E se no dia mais importante da sua vida você descobrisse que estava cometendo o maior erro? Hoje você vai conhecer Mia, uma mulher que teve coragem de fugir do próprio casamento e descobriu que o destino tinha planos muito mais intensos para ela. Uma história de escolhas impossíveis, paixão proibida e recomeços.
Me conta aqui nos comentários de onde você está assistindo, qual cidade, qual estado? E se você está gostando dessa história, não esquece de se inscrever no canal e deixar aquele like para me ajudar a continuar trazendo narrativas envolventes como esta. Agora aperta o play que a história da noiva fugitiva está apenas começando.
O órgão ecoava pelas paredes da igreja de Santo Antônio com uma solenidade que parecia sugar o ar dos pulmões de Mia. Ela estava parada diante do altar, o vestido de renda francesa pesando sobre seus ombros. como uma armadura que ela nunca pediu para vestir. O buquê de rosas brancas tremia em suas mãos suadas e ela tentava focar na respiração, mas cada inalação parecia insuficiente.
Marcus Blackwell estava ao seu lado, impecável em seu smoking italiano. Seu rosto era uma máscara de satisfação contida, os olhos azuis gelados fixos no padre, como se estivesse fechando mais um negócio lucrativo. E era exatamente isso. pensou com um aperto no peito. Aquilo não era um casamento, era uma transação.
Mia Valentina Torres, a voz do padre reverberou pela igreja lotada. Aceita Marcos Blackwell como seu legítimo esposo para amá-lo e respeitá-lo na alegria e na tristeza, na saúde e na doença, até que a morte o separe. O silêncio que se seguiu foi ensurdecedor. Mia podia sentir 300 pares de olhos cravados em suas costas.
Sua mãe na primeira fileira, com aquele sorriso tenso que mal disfarçava o desespero financeiro. Seu pai, com o rosto envelhecido prematuramente pelo estresse dos negócios falidos. E Marcos, Marcos apertou sutilmente seu cotovelo, um gesto que para os convidados pareceria carinho, mas que ela conhecia como advertência. Eu A palavra saiu estrangulada de sua garganta. Foi então que aconteceu.
Como uma represa se rompendo, todas as emoções que Mia havia suprimido nos últimos seis meses explodiram de uma vez. O vestido apertado sufocando sua pele, o perfume enjoativo das flores misturado com o cheiro de velas e madeira antiga, as expectativas esmagadoras, a sensação de estar vendendo sua alma para salvar uma família que a usava como moeda de troca. Seus dedos se abriram.
O buquê caiu no chão de mármore com um baque suave que pareceu ecoar pela igreja inteira. “Eu não posso”, ela sussurrou. “O que você disse?” Marcos virou-se para ela, os olhos se estreitando perigosamente. “Eu não posso dessa vez?” Sua voz saiu alta, clara, libertadora. Ela deu um passo para trás, tropeçando na barra do vestido. “Eu não posso fazer isso.
” O murmúrio se espalhou pela igreja como fogo em palha seca. Sua mãe levantou-se, o rosto pálido. Seu pai parecia congelado. Marcos deu um passo em sua direção, a mão estendida, mas algo no olhar de Mia o fez parar. “Não me toque”, ela disse, a voz tremendo, mas firme. “Não, eu não posso casar com você”.
E então ela correu, pegou a barra do vestido com ambas as mãos e correu pelo corredor central, os saltos altos repicando no mármore, como batidas de tambor anunciando sua rebelião. Os convidados se levantaram chocados. Alguns tentaram segurá-la, mas ela se esquivou, impulsionada por uma adrenalina que não sabia que possuía. “Mia! Volte aqui agora!” A voz de Marcos ecoou atrás dela, mas ela já havia atravessado as portas duplas da igreja.
A noite de inverno a recebeu com um abraço gelado. Mia desceu os degraus de pedra correndo, quase caindo. O vé se soltando e ficando para trás como um fantasma de seda. Ela não olhou para trás, não podia. A rua estava deserta, exceto pelos carros estacionados dos convidados. Ela correu sem direção, apenas querendo distância, querendo ar, querendo liberdade.
Seus pulmões ardiam, os pés doíam, mas ela continuou correndo pela calçada mal iluminada, o vestido se rasgando nos arbustos, as lágrimas finalmente caindo livres. Foi quando seu salto quebrou. Mia tropeçou e caiu de joelhos no asfalto áspero, as mãos ralando no chão. A dor física foi quase bem-vinda, um contraste tangível com a dor emocional que a dilacerava por dentro.
Ela ficou ali ajoelhada na rua escura, soluçando o vestido de noiva espalhado ao seu redor, como as asas quebradas de um anjo caído. “O que eu fiz?”, Ela sussurrou para si mesma, a realidade começando a se infiltrar através da névoa da adrenalina. O que eu acabei de fazer foi então que ela ouviu, um rugido grave de motor se aproximando.
Ela levantou a cabeça, as lágrimas embaçando sua visão e viu uma motocicleta negra parando a poucos metros dela. O piloto usava jaqueta de couro e capacete com viseira escura. Impossível ver seu rosto. Por um momento, eles apenas se olharam, ou pelo menos Mia sentiu que estava sendo observada. O motor da moto roncava baixo, como um animal esperando.
Então o motociclista tirou o capacete, me apiscou tentando focar através das lágrimas. Ele era jovem, talvez no início dos 30, com cabelos escuros, ligeiramente bagunçados e uma mandíbula forte coberta por uma barba por fazer. Mas eram os olhos que aprenderam, intensos, cor de com uma profundidade que sugeria alguém que conhecia suas próprias tempestades internas. “Você está bem?”, ele perguntou. A voz profunda, mas gentil.
Mia soltou uma risada que era metade soluço. “Eu acabei de fugir do meu próprio casamento, então não, definitivamente não estou bem.” Ele desceu da moto com movimentos fluidos e se aproximou, mantendo uma distância respeitosa.
“Precisa de carona? Você não deveria oferecer carona para uma noiva fugitiva ensanguentada na rua?”, Mia disse, limpando as lágrimas do rosto e deixando manchas de rímel. “Eu posso ser louca.” Um sorriso tocou os lábios dele. “Talvez eu também seja”. Mia olhou para trás para a direção da igreja. Podia ouvir vozes distantes, pessoas procurando por ela. Marcos provavelmente já estava organizando uma busca. Sua família devia estar em pânico.
Em poucas horas, aquilo estaria em todos os tabloides. Ela olhou de volta para o estranho misterioso, com sua moto negra e olhos de ôm. “Qual seu nome?”, ela perguntou. “Dante”, ele respondeu simplesmente. “E o seu?” ” Mia?”, ela hesitou apenas um segundo antes de decidir. “E sim, eu preciso muito de uma carona.” Dante pegou um capacete extra do compartimento da moto e o estendeu para ela.
Quando seus dedos se tocaram, Mia sentiu uma centelha elétrica percorrer seu braço. Ela prendeu a respiração e, pelos olhos dele, soube que ele tinha sentido também. Segure firme”, ele disse, subindo na moto. Mia levantou a barra rasgada do vestido, revelando as pernas arranhadas, e subiu atrás dele.
Suas mãos encontraram a cintura dele, sentindo os músculos firmes sob a jaqueta de couro. O motor rugiu e eles partiram, deixando para trás a igreja iluminada, os convidados confusos e a vida que Mia deveria ter vivido. Enquanto o vento cortava seu rosto e a cidade se transformava em borrões de luz, ela fechou os olhos e, pela primeira vez em meses, sentiu algo além de medo e desespero.
Ela sentiu liberdade. Dante não fez perguntas durante os primeiros 20 minutos. Ele apenas dirigiu, levando-os para longe do centro da cidade, subindo colinas sinuosas que Mia não reconhecia. Ela manteve os braços ao redor da cintura dele, o rosto protegido pela jaqueta de couro que cheirava a ment e algo indefinível, masculino, reconfortante.
A moto finalmente diminuiu a velocidade e parou em um mirante no alto de uma colina. Dali, a cidade se estendia abaixo deles como um mar de luzes piscantes, pequena e distante o suficiente para parecer irreal. Dante desligou o motor e desceu, oferecendo a mão para ajudá-la. Mia a aceitou, seus dedos ainda tremendo. “Este é meu lugar favorito”, ele disse, tirando o capacete e passando a mão pelos cabelos.
Quando preciso pensar, eu venho aqui. Mia desceu com dificuldade, o vestido agora uma bagunça de tecido rasgado e sujo. Ela tirou o capacete e respirou fundo o ar frio da noite. Daqui parecia que seus problemas eram apenas mais luzes piscando lá embaixo. É lindo? Ela admitiu, abraçando a si mesma contra o frio.
Sem dizer nada, Dante tirou sua jaqueta de couro e a colocou sobre os ombros dela. O gesto foi tão natural, tão cavalheiresco, que Mia sentiu lágrimas ameaçando voltar. “Obrigada”, ela sussurrou. “Por tudo você não tinha que eu sei.” Ele se encostou na moto, os braços cruzados sobre a camisa preta que agora usava. Mas algo me disse que você precisava de um resgate.
