Antes de começar, me conta de onde você está assistindo. Deixa aqui nos comentários. E não esquece de se inscrever no canal e deixar aquele like para me ajudar a continuar trazendo histórias incríveis como essa. Agora, prepara o coração porque essa história vai te emocionar do início ao fim.
O sol de quinta-feira entrava preguiçoso pela janela do pequeno apartamento na Avenida Atlântica. Sofia Martins abriu os olhos devagar, o coração já acelerado, antes mesmo de estar completamente desperta. Faltavam apenas dois dias, dois dias para o momento que ela havia sonhado a vida inteira. Aos 23 anos, Sofia era o tipo de mulher que fazia as pessoas sorrirem sem perceber.
tinha aquele jeito doce de professora de educação infantil, cabelos castanhos que caíam em ondas naturais até o meio das costas, olhos cor de mel que transpareciam cada emoção e um sorriso que iluminava qualquer ambiente. Era baixinha, delicada e carregava consigo uma inocência que se tornava cada vez mais rara no mundo moderno.

levantou-se da cama, caminhou até a janela e abraçou os próprios ombros enquanto contemplava o mar. O apartamento era simples, mas era seu. Cança dos avós que a criaram depois que perdeu os pais ainda criança. Cada canto daquela sala apertada guardava memórias. A poltrona onde a avó tricotava, a estante de madeira, onde o avô organizava seus livros, o sofá florido, que já estava desbotado, mas que ela não tinha coragem de trocar. Sábado, sussurrou para si. mesma, sentindo um frio na barriga.
Sábado eu vou casar com o Lucas. Lucas Cardoso, 28 anos, gerente comercial de uma concessionária de carros de luxo, sorriso fácil, charme natural. Eles se conheceram há três anos em uma academia na Barra Sul. Ele tinha a aproximado com aquele jeito confiante, havia feito ela rir e, desde então não se separaram mais, ou pelo menos era o que Sofia acreditava.
O celular vibrou na mesinha de cabeceira. Ela correu para pegar, esperando ser Lucas, mas era Mariana. Amiga, hoje é o grande dia do vestido. Estou passando aí às 14 a prepara esse coração porque você vai ficar linda. Sofia sorriu. Mariana Costa, sua melhor amiga desde a faculdade, 24 anos, influenciadora digital com mais de 200.000 seguidores, extrovertida, confiante, tudo que Sofia não era.
Elas eram opostas, mas se completavam. Mariana seria sua madrinha, obviamente”, respondeu com vários emodis animados e foi tomar banho. A água quente escorria pelo corpo enquanto ela pensava no vestido. Era um modelo princesa clássico, com renda francesa, calda longa, vel catedral, exatamente como sempre sonhou. Às 14 horas em ponto, Mariana buzinou lá embaixo.
Sofia desceu correndo, trancou o portão do prédio e entrou no carro importado da amiga. Mariana estava impecável como sempre. Cabelos loiros perfeitamente escovados, maquiagem perfeita, roupa de marca. Olha só essa futura noiva. Mariana gritou, puxando Sofia para um abraço. Mal posso esperar para ver você de vestido de novo. Estou tão nervosa, Mari.
E se ficar feio? E se eu engordar 2 kg até sábado? Para de drama. Você está perfeita. Mariana deu a partida, música alta no som. E o Lucas? Tá nervoso também? Sofia mordeu o lábio inferior, um hábito que tinha quando ficava preocupada. Ele está meio distante essa semana. Disse que está resolvendo uns detalhes de última hora do casamento, mas não sei. Acho que é coisa da minha cabeça.
Mariana desviou o olhar rapidamente para a janela, os dedos apertando o volante com mais força do que o necessário. É normal, Sof. Homem fica estranho perto de casamento. Medo de compromisso, essas coisas. É, deve ser isso. O atelier Sonho de Princesa ficava na Avenida Brasil, bem no centro da cidade.
Era um prédio antigo, reformado, com vitrines cheias de vestidos que pareciam saídos de contos de fadas. Dona Lourdes, a costureira, era uma senhora de 60 anos com mãos mágicas e um coração enorme. “Minha noivinha!”, ela abraçou Sofia assim que entraram. Vim ontem à noite só para dar os últimos retoques. Você vai ficar uma princesa. Sofia foi levada para o provador. Quando colocou o vestido, lágrimas brotaram dos seus olhos. Era perfeito.
O corpete abraçava seu corpo como uma segunda pele. A saia volumosa caía em camadas delicadas de tule e renda, e o brilho sutil dos cristais suaroves que, bordados à mão, criavam um efeito mágico sob a luz. Saiu do provador e Mariana levou a mão à boca. Sof, você está? Meu Deus, linda demais. Dona Lourdes aplaudiu. O Lucas vai desmaiar quando te ver.
Sofia girou na frente do espelho, o vestido dançando ao seu redor. Naquele momento, tudo parecia perfeito. Tudo parecia real. Eram quase 18 horas quando voltaram para o carro. O sol começava a se pôr, tingindo o céu de tons alaranjados e rosados. Sofia estava radiante, mas Mariana parecia tensa. Você está bem, Mari? Sim, só cansada. Tive muito trabalho essa semana.
Mariana forçou um sorriso. Deixa eu te levar em casa. Você precisa descansar para amanhã. Amanhã, sexta-feira, o último dia antes do casamento. Sofia suspirou. O Lucas disse que vai ter despedida de solteiro à noite. Você vai na minha? Não vai rolar despedida, Sof.
Você pediu algo tranquilo, lembra? Pizza e filme na sua casa. É verdade. Eu sou meio sem graça mesmo. Você é autêntica e isso é raro hoje em dia. Algo no tom de Mariana suou estranho, quase melancólico. Sofia ia perguntar, mas seu celular tocou. Era Lucas. Oi, amor. Oi, linda. Olha, vou ter que cancelar o jantar de hoje. Surgiram umas coisas de última hora que preciso resolver para o casamento.
O sorriso de Sofia murchou de novo, Lucas. Essa é a terceira vez essa semana. Eu sei, eu sei, mas é importante, tá? Prometo compensar na lua de mel. A voz dele soava apressada, distraída. Tenho que desligar. Te amo. Ele desligou antes que ela pudesse responder. Sofia ficou olhando para a tela do celular, um aperto estranho no peito.
Mariana, dirigindo, comentou sem tirar os olhos da estrada. Ele está só nervoso. Passa logo. Você acha? Tenho certeza. Mas algo na voz de Mariana carregava um peso que Sofia não conseguiu identificar. Era como se a amiga soubesse de algo que ela não sabia. Quando chegaram ao apartamento, Sofia convidou Mariana para subir, mas ela recusou.
Tenho uma live para fazer daqui a pouco, mas amanhã à noite é nossa, tá? Pizza, filme ruim e muito chocolate, combinado. Sofia se inclinou e beijou a bochecha da amiga. Obrigada por tudo, Mari. Você é a melhor madrinha que eu poderia ter. Mariana apertou o volante até os dedos ficarem brancos, mas manteve o sorriso. Sempre, amiga, sempre.
Naquela noite, Sofia demorou para dormir. Ficou deitada na cama, olhando para o teto, imaginando como seria sábado. A entrada na igreja, o corredor decorado com rosas brancas, Lucas esperando no altar com aquele sorriso lindo, os votos, o beijo, a festa. Ela não sabia que em menos de 24 horas todos aqueles sonhos seriam despedaçados. Não sabia que o homem que ela amava era uma mentira.
Não sabia que a melhor amiga que ela abraçou hoje era a sua pior inimiga. E não sabia que um homem que ela mal conhecia estava prestes a mudar sua vida para sempre. Sofia adormeceu sorrindo, abraçada ao travesseiro, sonhando com o para sempre. Um para sempre que nunca chegaria. Sexta-feira amanheceu nublada.
Sofia acordou com um peso estranho no peito, como se o corpo dela soubesse de algo que a mente ainda não processava. Passou o dia em modo automático, foi à escola, ensinou suas turminhas do maternal, sorriu para os colegas que a parabenizavam pelo casamento, respondeu mensagens de parentes animados, mas havia uma inquietação roendo por dentro. Às 19 horas estava de volta ao apartamento.
Mariana havia cancelado a noite de pizza por mensagem. Amiga, me perdoa. Surgiu um trabalho urgente. Preciso gravar uns vídeos, mas amanhã estarei lindíssima na igreja para você. Sofia sentiu uma pontada de decepção, mas compreendeu. Mariana era muito solicitada, afinal pediu uma pizza calabresa, colocou um filme na Netflix e tentou relaxar. O apartamento estava silencioso demais.
O relógio na parede marcava 21 horas quando ela percebeu. O celular de Lucas estava na mesado ao carregador. Ele havia esquecido ali mais cedo, quando passou rapidamente para pegar uns documentos. O aparelho vibrou. Uma vez, duas, três, quatro. Sofia tentou ignorar. Privacidade era importante. Ela confiava nele, mas as vibrações continuavam.
insistentes como um tambor anunciando tempestade. 21:15 mais três vibrações. Sofia levantou do sofá, caminhou até o celular. A tela estava desbloqueada. Ele sempre deixava a tela desbloqueada em casa. E ali, piscando em letras brancas contra o fundo preto, estava uma notificação que faria seu mundo desmoronar. Amor, Mariana Costa. O coração de Sofia parou.
Mariana, por que Mariana estava salva como amor no celular de Lucas? Com as mãos tremendo, ela pegou o telefone. A mensagem estava visível na tela de bloqueio. Amor, não aguento mais fingir na frente dela. Amanhã acaba isso. Depois do casamento, você termina e a gente fica junto de verdade.
O telefone escorregou dos dedos de Sofia e caiu no sofá. Ela caiu de joelhos no chão, a respiração presa na garganta, o mundo girando ao seu redor. Não, não, não, não. Isso não podia ser real. Era um engano. Tinha que ser um engano. Mas suas mãos, agindo por vontade própria, pegaram o celular de novo, abriram o WhatsApp, clicaram na conversa com amor e então o inferno se abriu. Seis meses atrás. Lucas, saí da casa dela.
