconcelos, olhando na direção dela. Quando seus olhos se encontraram, Helena sorriu e acenou discretamente. Andresa, surpresa, correspondeu. Após o jantar enquanto as pessoas circulavam, Helena se aproximou.
Você é a assistente de Jordan Monteiro, correto?” Sua voz era suave, mas direta. “Sim, senhora Vasconcelos.” Anda Silva, por favor, Helena. Ela estendeu a mão e Andresa a apertou. O aperto era firme, confiante. “Esse vestido está maravilhoso em você. Corte impecável. Obrigada.” Anda, respondeu genuinamente surpresa pelo elogio.
Helena a estudou com olhos aguçados. “Posso fazer uma observação indelicada?” Claro, você tem lábios lindos, cheios, bem definidos. Por que não está usando batom? Uma mulher com sua elegância deveria usar vermelho. Andresa sentiu como se tivesse levado um soco no estômago. Por um momento selvagem e quis contar tudo.
Como havia usado o vermelho, como se sentiu poderosa, como Jordan a havia humilhado. Mas profissionalismo venceu. Prefiro tons mais discretos para trabalhar, ela respondeu cuidadosamente. Helena olhou com compreensão que ia além das palavras. Que pena. Lembre-se, Andresa, mulheres poderosas não se desculpam por ocupar espaço. Nunca deixe ninguém diminuir sua luz.
Antes que Andresa pudesse responder, Helena foi abordada por um grupo de executivos, mas suas palavras ficaram ressoando, plantando uma semente de algo na mente de Andresa. O resto da noite passou em névoa. Jordan tentou mais duas vezes abordar Helena, ambas sem sucesso. Andresa podia ver a frustração dele crescendo. No carro voltando, ele estava silencioso, radiando tensão.
Andresa olhava pela janela, exausta emocionalmente. Eu deveria ter conseguido. Jordan finalmente falou. Sua voz baixa. 5 minutos de atenção real dela. Era tudo que precisava. Andresa não respondeu. Parte dela, a parte ferida e raivosa. Queria dizer que talvez ele devesse se preocupar menos com fusões e mais contratar pessoas com respeito.
Mas ela se calou. Sinto que falhei hoje. Ele continuou parecendo vulnerável de uma forma estranha. Foi apenas uma noite, Sr. Monteiro”, Andresa disse, sua voz cuidadosamente neutra. Ele a olhou, realmente a olhou pela primeira vez desde o incidente do batom. “Aresa, sobre cedo. O comentário sobre o batom foi apenas um batom.
” Ela interrompeu sua voz fria. “Não precisa se explicar. Entendo meu lugar.” Jordan pareceu querer dizer mais, mas Andresa já havia se virado para a janela, encerrando a conversa. Quando chegou em casa e finalmente se permitiu desmoronar, foi aquele batom vermelho manchado no lenço de papel que ela olhou.
E as palavras de Helena ecoaram: “Mulheres poderosas não se desculpam por ocupar espaço. Talvez fosse hora de parar de se desculpar”. Andresa acordou no sábado com seu celular explodindo em notificações. Ainda zonza de sono. Ela pegou o aparelho e franziu o senho vendo dezenas de mensagens não lidas. eram todas sobre a gala da noite anterior.
Ela abriu o Instagram e seu feed estava inundado com um vídeo. Era de Helena Vasconcelos. Andresa aumentou o volume. No vídeo, Helena estava sendo entrevistada por um influenciador de negócios popular. A qualidade era casual, filmada em celular, mas havia milhões de visualizações. “Helena, muitos dizem que seu estilo de liderança é intimidador.
” O entrevistador dizia: “Como você responde a isso, Helena? sorriu aquele sorriso confiante e a câmera automaticamente focou em seus lábios vermelhos. Veja isso ela apontou para o batom. Para alguns é apenas maquiagem, para mim é uma declaração. Quando coloco vermelho, estou dizendo ao mundo: “Estou aqui, ocupo espaço e não vou me desculpar por isso”. Ela se inclinou para a câmera, seus olhos intensos.
Mulheres poderosas não pedem licença para existir, não diminuem sua presença para fazer outros confortáveis. Esse batom é meu lembrete diário de que mereço cada centímetro de espaço que ocupo. O vídeo terminou com Helena sorrindo e piscando para a câmera. Andresa sentou na cama, seu coração acelerando. Ela rolou os comentários. Milhares, dezenas de milhares.
Rainha usando o vermelho amanhã no trabalho. Finalmente uma CEO que fala isso em voz alta. O Omar Batom Vermelho Pder deveria ser tendência e como se invocado, a hashtag já era tendência. Andresa checou o Twitter. Batom Vermelho Poder estava em terceiro lugar nos trending topics brasileiros. Ela passou a manhã hipnotizada assistindo o fenômeno crescer.
Fotos de mulheres executivas usando batom vermelho inundavam as redes sociais. Marcas de cosméticos começaram a repostar. Jornalistas pediam entrevistas com Helena e Jordan. Andresa viu que ele havia visto o vídeo. Helena havia marcado alguns executivos presentes na gala, incluindo ele. Ela imaginou sua reação, imaginou a realização caindo sobre ele como uma avalanche.
Ele havia chamado batom vermelho de vulgar e agora era símbolo de poder feminino, compartilhado por milhões. O telefone tocou. Jordan. Andresa considerou não atender, mas o profissionalismo venceu. Alô, Andresa? Sua voz estava tensa. Você viu? Vi. Silêncio pesado. Então, podemos podemos conversar pessoalmente sobre trabalho, sobre tudo. Ele pausou. Por favor.
Andresa fechou os olhos. Parte dela queria recusar, manter a distância segura, mas outra parte, a parte que havia amado ele mesmo quando ele a feriu, queria respostas. Segunda-feira no escritório, ela disse profissionalmente: “Andressa, eu preciso explicar. Segunda-feira, senor Monteiro. Bom fim de semana.” Ela desligou antes que ele pudesse responder, seu coração martelando.
O restante do fim de semana, Andresa assistiu o movimento do batom vermelho explodir em proporções quase surreais. Helena apareceu em dois programas de TV. Artigos foram escritos sobre o novo feminismo corporativo. Uma marca de cosméticos lançou uma linha chamada Power Red e esgotou em horas. E através de tudo isso, Andresa olhava para seu próprio batom vermelho, ainda em sua penteadeira.