Ou eu sou uma noiva fugitiva que vai te meter em problemas. Mia tentou sorrir, mas saiu torto. Problemas eu já tenho o suficiente, Dante disse com um meio sorriso. Mais um não vai fazer diferença. Eles ficaram em silêncio confortável por alguns momentos, apenas observando a cidade.
Finalmente, Dante falou: “Você está com fome?” Mia piscou, percebendo que não comia desde o café da manhã. Com todos os preparativos do casamento e os nervos, tinha esquecido completamente. Na verdade, sim, conheço um lugar. Ele subiu na moto novamente. Nada, chique. Espero que não se importe. Mia olhou para seu vestido de noiva destruído e soltou uma risada genuína.
Acho que chique não é mais minha praia. 20 minutos depois, eles estavam entrando em um pequeno bar chamado Refúgio Noturno, em um bairro que Mia nunca tinha visitado. Música ao vivo vazava pela porta, algo blues, cruo. Dante estacionou e ajudou Mia a descer.
“Você vai entrar assim?”, ela perguntou subitamente consciente de como deviam parecer. Ela em um vestido de noiva destruído, ele em jeans e botas de motoqueiro. Por que não? Dante deu de ombros, os olhos brilhando divertidos. Você acaba de fazer a coisa mais corajosa que eu já vi alguém fazer. Entre com a cabeça erguida. Aquelas palavras fizeram algo em Mia, corajosa. Ninguém nunca tinha a chamado de corajosa, dócil, comportada, obediente, sim, mas corajosa. Ela endireitou os ombros e a sentiu.
O bar estava moderadamente cheio, mas no momento em que eles entraram, algumas cabeças se viraram. Mia sentiu o rubor subir por seu pescoço, mas Dante simplesmente colocou a mão protetora nas costas dela e a guiou para uma mesa nos fundos, longe dos olhares curiosos.
Tony, ele chamou para o barman, um homem de meia idade com uma barriga proeminente e sorriso caloroso. Dois do seu melhor hambúrguer e duas cervejas. Vindo, Tony respondeu, mas não sem antes dar uma olhada curiosa para Mia e seu vestido. Ele abriu um sorriso compreensivo e fez um gesto de positivo. Ele é discreto. Dante assegurou-se sentando.
Todo mundo que vem aqui está fugindo de alguma coisa. Mia se sentou em frente a ele, finalmente tendo a chance de observá-lo direito sob a luz suave do bar. Ele era bonito de uma forma rústica, não polida como Marcos, com seus ternos caros e cabelo perfeitamente penteado. Havia algo genuíno em Dante, uma intensidade que parecia vir de dentro.
Então ela começou brincando nervosamente com a barra da mesa de madeira gasta. Você faz isso com frequência? Resgatar noivas fugitivas. Você é a primeira. Ele admitiu com um sorriso. Geralmente minhas noites de cesta são bem maisediantes. Desculpe por estragar seus planos. Quem disse que estragou? Dante se inclinou para a frente, os olhos ambar fixos nos dela.
Você é de longe a coisa mais interessante que me aconteceu em meses. O coração de Mia pulou uma batida. Havia algo na maneira como ele olhava para ela, não com pena, não com julgamento, mas com genuína curiosidade e interesse. Então Dante continuou: “Por que fugiu, noivo terrível, complicado.” Mia suspirou.
Parte dela queria se abrir completamente, despejar toda a história sórdida de dívidas familiares e casamentos arranjados. Mas outra parte, a parte que estava cansada de ser definida pelos problemas de sua família, queria apenas ser Mia por uma noite. Digamos que eu estava prestes a cometer um erro que não tinha volta. E agora? Agora eu não sei ela admitiu a vulnerabilidade crua em sua voz.
Amanhã vou ter que enfrentar as consequências, mas essa noite, essa noite eu só quero esquecer. Dante assentiu lentamente uma compreensão passando por seus olhos que sugeria que ele também carregava seus próprios fardos. Então, vamos fazer um trato. Essa noite nós dois somos só pessoas que se encontraram.
sem sobrenomes, sem histórias complicadas, sem passado, apenas o presente. Mia sentiu lágrimas picando seus olhos novamente, mas dessa vez, de gratidão. Trato. Tony trouxe os hambúrgueres e cervejas e eles comeram, falando sobre coisas sem importância e tudo ao mesmo tempo. Mia descobriu que Dante adorava física. Não que ele fosse físico, ele esclareceu rapidamente, mas tinha fascínio por como universo funcionava.
Ela contou sobre seu antigo sonho de abrir uma galeria de arte, um sonho que tinha abandonado anos atrás, quando as finanças da família começaram a desmoronar. “Por que desistiu?”, Dante perguntou, tomando um gole de cerveja. “Porque sonhos não pagam contas?” Mia disse automaticamente, depois parou. “Ou pelo menos é o que sempre me disseram.
E você acreditou?” A pergunta a pegou desprevenida. Ela tinha acreditado ou simplesmente tinha se conformado porque era mais fácil do que lutar? Eu não sei mais”, ela respondeu honestamente. A banda no palco pequeno começou a tocar uma música lenta e melódica. Alguns casais se levantaram para dançar no espaço apertado entre as mesas. Dante estendeu a mão.
“Dança comigo? No meu vestido de noiva destruído.” Mia riu, especialmente no seu vestido de noiva destruído. Ela colocou sua mão na dele e ele a conduziu para a pista improvisada. Quando Dante colocou uma mão em sua cintura e a outra entrelaçou com a dela, Mia sentiu como se estivesse despertando de um longo sono.
Eles se moviam juntos com uma facilidade surpreendente, como se já tivessem dançado mil vezes antes. “Você é uma boa dançarina”, Dante murmurou tão perto que ela podia sentir seu hálito quente contra seu rosto. “Aulas de etiqueta obrigatórias”, ela explicou. “Parte do pacote de ser a filha perfeita. Você não parece muito perfeita para mim. Mia se afastou ligeiramente, pronta para se ofender, mas viu o sorriso brincalhão em seus lábios.
“Ai, o que eu pareço, real”, ele disse simplesmente, puxando-a mais perto. Corajosa, viva. Seus rostos estavam a centímetros de distância. Agora, Mia podia ver as pequenas estrias douradas em seus olhos, a pequena cicatriz acima de sua sobrancelha à esquerda. Seu coração batia tão alto que ela tinha certeza de que ele podia ouvir. Tante, ela sussurrou, não sabendo o que queria dizer.
Mia, ele respondeu, e havia tanto peso naquela única palavra, desejo, questionamento, promessa. A música terminou, mas eles não se separaram. Ficaram ali no meio de estranhos, presos em uma bolha de tempo que parecia pertencer apenas a eles. Finalmente, Dante se afastou, mas manteve as mãos em sua cintura. Está tarde. Onde você quer ir? A pergunta prática cortou através da névoa de emoção. Mia não tinha pensado nisso.
Não podia voltar para casa. Não, ainda não estava pronta para enfrentar o caos que tinha deixado para trás. Eu não sei”, ela admitiu, sentindo o pânico começando a se infiltrar novamente. Dante pareceu ler sua expressão. “Eu tenho um apartamento não muito longe daqui. É pequeno, mas tem um sofá confortável.
Você pode ficar lá essa noite, sem strings attached”, ele acrescentou rapidamente. “Apenas um lugar seguro para você processar tudo. Mia sabia que deveria hesitar, que aceitar ir para o apartamento de um estranho era loucura, mas algo nele, algo na maneira como ele olhava para ela com respeito e não predação a fez confiar.
” “OK”, ela disse. “Obrigada”. Eles saíram do bar para a noite fria. Mia subiu na moto atrás dele novamente, seus braços ao redor de sua cintura e deixou a vibração do motor acalmar os pensamentos turbulentos em sua mente. Ela não sabia o que o amanhe traria, não sabia como enfrentaria sua família Marcos a mídia. Mas essa noite, enquanto atravessavam ruas vazias sob um céu estrelado, ela era apenas mia.
E pela primeira vez em muito tempo, isso era suficiente. O apartamento de Dante ficava no 10o andar de um prédio industrial convertido. Não era luxuoso como as propriedades que Mia estava acostumada, mas tinha algo que esses lugares nunca tiveram, personalidade. As paredes de tijolos expostos eram decoradas com fotografias em preto e branco de paisagens urbanas.
Havia livros espalhados por toda parte, alguns empilhados no chão, outros nas prateleiras. improvisadas. Uma guitarra repousava em um canto. “Desculpe a bagunça”, Dante disse, acendendo algumas lâmpadas que iluminaram o espaço com luz suave. “Não estava esperando visita.” “É perfeito,” Mia disse. E era verdade.
Havia algo honesto sobre aquele espaço que a fazia sentir mais à vontade do que em meses. Dante apontou para uma porta. Banheiro, tenho roupas que provavelmente vão ficar grandes em você, mas são melhores que Ele gesticulou para o vestido. Mia olhou para baixo para a ruína de renda e seda que um dia tinha custado R$ 50.000. Bom ponto.