Estava um tédio mortal. Só fala dos alunos e do casamento. Mariana cacatadinha, mas você aguenta mais seis meses. Depois casa, pega a parte dela da herança dos avós e termina. Lucas, exato. Meu pai tá insistindo no casamento. Falou que só libera meu fundo fiduciário se eu casar e sentar a bunda.
Então vamos de Sofia mesmo, Mariana. E depois você fica comigo de verdade, promete, Lucas? Prometo. Gostosa. Aliás, vem aqui em casa agora. Tô sozinho e com saudade. Mariana, já estou indo. Quatro meses atrás. Uma foto. Mariana e Lucas na cama. Ela usando a camisa dele, sorrindo, ele beijando o pescoço dela. Sofia vomitou, correu para o banheiro, vomitou tudo que tinha no estômago, vomitou até só sair Billy, até o corpo tremer todo, até não ter mais nada dentro além de dor.
Faz-se dois meses atrás, Mariana, ela tá tão animada com o vestido k. Se soubesse que depois de seis meses vai estar assinando divórcio. Lucas, coitada mesmo. Mas ela é muito ingênua, Mari, muito inocente. Preciso de uma mulher de verdade, não uma santinha. Mariana, eu sou sua mulher de verdade e quando você for meu de vez, vou mostrar tudo que uma mulher de verdade faz. Lucas, mal posso esperar.
Uma semana atrás, um vídeo Sofia não queria ver, mas viu Mariana e Lucas no apartamento dela, na cama dela, fazendo fazendo aquilo que Sofia havia guardado para o casamento, fazendo com vontade, com tesão, com intimidade de quem faz há meses. Sofia deixou o celular cair e gritou. Gritou até a garganta doer.
Gritou até os vizinhos baterem na parede. Gritou até não ter mais voz. Eram 4 da manhã. Quando ela finalmente parou de chorar, sentada no chão do banheiro, costas contra a parede fria, olhos tão inchados que mal conseguia abri-los, Sofia segurava o celular de Lucas com as duas mãos. Havia lido cada mensagem, visto cada foto, cada vídeo, cada mentira. Seis meses.
Eles estavam juntos há seis meses. Enquanto ela escolhia flores para o buquê, eles transavam. Enquanto ela provava bolos para a festa, eles riam dela. Enquanto ela sonhava com o vestido branco, eles planejavam seu divórcio. E Mariana, Mariana, que ela chamava de irmã. Mariana, que conhecia cada um dos seus sonhos. Mariana, que seria sua madrinha. Mariana era a amante do seu noivo.
Algo se rompeu dentro de Sofia naquele momento. Não foi apenas o coração, foi algo mais profundo. Foi a inocência, a ingenuidade, a fé cega no bem das pessoas. Ela olhou para o próprio reflexo no espelho do banheiro. Cabelos bagunçados, olhos vermelhos e inchados, rosto pálido, lábios rachados de tanto chorar. “É idiota!”, sussurrou para si mesma. “Idiota, idiota, idiota”.
socou o próprio reflexo no espelho, mas parou antes de quebrar o vidro. O casamento era amanhã, sábado, 16 horas, igreja São Pedro, 150 convidados confirmados, decoração paga, buffet contratado, lua de mel reservada e um noivo que atraiu por seis meses, uma madrinha que era, na verdade, uma víbora. Sofia levantou do chão do banheiro, lavou o rosto com água gelada e tomou uma decisão.
Ela iria à igreja amanhã, mas não para casar, para acabar com eles. O despertador tocou às 6 da manhã, mas Sofia já estava acordada. Não havia dormido. Como poderia? Cada vez que fechava os olhos, via as imagens. Lucas e Mariana. Mariana e Lucas, seis meses de traição. Levantou como um zumbi, colocou uma calça jeans desbotada, uma blusa branca simples, chinelos.
Não se maquiou, não penteou os cabelos direito, apenas pegou o vestido de noiva ainda na embalagem da costureira e saiu do apartamento. As ruas de balneário Camboriú estavam vazias naquele sábado de manhã. O sol nascia devagar, tingindo o céu de tons rosados e laranjas. Seria um dia lindo, o dia perfeito para um casamento. Se tivesse um casamento, Sofia caminhou as seis quadras até a Igreja São Pedro, no centro histórico da cidade.
A construção antiga, de 1960, tinha aquele charme clássico: paredes brancas, vitrais coloridos, torre com sino, escadaria de entrada. Ela sempre sonhou em casar ali. Eram 7 horas da manhã quando ela subiu os degraus de pedra e empurrou a porta pesada de madeira. A igreja estava vazia, silenciosa, com aquele cheiro característico de incenso e velas, mas a decoração já estava sendo montada.
Homens de uma floricultura trabalhavam silenciosamente. Rosas brancas por todo lado, laços de cetim bege nos bancos, arranjos imensos no altar, caminho de pétalas pelo corredor central, tudo branco, tudo puro, tudo perfeito, tudo mentira. Sofia caminhou devagar pelo corredor, segurando o vestido contra o peito. Os funcionários a olharam com curiosidade, mas não disseram nada.
Ela sentou no primeiro banco bem na frente do altar e simplesmente ficou ali. O silêncio da igreja era quebrado apenas pelos passos dos trabalhadores e pelo som distante de carros na rua. Sofia olhava para o altar vazio. Dali à 9 horas, Lucas estaria ali esperando por ela, sorrindo aquele sorriso falso, fingindo amor, e ela entraria por aquele corredor decorado com rosas brancas, com vestido de princesa, vé cobrindo o rosto, 100 pessoas assistindo, música tocando.
Ela entraria como a noiva feliz e descobriria a verdade apenas depois de casada, depois de assinar os papéis, depois de se tornar Sofia Cardoso, depois de entregar tudo para um homem que nunca a amou. As lágrimas começaram de novo, silenciosas, desesperadas. Ela chorava e chorava, segurando o vestido, imaginando como seria diferente se ela não tivesse visto aquele celular, se tivesse continuado na ignorância, se tivesse casado sem saber.
Minha filha Sofia ergueu a cabeça, uma senhora idosa, cabelos brancos presos em coque, vestido simples azul marinho, olhava para ela com preocupação. Dona Carmen, a zeladora da igreja, você é a noiva de hoje, não é? Seu casamento é às 4 da tarde. Sofia não conseguiu responder, apenas acenou com a cabeça.
Dona Carmen sentou ao lado dela devagar, com a dificuldade de quem tem 80 anos. Por que está chorando, criança? E então, como se uma represa se rompesse, Sofia contou tudo, cada detalhe, cada mensagem, cada mentira, cada traição. As palavras saíam atropeladas, entrecortadas por soluços, mas saíam.
Dona Carmen escutou tudo em silêncio, apenas segurando a mão de Sofia. Quando finalmente terminou, a senhora suspirou fundo: “Minha filha, eu vou te dizer uma coisa que você não quer ouvir agora, mas precisa ouvir.” Ela apertou a mão de Sofia com força. Deus te livrou. Te livrou de um casamento ruim. Te livrou de anos de infelicidade. Te livrou de um homem que não te merece. Dói agora. Eu sei.
Dói como se estivessem arrancando um pedaço do seu coração, mas um dia você vai agradecer. Eu não quero agradecer, Sofia, gritou, a voz ecoando na igreja vazia. Eu quero que ele me ame. Eu quero que ela não tenha me traído. Eu quero que tudo seja como eu pensava que era. Mas não é, minha filha, e nunca foi. Você estava amando uma ilusão.
Sofia desabou nos braços da senhora. Dona Carmen assegurou, balançando devagar, como se embalasse uma criança. Chora. Chora tudo agora, porque daqui a pouco você vai precisar de força, vai precisar ser forte e vai descobrir que é muito mais forte do que imagina. As horas passaram devagar, os funcionários terminaram a decoração e saíram.
A igreja ficou pronta, linda, perfeita. Sofia continuou sentada ali, as lágrimas secando no rosto, o olhar vazio. Dona Carmen trouxe água, biscoitos, até um chle para cobri-la, porque o frio da manhã estava forte, mas não tentou fazê-la sair. Apenas ficou por perto, limpando os santos, organizando os inários, respeitando a dor dela.
Eram 10 horas da manhã quando Sofia finalmente teve um pensamento claro. Eu poderia ligar para todos agora, cancelar o casamento, dizer que descobria a traição, expor Lucas e Mariana, acabar com isso. Mas então imaginava as caras de pena, os sussurros. Coitada da Sofia, foi traída na véspera do casamento. Tão ingênua, não viu nada. Eles devem estar rindo dela agora.
Não, ela não seria a coitadinha. Ela não seria a vítima patética. Ela seria o quê? O que ela poderia ser? Sofia olhou para o altar, para os vitrais, para a imagem de Cristo crucificado, sofrendo. E pela primeira vez, desde que descobriu a traição, sentiu algo além de dor. Sentiu raiva, raiva pura, fervente, vingativa.
Eles me destruíram. Vou destruir eles de volta. Mas como ela era apenas uma professora com salário modesto. Lucas tinha dinheiro, família poderosa. Mariana tinha 200.000 1 seguidores, influência, conexões, o que ela tinha, a verdade, as mensagens, as provas, mas isso bastava. Sofia estava imersa nesses pensamentos quando ouviu passos firmes ecoando pela igreja.
Passos masculinos, pesados, decididos. Ela se virou e seu coração pulou uma batida quando viu quem era. Diego Cardoso, o irmão de Lucas. Diego Cardoso era tudo que Lucas não era. Onde Lucas era charmoso e extrovertido, Diego era sério e reservado. Onde Lucas gastava dinheiro em carros e festas, Diego construía impérios.
Onde Lucas colecionava amantes, Diego não tinha vida pessoal. Aos 32 anos, Diego era o CEO da construtora Cardoso em Filhos, uma das empresas mais respeitadas de balneário Camboriu. Assumiu aos 25, quando o pai teve um derrame. Desde então, transformou a empresa regional em uma potência nacional. Alto, 1,87 m de pura presença, ombros largos sob o terno cinza impecável, cabelos castanho escuros penteados para trás, maxilar quadrado sempre barbeado, e aqueles olhos verdes que pareciam enxergar através das pessoas. Diego era conhecido na cidade como o empresário de gelo.