Segunda-feira amanheceu com Andresa tomando uma decisão. Ela aplicou o batom vermelho, não como rebeldia, não para provocar Jordan, mas porque Helena estava certa. Ela merecia ocupar espaço e esse batom era seu lembrete disso. Quando entrou no escritório às 7 da manhã, alguns funcionários a olharam com surpresa, mas também com algo que parecia respeito. Duas estagiárias estavam usando vermelho.
A gerente de marketing usava um tom carmesim vibrante. O movimento havia chegado a Monteiro Corp. Jordan estava em sua sala quando Andresa entrou com o café dele. Ela o colocou na mesa, esperando alguma reação. Ele a olhou. Seus olhos imediatamente foram para os lábios vermelhos dela. Algo complexo passou por sua expressão.
Surpresa, culpa, admiração, medo. Mas ele não disse nada, apenas obrigado pelo café. Andresa acenou e saiu. Se ele queria conversar, teria que iniciar. Às 9 da manhã, Jordan pediu uma reunião privada. Andresa entrou em sua sala com tablet em punho, toda profissionalismo. Andresa, sobre sexta-feira. O senhor tem reunião com o conselho às 10? Ela interrompeu.
Sua voz educada, mas fria. Precisa revisar algo antes? Jordan pareceu frustrado. Não estou falando de trabalho. Estou falando sobre o que eu disse, sobre o batom. Eu estava, Um e-mail chegou no computador dele e seu assistente virtual anunciou e-mail urgente de Helena Vasconcelos. Ambos congelaram. Jordan abriu o e-mail, seu rosto ficando progressivamente mais pálido. “Merda”, ele murmurou.
“Senhor, ela está formalmente recusando a fusão.” Ele passou a mão pelo rosto. Cita diferenças filosóficas de liderança e valores organizacionais incompatíveis. Andresa sentiu um nó no estômago, mas manteve a voz neutra. Lamento ouvir isso. Jordan a olhou intensamente. Você sabe porque ela está recusando, não sabe, senhor? Ela estava lá na gala.
Ela ouviu ouviu o que eu disse para você. Jordan se levantou, começando a andar. 500 milhões, Andresa. 500 milhões de fusão perdida. Porque eu Porque eu fui um idiota. Andresa não confirmou nem negou, mas ambos sabiam que ele estava certo. O que eu faço? Pela primeira vez, Jordan soava desesperado.
Aprende Andresa respondeu simplesmente: “Aprende que palavras têm consequências, que a forma como trata pessoas importa, que poder sem respeito é só tirania.” Ela saiu da sala antes que ele pudesse responder, deixando Jordan sozinho com o peso de suas escolhas. Ao longo do dia, a notícia da fusão fracassada vazou.
A vice-presidente da empresa, Mariana Costa, comentou sarcasticamente no corredor: “Timing interessante, não? Logo depois da Helena se tornar ícone feminista, ela recusa fusão com a gente, quase como se nossa cultura corporativa estivesse sendo avaliada.” Andresa manteve a cabeça baixa, fazendo seu trabalho perfeitamente, como sempre.
Mas o batom vermelho permaneceu e cada vez que Jordan a via, ela percebia a culpa em seu rosto. Bom, ele deveria sentir culpa. Os dias seguintes foram estranhos. Jordan tentava agir normalmente, mas havia uma tensão constante. Ele não comentava sobre o batom vermelho de Andresa, mas ela o pegava olhando, sempre olhando. O movimento do batom vermelho se espalhou pela empresa como fogo.
Não era mais apenas as estagiárias, executivas, gerentes, até diretoras começaram a usar. Era silencioso, mas poderoso. Uma declaração coletiva. Quinta-feira, durante uma reunião executiva da qual Andresa participava para tomar notas, a diretora financeira Cláudia Mendes apresentou o relatório trimestral usando o batom vermelho escarlate.
Sua apresentação foi brilhante, assertiva, sem pedidos de desculpas. Quando terminou, Jordan fez algo surpreendente. Excelente trabalho, Cláudia. Sua presença de liderança está cada vez mais forte. Continue assim. A sala ficou em silêncio, chocado. Jordan Monteiro não dava elogios assim. Andresa observou atentamente. Ele estava tentando, desajeitadamente, mas tentando.
Após a reunião, Jordan pediu para falar com Andresa. Eles ficaram sozinhos na sala de conferências. Estou tentando. Ele disse, sem preâmbulo. Mudar, ser melhor. Por quê? Andresa perguntou diretamente. Por causa da fusão perdida ou porque genuinamente percebeu que estava errado? Jordan hesitou ambos.
No começo confesso que foi o impacto nos negócios, mas então comecei a realmente pensar sobre como tratei você, sobre quantas mulheres talentosas talvez eu tenha menosprezado sem perceber. Ele se aproximou, mas manteve distância respeitosa. Andresa, eu fui criado em um ambiente onde emoção era fraqueza, onde controle era tudo. Quando te vi com aquele batom, você parecia poderosa, deslumbrante, e isso me assustou. Por que te assustou? Porque significava que você não era mais apenas minha assistente perfeita e controlável.
Você era uma mulher real, com poder próprio, eu, ele desviou o olhar. Eu não sabia lidar com o que sinto quando você mostra esse poder. O coração de Andresa acelerou. O que você sente? Jordan a olhou intensamente. Atração que me aterra, admiração que me desestabiliza. Você me faz querer ser melhor, Andresa, mas também me faz perder controle. E controle é tudo que sempre tive.
Andresa processou isso, então me humilhou para recuperar controle. Sim, a admissão era nua, honesta e foi a coisa mais covarde que já fiz. Silêncio pesado caiu entre eles. Andresa sentiu lágrimas picar em seus olhos, mas as segurou. Obrigada por admitir, mas não sei se isso muda algo. Entendo.
Jordan acenou, mas quero tentar consertar, não apenas com palavras, com ações. Então, aja, Andresa disse simplesmente e saiu. Nas semanas seguintes, Jordan começou a mudar de formas tangíveis. Ele implementou um programa de mentoria para mulheres na empresa. Participou de workshop sobre preconceitos inconscientes. Começou a reconhecer publicamente o trabalho de funcionárias que antes eram invisíveis. Não eram gestos performáticos.
Andresa via ele estudando, lendo artigos, pedindo feedback genuinamente. Eles também começaram a ter conversas reais, não apenas sobre trabalho, mas sobre vida. Uma noite trabalhando tarde, Jordan perguntou: “Por que você nunca fez MBA? Você é brilhante, Andresa. Poderia ser executiva.” Ela olhou para ele, surpresa pela pergunta pessoal. Dinheiro.