No banheiro, ela se viu no espelho pela primeira vez desde a fuga. Seu cabelo, que tinha sido cuidadosamente penteado em cachos elegantes, estava selvagem e bagunçado. A maquiagem estava borrada, dando-lhe um aspecto de panda chorão. O vestido tinha rasgos e manchas de sujeira e sangue de seus joelhos ralados. Ela parecia um desastre. Ela parecia livre.
Mia tirou o vestido com cuidado, deixando-o cair no chão do banheiro, como uma pele que estava descartando. Embaixo ainda usava a lerryara que sua mãe havia insistido, branca, rendada, apropriada para uma noite de núpcias que nunca aconteceria.
Ela rapidamente a trocou pela camiseta enorme e shorts de moletom que Dante tinha deixado na porta. Quando ela saiu, Dante estava na cozinha pequena preparando café. Ele havia trocado de roupa também. Agora usando apenas uma camiseta cinza desbotada e calças de pijama. Sem as camadas de couro e a atitude de motoqueiro, ele parecia mais jovem, mais acessível. “Café?” Ele ofereceu, “Por favor.
” Eles se sentaram no sofá, uma distância respeitável entre eles, xícaras de café quente aquecendo suas mãos. A sacada do apartamento oferecia uma vista para a cidade e Mia podia ver as primeiras manchas cor- de-osa do amanhecer. começando a atingir o céu. “Já é amanhã”, ela murmurou. “Tecnicamente ainda é hoje.” Dante respondeu: “O amanhã só começa quando você decide que começa. Mia sorriu, apesar de tudo.
Filosofia às 5 da manhã é o melhor horário para filosofia.” Ele tomou um gole do café. Tudo parece menos permanente quando o sol ainda não nasceu. Eu gostaria que fosse verdade, Mia disse, a realidade começando a se infiltrar através da bolha mágica da noite. Minha família deve estar enlouquecendo. Marcos provavelmente já acionou seus advogados. A mídia, ela estremeceu.
A mídia vai ter um dia de campo com isso. A noiva fugitiva, Dante disse, mas não havia zombaria em sua voz. Acho que você acabou de se tornar uma lenda urbana, uma lenda envergonhada ou uma inspiração? Ele contraargumentou. Quantas pessoas têm a coragem de abandonar tudo no último momento porque perceberam que era errado? Mia olhou para ele. Realmente olhou. Você fala como alguém que sabe algo sobre isso.
Sobre deixar coisas para trás. Dante ficou quieto por um momento, olhando para o café em suas mãos. Todos temos nossas prisões”, ele finalmente disse. “Agumas têm barras, outras têm sobrenomes e expectativas. De qual você fugiu?” “Das duas.” Ele encontrou os olhos dela, “Mas ainda estou fugindo. Acho que é por isso que reconheci algo em você essa noite. Corredores reconhecem corredores.
” Havia tanta dor dita nessas palavras que Mia sentiu seu coração apertar. Ela queria perguntar mais. Queria saber o que tinha deixado aquela sombra em seus olhos. mas não se sentia no direito. Ele tinha lhe dado à noite sem perguntas. Ela devia a ele a mesma cortesia. Em vez disso, ela se inclinou e descansou a cabeça em seu ombro.
Foi um gesto ousado, íntimo, mas se sentiu natural. Dante ficou imóvel por um segundo, então lentamente colocou o braço ao redor dela, puxando-a para mais perto. “Obrigada”, ela sussurrou contra a camiseta macia dele. “Pelo quê?” “Por me salvar? por não fazer perguntas, por me deixar ser apenas eu. Você não precisa me agradecer por isso, Dante disse sua voz rouca. Você salvou a si mesma, Mia. Eu só dei a carona.
Eles ficaram assim, enquanto o céu lá fora explodia em tons de laranja, rosa e dourado. O amanhecer de um novo dia, um novo começo, mas também o amanhecer das consequências. O telefone de Mia começou a tocar dentro da bolsa pequena que ela tinha carregado uma bolsa de noiva decorativa que de alguma forma ainda estava com ela.
Ela não se mexeu para atendê-lo. Depois de um momento, parou. Então começou novamente e novamente. Você deveria atender Dante disse gentilmente. Eu sei. Mas ela não se moveu. Na quinta tentativa, ela finalmente se levantou e pegou o telefone. 47 chamadas perdidas, 23 mensagens de texto, seis mensagens de voz.
Ela não precisava ler ou ouvir para saber o que diziam. Eu preciso voltar”, ela disse, o peso da realidade caindo sobre ela como uma capa fria. “Eu preciso enfrentar isso.” Dante se levantou também. “Eu entendo. Eu” Mia se virou para ele, palavras se enroscando em sua garganta. O que ela estava sentindo? Gratidão, atração, algo mais profundo que ela não estava pronta para nomear. Eu não sei como te agradecer. Essa noite.
Você não sabe o quanto significou. Eu acho que sei”, ele disse, se aproximando. Eles estavam a poucos centímetros de distância. Agora o arreado de possibilidades não ditas. Dante, ela começou, mas não sabia como terminar a frase. Ele levantou a mão delicadamente, afastando uma mecha de cabelo do rosto dela.
Seus dedos se demoraram em sua bochecha, o toque enviando arrepios pela espinha dela. “Mia”, ele disse, seu nome como uma oração e uma pergunta ao mesmo tempo. E então ele a beijou. Não foi tentativo ou suave, foi necessidade crua e desespero, dias e meses e anos de sentir-se presa, finalmente encontrando liberação.
As mãos de Mia se agarraram à camiseta dele, puxando-o para mais perto, como se pudesse ancorar-se a ele. A esse momento, a essa sensação de estar viva, Dante a puxou contra ele, uma mão entrelaçada em seus cabelos, a outra firme em sua cintura. Ele beijava como fazia tudo mais, intensamente e completamente, como se nada mais no mundo importasse.
Quando finalmente se separaram, ambos estavam sem fôlego, o coração batendo descontroladamente. Eu Mia começou, mas as palavras morreram quando viu a expressão no rosto dele. Desejo misturado com algo que parecia vulnerabilidade. Fica Dante disse sua testa encostada na dela. Apenas mais um pouco. Deixa o mundo esperar mais um momento.
Mia sabia que deveria dizer não. Sabia que cada minuto que passava estava complicando ainda mais sua situação já desastrosa. Mas quando ele a beijou novamente, mais gentilmente dessa vez, todas as razões lógicas se dissolveram. Ela ficou. Eles se moveram para a sacada, onde o sol agora se levantava completamente, banhando a cidade em luz dourada.
Dante a envolveu em seus braços por trás, o queixo descansando em seu ombro. E eles assistiram o mundo acordar. E agora? Mia finalmente perguntou a realidade se recusando a ficar de fora por mais tempo. Agora você volta, Dante disse. Você enfrenta o que tem que enfrentar, mas Mia? Ele a virou para encará-lo. Você não está sozinha nisso. Se precisar de alguma coisa, qualquer coisa, eu estarei aqui.
Você nem me conhece, ela disse, embora seu coração estivesse dizendo algo diferente, eu conheço o suficiente. Ele respondeu: “Conheço que você é corajosa o bastante para escolher a si mesma, e isso é mais do que a maioria das pessoas consegue em uma vida inteira.” Mia se levantou na ponta dos pés e o beijou mais uma vez, tentando colocar todas as palavras que não conseguia dizer naquele beijo. Obrigada. Sinto muito. Por favor, não me esqueça.
Quando se separaram, ela forçou um sorriso. Eu deveria ir. Dante assentiu claramente não querendo deixá-la ir, mas respeitando sua decisão. Eu chamo um Uber para você. Não Mia, disse rapidamente. Eu preciso, eu preciso fazer isso sozinha. Ela voltou ao banheiro e com um suspiro vestiu o vestido de noiva destruído novamente.
Era quem ela era agora, quebrada, mas tentando se recompor. Ela pegou seu celular e bolsa, evitando olhar para as inúmeras notificações. Na porta, ela se virou para Dante mais uma vez. Ele estava encostado no batente, os braços cruzados, aquele olhar intenso fixo nela. Dante, você nem me disse seu sobrenome. Ele hesitou e Mia viu algo passar rapidamente por seus olhos.
Um cálculo, uma decisão sendo tomada. É Morete. Ele finalmente disse. Dante Morete. O nome não significava nada para ela naquele momento. Mais tarde, ela desejaria ter prestado mais atenção. Mia Torres, ela respondeu. Acho que já sabe disso, mas formalmente Mia Torres. Ele repetiu.
E havia algo na maneira como dizia seu nome que a fez querer correr de volta para seus braços. Cuide-se você também. Ela saiu antes que pudesse mudar de ideia, descendo as escadas porque não confiava em si mesma, em um elevador fechado onde poderia mudar de ideia. Na rua, o mundo matinal estava acordando, pessoas indo trabalhar, cafés abrindo, a vida continuando normalmente.