Ninguém o via sorrir, ninguém o via em festas, ninguém o via com mulheres. Ele simplesmente trabalhava e agora estava ali parado na porta da igreja, olhando para Sofia com uma expressão que ela não conseguia decifrar. Sofia. A voz dele era grave, controlada.
O que você está fazendo aqui? Sofia se levantou rapidamente, tentando disfarçar o estado deplorável em que estava. limpou o rosto com as costas da mão, passou os dedos pelos cabelos bagunçados, mas não adiantou. Era óbvio que ela tinha passado a noite chorando. Diego caminhou pelo corredor central, seus passos ecoando no silêncio da igreja. Ele olhou ao redor, viu a decoração pronta, o vestido de noiva no banco ao lado dela e seus olhos voltaram para o rosto dela.
“O casamento é só às 4 da tarde.” Ele parou a 3 m de distância, mantendo o espaço. “Por que está aqui tão cedo?” Sofia abriu a boca para responder, mas não saiu nenhum som. O que ela poderia dizer? Como ela explicaria? Diego inclinou a cabeça levemente, aqueles olhos verdes estudando cada detalhe do rosto dela.
E então sua expressão mudou, se suavizou. Ficou preocupada? Aconteceu alguma coisa? Não era uma pergunta, era uma constatação. Ele se aproximou devagar, como quem se aproxima de um animal assustado. Sentou no banco ao lado dela, mas mantendo uma distância respeitosa. Não tentou tocá-la, não fez perguntas, apenas ficou ali em silêncio.
E foi o silêncio dele que quebrou Sofia. Ela desabou de novo, chorou com soluços que vinham do fundo da alma, o corpo todo tremendo. Diego não se moveu, mas ela sentiu quando ele ficou tenso ao lado dela. Minutos se passaram ou foram horas? Sofia não sabia. Apenas chorava. E Diego permanecia ali silencioso, sólido, presente.
Quando finalmente as lágrimas secaram, Sofia respirou fundo e contou. contou tudo. A descoberta do celular, as mensagens, as fotos, os vídeos, os seis meses de traição. Mariana, Lucas, tudo. Cada palavra saía como uma lâmina cortando a própria garganta. Diego escutava em silêncio absoluto. Ela não ousava olhar para ele, mas percebia a tensão crescendo. Os punhos dele se fecharam lentamente sobre as próprias coxas.
O maxilar ficou tão apertado que ela podia ouvir o ranger dos dentes. Quando Sofia terminou, ela finalmente olhou para ele. Diego estava olhando para o altar, mas seus olhos estavam frios, gelados, furiosos. Eu sempre soube que meu irmão era um idiota. A voz dele saiu baixa, controlada, mas carregada de raiva, mas não imaginei que ele seria capaz disso. Sofia ficou surpresa com a honestidade brutal.
Diego se virou para ela e pela primeira vez ela realmente olhou nos olhos dele. Havia algo ali que ela nunca tinha visto antes. Algo além da frieza profissional, algo humano. Você não merecia isso, Sofia. Ele respirou fundo, como se estivesse tentando controlar algo maior que ele. Você sempre foi diferente, pura, genuína.
E ele, Diego parou a voz falhando. Passou a mão pelo cabelo, bagunçando os fios perfeitamente penteados pela primeira vez. Por que você está aqui, Diego? Sofia perguntou a voz rouca de tanto chorar. Por que você veio à igreja agora? Ele hesitou. Por um longo momento, pareceu debater consigo mesmo se deveria ou não responder.
Então, lentamente olhou para ela de novo. Eu vim porque precisava pensar sobre o casamento, sobre você, sobre mim. Diego desviou o olhar como se as próximas palavras fossem difíceis demais de dizer, encarando-a. Você nunca percebeu. Percebeu? Nos almoços de domingo, nas reuniões de família, nas festas, eu sempre eu sempre te observava. O coração de Sofia deu um pulo estranho no peito. Eu não entendo.
Eu sei. Ele deu um sorriso amargo, sem humor. E é melhor assim, porque até ontem você estava comprometida com meu irmão. E eu tenho códigos. Princípios. Não importa o que eu sinta, jamais quebraria. Ele parou abruptamente, como se tivesse falado demais. Sofia ficou em silêncio, processando.
Diego sentia algo por ela desde quando, como ela nunca percebeu. Mas antes que pudesse perguntar, Diego se levantou. Você precisa cancelar o casamento, avisar os convidados, expor o que ele fez? Não. A palavra saiu firme demais, surpreendendo os dois. Diego franziu a testa. Como assim não, Sofia? Você não pode casar com ele sabendo? Eu não vou casar com ele.
Sofia se levantou também, segurando o vestido contra o peito. Mas também não vou deixar que ele e a Mariana saiam ilesos disso. Eu não vou ser a noiva abandonada, a coitadinha que foi traída. Eu vou. Ela parou. O que ela ia fazer mesmo? Qual era o plano? Diego a observa intensamente, aqueles olhos verdes penetrantes.
Você quer vingança? Não era uma pergunta, era uma afirmação. Sofia encontrou os olhos dele e, pela primeira vez, desde que descobriu a traição, sentiu algo além de dor. Sentiu determinação. Sim, eu quero vingança. Um sorriso lento, quase predatório, curvou os lábios de Diego. Então, Sofia Martins, deixa eu te fazer uma proposta. Diego caminhou até o altar, suas mãos nos bolsos da calça social, a postura ereta, pensativo.
Os vitrais coloridos criavam padrões de luz em seu rosto, fazendo seus olhos verdes brilharem de um jeito quase sobrenatural. Sofia esperou, o coração batendo forte. Havia algo na presença dele que era completamente diferente de Lucas. Diego emanava controle, poder, uma intensidade contida que era ao mesmo tempo intimidadora e atraente.
Não, ela não podia estar pensando nisso. Não agora, não. Depois de Posso te contar uma coisa? Diego quebrou o silêncio ainda de costas para ela. Algo que nunca disse a ninguém. Sofia assentiu com a cabeça, mesmo ele não estando olhando. Pode. Diego se virou lentamente.
A luz da manhã entrava pelos vitrais atrás dele, criando uma auréula de cores ao seu redor. Ele parecia maior, mas imponente. Quando Lucas te apresentou para a família há três anos na churrascaria Beiraamar, ele pausou como se as próximas palavras fossem difíceis. Foi a primeira vez que eu pensei. Meu irmão não merece ela. Sofia sentiu o ar faltar. Você ria de um jeito tão genuíno. Ele continuou se aproximando devagar. Falava dos seus alunos com tanto amor.
Tinha aquele brilho nos olhos quando descrevia como uma criança finalmente aprendeu a ler. Você era real. Em um mundo de fachadas e máscaras. Você era completamente real. Ele parou a 1 m dela e eu pensei: “Que desperdício! Um desperdício que uma mulher assim esteja com alguém que não vai valorizar, que não vai ver, que não vai entender o tesouro que tem nas mãos. Sofia estava sem palavras.
Seu cérebro tentava processar o que estava ouvindo. Diego sempre teve sentimentos por ela. Eu sei que você me acha frio. Diego deu um sorriso triste, distante, robótico. E eu sou. Aprendi a ser. Quando assumi a empresa aos 25 depois do derrame do meu pai, não tive escolha. Era eu ou a falência.
Era eu ou ver 50 famílias na rua. Então eu engoli os sentimentos, vesti a armadura e fui à guerra. Ele se virou de novo, como se não conseguisse dizer aquilo olhando para ela. Não tive tempo para vida pessoal, para amigos, para amor. A empresa virou minha vida e aos 32 anos eu acordo todos os dias. Vou para o escritório, trabalho 16 horas, volto para a casa vazia e durmo.
Acordo e repito. É como ser um robô. Sofia sentiu algo apertar em seu peito. Havia tanta solidão naquelas palavras. Mas toda vez que você aparecia nos almoços de domingo na casa dos meus pais, Diego respirou fundo. Você iluminava o ambiente, conversava com minha avó com paciência, fazia minha mãe sorrir. Até meu pai, sempre tão sério, ficava mais leve perto de você.
E eu, eu ficava no canto observando, pensando que meu irmão era o homem mais sortudo do mundo. Ele se virou de novo e agora seus olhos estavam mais intensos, mais vulneráveis do que Sofia jamais vira. Por que está me dizendo isso agora? Sofia perguntou a voz tremendo: “Diego, por porque você merece saber que nem todos os homens da família Cardoso são lixos?” Ele deu um passo à frente.
“E por que talvez? Talvez eu possa te ajudar.” “Me ajudar como?” Diego estudou o rosto dela por um longo momento. Sofia viu quando ele tomou uma decisão. Viu o momento exato em que algo mudou em seus olhos. Lucas vai aparecer aqui às 4 da tarde. Vai estar sorrindo, fingindo ser o noivo perfeito. 150 convidados vão estar aqui.
A sociedade de Balneário Camboriu, minha família. E você? Você vai fazer o quê? Cancelar na frente de todo mundo, expor a traição? Virar motivo de fofoca? Sofia mordeu o lábio. Ela não tinha pensado nisso. Vão ter pena de você. Diego continuou, a voz mais baixa. Vão dizer: “Coitada da Sofia, foi traída na véspera do casamento.
Que tragédia! Que humilhação. E daqui a seis meses, Lucas e Mariana vão estar juntos e ninguém vai se importar com a sua dor. Você vai ser apenas uma nota de rodapé na história deles. A raiva voltou, queimando o peito de Sofia, porque ele estava certo, completamente certo. Fócido, Diego se aproximou mais. Agora estava a centímetros dela.
Sofia podia sentir o calor do corpo dele, o perfume caro, a intensidade. Você pode fazer diferente. Diferente como? Diego segurou o olhar dela e Sofia viu determinação ali. Viu fogo. Vingança, Sofia. Vingança real. Do tipo que eles nunca vão esquecer. Do tipo que vai destruir eles da mesma forma que eles destruíram você. O coração de Sofia batia tão forte que ela tinha certeza que ele podia ouvir.