Vim de família humilde, paguei minha própria faculdade trabalhando. MBA sempre pareceu um sonho distante demais. E se não fosse distante, então eu iria sem hesitar. Jordan apenas acenou, mas Andresa viu as engrenagens girando em sua mente. Lentamente, dolorosamente, algo novo estava sendo construído entre eles.
Não mais chefe e subordinada, mas duas pessoas realmente se vendo pela primeira vez. E Andresa não sabia se isso a assustava ou empolgava. Na segunda-feira seguinte, Andresa chegou ao escritório e encontrou um buquê de rosas vermelhas em sua mesa. O cartão dizia simplesmente: “Desculpe, Joem.
” Ela olhou para as flores por um longo momento, então as pegou e as levou para a recepção. “Coloque no saguão, por favor, para todos aproveitarem”. A recepcionista olhou surpresa, mas aceitou. Em minutos, a história se espalhou pelo escritório. Jordan Monteiro havia mandado flores para sua assistente e ela as havia rejeitado publicamente. Quando Jordan chegou e viu as flores no saguão, seu rosto ficou vermelho.
Ele não disse nada, mas Andresa viu a frustração em cada linha de seu corpo. Na quarta-feira, ele tentou novamente, desta vez pediu uma reunião formal. Gostaria de oferecer um aumento de 40%. Ele anunciou, sem preâmbulo, e uma promoção para gerente executiva. Você mereceu há muito tempo. Andresa o estudou cuidadosamente.
E isso não tem nada a ver com culpa, tem tudo a ver com você merecer. Jordan respondeu, mas sim, também com culpa. Posso ser honesto sobre isso. Aprecio a honestidade, mas recuso. Jordan piscou claramente, não esperando isso. O quê? Por quê? Porque não quero ser comprada, senhor Monteiro. Andresa se levantou, encontrando seus olhos diretamente.
Se você me promover agora, sempre parecerá que foi para me calar, para compensar seu erro quando eu for promovida e eu serei em algum momento. Quero que seja porque indiscutivelmente mereci, não porque você estava tentando se redimir. Ela saiu antes que ele pudesse argumentar, deixando Jordan atordo em sua própria sala. Mas as tentativas de redenção não pararam. Sutis, mas constantes.
Jordan começou a acreditar Andresa publicamente em reuniões por ideias que antes ele apresentaria como próprias. Quando um cliente importante elogiou uma estratégia, Jordan respondeu: “O crédito é todo de Andresa Silva, minha assistente executiva. Ela desenvolveu toda a abordagem. Ele também mudou o ambiente.
Em uma reunião executiva na sexta-feira, a diretora de RH, Paula Rodrigues, apresentou um projeto usando batom vermelho intenso. Sua apresentação foi assertiva e direta. Quando terminou, Jordan não apenas elogiou o conteúdo, ele disse algo que fez toda a sala pausar. Paula, sua presença de liderança hoje foi excepcional. Você comandou a sala com confiança e clareza.
É isso que quero ver de todos os líderes desta empresa. Não imitação de estilos ultrapassados, mas autenticidade poderosa. Ele olhou ao redor da mesa. E já que estamos no assunto, quero me desculpar publicamente. Nos últimos anos, promovi uma cultura onde a assertividade feminina era vista como agressão, onde poder tinha que parecer de um jeito específico, tipicamente masculino. Isso estava errado, profundamente errado.
E estou trabalhando para mudar isso. Silêncio chocado. Andresa, sentada no canto tomando notas sentiu lágrimas picar em seus olhos. Jordan Monteiro estava se desculpando publicamente, assumindo responsabilidade. Após a reunião, executivos sussurravam nos corredores. A notícia se espalhou rapidamente. Andresa ouviu fragmentos.
Ele realmente mudou sobre tempo. Quem é Jordan e o que fizeram com nosso CEO? Mas nem todos estavam convencidos. Ricardo Almeida, um diretor veterano, comentou sarcasticamente perto de Andresa. Performance interessante. Me pergunto quanto tempo antes dele voltar ao normal. Andresa não respondeu, mas ela também se perguntava.
Mudança real levava tempo. Seria permanente ou apenas um show temporário? Naquela noite, Jordan a encontrou quando ela estava saindo. Jantar? Ele ofereceu. Para discutir o projeto Thompson. Andresa sabia que não havia projeto Thompson urgente, profissional ou pessoal. Honestamente, ambos preciso de seu input no projeto. Mas também ele hesitou. Também sinto sua falta.
Conversas reais como tínhamos há algumas semanas. Antes de eu estragar tudo, Andresa considerou parte dela queria manter distância, mas outra parte, a parte que ainda sentia algo por ele, estava cansada de lutar. Apenas jantar profissional, ela concordou. O restaurante era elegante, mas não ostensivo.
Eles discutiram trabalho por uma hora, mas eventualmente a conversa derivou para território pessoal. Meu pai era como eu. Jordan disse de repente, mexendo no vinho. Frio, controlador. Ele me criou acreditando que emoção era fraqueza, que líderes não sentiam, apenas comandavam. E você acredita nisso? Andresa perguntou suavemente. Acreditava. Agora ele a olhou intensamente. Agora percebo que sentir não me torna fraco.
Negar o que sinto, isso sim é fraqueza. E eu sinto muito, Andresa. Respeito, admiração, culpa e ele pausou. Outras coisas que não sei se tenho direito de sentir. Andresa sentiu seu coração acelerar. Jordan, não precisa dizer nada. Ele interrompeu. Só queria que soubesse. Você me tornou uma pessoa melhor e lamento que tenha sido através de dor.
Eles terminaram o jantar em silêncio contemplativo. Quando Jordan a deixou em casa, algo havia mudado, não resolvido, mas diferente. Andresa entrou em seu apartamento sem saber se estava caminhando para cura ou mais dor.
Três semanas depois, Andresa trabalhava até tarde, finalizando um relatório para a apresentação do dia seguinte. eram quase 22 horas quando percebeu que havia esquecido seu carregador de laptop no escritório. Ela considerou deixar para manhã, mas o relatório não estaria completo, sem mais duas horas de trabalho. Suspirando, pegou um Uber de volta ao escritório. O 32º andar estava quase vazio. Apenas luzes de emergência iluminavam os corredores.
foi até sua mesa, pegou o carregador e estava prestes a sair quando viu Luz vindo da sala de Jordan. Ela pausou. Jordan nunca ficava tão tarde. Preocupação a impulsionou a bater na porta entreaberta. Senhor Monteiro, Jordan estava sentado no chão, encostado no sofá de couro da sala, gravata afrouxada, cabelo despenteado de passar a mão repetidamente, havia uma garrafa de whisky pela metade na mesa de centro e um copo em sua mão.