Mia chamou um Uber e, enquanto esperava, olhou para cima. Podia haver Dante na sacada do décimo andar, uma silhueta contra o sol nascente. Ela acenou. Ele acenou de volta. Então o carro chegou e ela entrou, deixando para trás o refúgio temporário e o homem que por uma noite tinha feito ela se sentir vista. Enquanto se afastavam, Mia não sabia que estava deixando mais do que apenas um apartamento.
Ela estava deixando um pedaço de seu coração que nunca conseguiria recuperar completamente. E no bolso da jaqueta de Dante, pendurada no encosto de uma cadeira, estava o véu esquecido de Mia, um fantasma de seda que mantinha o cheiro de jasmim e promessas quebradas. A mansão dos Torres estava em completo caos quando Mia chegou.
Eram quase 7 da manhã de um sábado e normalmente a casa estaria quieta, todos ainda dormindo, mas não hoje. Hoje cada luz estava acesa, vozes alteradas euaavam pelos corredores de mármore e três carros desconhecidos estavam estacionados na entrada circular. Mia apagou o Uber e subiu os degraus de pedra, o vestido de noiva destruído, arrastando atrás dela como um lembrete vergonhoso de sua rebelião.
Antes que pudesse alcançar a porta, ela se abriu bruscamente. Sua mãe, Helena Torres, estava parada ali. O rosto, normalmente impecável estava pálido e inchado de chorar. A maquiagem borrada, o cabelo desarrumado. Ela usava o mesmo vestido de festa da noite anterior, amarrotado agora, como se não tivesse se trocado.
“Mia”, ela sussurrou, o nome saindo como um soluço de alívio e fúria combinados. Então, ela fez algo que chocou Mia mais do que qualquer grito poderia. Ela desmoronou em lágrimas e puxou a filha em um abraço apertado. “Onde você estava? Onde você estava?”, Helena repetia entre soluços. Achamos, não sabíamos se você estava segura, se alguém tinha mamãe Mia disse, o próprio peito apertando com culpa por tudo que ela tinha passado com sua família, ela nunca tinha querido preocupá-los assim.
Eu estou bem, eu só precisava bem. A voz de seu pai trovejou do interior da casa. Roberto Torres apareceu no hall e, diferente de sua esposa, ele não estava aliviado, ele estava furioso. Você chama isso de bem? Você tem ideia do que fez, Roberto? Helena começou, mas ele a cortou com um gesto brusco. Não, Helena, ela precisa ouvir isso.
Ele voltou seus olhos que um dia foram gentis, mas agora estavam duros como pedra para Mia. Entre agora. Mia entrou na casa onde cresceu, mas tudo parecia diferente. Ou talvez ela que estava diferente. As paredes adornadas com arte cara pareciam opressivas. Os lustres de cristal pareciam excessivos. Tudo era muito, muito demais.
No escritório de seu pai, uma cena a esperava. Marcos estava ali ainda com o smoking do casamento, embora a gravata estivesse solta e os cabelos, normalmente perfeitamente penteados, estivessem bagunçados. Ele segurava um copo de whisky, mesmo sendo manhã cedo. Ao lado dele estava um homem que Mia reconheceu vagamente como seu advogado, George Richardson.
Finalmente”, Marcos disse, sua voz gotejando o sarcasmo venenoso. A noiva reaparece. Marcos, eu Mia começou. Você me fez de idiota. Ele a cortou, levantando-se na frente de 300 pessoas, na frente de sócios de negócios, investidores, a mídia. Você tem ideia do que fez com a minha reputação? Sua reputação? Mia sentiu raiva substituir a culpa.
É disso que você se importa, da sua reputação? Mia, seu pai explodiu. Você não tem direito de falar sobre reputação quando acabou de destruir a da nossa família inteira. Roberto, por favor. O advogado Richardson interveio, sua voz profissional e controlada. Vamos todos nos acalmar e discutir isso racionalmente. Racional? Roberto soltou uma risada amarga. Não há nada de racional nessa situação.
Você sabe quantos jornalistas estão nos portões agora? Quantas ligações recebi de sócios querendo saber se nossa empresa é estável o suficiente para manter contratos. Mia sentiu como se o chão estivesse se abrindo sob seus pés. Eu não pensei exatamente. Você não pensou. Roberto se serviu de whisky com mãos trêmulas. Deixe-me explicar o que você não pensou sobre.
O casamento com Marcos não era apenas uma união. Era a única coisa mantendo nossa empresa à tona. o investimento dele, os contratos combinados, as fusões planejadas, tudo dependia dessa aliança. “Você está dizendo que vendeu sua filha?” Mia disse a voz tremendo. “Estou dizendo que estávamos tentando salvar três gerações de trabalho.
” Roberto bateu o copo na mesa. Suas avós e avós construíram essa empresa do zero. E eu eu cometi erros, investimentos ruins, confiei nas pessoas erradas. Mas Marcos ofereceu uma solução, um casamento que beneficiaria a todos, exceto a mim, Mia sussurrou. Exceto a você. Helena finalmente falou, sua voz quebrada. Mia, você teria tudo.
Segurança, conforto, posição social, mas não amor. Mia concluiu. Não escolha, não liberdade. Marcos riu. Um som seco e sem humor. Amor, você fugiu por causa de amor? Ele tomou mais um gole de whisky. Que princesa mimada você é. Cuidado com o que diz sobre minha filha, Roberto disse. Mas havia pouca força na advertência. Sua filha me transformou em piada.
Marcos retrucou, virando-se para Mia com olhos frios. Mas não se preocupe, eu ainda tenho um acordo com seu pai e você. Ele se aproximou tão perto que ela podia sentir o cheiro de álcool em seu hálito. Ainda vai se casar comigo? Não. Mia deu um passo para trás. Nunca. Você não tem escolha”, Marcos disse simplesmente. “Richardson, explique a ela.
” O advogado limpou a garganta desconfortavelmente. “Senhorita Torres, o contrato prénupsal que foi assinado há três meses incluía cláusulas específicas. Se o casamento não se realizar por culpa sua, sua família será responsabilizada por quebra de contrato. As penalidades incluem devolução do investimento inicial do Sr. Blackwell, que foi de 5 milhões, Roberto disse, a voz derrotada.
5 milhões que já gastamos tentando pagar credores e manter a empresa funcionando. Mia sentiu como se tivesse levado um soco no estômago. Você vocês assinaram um contrato me transformando em garantia. Era a única maneira. Helena disse, lágrimas escorrendo por seu rosto. Marcos exigiu segurança. Nós não tínhamos escolha.
Sempre há escolha”, Mia! Gritou, sentindo toda a raiva e frustração de anos de ser tratada como uma peça de xadrez, finalmente transbordando. Vocês poderiam ter declarado falência, poderiam ter recomeçado, mas em vez disso decidiram me vender como se eu fosse propriedade. “Não seja dramática”, Marcos disse, voltando para a poltrona e se sentando como se fosse o dono do lugar. Você teria uma vida boa. Muitas mulheres matariam por essa oportunidade.
Então, case com uma delas. Mas eu não quero uma delas. Eu quero você. Havia algo na maneira como ele disse isso que fez Mia se arrepiar. Não era desejo ou amor, era possessividade. O tipo de coisa que você sente por um troféu que planejou ter e não vai desistir facilmente. Eu não vou me casar com você, Marcos Mia disse, forçando sua voz a permanecer firme.
Não importa o que o contrato diga. Você não pode forçar alguém a casar. Não, não posso. Marcos concordou, surpreendendo-a. Mas posso destruir sua família. Posso garantir que seu pai não apenas perca a empresa, mas seja processado por fraude, e sim, Mia. A fraude suficiente nos livros para mantê-lo na prisão por anos.
Posso garantir que sua mãe perca esta casa, a casa de verão em búzios, as joias, tudo. Posso deixá-los na miséria. Você não faria isso, Mia disse. Mas sua voz falhou porque ela podia ver nos olhos dele que sim, ele faria. Teste-me. Marcos desafiou, se levantando novamente. Ele se aproximou, puxando algo do bolso, um tablet.
Mas antes que você decida, deixe-me mostrar algo que encontrei interessante nas notícias da manhã. Ele tocou na tela e mostrou para ela. Era um site de fofoca e a manchete a fez parar de respirar. Noiva fugitiva, escândalo ou golpe, família torre suspeita de fraude matrimonial. O artigo especulava que toda a fuga havia sido planejada.
Uma tentativa de estorquir dinheiro de Marcos enquanto criava uma narrativa de vítima. Havia fotos dela fugindo da igreja, fotos de sua família em desespero e até uma declaração de fonte anônima. dizendo que os torres eram conhecidos por esquemas duvidosos. Eu não. Mia começou, mas Marcos continuou rolando. Havia mais, muito mais. Outros sites, mais especulações, comentários venenosos de pessoas que nunca a conheceram, fazendo julgamentos sobre seu caráter, sua família, suas intenções.