“E como eu faria isso?”, ela sussurrou. Diego sorriu. Não era um sorriso alegre, era um sorriso perigoso, predatório. “Casa comigo!” Sofia deu um passo para trás, as pernas bambas. “O quê?” Ela riu, mas era um riso nervoso, assustado. “Diego, você está Você está louco? Isso é pensa bem. Diego não deu espaço para ela processar.
Ele estava no modo CEO agora apresentando um plano de negócios. Lucas vai chegar aqui às 16 horas esperando te usar. Os convidados vão estar todos aqui. Minha família, a elite de balneário Camburiu, a mídia local, porque Mariana provavelmente vai fazer cobertura para as redes sociais dela. Ele caminhou ao redor dela como um predador circulando a presa. Agora imagina a cena.
Lucas entrando pela porta da igreja sorridente, acenando para os convidados. Ele chega até o altar e te vê lá de vestido branco, linda, mas não esperando por ele. Diego parou na frente dela de novo, esperando por mim, casada comigo, o irmão dele. Sofia sentiu o sangue gelar. A imagem era tão vívida, tão absurdamente satisfatória, que ela quase podia ver. A cara de Lucas, o choque, a humilhação, a fúria. É a vingança perfeita.
Diego continuou, a voz baixa, mas intensa. Ele perde você, perde a face, perde o respeito da família. Meu pai ia ter um ataque, mas valeria cada segundo para ver a cara do Lucas. Mas Diego, isso é loucura. Sofia balançou a cabeça. Nós nem nos conhecemos direito. Você mal falou comigo em três anos. Como a gente ia? Eu sei. Ele levantou as mãos.
Eu sei que é insano, por isso eu proponho casamento temporário, se meses, um ano, o tempo que você quiser, apenas o suficiente para humilhá-lo publicamente, para ele sentir um décimo do que você sentiu. Depois, divórcio tranquilo. Eu te compenso financeiramente. Você refaz sua vida. Sofia ficou em silêncio, o cérebro trabalhando a 1000 por hora.
Era absurdo, era impulsivo, era tudo que ela não era. Mas Deus era tentador. Imaginar Lucas descobrindo, Mariana vendo, todos sabendo que ela não foi a idiota traída, mas a mulher que se virou e deu o troco. Por que você faria isso por mim? Sofia perguntou buscando os olhos dele. Qual é o seu ganho nisso, Diego? Porque ninguém faz algo assim sem razão? Diego hesitou.
Pela primeira vez desde que ela o conhecia, ele pareceu vulnerável. Ele desviou o olhar, passou a mão pelo cabelo de novo. “Lucas sempre foi o preferido da minha mãe”, ele disse a voz mais baixa. “O filho carismático, o queridinho. Eu sou só o workaholic sem vida, o robô que mantém a empresa funcionando.
” Minha mãe sempre pergunta: “Por que você não é mais alegre como seu irmão? Por que você não traz uma namorada para o almoço como ele faz? Havia mágoa ali, dor antiga roubar a noiva dele. Diego deu um sorriso amargo. Seria a primeira vez que eu faria algo impulsivo, algo fora do roteiro, algo que me faria sentir vivo. Ele se virou para ela de novo e seria minha única chance de ter você perto, Sofia.
Mesmo que seja em um casamento falso, mesmo que seja só por vingança, eu teria alguns meses onde você seria minha. O ar entre eles ficou denso, carregado. Sofia sentia o coração batendo tão alto que ela achava que ia desmaiar. E se eu aceitar? Ela engoliu seco. O que você ganha com isso? Além da vingança contra seu irmão. Diego se aproximou ainda mais. Agora não havia espaço entre eles.
Ele ergueu a mão e, com uma delicadeza que surpreendeu Sofia, tocou uma mecha do cabelo dela, afastando do rosto. Eu ganho a fantasia de ser seu marido, mesmo que seja falsa, eu ganho a oportunidade de te acordar de manhã, de te ver dormindo, de fingir, pelo menos por um tempo, que sou o homem que você escolheu.
Sua voz era rouca agora, carregada de uma emoção que ele sempre mantinha escondida. E talvez, talvez eu ganhe a chance de te fazer esquecer dele, de te mostrar como deveria ser, como você deveria ser tratada. Sofia não conseguia respirar. Os olhos verdes dele estavam fixos nos dela e havia um calor ali, uma intensidade que fazia seu estômago revirar.
Diego, pensa, Sofia, pensa bem, porque se você aceitar, nós temos 4 horas para fazer isso acontecer. 4 horas para mudar nossas vidas, para destruir eles, para ter nossa vingança. Ele recuou um passo, dando espaço para ela respirar. Mas se você não quiser, eu entendo. Vou sair daqui. Você cancela o casamento do jeito que quiser e a gente finge que essa conversa nunca aconteceu.
Sofia olhou ao redor da igreja, para os bancos de madeira, para as rosas brancas, para o altar onde deveria trocar votos com Lucas. Pensou em todas as mensagens, nos seis meses de mentiras, na risada de Mariana, no descaso de Lucas. Pensou em como seria aparecer como a vítima, a coitadinha, atraída. Ou pensou em Lucas entrando pela porta e a vendo casada com Diego.
Pensou na cara dele, na destruição dele, na vingança. Sofia olhou de volta para Diego, para aquele homem sério, frio, controlado, que tinha acabado de confessar sentimentos que guardou por três anos e tomou a decisão mais impulsiva de toda a sua vida. Tudo bem. A voz dela saiu firme, decidida. Eu aceito. Vamos fazer isso.
Um sorriso, o primeiro sorriso verdadeiro que ela via no rosto de Diego iluminou as feições dele. E, meu Deus, ele era lindo quando sorria. Então, prepare-se, futura senora Cardoso, porque agora vamos à guerra. Diego sacou o celular do bolso com a velocidade de um empresário acostumado a tomar decisões rápidas.
Temos 3:40, ele anunciou já discando. Precisamos de padre, documentação no cartório, testemunhas e alguma história convincente. Sofia o observava ainda em choque com a própria decisão. O que ela estava fazendo era loucura, completa loucura. Mas a imagem de Lucas descobrindo valia qualquer loucura. Diego levou o celular ao ouvido.
Padre Antônio, sou eu, Diego Cardoso. Sim, o casamento é hoje, mas houve uma mudança. Não, não é cancelamento, é complicado. Preciso falar com o senhor pessoalmente. Pode nos receber agora na sacristia. Excelente. 5 minutos. Ele desligou e começou outra ligação imediatamente. Patrícia, preciso de você. É urgente.
Pode vir para a igreja São Pedro agora? Traga seu RG e dois comprovantes de residência. Vai ser testemunha de um casamento. O meu não, não é piada. Explicarei quando chegar. 15 minutos. Desligou e discou de novo. Dr. Maurício. Diego, preciso dos documentos para casamento civil. Sim, hoje. Posso buscar no seu escritório em 30 minutos.
Você é o melhor. Sofia assistia a tudo boca e aberta. Diego estava operando como se estivesse fechando uma fusão empresarial. não planejando um casamento relâmpago. “Vamos”, ele disse, guardando o celular. “Padre Antônio vai nos receber agora. Eu vou convencê-lo.
” Eles caminharam até a sacristia nos fundos da igreja. O padre Antônio os esperava. Um senhor de 60 anos, cabelos grisalhos, expressão preocupada. Ele conhecia a família Cardoso há décadas. Diego, meu filho, o que está acontecendo? O casamento de seu irmão com a Sofia é às 4. Diego olhou para Sofia como se pedindo permissão. Ela assentiu. Padre Lucas traiu Sofia com a madrinha, a Mariana, por se meses.
Sofia descobriu ontem. O rosto do padre ficou lívido. Meu Deus, Sofia merece ter o casamento que sonhou. Diego continuou, a voz firme, mas respeitosa, com um homem que a respeite, que a valorize, que a trate como ela merece ser tratada. E eu eu posso ser esse homem. Padre Antônio olhou de Diego para Sofia confuso. Mas vocês vocês mal se conhecem. Nos conhecemos há três anos, padre.
Sofia falou pela primeira vez, surpreendendo até a si mesma. E às vezes três anos observando alguém de longe, ensina mais do que três anos de namoro com mentiras. O padre suspirou, sentou em uma cadeira velha, esfregou o rosto com as mãos. E isso vai contra tudo. Tá impulsivo dema. Diego se ajoelhou na frente dele. Sofia nunca tinha visto Diego se ajoelhar para ninguém. A igreja está decorada.
Os convidados foram convidados. O buquê está encomendado, tudo está pronto. A única diferença é que o homem no altar serei eu. E eu prometo, por tudo que é sagrado, que vou honrar essa mulher, vou respeitá-la, vou protegê-la, coisa que meu irmão nunca fez. O silêncio se estendeu por longos segundos. Padre Antônio olhou para Sofia.
É isso que você quer, criança? Sofia respirou fundo. Era, realmente era. Pensou em Lucas, em Mariana, nos seis meses de mentiras. Sim, padre, é isso que eu quero. O padre se levantou, caminhou até um crucifixo na parede, fez uma oração silenciosa. Quando se virou, tinha os olhos úmidos. Que Deus me perdoe se estou errado, mas vou fazer isso. Vou casar vocês.
Uma hora depois, Sofia e Diego estavam no cartório central de Balneário Camboriu. Atendente Juliana reconheceu Diego imediatamente. Ele doava para várias instituições da cidade e todos o conheciam. Senr. Cardoso, em que posso ajudar? Preciso agilizar documentação para casamento civil hoje. Agora? Juliana piscou confusa.
Senhor, o processo leva no mínimo. Diego colocou uma quantia significativa de dinheiro no balcão. É urgente, ilegal. Só preciso que acelere. Juliana olhou ao redor, pegou o dinheiro e acenou. Venham comigo. 40 minutos de burocracia depois, Sofia estava assinando papéis que mudariam sua vida. Seus dedos tremiam, segurando a caneta. Era real. Estava realmente acontecendo.