Ele olhou para cima e Andresa viu algo que nunca tinha visto antes. Vulnerabilidade completa. Andresa, sua voz estava rouca. O que faz aqui? esqueci meu carregador. Você está bem? Jordan riu, mas foi um som amargo. Honestamente, não. Não estou bem há semanas. Andresa entrou fechando a porta atrás de si. Ela se sentou no sofá acima dele, mantendo distância mais presente.
O que aconteceu? Reunião com o conselho hoje. Questionaram minhas mudanças repentinas de valores. Disseram que estou ficando fraco, emocional. Ele tomou um gole do whisky. E sabe o mais engraçado? Parte de mim ainda acredita nisso, que todo esse crescimento, essa mudança é fraqueza.
Não é, Andresa disse firmemente. Como você sabe? Ele finalmente a olhou e havia dor crua em seus olhos. Como você sabe que não estou apenas destruindo tudo que construí? Meu pai construiu esta empresa em rigidez e controle. Talvez tentar ser diferente seja negar quem sou. Andresa desceu do sofá, sentando no chão ao lado dele, perto o suficiente para seus ombros se tocarem.
Ou talvez seja finalmente descobrir quem você realmente é, em vez de ser quem seu pai ordenou. Jordan fechou os olhos. Eu estraguei tudo. Não estraguei? Com você, com Helena, com todos. Você cometeu erros. Andresa corrigiu suavemente. Mas está tentando consertar. Isso conta. Conta para você. Sua voz era quase um sussurro. Porque você é a única opinião que realmente importa. O coração de Andresa martelou.
Jordan, eu estava errado sobre tudo. Ele continuou virando para olhá-la diretamente. Seus rostos estavam a centímetros. O batom não era sobre batom. Era sobre meu próprio terror de te ver como realmente é. Poderosa, deslumbrante, completamente fora do meu controle. Eu nunca estive sob seu controle. Andresa sussurrou. Eu sei. E isso me aterrorizou. Porque ele hesitou.
Então as palavras saíram em torrente. Porque você me faz sentir coisas que não consigo controlar. Porque quando entro no escritório de manhã, a primeira coisa que procuro é você. Porque seu sorriso muda meu dia inteiro. Porque quando te machuquei com aquelas palavras cruéis, foi como arrancar meu próprio coração.
Andresa sentiu lágrimas enchendo seus olhos. Por que está me dizendo isso agora? Porque estou cansado de mentir para mim, para você, para todos. Jordan levantou a mão hesitante, então suavemente tocou o rosto dela, limpando uma lágrima que escorreu. Estou apaixonado por você, Andresa. Completamente, irremediavelmente apaixonado.
E sei que não tenho direito de dizer isso depois de tudo, mas Andresa colocou a mão sobre a dele em seu rosto. Eu também, ela admitiu, sua voz quebrando. Também sinto e me odiei por isso. Como eu podia amar alguém que me feriu tanto? Você me ama? Jordan soou maravilhado, como se não conseguisse acreditar. Amo e me assusta, me aterra. Porque você tem poder de me destruir, Jordan? Nunca de novo”, ele jurou, sua testa tocando a dela. Nunca mais vou usar poder contra você. Só quero estar ao seu lado. Não acima, não comando.
Ao seu lado como iguais. Não somos iguais. Andresa sussurrou. Você ainda é meu chefe, então você pedirá demissão. Ou eu te promovo realmente, te tiro da minha supervisão direta. Ou ele riu fracamente. Ou eu renuncio e vamos começar nossa própria empresa. Não me importa, Andresa. Encontraremos um jeito. Jordan. Isso é loucura.
É, mas você é a única coisa sã na minha vida louca. Seus lábios estavam próximos demais, sua respiração misturando. Posso te beijar, por favor? Andresa sabia que era perigoso. Sabia que estava cruzando uma linha que não poderia descruir, mas naquele momento, exausta de lutar, de fingir, de reprimir, ela apenas queria sentir. Sim.
O beijo foi lento, suave, repleto de meses de tensão não resolvida. Os lábios de Jordan eram surpreendentemente gentis, questionando mais que exigindo. Andresa sentiu-se derreter, suas mãos subindo para os cabelos dele. Quando se separaram, ambos estavam respirando pesado. Isso complica tudo Andresa disse, mas não se afastou. Eu sei.
Jordan beijou sua testa, depois suas bochechas, depois seus lábios novamente. Vale a pena. Andresa pensou em tudo, na dor, na humilhação, nas semanas de confusão, mas também pensou nos últimos dias, vendo Jordan realmente mudar, vendo vulnerabilidade, onde antes havia apenas controle. “Não sei ainda”, ela respondeu honestamente, “mas quero descobrir.
” Eles ficaram no chão daquela sala até quase 1 da manhã, conversando, realmente conversando sobre medos, sonhos e inseguranças. Jordan falou sobre a pressão de nunca poder falhar, de sempre ter que ser o mais forte. Andressa falou sobre crescer pobre, mas ambiciosa, sempre sentindo que tinha que trabalhar três vezes mais duro para provar seu valor.
“Você não tem que provar nada”, Jordan disse beijando suas mãos. “Você já é extraordinária. Você também não tem que ser perfeito.” Anda respondeu. Só precisa ser real. Quando finalmente se separaram na garagem com um último beijo suave, Andresa dirigiu para casa em transite. Tudo havia mudado e ela não sabia se estava pronta para as consequências.
Nos dias seguintes, Jordan e Andresa tentaram manter profissionalismo no escritório, mas era quase impossível. Olhares se prolongavam, toques acidentais enviavam eletricidade. Conversas de trabalho terminavam em sorrisos íntimos. As pessoas notaram: “Há algo diferente entre você e o Jordan?” Mariana, a vice-presidente, perguntou casualmente numa quinta-feira.
Andresa tentou suar natural, diferente como ele sorri muito e sempre parece ser na sua direção. Andresa riu para disfarçar o nervosismo. Talvez ele só esteja feliz com as mudanças na empresa. Mariana a estudou com olhos astutos. Certo, mudanças na empresa, mas apesar da atenção romântica, havia mudança genuína acontecendo. Jordan implementou oficialmente o programa de mentoria feminina, convidando executivas de outras empresas para palestrar.