Em 24 horas, Marcos disse calmamente: “Eu posso transformar você de vítima em vilã. Posso fazer o mundo inteiro acreditar que você planejou isso para me humilhar e estorquir dinheiro. Ou, ou, Mia perguntou, embora já soubesse a resposta. Ou você coopera. Damos uma conferência de imprensa conjunta em dois dias. Explicamos que você teve um ataque de pânico de última hora, algo compreensível com o estresse do casamento.
Eu, o noivo compreensivo, perdoo você. Marcamos uma nova data em três meses. Durante esse tempo, você sorri para as câmeras, frequenta eventos ao meu lado e age como a noiva arrependida que percebeu o erro. E se eu recusar? Marcos se inclinou, sua voz baixa e ameaçadora. Então eu destruo você e tudo que você ama. Simples assim.
O silêncio que se seguiu foi pesado e sufocante. Mia olhou para seus pais. Helena estava sentada agora, o rosto nas mãos, soluçando silenciosamente. Roberto olhava para o chão, parecendo ter envelhecido 10 anos durante a noite. “Eu preciso pensar.” Mia finalmente disse: “Você tem até segunda-feira.” Marcos respondeu. Após isso, eu assumo que sua resposta é não e ajo de acordo.
Ele pegou seu casaco. Richardson, vamos. Temos uma reunião com relações públicas. Após eles saírem, Mia ficou sozinha com seus pais. Ninguém disse nada por um longo momento. Finalmente, Roberto falou, sua voz quebrada. Mia, filha, eu sinto muito. Eu nunca quis que chegasse a isso, mas você precisa entender. Não há saída.
Se você não fizer isso, nós perdemos tudo. Vocês já perderam tudo, Mia disse calmamente. Perderam sua integridade, sua honra, sua filha. Não diga isso, Helena soluçou. Nós te amamos. Amor, não deveria ter um preço, Mia respondeu, mas aparentemente para vocês tem 5 milhões.
Ela se virou e saiu do escritório, subindo as escadas para seu quarto. Ali, finalmente sozinha, ela deixou as lágrimas caírem, mas dessa vez não eram lágrimas de medo ou tristeza, eram lágrimas de raiva. Ela tirou o vestido de noiva pela última vez, jogando-o no chão. tomou um banho longo e quente, tentando lavar a sensação de sujeira que a conversa havia deixado.
Quando saiu, envolvida em um roupão, pegou seu laptop. Ela pesquisou Marcos Blackwell I, lendo artigos sobre seus negócios, sua reputação, sua história. Rico, poderoso, sem escrúpulos. Havia rumores de práticas comerciais questionáveis, processos resolvidos fora do tribunal, empresas menores esmagadas em seu caminho para o topo.
Então, sem saber bem porquê, ela pesquisou Dante Moret. A tela se encheu de resultados. Mia clicou no primeiro link, um artigo de revista de negócios com uma grande foto dele. Não era o Dante descontraído de jeans e jaqueta de couro, era Dante em um terno impecável.
O cabelo penteado para trás, olhando diretamente para a câmera com uma expressão que mesclava confiança e desafio. Dante Moret, o jovem magnata que está revolucionando a indústria tech. Ela continuou lendo, seu coração batendo cada vez mais rápido. Dante Moret, 32 anos, CEO da Moret Industries, uma empresa de tecnologia avaliada em bilhões, filho do falecido Augusto Moretti, que perdeu tudo em um escândalo financeiro 15 anos atrás.
Tante havia reconstruído o império da família do zero e agora era um dos empresários mais bem-sucedidos do país. E então ela viu uma foto de uma conferência de negócios do ano passado, Dante no palco e sentado na primeira fileira com aquele sorriso calculista que ela agora reconhecia como máscara, Marcos Blackwell. A legenda da foto dizia: “Rivais de longa data Morette e Blackwell em rara aparição no mesmo evento”.
Mia continuou pesquisando, os pedaços se encaixando. Havia artigos sobre a rivalidade entre as empresas, sobre como Blackwell havia, segundo rumores, estado envolvido na queda do pai de Dante anos atrás, sobre como os dois homens eram conhecidos por disputar contratos, investidores, territórios de mercado. Eles eram inimigos e ela ela era a noiva de um deles.
O celular de Mia tocou, tirando-a de seus pensamentos em espiral. Era um número desconhecido. Ela hesitou, depois atendeu. Alô, Mia, era a voz de Dante. Aquela voz profunda que tinha murmurado contra seu cabelo durante a noite. Eu sei que você está provavelmente lidando com muita coisa agora, mas eu precisava te ligar. Precisamos conversar.
Você não me contou, ela disse, sua voz estranhamente calma. Você não me contou quem você era. Houve uma pausa. Você também não. Eu não sabia quem você era. Nem eu. No começo. Outra pausa. Mas quando descobri, Mia, isso muda tudo. Você é rival dele, de Marcos. Isso é simplificar demais. Mas sim, e eu sou a noiva dele. Ela soltou uma risada sem humor. Que sorte a nossa, não é, Mia? Por favor, deixa eu te ver.
Deixa eu explicar. Ela fechou o laptop, seu cérebro trabalhando rápido demais. Dante Moret, Marcos Blackwell, dois rivais e ela de alguma forma no meio disso tudo. Eu não posso ela finalmente disse. É complicado demais. Eu sei. Mas adeus, Dante. Ela desligou antes que ele pudesse responder, antes que ela pudesse mudar de ideia.
Então ela pegou o cartão de Marcos que ele havia deixado, o número particular dele escrito à mão no verso. Mia tinha uma decisão impossível para fazer e ela tinha até segunda-feira para fazê-la. Mas enquanto ela olhava pela janela do quarto para os portões de sua casa, onde jornalistas já começavam a se reunir como Abutres, uma coisa ficou clara. Ela nunca mais seria apenas uma peça no jogo de outra pessoa.
Se ia jogar, seria pelas suas próprias regras. Dante Moret estava em seu escritório no 425º andar da Torre Morete, quando seu assistente Rafael entrou com uma expressão tensa, segurando um tablet. “Chefe, você precisa ver isso”, Rafael disse, colocando o tablet sobre a mesa de vidro.
Dante estava revisando contratos de fusão, mas a urgência na voz de Rafael o fez olhar para cima. Na tela do tablet estava a foto de uma noiva fugindo de uma igreja, o vestido branco esvoaçando atrás dela enquanto corria pelos degraus. Ele reconheceu aquele vestido, reconheceu aquela postura, aquele desespero. “Mia”, ele murmurou. “Você a conhece?”, Rafael perguntou surpreso. Dante não respondeu imediatamente. Ele ampliou a foto, estudando cada detalhe.
Então, rolou para baixo e viu outra imagem. Mia com os pais em um evento social de meses atrás. A legenda dizia: “Mia Torres com os pais, Roberto e Helena Torres, empresários da Torres Industries.” Torres Industries. O nome acendeu algo em sua memória. Ele abriu seu próprio laptop e rapidamente puxou um arquivo.
Ali estava Torres Industries, uma das empresas que ele estava de olho para possível aquisição. Eles estavam em dificuldades financeiras próximos da falência. Quem é o noivo? Dante perguntou, embora uma parte dele já soubesse a resposta. Rafael hesitou. Marcos Blackwell. O mundo de Dante pareceu parar por um momento. Marcos. Maldito Marcos Blackwell, o homem que tinha destruído seu pai, que tinha pegado a empresa da família Moret através de manipulações e acordos sujos 15 anos atrás.
O homem que Dante havia jurado vingança desde que tinha idade suficiente para entender o que havia acontecido. E Mia, Mia era a noiva de Marcos, filho da Dante, se levantou bruscamente, passando as mãos pelo cabelo. Ela sabia, chefe, ela sabia quem eu era. Dante disse mais para si mesmo.
Ela tinha que saber, mas mesmo enquanto dizia isso, ele se lembrava da expressão genuína de confusão em seu rosto quando eles se apresentaram. Lembrava de como ela não tinha feito perguntas sobre sua vida, como tinha aceito quando ele disse que tinha seus próprios demônios. Ela parecia tão perdida, tão desesperada por liberdade. Foi planejado.
Dante decidiu, forçando o cinismo que o tinha servido bem ao longo dos anos. Algum tipo de esquema da família Torres, eles sabem que eu estou de olho na empresa deles, sabem da história com Marcos, provavelmente planejaram essa fuga para para o quê? seduzi-lo.
Mas como eles saberiam que ele estaria naquela estrada específica, naquela noite específica? Não fecha, Rafael, disse claramente pensando a mesma coisa. A menos que ela estivesse perseguindo você há semanas, não há como terem planejado esse encontro. Dante se sentou novamente à cabeça girando. Qual a relação entre Marcos e a família Torres? Rafael digitou rapidamente acordo de investimento assinado há três meses. Marcos injetou capital na Torres Industries em troca de Ah, ele pausou.
Em troca de ações majoritárias e o casamento com a filha única. Filho da puta”, Dante disse baixinho. Ele comprou ela. Aparentemente Rafael concordou e agora ela fugiu, o que significa que o acordo provavelmente está em risco. A mente de Dante trabalhava rapidamente.