Tem certeza? Diego? Perguntou baixinho ao lado dela. Era a terceira vez que ele perguntava, dando a ela uma saída. Sofia olhou pela janela do cartório, viu o mar ao longe, viu as pessoas andando normalmente, vivendo suas vidas alheias ao terremoto que acontecia dentro daquele prédio. Sua vida tinha desmoronado em 12 horas.
Por que não reconstruí-la de um jeito completamente diferente? Tenho certeza, ela assinou. Diego assinou em seguida seus movimentos firmes, decididos. Parabéns, Juliana, disse com um sorriso sem jeito. Vocês agora estão oficialmente casados no civil. Casados. Sofia Cardoso, não Sofia Martins Mais, mas Sofia Cardoso, esposa de Diego Cardoso, ex-noiva de Lucas Cardoso.
O mundo tinha virado completamente de cabeça para baixo. Eles voltaram para a igreja às 2as da tarde, 2 horas para o casamento. “Preciso buscar o terno em casa, Diego disse. E você precisa se arrumar. Pode usar a sacristia. Vou mandar dona Lourdes vir te ajudar com o vestido e maquiagem”. Diego, ele parou, virou para ela. Obrigada por fazer isso, por por me salvar.
Diego deu um meio sorriso. Não me agradeça ainda. A parte difícil vem agora. Ele estava certo, porque em 2 horas 150 pessoas estariam ali, a família Cardoso, Lucas, Mariana, e a bomba iria explodir. Sofia entrou na sacristia, colocou o vestido e, pela primeira vez desde que descobriu a traição, sorriu um sorriso de vingança.
15:30. Dona Lourdes terminava os últimos ajustes no vestido de Sofia, enquanto lágrimas de emoção escorriam pelo rosto enrugado da costureira. “Minha menina, você está uma princesa, uma verdadeira princesa.” Sofia se olhou no espelho improvisado da sacristia. O vestido era perfeito. O corpete abraçava seu corpo delicado, realçando sua cintura.
A saia de tule e renda caía em camadas suaves até o chão. Os cristais Swarovski capturavam a luz, criando pequenos arco-íris ao menor movimento. Mas o que mais a surpreendeu foi o próprio rosto. Apesar de ter dormido 2 horas em 36, apesar das lágrimas, do desespero, do coração partido, ela estava linda. Dona Lourdes tinha feito mágica com a maquiagem. Olhos marcantes, mas naturais, pele luminosa, lábios rosados.
Ela parecia uma noiva, uma noiva de verdade. Falta só o véu disse dona Lourdes, colocando delicadamente o vé catedral sobre os cabelos de Sofia, que estavam presos em um coque romântico com algumas mechas soltas e moldurando o rosto. Uma batida na porta. Patrícia, a secretária de Diego, entrou.
Era uma mulher de uns 40 anos, cabelos curtos, terno elegante, postura profissional, mas quando viu Sofia, seu rosto se abriu em um sorriso genuíno. Uau! O chefe vai ter um ataque cardíaco quando te ver. Sofia riu nervosa. Como ele está? Tenso, mas determinado. Dr. Maurício já chegou também. Estamos todos posicionados. Patrícia se aproximou. Posso fazer uma pergunta indiscreta? Claro.
Você ama ele, o Diego? Sofia congelou. Amor, como ela poderia amar alguém que mal conhecia? Eu eu não sei. Tudo aconteceu tão rápido. Mas você confia nele? Sofia pensou. Confiava. Diego tinha sido completamente honesto sobre seus sentimentos. tinha dado a ela várias oportunidades de desistir. Tinha sido respeitoso, cuidadoso. “Sim, eu confio.
” Patrícia sorriu. “Então talvez isso seja suficiente. Por enquanto, 15:45. Os primeiros convidados começavam a chegar. Sofia espiava pela fresta da porta da sacristia. Via rostos conhecidos. colegas da escola, vizinhos, amigas da faculdade, todos vestidos elegantemente, carregando presentes animados, não faziam ideia do que estava prestes a acontecer.
E então ela viu a família Cardoso entrando. Senr. Henrique Cardoso usando bengala após o derrame de anos atrás, mas ainda imponente com seu terno cinza. Cabelos completamente brancos, postura ereta, expressão séria. Ao lado dele, Vera Cardoso, elegante em um vestido de festa azul marinho, cabelos loiros impecáveis, postura de rainha.
Ela sempre foi fria com Sofia, mas educada. O tipo de mulher que sorri, mas nunca realmente se importa. Atrás deles, tia Helena, irmã de Henrique, primo Rafael, advogado da família e outros parentes. Mas não Diego, ele ainda não tinha aparecido. E não Lucas, não, Mariana. Eles vão chegar às 4 em ponto Patrícia disse ao lado de Sofia.
Lucas sempre foi metido a pontual para impressionar. Sofia sentiu o estômago revirar. medo, excitação, antecipação, todas as emoções ao mesmo tempo. 15:55. A porta lateral da igreja se abriu. Diego entrou e Sofia esqueceu de respirar. Ele estava usando um terno preto impecável, camisa branca, gravata cinza, mas não era o trage que a deixou sem palavras, era a expressão dele.
Diego a viu pela fresta da porta. Seus olhos se arregalaram. Ele parou no meio do corredor como se tivesse levado um soco. Eles se olharam através da fresta por um segundo que pareceu eterno. E Sofia viu no rosto dele algo que Lucas nunca teve, reverência, como se ela fosse a coisa mais preciosa que ele já tinha visto. Diego piscou, recuperou a compostura e caminhou até o altar.
Padre Antônio já estava posicionado. Patrícia e Dr. Maurício se sentaram no primeiro banco como testemunhas. O relógio marcou 16 horas. A música começou, mas não era a marcha nupcial tradicional. Diego tinha mudado. Agora tocava a Thousand Years de Christina Perry. Romântica, emocionante, perfeita. E então as portas da igreja se abriram.
Lucas Cardoso entrou. Lucas estava impecável de smoking, sorriso confiante no rosto, acenando para os convidados. Mariana estava logo atrás, linda em um vestido de festa verde esmeralda, cabelos loiros, soltos, sorrindo nervosamente. Lucas cumprimentou alguns convidados no caminho até o altar. Ele ainda não tinha olhado para a frente, mas então olhou e congelou.
No altar onde deveria estar vazio, esperando por ele, estava Diego, seu irmão, de terno, com o padre, como um noivo. Que Lucas sussurrou, mais alto o suficiente para os primeiros bancos ouvirem. Senr. Henrique se levantou confuso. Diego, o que você está fazendo aí? Vera Cardoso levou a mão ao peito, pálida. Henrique, o que está acontecendo? Os murmúrios explodiram pela igreja como fogo em mato seco.
É o Diego, mas o noivo não era o Lucas. O que está acontecendo? E então as portas se abriram de novo. A música ficou mais alta e Sofia entrou. Ela estava linda, divina. O vestido branco resplandecia sob a luz das velas e dos vitrais. O vé cobria parte do seu rosto, mas não escondia seu olhar determinado.
Ela caminhava sozinha pelo corredor, não tinha pai para entregá-la. E seus olhos estavam fixos em Diego. Não em Lucas. Em Diego. Lucas ficou vermelho. Sofia, o que você está fazendo? Sofia passou direto por ele, não olhou, não respondeu, apenas continuou caminhando. Lucas tentou avançar, mas dois seguranças que Diego tinha contratado discretamente apareceram e o bloquearam.
“Tirem as mãos de mim, Sofia.” Mariana estava branca, tentando desaparecer entre os convidados. Sr. Henrique gritou: “Diego, explique-se agora”. Mas Diego não tirou os olhos de Sofia enquanto ela se aproximava. Quando ela chegou ao altar, ele estendeu a mão, ela pegou e o mundo explodiu em caos.
Isso é uma piada? Vera Cardoso gritou se levantando tão rápido que derrubou a bolsa. Diego, você não pode fazer isso. Sentem-se. Diego falou baixo, mas sua voz cortou o tumulto como uma lâmina. Havia comando ali, autoridade. Ou saiam, mas não vou tolerar interrupções. Sr. Henrique bateu a bengala no chão.
Você vai me explicar o que está acontecendo antes de Lucas traiu Sofia. Diego soltou a bomba, como quem diz a hora, direto, sem rodeios, com a Mariana por se meses. Sofia descobriu ontem. Eu ofereci para dar a ela o casamento que ela merece com um homem que a respeite. Silêncio. Um silêncio tão profundo que seria possível ouvir um alfinete cair. E então o inferno desabou.
Todos os olhos se voltaram para Lucas. Mentira. Lucas berrou, mas sua voz saiu aguda, desesperada. É mentira. Ela está inventando isso porque eu tenho as mensagens. Sofia falou pela primeira vez, sua voz surpreendentemente firme. Todas seis meses de conversa entre você e a Mariana, as fotos, os vídeos, as risadas de mim, os planos de me usar e depois divorciar. Mariana tentou sair escondida, mas a tia Helena bloqueou a saída.
Você não vai a lugar nenhum, sua víbora. A tia Helena tinha lágrimas de raiva nos olhos. Na minha família a gente resolve as coisas de frente. Uma prima de Sofia gritou: “Eu sempre soube que esse menino não prestava. Lucas Cardoso é um covarde. Mariana falsa.” O tumulto cresceu. Metade dos convidados estava de pé, gritando.
A outra metade tentava processar o que estava acontecendo. Sr. Henrique, vermelho de raiva e vergonha, virou-se para Lucas. Você fez isso? Você fez isso com ela? Pai, eu posso explicar. Lucas estava tremendo. Explica nada. Henrique cuspiu as palavras. Você é uma vergonha para o sobrenome Cardoso. Vera Cardoso estava chorando, mas não ficou claro se era de vergonha ou tristeza.
Padre Antônio bateu com força em seu missal. Silêncio. Silêncio na casa do Senhor. Aos poucos, o barulho foi diminuindo. O padre respirou fundo, olhou para Diego e Sofia. Vocês têm certeza disso que estão fazendo? Diego apertou a mão de Sofia. Ela apertou de volta. Temos, padre. Então, prossigamos. Padre Antônio abriu o missal.