Ele reestruturou o comitê executivo para ter paridade de gênero e ele começou terapia. Estou conversando com alguém, ele admitiu para Andresa numa tarde enquanto revisavam contratos. sobre tudo. Minha relação com meu pai, com controle, com medo de vulnerabilidade. Andresa olhou para ele, surpresa e tocada.
Como está sendo? Difícil, doloroso, necessário. Ele pegou a mão dela sobre a mesa. Quero ser melhor para mim, para você, para todos que lideram. Essas conversas se tornaram rotina. Jordan compartilhava insightes de terapia, revelando camadas que nunca mostrava. Andresa falava sobre suas próprias inseguranças, como sempre, sentiu que tinha que ser perfeita para ser notada.
“Você sabe que pode ser imperfeita comigo, certo?”, Jordan disse numa noite jantando no apartamento dele pela primeira vez. Bagunçada, confusa, irritada. Tudo isso posso? Andresa desafiou. Porque quando fui autêntica com o batom vermelho, você me humilhou. Jordan encolheu, aceitando a verdade. Você está certa, mas prometo, Andresa, nunca de novo.
Mostre-me seu pior e eu vou te amar ainda mais por confiar em mim com isso. Lentamente, cuidadosamente, eles reconstruíam algo novo. Não mais chefe e assistente, não mais poder desequilibrado, mas dois seres humanos imperfeitos tentando se conhecer de verdade. Foi durante um desses jantares que Jordan deixou escapar algo casual.
A propósito, você foi aceita no MBA da FGV. Andresa quase cuspiu o vinho. O quê? Eu nem apliquei. Eu sei, mas você mencionou que sempre quis. Então pesquisei, descobri que tinha uma vaga de última hora, submeti sua candidatura. Com suas qualificações era praticamente garantido. E ele sorriu meio envergonhado. E paguei a anuidade integral. Jordan. Andresa não sabia se estava furiosa ou emocionada.
Você não pode simplesmente Isso é exagerado, presunçoso. Eu sei. Ele pegou as mãos dela. Mas você disse que dinheiro era a única coisa impedindo seu sonho. Então removiu o impedimento. Você não precisa aceitar a vaga, mas está lá se quiser. Lágrimas encheram os olhos de Andresa. Ninguém nunca havia feito algo assim por ela. Isso é demais. Perfeito.
Assustadoramente perfeito. Ela começou o MBA duas semanas depois, assistindo aulas noturnas e weekends. Jordan reorganizou os horários dela para acomodar sem questionar. Ele até ajudava com trabalhos às vezes, os dois espalhados no sofá dele com livros e laptops. Uma noite, enquanto Andresa estudava finanças corporativas, Jordan apenas a observava.
“O que foi?”, Ela perguntou consciente do olhar intenso. Você brilha quando estuda, fica toda animada, fala com as mãos, morde o lábio quando está concentrada. Ele sorriu. É lindo de ver. Andresa sentiu rubor subir. Você é piegas quando está apaixonado, sabia? Só com você. Ele se inclinou, beijando-a suavemente. Só com você. Mas nem tudo era romance cor-de-osa. Havia tensões.
Jordan ainda tinha momentos de querer controlar. Andresa ainda tinha momentos de duvidar se ele realmente mudou. Uma briga estourou quando Jordan tentou dar opinião sobre um projeto do MBA dela. “Você deveria abordar por este ângulo”, ele disse apontando no documento. “Eu não pedi sua opinião.” Anda respondeu mais seca que pretendia.
“Estou apenas tentando ajudar.” “Não, você está tentando controlar. Isso é meu trabalho, Jordan. Meu NBA. Você não pode dirigir isso também.” Jordan recuou ferido, mas então respirou fundo. Você está certa. Desculpe, só me empolguei, mas é seu projeto. Ver ele realmente recuar, realmente ouvir, isso significava tudo. Mas a pergunta permanecia.
Isso era sustentável? Um relacionamento construído sobre tanto histórico de dor? Andresa queria acreditar que sim, mas dúvidas sussurravam à noite quando estava sozinha. Seis semanas após aquela noite no escritório, Andresa estava revisando contratos quando o telefone de Jordan tocou. Ela viu o nome na tela e seu estômago apertou.
Helena Vasconcelos. Jordan atendeu no Viva Voz, acenando para Andresa ficar. Jordan! A voz de Helena era profissional, mas amigável. Tenho acompanhado as mudanças na Monteiro Corp. Impressionantes. Obrigado, Helena. Estamos trabalhando para construir algo melhor. Notei os artigos sobre seu novo programa de mentoria, as mudanças de liderança. Parece genuíno. Pausa.
Estou considerando reabrir discussões sobre a fusão. Jordan olhou para Andresa, surpresa e esperança em seu rosto. Sério, mas com condições. A voz de Helena ficou mais firme. Quero Andresa Silva na equipe de negociação. Não apenas tomando notas, como negociadora ativa com voz igual, Andresa arregalou os olhos. Jordan sorriu, orgulho irradiando dele. Absolutamente.
Ele concordou sem hesitação. Andresa é uma das mentes mais brilhantes da empresa. Seria honra tê-la liderando nossa parte. Ótimo. Meus advogados vão entrar em contato. E Jordan. Helena pausou. Fico feliz que tenha aprendido a lição. Nem todos aprendem. Quando desligou, Jordan se virou para Andresa, pegando suas mãos.
Você ouviu? Helena quer você na negociação. Isso significa promoção real, cargo real. Gernior de estratégia, responde diretamente ao conselho, não a mim. Andresa processou emoções conflitantes. Isso é enorme. Você merece. Sempre mereceu. Mas Andresa estava dividida. Era a oportunidade que sempre sonhou, mas também significava trabalhar ainda mais próxima a Jordan quando seu relacionamento já era complicado o suficiente. “Preciso pensar”, ela disse.
“Claro, mas Andresa” Jordan esperou até ela olhar. “Você vai ser incrível, com ou sem mim ao lado.” Anda levou três dias para decidir. Conversou com mentoras, refletiu sozinha, pesou prós e contras. No final, a escolha foi clara. Aceito”, ela disse para Jordan, “mas com limites.” “Limites? No escritório somos estritamente profissionais, sem toques, sem olhares prolongados, sem favorecimentos.
Preciso que todos saibam que consegui isso por mérito, não por nós.” Jordan acenou seriamente. Entendo e concordo. “E se não funcionar entre nós romanticamente, não pode afetar trabalho. Não vai.” Jordan prometeu, você tem minha palavra. A promoção foi anunciada na segunda-feira seguinte.