Se o acordo com Marcos caísse, Thor’s Industries ficaria ainda mais vulnerável. Ele poderia entrar, fazer uma oferta de aquisição e, finalmente, ter vingança contra Marcos, tirando algo que ele queria. Mas a ideia o deixou com um gosto amargo na boca. Porque agora ele tinha visto Mia, tinha segurado ela enquanto ela tremia de medo e alívio.
Tinha sentido o sabor dos lábios dela, tinha ouvido suas risadas genuínas no bar. Ela não era apenas uma peça em um tabuleiro, ela era real. “O que você quer fazer?”, Rafael perguntou. Tante olhou para a foto de Mia correndo da igreja novamente. Havia tanto pânico naquela imagem, tanto desespero. Ninguém fugia assim por um golpe planejado.
Eu quero saber tudo sobre ela. Dante finalmente disse: Histórico, educação, interesses, dívidas, tudo. E quero saber exatamente que tipo de acordo Marcos fez com a família Torres. Isso vai levar algumas horas. Você tem duas. Rafael saiu rapidamente e Dante ficou sozinho com seus pensamentos turbulentos.
Ele pegou o telefone, olhando para o número que Mia tinha digitado antes de sair de seu apartamento. Em caso de emergência, ela tinha dito com um sorriso tímido: “Ele deveria ligar, deveria confrontá-la ou deveria usar esse novo conhecimento a seu favor. Antes que pudesse decidir, seu telefone privado tocou.
Apenas cinco pessoas tinham esse número e uma delas era o CEO de seu principal concorrente e velho amigo. Giovanni, Dante atendeu. Viu as notícias? Giovan Ross perguntou sem preâmbulo. Eles tinham crescido juntos, estudado juntos, construído seus impérios em competição amigável. Vi a noiva fugitiva é a mesma garota que você mencionou ontem à noite quando me ligou bêbado às 3 da manhã, dizendo que tinha encontrado algo especial.
Dante fechou os olhos. Ele tinha ligado para Giovan lembrava. Eu não estava bêbado. Estava sim. E você estava falando como um adolescente apaixonado. Foi perturbador. Uma pausa. E agora descubro que ela é a noiva do Marcos. Dante me diz que você não está pensando em fazer algo estúpido. Depende da sua definição de estúpido.
Qualquer coisa envolvendo essa mulher. Giovan disse firmemente: “Marcos é perigoso. Se ele descobrir que você tem qualquer interesse nela, ele já destruiu meu pai.” Dante interrompeu. O que mais ele pode fazer? Ele pode destruir você. E dessa vez você tem muito mais a perder do que 15 anos atrás. Dante sabia que Giovan estava certo.
Ele tinha construído um império do nada. Tinha se tornado mais rico e poderoso que seu pai jamais foi. Tinha tudo a perder. Mas a imagem de Mia, ajoelhada naquela estrada escura, chorando completamente quebrada, não saía de sua cabeça. Eu preciso ligar para ela. Dante decidiu. Não faça isso, Dio. Não faça isso. Giovan repetiu mais firme. Pelo menos não agora.
Deixa a poeira baixar, descobre o que realmente está acontecendo, depois decide. Era conselho sensato, mas Dante nunca tinha sido particularmente bom em ser sensato quando se tratava de coisas que importavam. “Eu vou pensar”, ele mentiu. Após desligar, Dante passou as próximas horas mergulhado em trabalho, tentando distrair-se, mas cada vez que seu telefone tocava, seu coração pulava, esperando que fosse mia. Não foi até às 6 da tarde que Rafael voltou com um dossiê completo.
“Isso é tudo?”, Dante perguntou, olhando a pasta fina. Ela tem uma vida surpreendentemente simples, Rafael explicou. Mia Valentina Torres, 27 anos, formada em história da arte pela USP. Trabalhou brevemente em uma galeria, mas deixou o emprego há do anos quando as finanças da família pioraram. Desde então tem sido basicamente nada.
Eventos sociais, caridade, o tipo de vida que as filhas de empresários levam quando estão sendo preparadas para casamentos estratégicos. Dante abriu a pasta. Havia fotos de Mia em vários eventos, sempre sorrindo, sempre bonita, sempre parecendo vazia, exceto em uma foto antiga de talvez 5 anos atrás, em uma abertura de galeria.
Nessa, seus olhos brilhavam com paixão genuína enquanto falava com um artista. Essa era a mia real. Dante percebeu aqui ele tinha visto por uma noite e o acordo com Marcos. Contrato de casamento ligado a investimento, 5 milhões injetados na empresa em troca de 40% de ações e o casamento.
Se o casamento não acontecer por culpa da família Torres, eles devem devolver o investimento com juros, o que os deixaria completamente falidos. Além disso, Rafael hesitou. Há cláusulas que permitiriam a Marcos processar por quebra de contrato e difamação. Ele a tem em uma armadilha, Dante disse baixinho, praticamente. Dante fechou a pasta e olhou pela janela do piso para a cidade lá embaixo.
Em algum lugar ali, Mia estava provavelmente sendo pressionada, chantageada, forçada de volta para uma vida que ela tinha tentado fugir. Ele deveria deixar para lá. deveria focar em seus negócios, em sua vingança contra Marcos através de meios corporativos legítimos. Envolver-se com Mia só complicaria tudo. Mas então ele lembrou de como ela tinha rido no bar, livre e genuína. Lembrou de como tinha se encaixado em seus braços no amanhecer, perfeita e quebrada ao mesmo tempo.
“Preciso do número dela”, Dante disse. “Chefe Rafael, o número?” Com um suspiro de resignação, Rafael digitou e enviou as informações para o celular de Dante. Ele olhou para a tela, o dedo pairando sobre o botão de ligar. Era estúpido, era perigoso. Era provavelmente a pior decisão que ele poderia tomar. Ele ligou.
Ela atendeu na terceira chamada. Alô, Mia. Sua voz saiu mais áspera do que ele pretendia. Eu sei que você está provavelmente lidando com muita coisa agora, mas eu precisava te ligar. Precisamos conversar. Você não me contou. Ela disse, sua voz estranhamente calma. Você não me contou quem você era. Você também não. Eu não sabia quem você era. Nem eu, se no começo.
Ele pausou, escolhendo as palavras cuidadosamente. Mas quando descobri Mia, isso muda tudo. Você é rival dele, de Marcos. Isso é simplificar demais, mas sim. E eu sou a noiva dele. Ela soltou uma risada sem humor que cortou Dante como uma lâmina. Que sorte a nossa, não é? Mia, por favor, deixa eu te ver. Deixa eu explicar. Houve uma longa pausa.
Dante podia ouvir vozes abafadas ao fundo, alguém chamando o nome dela. Eu não posso ela finalmente disse. É complicado demais. Eu sei, mas adeus, Dante. A linha ficou muda. Ela tinha desligado. Dante ficou olhando para o telefone, uma sensação de urgência e frustração queimando em seu peito. Ela estava voltando para eles, voltando para Marcos e ele ele não podia deixar isso acontecer. Rafael, ele chamou. Seu assistente apareceu instantaneamente.
Sim. Agenda uma reunião com o advogado amanhã de manhã, primeira hora, e prepara uma análise completa da Torres Industries. Eu quero saber cada ativo, cada dívida, cada vulnerabilidade. Você vai fazer uma oferta? Vou fazer mais que isso, Dante disse. Um plano já se formando em sua mente.
Era arriscado, era potencialmente desastroso, mas era a única maneira de tirar Mia das garras de Marcos. Vou dar a eles uma saída, mesmo que significasse colocar-se diretamente na linha de fogo de seu maior inimigo. Três dias se passaram como uma tortura lenta. estava presa em sua própria casa, cercada por jornalistas nos portões, bombardeada por ligações de parentes distantes, querendo saber o que tinha dado nela, e sufocada pela presença constante de seus pais, que pareciam ter medo de deixá-la sozinha por medo de que ela fugisse novamente. Marcos havia
enviado flores, rosas vermelhas, 50 delas, com um cartão que dizia simplesmente: “Nos vemos quinta-feira, vista algo apropriado.” Quinta-feira, o baile beneficente anual da associação empresarial, o evento mais importante do calendário social da elite. E Marcos queria que ela aparecesse ao lado dele como se nada tivesse acontecido. “É perfeito”, Helena tinha dito, os olhos brilhando com esperança desesperada.
uma oportunidade de mostrar ao mundo que foi apenas nervosismo de noiva, que vocês estão bem. Estamos longe de estar bem, mãe. Mia tinha respondido, mas sua voz não tinha mais força. Ela estava exausta de lutar. Agora, quinta-feira à noite, ela estava parada em frente ao espelho, usando um vestido de gala azul marinho que sua mãe havia escolhido.
Era bonito, elegante, completamente sufocante. Seu cabelo estava preso em um coque elaborado, a maquiagem impecável, as joias caras brilhando em seu pescoço e pulsos. Ela parecia a Mia de antes. A Mia que obedecia, a Mia que sorria e acenava e nunca causava problemas. Mas por dentro ela estava gritando. Você está linda! Helena disse da porta, vestida em um vestido de festa dourado. Marcos vai ficar impressionado.