Estamos aqui reunidos diante de Deus e destas testemunhas para celebrar o matrimônio de Diego Henrique Cardoso e Sofia Martins. Não. Lucas tentou avançar de novo. Os seguranças o seguraram. Sofia, pelo amor de Deus, eu posso explicar. Eu terminei com ela. Quando Sofia se virou para ele pela primeira vez. Seus olhos estavam secos, frios.
Quando você terminou, Lucas? Antes ou depois de planejar me usar para pegar a herança da sua família? Lucas empalideceu. Isso mesmo. Sofia continuou voz firme. Eu li tudo. Como você só queria casar para receber o fundo fiduciário? Como você achava que eu era chata e santinha? Como planejava divorciar em seis meses e ficar com minha parte da herança dos meus avós? Gaspes ecoaram pela igreja. Você nunca me amou”, Sofia disse.
E surpreendentemente não havia dor na voz, havia libertação. E eu agradeço porque agora eu sei o que é estar com um homem de verdade. Ela se virou de volta para Diego e continuaram: “Sofia Martins, você aceita Diego e Henrique Cardoso como seu legítimo esposo para amá-lo e respeitá-lo na alegria e na tristeza, na saúde e na doença pelo resto de sua vida?” Sofia olhou para Diego, para aquele homem que confessou sentimentos de três anos, que ofereceu vingança, que a tratou com mais respeito em um dia do que Lucas em tr anos. “Sim, eu aceito”, murmúrios de choque. Alguns aplausos
tímidos. Diego Henrique Cardoso, você aceita Sofia Martins como sua legítima esposa para amá-la e respeitá-la na alegria e na tristeza, na saúde e na doença pelo resto de sua vida? Diego não tirou os olhos dela? Sim, aceito, completamente.
Então, pelo poder que me foi conferido por Deus e pela igreja, eu os declaro marido e mulher. O noivo pode beijar a noiva. Diego levantou o vel de Sofia com delicadeza. Seus rostos estavam a centímetros. Sofia podia ver cada detalhe dos olhos verdes dele. Podia sentir o calor, a intensidade. “Obrigado”, ele sussurrou só para ela ouvir. “Por me dar essa chance.
” e ele a beijou. Não foi um beijo casto de casamento, foi um beijo de reivindicação, de promessa, de algo real crescendo em meio ao caos. Quando se separaram, metade da igreja estava aplaudindo, a outra metade ainda estava em choque. Lucas estava sendo arrastado para fora pelos seguranças, berrando ameaças.
Mariana tinha desaparecido e Sofia estava oficialmente casada com Diego Cardoso, seu salvador, seu Vingador e talvez algo mais. A recepção aconteceria no Infinity Blue Resort, o hotel cinco estrelas mais luxuoso da Barra Sul. Diego havia mantido a reserva apenas trocando o nome de Lucas pelo dele em todos os documentos. Dos 150 convidados originais, 50 permaneceram.
Os outros, chocados ou desconfortáveis, foram embora. Mas os que ficaram foram os que importavam: amigos leais de Sofia, funcionários fiéis da Cardoso em filhos e curiosos que queriam ver o desenrolar do maior escândalo do ano em Balneário Camboriu. O salão estava deslumbrante, pé direito alto, lustres de cristal, decoração branca e dourada, vista panorâmica para o mar através das enormes janelas de vidro.
A mesa dos noivos estava posicionada estrategicamente para ter a melhor vista do pô do sol. Sofia entrou de braços dados com Diego. Alguns aplaudiram, outros sussurraram, mas todos os olhares estavam neles. Respira. Diego sussurrou no ouvido dela. A parte mais difícil já passou. Você acha? Sofia murmurou de volta. Não. Ele sorriu de canto, mas quis ser gentil. Sofia riu, um riso genuíno, e percebeu que era a primeira vez que ria desde que descobriu a traição.
Eles sentaram na mesa principal. O DJ anunciou: “Primeira dança dos noivos”. A música começou A Thousand Years de Christina Perry, a mesma que tocou na entrada dela na igreja. Diego a guiou até o centro do salão, colocou a mão na cintura dela, entrelaçou os dedos da outra mão com os dela. “Eu não danço bem”, ele admitiu baixinho. “Nem eu.” Sofia sorriu. “Então vamos ser ruins juntos.
” Eles começaram a dançar devagar, desajeitados no início, mas aos poucos encontrando um ritmo. Sofia estava hipercciente de cada ponto de contato. A mão dele quente na sua cintura, os dedos entrelaçados, a proximidade dos corpos. “Você está bem?”, Diego perguntou, os olhos verdes estudando o rosto dela. “Não sei o que estou”, Sofia admitiu. “Há 12 horas atrás, eu ia casar com seu irmão.
Agora estou casada com você. Meu cérebro ainda está processando. Arrependida, Sofia pensou. Deveria estar. Era absolutamente insano. Mas quando olhou nos olhos de Diego, viu algo que nunca viu nos de Lucas. Sinceridade. Não. Estou aliviada e assustada e confusa, mas não arrependida. Bom, Diego girou ela suavemente.
Porque agora você está presa comigo, senora Cardoso? Que horas são? Sofia perguntou de repente. 18:20. Por quê? Há 12 horas atrás, eu estava descobrindo a traição e agora ela olhou ao redor para a festa, para as pessoas, para o marido. Agora estou em um lugar completamente diferente. Com uma pessoa completamente diferente. É surreal. A música terminou. Alguns aplausos. Diego a guiou de volta à mesa.
O jantar foi servido. Salmão ao molho de maracujá, risoto de aspargos, sobremesa de frutas vermelhas. Sofia comia mecanicamente, ainda em modo automático. Seu celular, que estava silenciado na bolsa, vibrava sem parar. “Pode checar”, Diego disse, notando o olhar dela para a bolsa. “Eu entendo.” Sofia pegou o celular.
73 notificações. Lucas, 45 ligações perdidas. Mariana, 15 ligações perdidas, 23 mensagens. Sofia abriu as mensagens de Mariana. Sofia, pelo amor de Deus, me liga. Eu posso explicar? Não foi o que você pensou. Por favor, a gente precisa conversar. Você está destruindo minha vida. Perdi 40.
000 seguidores por sua causa. Você é uma Sofia bloqueou o número sem responder. As mensagens de Lucas eram piores. Você é uma traidora. Meu próprio irmão, você vai se arrepender. Eu vou contar para todo mundo que você é uma Diego pegou o celular da mão dela suavemente, leu as mensagens e seu rosto ficou de pedra. Ele está ameaçando você.
Está, mas são só palavras. Palavras machucam. Diego digitou algo rápido no próprio celular. Pronto, acabo de mandar para meu advogado. Se Lucas te ameaçar de novo, vamos entrar com medida protetiva. Sofia o olhou surpresa. Você faria isso, Sofia? Diego se virou completamente para ela. Você é minha esposa agora.
Mesmo que seja temporário, mesmo que seja só vingança, enquanto você usar meu sobrenome, ninguém vai tocar em você. Ninguém. Havia uma intensidade protetora ali que fez o coração de Sofia acelerar. 21 horas. A festa estava animada. Alguns amigos de Sofia faziam discursos emocionados sobre como ela merecia alguém melhor. Patrícia, já um pouco alegre de champanhe, fez um brinde ao chefe, que finalmente encontrou algo mais importante que planilhas, risadas.
Diego, constrangido, mas sorrindo, levantou a taça. Quando a festa começou a esvaziar, Diego se aproximou de Sofia. Precisamos ir. Ir para onde? Suíte presidencial está reservada para a noite de Núcias. O estômago de Sofia deu um nó. Noite de Núcias. Eles estavam casados oficialmente. E agora? O quê? Diego percebeu o pânico no rosto dela.
Hei! Ele tocou o braço dela suavemente, sem pressão. A suí tem dois quartos. Você dorme onde quiser, sozinha, se preferir. Isso não é real, lembra? É só para manter as aparências. Mas a forma como ele dizia não é real so triste. Eles se despediram dos convidados e foram para o elevador privativo que levava a suí presidencial no último andar.
No silêncio do elevador, Sofia arriscou um olhar para Diego. Ele estava cansado. Tinha olheiras discretas. O cabelo, antes perfeitamente penteado, estava levemente bagunçado, mas ele ainda era bonito, porque ela nunca tinha notado como Diego era bonito. O elevador abriu direto na suí e Sofia esqueceu de respirar.
A suí presidencial do Infinity Blue Resort era obscena de luxuosa, sala de estar com sofás de couro branco, home theater, bar completo, dois quartos com camas kingsize, banheiro com banheira de hidromassagem e chuveiro a vapor e uma varanda enorme com jacuzzi, espreguiçadeiras e vista privilegiada para o mar iluminado pela lua cheia.
“Meu Deus!”, Sofia sussurrou ainda na entrada. Diego entrou, tirou o palitó e jogou no sofá. Soltou a gravata, abriu os dois primeiros botões da camisa, passou a mão pelo cabelo, bagunçando ainda mais. Preciso de uma bebida. Ele foi até o bar, serviu um whisky, dose dupla virou de uma vez, serviu outro. Sofia o observava.
Havia uma tensão nele que não estava ali antes. Diego, você está bem? Ele deu uma risada amarga. Acabei de casar com a ex-noiva do meu irmão em um esquema de vingança. Meu pai provavelmente vai me deserdar. Minha mãe já ligou sete vezes e eu tenho a mulher mais linda que já vi na minha vida aqui, usando aliança minha, mas não posso tocá-la. Então, sim, estou ótimo. O sarcasmo era palpável. Sofia se aproximou devagar.
Você se arrepende? Diego virou bruscamente. O quê? Não, não, Sofia, eu não. Ele parou, respirou fundo, se recompôs. Desculpa, hoje foi intenso para nós dois, mas eu não me arrependo. Nenhum segundo. Então, por que você parece tão angustiado? Diego riu de novo, mas era um riso sem humor. Ele se serviu de outro whisky. Porque eu passei três anos te desejando de longe.