Andresa Silva, gerente snior de estratégia e desenvolvimento de negócios. Reporte direto ao conselho. Salário que dobrou sua renda. A reação foi mista. Muitos vieram congratular genuinamente, mas Andresa ouviu sussurros também. Ela está dormindo com o chefe, óbvio favoritismo. Ele só está tentando manter ela por perto. Andresa engoliu a raiva e deixou seu trabalho falar.
Nas negociações com Helena, ela foi implacável, preparada, assertiva, sem desculpas. Fechou gaps que Jordan havia perdido, encontrou compromissos criativos, impressionou até os advogados mais céticos. Helena a procurou após a terceira reunião. Você é realmente excepcional. Já considerou mudar de empresa? Andresa ficou surpresa. Eu não.
Bem, considere. Sempre procuro talentos assim. Helena sorriu. Batom vermelho combinando ficou ótimo hoje. Aliás, quando Andresa contou para Jordan aquela noite, esperava ciúme ou insegurança. Em vez disso, ele sorriu. Ela está certa. Você é excepcional. E se algum dia quiser explorar outras oportunidades, vou apoiar, mesmo que signifique me perder.
principalmente se significar isso, seu crescimento importa mais que meu conforto. Andresa beijou ele profundamente grata. Mas não estou indo a lugar nenhum, ainda não. As negociações duraram seis semanas, intensas, exaustivas, mas estimulantes. Andresa descobriu que adorava esse trabalho. Estratégia de alto nível, negociações complexas, visão corporativa ampla.
Ela também descobriu que podia brilhar independentemente de Jordan. Ele estava lá, sim. Mas não era seu reflexo, era seu próprio sol, mas tensões cresciam em outras áreas. Ver Jordan diariamente, manter profissionalismo quando tudo que queriam era se tocar, era exaustão emocional. E então veio a oferta. Global Tech Industries, competidor direto, ofereceu a Andresa a posição de diretora de estratégia.
Salário 30% maior, autonomia completa, projeção internacional. Andresa olhou para o e-mail em choque. Era tudo que sempre quis profissionalmente, mas significava deixar Jordan. E ela não sabia se estava pronta para fazer essa escolha. Andresa não mencionou a oferta da Globaltech imediatamente.
Guardou o e-mail tentando processar o que significava, mas a tensão dentro dela crescia a cada dia. As negociações com Helena estavam chegando ao fim. A fusão estava praticamente fechada. 520 milhões, criando uma das maiores holdings de tecnologia da América Latina. Andresa havia sido instrumental e todos sabiam.
Durante um jantar de negociação particularmente intenso, Helena se sentou ao lado de Andresa. “Posso ser direta?”, Helena perguntou baixo. “Por favor, você e Jordan, há algo ali, não é?” Anda ficou rígida. Isso é nenhum do meu negócio, eu sei. Helena sorriu. Mas como alguém que já navegou essas águas, relacionamentos no trabalho são complicados, especialmente com desbalanço de poder. Não há mais desbalanço. Anda defendeu.
Eu não reporto a ele. Tecnicamente não. Mas ele ainda é CEO. Ainda tem poder último. Helena pausou. Não estou julgando, só advertindo. Às vezes, o único jeito de realmente saber seu valor é sair da sombra de alguém, por mais que ame essa pessoa. As palavras ficaram ressoando.
Naquela noite, Andresa finalmente contou para Jordan sobre a oferta. Ele ficou pálido. Globaltech. Eles são concorrentes diretos. Eu sei. Quando você recebeu isso? Há duas semanas. Jordan engoliu. R está considerando? Estou. Silêncio pesado caiu entre eles. Jordan se levantou, andando até a janela de seu apartamento. Quando se virou, havia dor em seus olhos, mas também algo mais. Aceitação. Você deveria aceitar.
Andresa piscou. O quê? Você deveria aceitar. É uma oferta incrível. Chance de ser diretora em uma empresa global. Autonomia completa. Ele se aproximou pegando as mãos dela e também te tira de debaixo da minha influência. te dá chance de brilhar completamente só. Jordan? Não, deixa eu terminar. Sua voz tremeu levemente.
Quando Helena te ofereceu posição, eu disse que apoiaria seu crescimento, mesmo que significasse te perder. Preciso provar que falei sério. E quanto a nós? Andresa sussurrou. Vamos descobrir. Se formos reais, sobrevivemos a você trabalhando em outra empresa. E se não sobrevivermos, ele respirou fundo. Então significa que o que eu mais temia era verdade, que você só ficava por obrigação, não escolha. Não é obrigação.
Andresa protestou. Eu te amo, Jordan. Eu sei, mas preciso que você escolha isso. Me escolha. Não porque é conveniente ou porque trabalham juntos, mas porque genuinamente quer, mesmo com todas as complicações. Lágrimas escorreram pelo rosto de Andresa.
Você está me pedindo para te deixar? Estou te dando permissão para voar. Jordan a puxou para um abraço. Seja qual for, seu voo. E se voltar para mim, vou estar aqui esperando. Andresa chorou em seus braços. O peso da decisão esmagador. Nos dias seguintes, a tensão era palpável. Jordan era profissional impecável no trabalho, mas Andresa via a dor em seus olhos. Ela mesma estava dividida.
Parte dela queria ficar. Parte sabia que Helena e Jordan estavam certos. A festa de fechamento da fusão foi marcada para sexta-feira. Andresa tinha até lá para decidir sobre a Global Tech. Na quinta à noite, Jordan apareceu em seu apartamento. Posso entrar? Andresa o deixou passar. Ele parecia exausto, como se não dormisse há dias. Vim te dar isso. Ele entregou um envelope.
Andresa abriu. Era uma carta de recomendação. A mais brilhante e fusiva carta de recomendação que já vira. Jordan detalhando cada conquista dela, cada qualidade, terminando com Andresa Silva. É a profissional mais excepcional que tive privilégio de conhecer. Qualquer empresa seria sortuda em tê-la. Para Global Tech, ele explicou. se decidir aceitar.
Andresa olhou entre a carta e Jordan nova onda de lágrimas vindo. Por que você está tornando isso mais difícil? Porque te amo. E amar significa querer o melhor para você, mesmo quando dói. Ele beijou sua testa. Seja lá o que decidir. Apoio. Mas decide pelo que é melhor para você, Andresa. Não por mim, não por nós, por você. Ele saiu antes que ela pudesse responder.
Andressa passou aquela noite sozinha. Olhando para o batom vermelho em sua penteadeira, o mesmo que causou tudo, o mesmo que a ensinou que merecia ocupar espaço, e percebeu para realmente ocupar seu espaço, tinha que saber quem era Saint Jordan. Tinha que provar para si mesma, principalmente, que podia brilhar sozinha.