Não me importo em impressionar Marcos”, Mia disse calmamente. “Filha, por favor.” Helena se aproximou, colocando as mãos nos ombros de Mia. “Eu sei que isso é difícil, mas pensa no quadro maior. Pensa na família, no legado, em tudo que pode ser salvo se você apenas apenas vender minha alma.” Mia terminou. Encontrando os olhos de sua mãe no espelho, Helena desviou o olhar sem resposta.
O carro chegou, uma limousine enviada por Marcos. Durante todo o trajeto até o hotel Cinco estrelas, onde o baile acontecia, Mia ficou em silêncio, olhando pela janela escura para a cidade, passando em algum lugar lá fora. Dante estava vivendo sua vida. Ele tinha ligado mais duas vezes, mas ela não tinha atendido. O que diria? Que estava sendo forçada a voltar para seu algóz? Que a noite mágica que compartilharam tinha sido apenas um conto de fadas temporário. Quando chegaram ao hotel, fleches de câmeras explodiram. Jornalistas se acotovelavam
atrás das cordas de veludo, gritando perguntas. Mia manteve a cabeça baixa enquanto seguranças os escoltavam para dentro. O salão de baile era magnífico. Lustres de cristal, mesas decoradas com flores exóticas, uma orquestra tocando música clássica. Todos os importantes estavam lá em seus melhores trages, bebendo champanhe caro e fingindo que filantropia importava mais que aparências. E lá perto do bar estava Marcos.
Ele usava um smoking impecável, o cabelo loiro perfeitamente penteado, um sorriso confiante nos lábios enquanto conversava com um grupo de empresários. Quando seus olhos encontraram os de Mia, o sorriso ficou mais amplo, um predador vendo sua presa entrar na armadilha. Ele se desculpou do grupo e caminhou até ela com passos medidos e deliberados.
pegou sua mão e a beijou de forma teatral, claramente consciente de todos os olhos neles. “Mia”, ele disse alto o suficiente para os curiosos ao redor ouvirem. “Você está deslumbrante, Marcos?” Ela respondeu, sua voz fria. Ele se inclinou, sussurrando em seu ouvido de forma que parecesse íntimo para os observadores. Sorria. Você está em público.
Mia forçou um sorriso que esperava parecer genuíno. Marcos colocou a mão possessiva nas costas dela, guiando-a pela sala, parando para cumprimentar pessoas, apresentando-a como minha noiva, como se o incidente da fuga nunca tivesse acontecido. Apenas nervosismo pré-casamento. Ele explicava com um riso charmoso. Você sabe como as mulheres ficam emocionais perto do grande dia.
Cada palavra era uma faca, cada sorriso forçado, uma prisão. Mia sentia-se como uma boneca sendo manipulada, sem voz, sem escolha. Preciso de ar, ela finalmente disse após uma hora de tortura. Nós vamos sair daqui em uma hora. Marcos respondeu, segurando seu braço firmemente. Aguente. Eu preciso de ar agora.
Ela se soltou e caminhou rapidamente em direção às portas que levavam ao terraço. Do lado de fora, a brisa noturna era um alívio bem-vindo. O terraço estava quase vazio, apenas alguns fumantes e um casal conversando baixinho em um canto. Mia caminhou até a balaustrada, agarrando-se a ela, respirando profundamente.
Fugindo novamente, a voz fez cada nervo em seu corpo disparar. Ela se virou bruscamente. Dante estava parado a poucos metros, recostado casualmente contra a parede de pedra, mas não havia nada casual em seus olhos. Eles queimavam com intensidade enquanto a estudavam.
Ele usava smoking também, mas de alguma forma parecia menos domesticado que os outros homens lá dentro. O cabelo estava ligeiramente bagunçado, a gravata um pouco solta, como se ele tivesse puxado ela impaciente durante a noite. “O que você está fazendo aqui, Mia? sussurrou, olhando nervosamente para trás para ter certeza de que ninguém tinha visto.
“Fui convidado,” Dante disse simplesmente se afastando da parede e caminhando em direção a ela. “Sou um empresário, lembra? Esses eventos são parte do território. Você sabia que eu estaria aqui?” “Sim”, ele admitiu sem remorço. “Eu sabia. Mia deveria estar zangada. Deveria dizer a ele para ir embora que sua presença só complicava as coisas. Mas tudo que ela queria fazer era correr para seus braços, como tinha feito naquela noite na estrada.
“Você não deveria estar falando comigo”, ela disse em vez disso, mantendo distância. “Se Marcos te ver, que se dane, Marcos. Fácil para você dizer, você não é quem ele pode destruir.” Não. Dante deu outro passo mais perto. Ele já destruiu minha família uma vez mha. Eu tenho muito mais a perder do que você imagina. Então, por que arriscar? Por que está aqui? Por Dante estava a centímetros dela agora, tão perto que ela podia sentir o calor de seu corpo.
Eu não consigo te tirar da minha cabeça, porque naquela noite significou algo e eu sei que você sentiu também. Não importa o que eu senti Mia disse, embora suas mãos tremessem com o desejo de tocá-lo. Eu não tenho escolha nessa situação. Sempre há escolha. Não quando sua escolha significa destruir sua família. Então deixa eu te dar outra opção. Dante disse intensamente.
Trabalha comigo. Passa informações sobre os negócios de Marcos. Em troca eu salvo financeiramente sua família. Eu pago as dívidas, assumo os contratos, você fica livre. Mia olhou para ele chocada. Você está me pedindo para espioná-lo, para traí-lo. Estou te oferecendo uma saída. Dante corrigiu.
Marcos tem segredos, Mia. Esquemas ilegais, negócios sujos. Com as informações certas, eu posso destruí-lo antes que ele destrua você. E sua vingança fica completa Mia disse amargamente. Eu seria apenas uma ferramenta. A mandíbula de Dante se apertou. Seria mais do que isso.
Então, o que seria Dante? Sua espiã, sua amante? Sua maneira de se vingar do homem que arruinou seu pai? Você seria livre”, ele disse simplesmente, suas mãos finalmente tocando os braços dela, enviando arrepios por sua pele, e talvez, eventualmente você seria minha. O coração de Mia batia tão forte que ela tinha certeza de que ele podia ouvir.
A proposta era loucura, era perigosa, era provavelmente ilegal. E Deus ajudá-la, ela estava considerando. “Eu preciso pensar”, ela sussurrou. Você tem meu número”, Dante disse, seus polegares traçando círculos suaves em seus braços nus. “Quando decidir, me liga. E se eu disser não? Então eu vou embora e você nunca mais vai me ver”. Seus olhos procuraram os dela, mas nós dois sabemos que você não vai dizer não.
Antes que ela pudesse responder, a voz de Marcos cortou o ar como um chicote. Dante Morete. Que surpresa desagradável. Eles se separaram rapidamente. Marcos estava parado na entrada do terraço. Dois seguranças atrás dele. O rosto uma máscara de fúria fria. Blackwell. Dante cumprimentou casualmente, mas Mia podia ver atenção em seus ombros.
Bela festa, o que você está fazendo com minha noiva? Marcos se aproximou, colocando-se entre eles de forma possessiva. Conversando, Dante disse com um sorriso que não alcançou seus olhos. Ou isso é proibido agora, quando se trata de você. Absolutamente. Marcos se virou para Mia, agarrando seu braço.
Vamos, Marcos, você está machucando disse. Vamos. Ele a puxou, mas Dante segurou seu outro braço. Ela disse que está machucando, Dante disse baixinho, perigosamente. Os dois homens se encararam sobre Mia, a tensão tão espessa que ela podia sentir fisicamente. Os seguranças se aproximaram, mas Marcos levantou a mão, parando-os. Tire suas mãos dela.
Marcos ordenou: “Faça-me”, Dante desafiou. “Chega”, Mia, gritou-se, soltando de ambos. Eu não sou uma corda de cabo de guerra. Ela olhou para Marcos. E você não me possui ainda, ó. Mas eu possuo. Marcos disse, seu sorriso voltando, mas sem calor.
Talvez não oficialmente, mas todo o contrato que seu pai assinou, toda a dívida que sua família tem, tudo passa por mim. Então, sim, Mia. De certa forma, eu possuo você. Você é nojento, Dante Cuspiu. E você é um perdedor que nunca superou o fato de que seu pai era um idiota incompetente. Marcos retrucou. Quanto tempo você vai ficar perseguindo minha sombra, Morete? Tentando recuperar o que nunca foi seu para começar.
Dante deu um passo ameaçador, mas Mia se colocou entre eles. Pare, ela disse a Dante, suas mãos no peito dele. Ela podia sentir seu coração batendo furiosamente sob. Por favor, não vale a pena. Ouça sua donzela. Marcos zombou. Afinal, ela sabe onde está seu pão. Dante olhou para Mia por um longo momento. Havia tanta emoção não dita em seus olhos.