Três anos fantasiando sobre como seria ter você. E agora você está aqui, oficialmente, minha esposa, usando um vestido de noiva que foi feito para você casar com outro homem. E eu preciso ser o cavalheiro e não tocar em você, porque sei que você ainda está processando, ainda está machucada, ainda não me vê dessa forma.
Ele virou o whisky de uma vez. É tortura, Sofia. É a mais doce e mais cruel tortura. O silêncio que se seguiu foi pesado, carregado. Sofia sentia o coração batendo forte. As palavras dele ecoavam na mente dela. Desejo: 3 anos. Fantasia. E se parou, reunindo coragem. E se eu quisesse que você tocasse em mim? Diego congelou, o copo ainda na mão. Não brinque com isso, ele disse a voz rouca. Por favor, não brinque. Eu não estou brincando.
Sofia se aproximou. Diego, você fez mais por mim hoje do que Lucas fez em três anos. Você me respeitou, me protegeu, me deu poder de volta e eu quero agradecer. Não. Diego balançou a cabeça, colocou o copo na mesa. Não dessa forma. Você está vulnerável, está buscando conforto, amanhã vai se arrepender.
Você não sabe o que eu vou sentir amanhã, mas eu sei que você passou por um trauma ontem e eu não vou me aproveitar disso. Sofia sentiu algo aquecer no peito. Ele estava sendo honrado. Mesmo desejando, ele estava pensando nela primeiro. Ok. Ela recuou. Você está certo. Mas posso pedir uma coisa? Qualquer coisa. Não durma no sofá. Durma comigo. Só durma.
Me abrace, porque eu não quero ficar sozinha esta noite. Diego a olhou por um longo momento. Você tem certeza? Tenho. 30 minutos depois, os dois estavam deitados na cama king do quarto principal. Sofia tinha trocado o vestido de noiva por uma camisola simples que havia comprado para a lua de mel.
Diego estava de calça de moletom e camiseta. Havia um espaço respeitoso entre eles. Diego, sim. Obrigada por tudo, de verdade. Para de me agradecer. Eu fiz isso por mim também, lembra? Mesmo assim. Silêncio confortável, o som das ondas entrando pela janela aberta. Sofia. Sim, posso? Posso te abraçar? Sofia se virou para ele. Mesmo na penumbra, ela podia ver os olhos verdes dele brilhando. Sim.
Diego se aproximou devagar, como se ela fosse algo frágil. passou um braço por baixo do pescoço dela, puxou ela de encontro ao peito. A outra mão descansou na cintura dela. Sofia encaixou perfeitamente ali. Podia sentir o calor do corpo dele, ouvir os batimentos do coração, sentir o cheiro do perfume caro.
E pela primeira vez, desde que o mundo desmoronou, ela se sentiu segura. “Boa noite, Sofia Cardoso”, Diego sussurrou. Boa noite, Diego Cardoso. Ela adormeceu em minutos, embalada pela respiração constante dele. Diego ficou acordado por horas, apenas segurando-a maravilhado com o fato de que ela estava ali, de que era sua esposa, mesmo que por vingança.
Ele tinha se apaixonado de verdade e não fazia ideia do que fazer com isso. Sofia acordou com o sol entrando suave pela janela. Levou alguns segundos para lembrar onde estava e então tudo voltou de uma vez. O casamento. Diego, a vingança. Ela ainda estava nos braços dele. Diego dormia profundamente, o rosto relaxado de um jeito que ela nunca tinha visto.
Sem a máscara de Se, sem a tensão constante, apenas Diego. Ela se permitiu observá-lo por alguns minutos. As linhas fortes do maxilar, os cílios escuros, a respiração suave, como ela nunca tinha notado como ele era atraente. Diego se mexeu, abriu os olhos devagar. Quando viu Sofia olhando para ele, sorriu. Bom dia.
Bom dia. Eles ficaram assim por um momento, apenas olhando um para o outro. Havia uma intimidade estranha ali, como se tivessem feito aquilo mil vezes antes. O celular de Diego tocou, quebrando o momento. Ele resmungou. pegou o aparelho. É meu pai. Provavelmente quer minha cabeça em uma bandeja. Ele atendeu, colocou no viva voz. Alô, pai.
Diego Henrique Cardoso. A voz de Sr. Henrique trovejou pelo telefone. Você vai vir almoçar em casa hoje às 2as da tarde e vai trazer sua sua esposa. Diego completou calmamente. A palavra é esposa. Pai, eu sei qual é a maldita palavra. Duas horas. Não se atrase. Ele desligou. Diego olhou para Sofia, preparada para enfrentar a família. Sofia respirou fundo.
Não, mas vou mesmo assim. Meio-dia. Diego levou Sofia de volta ao apartamento dela para ela pegar roupas. Quando entraram, tudo estava como Sofia tinha deixado. O celular de Lucas ainda na mesa, a pizza fria no balcão, os lenços usados espalhados pelo chão. As lembranças da noite de sexta voltaram como um tapa.
Hei! Diego! Segurou o rosto dela com as duas mãos, forçando ela a olhar para ele. Aquilo acabou. Ele não pode mais te machucar, você entende? Sofia assentiu, mas as lágrimas ameaçavam cair. Vamos fazer o seguinte, Diego decidiu. Você pega o que precisa. Amanhã a gente contrata uma empresa de mudança e traz tudo para a minha cobertura. Você não precisa ficar nesse lugar com essas memórias.
Sua cobertura? Bem-vinda ao casamento de verdade. Ele sorriu de canto. Vamos morar juntos. 14 horas em ponto, eles estacionaram na frente da mansão dos Cardoso. Era uma construção imponente em condomínio fechado de alto padrão com vista para o morro.
Jardins impecáveis, garagem para seis carros, piscina com raia. Última chance de fugir. Diego brincou, mas Sofia viu a tensão real no rosto dele. Vamos juntos. Ela segurou a mão dele. O que acontecer, a gente enfrenta juntos. Diego apertou a mão dela com força. Eles entraram. A família estava reunida na sala de jantar. Senor Henrique na cabeceira, cara fechada.
Vera ao lado dele, olhos vermelhos de chorar. Tia Helena, primo Rafael e mais alguns parentes. Lucas não estava presente. “Sentem-se”, Sr. Henrique comandou. Diego puxou a cadeira para Sofia, depois sentou ao lado dela. Eles estavam de mãos dadas por baixo da mesa. O silêncio era insurdecedor. “Vocês destroçaram esta família?” Vera finalmente falou a voz embargada. Destroçaram. “Não, mãe.
” Diego respondeu firme, mas respeitoso. Lucas destroçou esta família quando decidiu trair uma mulher boa, honesta, que o amava de verdade. Eu apenas oferecia a ela uma saída digna. Casando escondido. Sr. Henrique bateu a mão na mesa, usando a igreja que estava preparada para seu irmão. Pai. Diego tentou. Não me interrompe. Henrique se levantou apoiado na bengala.
Você é o CEO da empresa, o filho responsável, e você faz essa palhaçada? Com todo o respeito. Sofia falou pela primeira vez, a voz tremendo, mas firme. Não é palhaçada. Todos os olhares se voltaram para ela. Senr Henrique, senora Vera, eu passei três anos frequentando esta casa. Fui educada, respeitosa, tentei ser parte desta família e durante todo esse tempo, Lucas me traía com minha melhor amiga. Ele ria de mim, chamava-me de idiota.
Planejava usar o casamento apenas para receber a herança da família e depois divorciar. Ela respirou fundo, as mãos tremendo. Eu tenho as provas todas. seis meses de mensagens e quando descobri estava destruída, quebrada. E Diego, Diego me ofereceu dignidade, me ofereceu a chance de não ser a vítima, me ofereceu respeito. Ela olhou para Diego, depois de volta para a família.
Se vocês querem culpar alguém, culpem Lucas. Ele fez isso. Não nós. O silêncio que se seguiu foi diferente, menos hostil, mas pensativo. Tia Helena se levantou, foi até Sofia. e a abraçou. Bem-vinda à família, querida. De verdade, desta vez Vera deixou escapar um soluço, saiu da sala correndo. Sr.
Henrique ficou olhando para Diego por um longo momento, então devagar assentiu. “Você ama essa mulher?”, ele perguntou. Diego olhou para Sofia. Ela olhou para ele. Estou aprendendo a amar, pai, pela primeira vez na vida, senhor. Henrique suspirou pesadamente. Então, não destruam isso. Não transformem um casamento de mentira em mais uma tragédia.
Se vão fazer isso, façam direito. Era a bênção mais estranha que Sofia já tinha recebido, mas era uma bênção. O almoço foi tenso, mas menos hostil do que esperavam. Tia Helena conversava animadamente com Sofia sobre decoração da cobertura de Diego. Primo Rafael, advogado perspicaz, já planejava como blindar o casal de qualquer tentativa de Lucas de contestar o casamento.
Ele pode tentar alegar coersão Rafael explicou comendo o risoto. Mas com as mensagens que você tem, Sofia, qualquer juiz vai ver que você tinha motivos de sobra para cancelar o casamento anterior. Sr. Henrique comia em silêncio, observando a interação entre Diego e Sofia. Como Diego instintivamente servia água para ela, como Sofia sorria quando ele falava. Havia algo ali crescendo, algo real.
“E Lucas?” Diego perguntou onde ele está? Mandei ele para o apartamento da praia em Itapema. Sr. Henrique respondeu: “Precisa de tempo para pensar, para crescer. Aos 28 anos, está na hora de parar de ser criança. Ele está furioso. Vera entrou na sala de jantar, os olhos ainda vermelhos, mas composta. Ligou cinco vezes hoje, ameaçando processar vocês. Que processe, Diego disse calmamente. Vai perder.
Vera se sentou, olhou para Sofia longamente. Você sempre foi boa demais para ele. Ela admitiu a voz carregada de emoção. Eu vi, sempre vi, mas ele é meu filho, então eu eu não quis ver, mas você merecia melhor. E Diego? Ela olhou para o filho mais velho com orgulho. Diego sempre foi o mais honrado.