A decisão se cristalizou, clara e dolorosa. A festa de fechamento da fusão foi espetacular. Hotel fazano, cobertura com vista panorâmica de São Paulo, Champanhe, cristal fluindo, os maiores nomes do mundo corporativo presentes. Andresa chegou usando um vestido azul marinho que abraçava cada curva perfeitamente, cabelos soltos em ondas, joias discretas e, claro, batom vermelho, não o mesmo tom original, mas algo ainda mais ousado, carmesim profundo, declaração de guerra ou paz, dependendo de como olhava. Jordan a viu atravessando o salão e literalmente
parou de respirar. Andresa sentiu o peso de seu olhar, mas manteve com postura. Helena Vasconcelos a cumprimentou calorosamente. Você foi instrumental nisso. Espero que saiba. Trabalho de equipe. Andresa respondeu diplomaticamente. Modéstia não combina com você. Helena sorriu e aquele batom é perfeito. Warrior Red. Andresa Rio. Aprendi com a melhor.
A noite progrediu com discursos, brindes, comemorações. Quando Jordan subiu ao palco para falar, o salão ficou em silêncio, respeitoso. Boa noite a todos. Hoje celebramos não apenas uma fusão corporativa, mas uma transformação. Sua voz era firme, comandando atenção. Nos últimos meses, a Monteiro Corp passou por mudanças fundamentais, não em produtos ou serviços, mas em valores.
Ele olhou diretamente para Andresa. Eu aprendi que verdadeira liderança não é sobre controle, é sobre respeito, não é sobre impor poder, mas sobre elevar outros. aplausos. Mas Jordan levantou a mão pedindo silêncio. Quero reconhecer publicamente alguém sem quem nada disso seria possível. Andressa Silva, nossa nova gerente sénior de estratégia, foi não apenas a mente por trás de aspectos cruciais desta fusão.
Ela também foi e continua sendo a pessoa que me ensinou o que significa liderar com humanidade. Andresa sentiu lágrimas picando. Todos os olhos estavam nela. Andresa me ensinou que poder sem empatia é tirania, que força verdadeira vem de levantar outros, não diminuí-los, que às vezes os maiores líderes são aqueles que nos forçam a confrontar nossas próprias falhas. Sua voz quebrou levemente.
Ela me fez um homem melhor e esta empresa é melhor por ela existir. Aplausos explodiram. Andresa estava consciente de pessoas a olhando com novo respeito, mas tudo que via era Jordan. vulnerabilidade crua em seu rosto. Após os discursos, Andresa precisou de ar.
Ela foi ao terraço vazio, apoiando-se na grade, olhando a cidade iluminada abaixo. “Pecisamos parar de nos encontrar em terraços”, a voz de Jordan veio atrás dela. Andresa se virou. Ele estava a poucos metros, hesitante de um jeito que nunca vira nele. “Belo discurso”, ela disse suavemente. “Era verdade. Cada palavra silêncio confortável caiu entre eles.
Jordan se aproximou até estar ao lado dela na grade. “Você vai aceitar a Global Tech?”, ele disse. “Não era pergunta.” “Vou.” Ela ouviu ele inalar sharply, mas quando olhou ele estava sorrindo. Triste, mas genuíno. Bom, você vai ser incrível. Jordan? Não. Ele se virou para ela completamente. Deixa eu dizer isso enquanto tenho coragem. Eu estava errado sobre tudo aquele dia com o batom vermelho.
Não foi sobre o batom ser vulgar, foi sobre meu terror de te ver como você realmente é, poderosa, magnética, completamente fora do meu controle. Ele pegou as mãos dela. Você não é minha assistente perfeita, nunca foi. Você é uma força da natureza que tive privilégio de testemunhar. E eu, sua voz ficou rouca. Eu estou completamente irremediavelmente apaixonado por você.
Lágrimas escorreram livremente pelo rosto de Andresa. Eu também, mas você precisa ir. Eu sei. Jordan limpou suas lágrimas com os polegares. E eu entendo. Realmente entendo. Você precisa saber quem é sem minha sombra. Precisa brilhar no seu próprio sol. E se for muito tarde quando eu voltar? Andresa sussurrou. Se você seguir em frente, então vou ter tido a honra de te conhecer, te amar e te ver voar.
Ele beijou sua testa, depois cada bochecha. Mas Andresa, eu vou estar aqui esperando, não porque estou congelado no tempo, mas porque alguns amores valem à espera. Como você pode ter tanta certeza? Porque você mudou fundamentalmente quem eu sou? Não volta disso. Ele sorriu através de próprias lágrimas. Vá ser extraordinária na Global Tech. Conquiste o mundo.
E se algum dia decidir que ainda quer um ceo reformado e emocionalmente complicado na sua vida, você sabe onde me encontrar. Andresa o beijou. Então, profundo e desesperado, despeida e promessa ao mesmo tempo. Quando se separaram, ambos estavam chorando. “Eu te amo”, ela disse. “Eu te amo”. Ele respondeu: “Agora vai, antes que eu te implore para ficar e estrague tudo novamente.
” Andresa se afastou, cada passo doendo, mas também estranhamente sentindo-se mais inteira do que nunca. Três meses depois, Andresa Silva, diretora de estratégia global da Global Tech Industries, estava no palco da maior conferência de tecnologia da América Latina. Ela acabara de apresentar uma análise de mercado que recebera Standing Ovation.
Usando um tailer vermelho e claro, seu característico batom vermelho, ela respondia perguntas com confiança que vinha de dentro, não de reflexo de outra pessoa. A Globaltech havia sido revelação, trabalho desafiador, equipe internacional, autonomia completa. Andresa liderava iniciativas que impactavam três continentes. Ela brilhava, mas no silêncio da noite em seu novo apartamento maior, sentia falta dele. Jordan mantivera distância respeitosa.
Nenhuma ligação insistente, nenhum texto desesperado. Apenas uma vez por semana, um e-mail simples, um artigo interessante, uma notícia sobre algo que ela mencionara gostar. Às vezes apenas espero que esteja bem, nunca pressão, apenas presença gentil. Andresa também manteve distância, precisando provar para si mesma que conseguia.
e conseguiu, três meses de crescimento independente, de descobrir quem era como líder sem estar na sombra de ninguém. Ela era excepcional, sempre foi, mas agora sabia disso nos ossos. Após sua apresentação, enquanto circulava pela conferência, viu um rosto familiar, Jordan. Ele estava do outro lado do salão falando com investidores, mas seus olhos a encontraram através da multidão.