Era o mais próximo de um pedido de desculpas que ela conseguiria dar. Sofia aceitou com um aceno de cabeça. Depois do almoço, Diego levou Sofia para a cobertura dele. Era no edifício Imperador, um dos prédios mais luxuosos da Avenida Atlântica. Cobertura triplex, 300 m², terraço com piscina privativa, vista 360º de balneário Camboriu. É aqui que você mora, Sofia estava boca e aberta.
É onde eu moro, mas agora é onde nós moramos. Sofia caminhou devagar pela sala enorme, pé direito duplo, decoração moderna em tons de cinza e branco, obras de arte originais nas paredes, home theater, escritório, academia privativa. Há quanto tempo você mora aqui? 5 anos. Desde que a empresa decolou de verdade.
É lindo, mas Sofia parou na varanda olhando o mar. É vazio. Diego se aproximou. Como assim? Não tem fotos de família, não tem bagunça, não tem vida. Parece um showroom. Diego Rio Baixinho. Bem observado. É porque eu nunca tive tempo de viver aqui de verdade. Eu durmo, tomo banho e vou trabalhar. É só isso. Sofia se virou para ele.
Isso precisa mudar. Precisa? Se vamos fingir ser casados, precisamos fingir direito. Fotos de casamento na sala, minhas coisas espalhadas, toalhas cor- de rosa no banheiro, tudo que faz uma casa parecer que tem um casal morando. Diego sorriu. Toalhas cor de-deosa. Rosa, claro, romântico. Sofia corou. Eu sempre quis. Ela parou constrangida.
Sempre quis o quê? Diego insistiu gentilmente. Sempre quis ter uma casa de verdade com alguém, não só morar junto, mas ter uma casa com pequenos rituais, café da manhã juntos, discussões sobre qual série assistir, brigas bobas sobre quem vai lavar a louça. Sua voz estava carregada de tristeza. Lucas nunca quis isso.
Ele queria só aparecer, dormir e ir embora de manhã cedo. Diego pegou a mão dela. Então vamos fazer isso. Vamos ter café da manhã juntos. Vamos brigar sobre séries. Eu até lavo a louça, se você quiser. Sofia riu através das lágrimas que ameaçavam cair. Por que por você está fazendo tudo isso? Por Diego hesitou, depois decidiu ser completamente honesto.
Porque estou me apaixonando por você, de verdade? E eu sei que começou como vingança, mas Sofia, isso se tornou real para mim, muito real. O coração de Sofia disparou. Diego, eu sei que é cedo. Sei que você ainda está processando, mas eu precisava que você soubesse. Estou nisso de verdade. E se você decidir daqui seis meses ou um ano que quero o divórcio, tudo bem.
Mas enquanto você estiver aqui, eu vou te tratar como você sempre mereceu ser tratada. Sofia não sabia o que dizer, então fez a única coisa que fazia sentido. Ela o beijou. O beijo foi diferente do da igreja. Não era para show, não era para a plateia, era para eles. Diego a puxou para perto, aprofundando o beijo, as mãos dele na cintura dela, respeitosas, mas firmes, as mãos dela nos ombros dele, segurando como se ele fosse a única coisa sólida no mundo. Quando se separaram, ambos estavam ofegantes.
Isso foi, Diego começou. Real, Sofia completou. Foi real. Eles ficaram assim por um momento, testas encostadas. respirações se misturando. “Vamos devagar?”, Diego perguntou. “Sim, devagar, mas juntos.” E pela primeira vez, desde que tudo começou, Sofia sentiu que estava exatamente onde deveria estar. Naquela noite, eles dormiram abraçados de novo, mas dessa vez não era conforto por dor.
Era o começo de algo novo, algo assustador, algo real e talvez, apenas talvez algo que durasse para sempre. Três meses depois, a cobertura estava completamente diferente. Fotos emolduradas na sala, uma do casamento. Diego beijando Sofia no altar, uma da família no almoço de domingo, uma dos dois rindo em um piquenique no parque.
A varanda agora tinha plantas, Sofia havia insistido. Vas suculentas, orquídeas, até uma pequena horta de temperos. As prateleiras, que antes só tinham livros de negócios, agora tinham bestsellers românticos de Sofia misturados. O banheiro tinha toalhas rosa claro, a geladeira tinha bilhetes grudados com ímãs. Amor, almocei no trabalho.
Tem marmita na geladeira para você. Te amo, S. Chego tarde hoje. Reunião às 8 pm. Não me espera acordada. D. A casa tinha vida. Sofia estava na cozinha quando Diego chegou do trabalho. Eram 19 horas. Ele estava cansado, mas sorriu ao ver a cena.
Ela descalça, usando uma camiseta dele que era enorme nela, dançando enquanto mexia algo no fogão. “Está fazendo o quê?”, ele perguntou, abraçando ela por trás, tentando fazer o risoto que sua avó ensinou. “Não está ficando bom.” Diego deu uma risada, descansou o queixo no ombro dela. Está cheirando ótimo. Você sempre diz isso porque é sempre verdade. Sofia se virou nos braços dele, deixou um beijo rápido nos lábios dele.
Como foi o dia? Longo, entediante. Só ficou bom agora. Ela sorriu. Aquele sorriso que ainda fazia o coração de Diego dar cambalhotas. Eles jantaram juntos rindo de alguma besteira que aconteceu na escola de Sofia. Ela contava sobre os alunos com tanto amor que Diego percebia porque ela amava o trabalho. Ah, Sofia lembrou de repente.
A Mariana apostou nas redes hoje. O clima ficou tenso. Eles evitavam o assunto, mas às vezes era inevitável. O que ela postou? Um textão sobre perdão, amadurecimento, erros do passado. Perdeu mais 10.000 seguidores. Os comentários estão massacrando ela. Diego pegou a mão de Sofia. E você, como se sente com isso?”, Sofia pensou.
Há três meses, ela teria sentido raiva, dor, satisfação com a queda de Mariana, mas agora sinto pena. Ela destruiu a própria vida por causa de um homem que nunca valeu a pena. Você a perdoa? Não sei. Talvez um dia, mas não preciso perdoar para seguir em frente. Eu já segui em frente. Ela apertou a mão dele. Eu tenho você agora. Depois do jantar, eles foram para a varanda.
Ficaram abraçados na espreguiçadeira, olhando o céu estrelado. Sofia. Hum, você é feliz? Ela se virou para olhar para ele. Por que, pergunta? Porque isso aqui começou como vingança, como uma farsa. E eu preciso saber. Você é feliz de verdade ou está só mantendo as aparências? Sofia se ajeitou, sentou de frente para ele. Diego, nas primeiras semanas eu estava confusa.
Não sabia diferenciar gratidão de amor. Não sabia se estava aqui porque queria ou porque tinha medo de ficar sozinha. Mas agora ela tocou o rosto dele com as duas mãos. Agora eu acordo e a primeira coisa que penso é: Ele vai estar aqui quando eu abrir os olhos. Eu sorrio quando você manda mensagem do trabalho.
Eu conto as horas para você chegar em casa. Eu Sua voz falhou emocionada. Eu me apaixonei por você, Diego, de verdade, completamente. Os olhos verdes dele ficaram marejados. Eu te amo ela disse pela primeira vez. E não é gratidão, não é conforto, é amor do tipo que eu nunca senti antes. Nem com Lucas. Isso. Você é real. Diego a puxou para um beijo. Um beijo profundo, cheio de emoção, de promessa, de futuro.
Quando se separaram, ele sussurrou contra os lábios dela. Eu te amo desde o primeiro dia que te vi na churrascaria e vou te amar até o último dia da minha vida. Seis meses depois do casamento. Sofia estava nervosa, muito nervosa. Ela tinha ido ao médico de manhã para confirmar e agora segurava o envelope com os resultados, esperando Diego chegar em casa. Quando ele entrou, foi direto para ela. O que aconteceu? Você mandou mensagem urgente.
Sofia respirou fundo, entregou o envelope. Diego abriu, leu, releu, olhou para ela com olhos arregalados. Você está grávida? Sim. Diego ficou em silêncio por 5 segundos que pareceram eternos e então ele a pegou no colo, girou ela no ar, rindo e chorando ao mesmo tempo. “Vamos ter um bebê. Vamos ter um bebê.
” Sofia ria e chorava junto. Vamos. Mas, Diego, isso significa que que isso é real, completamente real. E eu não quero divórcio. Nunca quis. Eu quero você. Eu quero esse bebê. Eu quero nossa família. Eu também. Sofia encostou a testa na dele. Mas e se começarmos de novo? Do jeito certo? Como assim? Renova votos comigo, não por vingança, não por show, mas porque a gente se ama de verdade.
Diego sorriu. Onde, Veneza, você sempre disse que ia me levar lá. Então, Veneza será só nós dois, o bebê e o amor. Epílogo. Um ano depois. A praia dos amores estava linda no fim de tarde. Sofia e Diego caminhavam descalços na areia de mãos dadas. Ela estava com seis meses de gravidez, a barriga redonda visível sob o vestido leve. “Você se arrepende?”, Diego perguntou de repente.
Sofia riu. De novo essa pergunta? O mor. Ela parou, fez ele parar também. Lucas me fez um favor, me livrou de uma vida infeliz. Me entregou você e você. Você me mostrou o que é amor de verdade. Diego tirou uma caixinha pequena do bolso. Sofia arregalou os olhos. Eu sei que já somos casados. Mas eu quero fazer certo. Ele abriu a caixinha.
Dentro uma aliança nova com uma inscrição. Quando a vingança vira amor. DNS. Sofia Cardoso. Você renova seus votos comigo? Não por vingança, não por show, mas porque me ama. Sofia estava chorando, rindo, as mãos tremendo. Sim, mil vezes sim. Ele colocou a aliança nela, depois pegou a dele, idêntica. Então, na frente do mar, do céu e do nosso bebê, eu renovo.
Eu te amo para sempre. Eu te amo para sempre. Eles se beijaram enquanto o sol se punha no horizonte, pintando o céu de tons de laranja, rosa e violeta. E Sofia pensou: “Às vezes, o fim de um sonho é o começo de algo muito melhor. Às vezes, a vingança se transforma no maior amor da sua vida.
E às vezes o irmão do vilão é, na verdade, o herói da história.
News
End of content
No more pages to load