O coração de Andresa disparou. Ele estava diferente, cabelo um pouco mais longo, sorriso mais fácil, relaxado de um jeito que nunca vira. Quando finalmente conseguiram se aproximar, havia nervosismo no ar. “Oi”, Jordan disse sorrindo suavemente. “Oi, Andresa”, respondeu, sua voz falhando levemente.
Sua apresentação foi incrível, mas não esperava menos. “Obrigada, você está bem. Parece diferente. Terapia contínua ajuda. Ele riu. E ter que realmente processar perder você me forçou a crescer de jeitos que evitava. Desconforto confortável caiu entre eles. Café, Jordan ofereceu sem segundas intenções. Só senti sua falta.
Como amiga, como pessoa. Andresa concordou. Sentados em um café próximo, conversaram como não conversavam há meses. Jordan falou sobre mudanças na Monteiro Corp, nova CEO ou mulher, programa de equidade que estava ganhando prêmios, cultura completamente transformada. E você? Andresa perguntou. Pessoalmente sozinho. Ele admitiu.
Saí com algumas pessoas tentando seguir em frente, mas ele riu sem humor. Difícil quando você deixa a fasquia no céu. Jordan. Não é manipulação, é honestidade. Ele pegou a mão dela sobre a mesa. Você está radiante, Andresa. Posso ver? Globaltech foi a escolha certa. Você precisava disso. Precisei. Ela concordou. Mas também aprendi algo.
O quê? Que posso ser poderosa e estar com você, que não são mutuamente exclusivos. Andresa apertou a mão dele. Passei três meses provando que podia brilhar sozinha. E posso, mas Jordan prefiro brilhar ao seu lado como iguais. Esperança acendeu nos olhos dele. Você tem certeza? Porque não quero que volte por obrigação ou sentimento. Quero.
Eu sei o que você quer e eu quero também. Ela sorriu. Não estou propondo voltarmos ao que éramos, mas talvez tentarmos algo novo. Duas pessoas independentes que escolhem estar juntas, não porque precisam, mas porque querem. Andra Silva. Jordan sussurrou maravilhado. Você sempre me surpreende. Acostume-se.
Eles conversaram até o café fechar, planejando cuidadosamente. Andressa não deixaria Global Tech. Estava amando. Jordan não mudaria o crescimento que alcançou, mas podiam tentar. Jantares, weekends, conhecer um ao outro fora de dinâmicas de poder. Construir algo saudável do zero. Vai ser difícil, Jordan advertiu. Distância, agendas ocupadas, empresas competidoras.
Valeu a pena antes, Andresa respondeu. Vale a pena agora. Quando se despediram naquela noite, foi com um beijo suave e promessa de ligação no dia seguinte. Mais seis meses depois, Andresa estava se arrumando para um jantar importante quando Jordan chegou ao apartamento dela, algo escondido atrás das costas. “Tenho algo para você”, ele disse nervoso, de um jeito adorável.
Se for outro buquê que vou doar, não é flores. Ele revelou uma pequena caixa aveludada, mas não era caixa de anel, era diferente. Andresa abriu. Dentro estava um colar delicado de ouro rosê, com um pingente pequeno e elegante, um batom vermelho vibrante em esmalte, detalhado perfeitamente. “Jordan! Para nunca esquecermos de onde viemos, ele disse suavemente.
Do erro que me ensinou tudo, do momento que mudou nossas vidas. Lágrimas encheram os olhos de Andresa. Ela se virou para ele colocar o colar, sentindo o peso gentil contra sua pele. É perfeito. Você é perfeita. Não no sentido de sem falhas, mas perfeita para mim. desafiadora, brilhante e poderosa demais para qualquer caixa.
Andresa beijou ele profundamente, gratidão e amor transbordando no jantar naquela noite, um evento corporativo onde ambos estavam presentes, Andresa usava seu vestido vermelho favorito, o colar de batom, e, é claro, batom vermelho intenso. Uma jovem executiva a abordou. Desculpe incomodar, mas preciso dizer. Você é minha inspiração. A forma como comanda espaço sem desculpas é poderosa.
Andresa sorriu tocando o colar inconscientemente. Obrigada. Mas posso te dizer um segredo? Claro. Nem sempre fui assim. Houve um tempo que eu diminuí a minha luz para fazer outros confortáveis. Até que aprendi da pior forma que o mundo não precisa de mais mulheres pequenas. Precisa de mulheres que ocupam todo o espaço que merecem.
A jovem executiva sorriu tocando o próprio batom vermelho que usava. Estou aprendendo isso. Obrigada por liderar o caminho. Quando ela se afastou, Jordan apareceu ao lado de Andresa, oferecendo Champanhe. Ouviu isso? Andresa perguntou. Ouvi e estou orgulhoso. Só para constar, Andresa disse, virando para ele completamente. Eu escolho este batom todos os dias agora.
Não por rebeldia, não para provar algo, mas porque me lembra que mereço ocupar espaço, que não preciso me desculpar por brilhar. Jordan sorriu aquele sorriso que transformava completamente seu rosto, vulnerável, genuíno, cheio de amor. E eu aprendi que o maior privilégio não é ter poder sobre alguém, é estar ao lado de alguém poderoso, sendo elevado por eles enquanto os eleva de volta. Bem, olha você sendo poeticamente evoluído. Andresa provocou.
Tive ótima professora. Eles brindaram, olhos presos um no outro, conscientes do caminho tortuoso que os trouxe ali, da dor, do crescimento, dos erros e redenções. Não era final de conto, de fadas perfeito. Era melhor, era real. Duas pessoas imperfeitas que machucaram uma a outra, aprenderam, cresceram e escolheram todos os dias continuar escolhendo um ao outro.
Enquanto saíam do evento juntos, mãos entrelaçadas, Andresa olhou para o reflexo deles na janela de vidro. Uma mulher poderosa em vermelho, um homem que aprendeu que força verdadeira é vulnerabilidade, caminhando lado a lado, iguais, finalmente completamente iguais. E isso era tudo que sempre precisaram ser. Algumas verdades são universais.
Poder real não vem de diminuir outros, mas de elevar a si mesmo sem desculpas. Amor verdadeiro não exige que você seja pequena, mas celebra quando você ocupa todo o espaço que merece. E às vezes um simples batom vermelho é tudo que precisamos para lembrar que somos dignos de brilhar.