Raiva, frustração, desejo, algo mais profundo que ela não ousava nomear. Pensa no que eu disse. Ele murmurou baixo o suficiente para apenas ela ouvir. Então ele se afastou, caminhou passando por Marcos sem outra palavra e desapareceu de volta no salão. Marcos imediatamente agarrou Mia pelo braço novamente, dessa vez com força suficiente para deixar marcas.
Se eu te vir perto dele novamente, haverá consequências, ele sebilou em seu ouvido. E não pensa que eu não percebi a maneira como você olhou para ele, como você o tocou. Você não pode me controlar, Mia disse, embora sua voz tremesse. Não. Marcos a soltou bruscamente. Estamos indo embora agora que amanhã você e eu vamos ter uma conversa muito séria sobre limites e consequências.
Enquanto ele a arrastava de volta para dentro, passando pelos olhares curiosos dos convidados, Mia se arriscou a olhar para trás uma última vez. Dante estava do outro lado do salão, um copo de whisky na mão, olhando diretamente para ela. Mesmo de longe, ela podia ver a promessa em seus olhos. Isso não tinha acabado. Mia não dormiu naquela noite.
Ficou deitada na cama, olhando para o teto, a mente girando com a proposta de Dante, espionar Marcos, passar informações, trair o homem que tecnicamente ainda era seu noivo. Era loucura, era perigoso, era talvez sua única chance de liberdade. Quando o sol nasceu, ela já havia tomado sua decisão, mas precisava de mais informações.
Primeiro precisava entender exatamente o que estava sendo pedido dela e, mais importante, o que Dante realmente queria. Às 10 da manhã, ela pegou o telefone e enviou uma mensagem para o número que ele havia salvado. Precisamos conversar pessoalmente, sozinhos. A resposta veio em segundos. Mirante, meio-dia. Eu estarei lá. Mia esperou até que seus pais saíssem. Reunião com advogados. Sempre reuniões com advogados.
Então vestiu jeans e uma blusa simples, pegou as chaves do carro que raramente usava e dirigiu até o mirante, onde tudo havia começado. Dante já estava lá encostado em sua moto, braços cruzados olhando para a cidade abaixo. Ele usava jeans e jaqueta de couro novamente. O Dante que ela tinha conhecido primeiro, não o empresário de smoking.
Você veio? Ele disse quando ela desceu do carro. Você esperava que eu não viesse? Esperava que você fosse esperta o suficiente para não vir, ele admitiu. Mas esperava que você fosse corajosa o suficiente para vir. Mesmo assim. Mia caminhou até a balaustrada, mantendo distância entre eles. Explique tudo. Quem você realmente é? Porque odeia a Marcos? O que exatamente quer de mim? Dante suspirou, passando a mão pelo cabelo.
Meu pai, Augusto Moret, era dono de uma empresa de tecnologia a 15 anos, não tão grande quanto a que tenho agora, mas próspera, respeitada. Marcos trabalhava para ele como diretor financeiro. Ele pausou, a dor antiga, mas ainda fresca, passando por seus olhos. Marcos roubou dele, manipulou livros, desviou fundos, plantou evidências, fazendo parecer que meu pai era o culpado. Quando a fraude foi descoberta, meu pai levou a culpa.
Perdeu tudo, a empresa, a reputação, a casa, tudo. “Meu Deus!”, Mia, sussurrou. Marcos pegou os pedaços, comprou a empresa por uma ninharia durante a liquidação e construiu seu império em cima das cinzas da minha família. Dante continuou. A voz dura. Meu pai nunca se recuperou.
Morreu 5 anos depois, ainda insistindo que era inocente, mas ninguém acreditou nele. Dante, eu sinto muito. Eu tinha 17 anos quando aconteceu. Ele a interrompeu. E eu jurei que um dia provaria que Marcos era o verdadeiro criminoso, que reconstruiria tudo que ele destruiu e então tiraria tudo dele da mesma forma. Ele finalmente olhou para ela e havia tanto peso naquele olhar que Mia sentiu seu peito apertar.
Então sim, parte de mim quer usar você como ferramenta de vingança. Ele admitiu brutalmente honesto. Mas outra parte ele se aproximou, sua mão alcançando seu rosto. Outra parte de mim apenas quer te salvar. Porque quando olho para você, vejo alguém sendo esmagado pelo mesmo homem que esmagou minha família. E eu não posso, não vou deixar isso acontecer novamente.
Mia cobriu a mão dele com a sua. E se eu disser que não posso fazer isso, que não posso espionar e mentir e trair mesmo que seja Marcos, então eu encontro outro caminho. Dante disse simplesmente, mas não sem te oferecer uma saída primeiro. Por que você se importa? Mia perguntou vulnerabilidade crua em sua voz. Você mal me conhece.
Por que arriscar tudo por mim? Por que? Dante puxou-a para mais perto, sua testa encostando- na dela. Naquela noite, você me lembrou do que é sentir algo real, do que é querer proteger alguém mais do que querer vingança. E talvez eu seja egoísta, mas não quero deixar isso ir. As lágrimas queimaram os olhos de Mia. Eu estou presa, Dante. Há um contrato. Se eu não casar com Marcos, minha família perde tudo.
Ele pode colocar meu pai na prisão. Ele pode destruir minha mãe. Eu não posso. Ele está chantageando você. Dante disse raiva filtrando sua voz. Isso não é um acordo, é extorção. Eu sei. Mia soluçou, mas o que eu posso fazer? Não tenho provas, não tenho recursos, não tenho nada. Ten a mim, Dante disse ferozmente. E eu tenho recursos. Tenho advogados.
Tenho dinheiro suficiente para pagar cada dívida que sua família tem 10 vezes. Por que faria isso? Porque eu posso? E porque é o certo? Ele segurou seu rosto em suas mãos. Mia, deixa eu te ajudar. Deixa eu dar a você a escolha que ninguém mais está dando. Era tentador. Deus era tão tentador. Mas Mia tinha vivido tempo suficiente no mundo de negócios para saber que nada vinha de graça.
E o que você ganha com isso? Ela perguntou. Além da vingança contra Marcos, Dante hesitou, algo vulnerável cruzando suas feições. Honestamente, eu não sei ainda. Talvez apenas a chance de te conhecer de verdade, de ver se o que sentimos naquela noite era real ou apenas adrenalina e desespero. E se não for real, então pelo menos você estará livre para descobrir o que é”, ele disse suavemente.
Mia fechou os olhos, permitindo-se, por um momento, apenas sentir, sentir o toque dele, o cheiro de couro e menta, o calor de seu corpo, permitindo-se imaginar um mundo onde ela poderia simplesmente escolher isso, escolher ele sem consequências devastadoras. “Eu preciso de tempo”, ela finalmente disse.
“Preciso pensar sobre como isso funcionaria, sobre os riscos, sobre sobre quanto você está disposta a confiar em mim.” Dante terminou. Sim, ela admitiu. Tudo bem. Ele se afastou, dando-lhe espaço. Mas, Mia, enquanto você pensa, fica sabendo uma coisa. Marcos não vai esperar para sempre. Ele vai forçar sua mão, provavelmente mais cedo do que você pensa.
Então, seja qual for sua decisão, precisa tomá-la rápido. Ela assentiu, já se virando para ir, mas parou. Dante, aquela noite não foi apenas adrenalina, pelo menos não para mim. Um sorriso lento se espalhou pelo rosto dele. O primeiro sorriso genuíno que ela tinha visto desde que descobriu quem ele era. Nem para mim. Quando Mia chegou em casa, sabia o que tinha que fazer.
Entrou no escritório de seu pai, que estava revirado em papéis e olheiras profundas. “Pai”, ela disse fechando a porta atrás de si. Preciso que seja honesto comigo sobre Marcos, sobre os negócios dele com você, sobre tudo. Roberto olhou para cima, surpreso. Mia, já discutimos isso? Não, nós não discutimos. Você me disse o que eu precisava fazer, mas não me contou o que realmente está acontecendo. Ela se sentou em frente a ele.
Por favor, eu mereço saber a verdade. Ele a estudou por um longo momento, então suspirou pesadamente. O que você quer saber? Como Marcos realmente conseguiu te convencer a fazer esse acordo? Não foi apenas dinheiro, foi. Roberto desviou o olhar e Mia soube que tinha acertado. Ele tinha informações. Seu pai finalmente admitiu sobre certos acordos que fiz anos atrás.
Acordos que não eram completamente legais. Ele ameaçou expor tudo se eu não concordasse com o casamento e o investimento. O sangue de Mia gelou. Ele te chantageou desde o começo. Eu não tinha escolha. Roberto disse, mas sua voz estava quebrada. Teria perdido tudo de qualquer forma. Mas pelo menos assim poderia proteger você, dar-lhe segurança.
Você me vendeu para um chantageador, Mia disse sem raiva agora. Apenas uma tristeza profunda e chamou isso de proteção. Mia, esses acordos ilegais, ela continuou. Eles envolviam a família Morete. Augusto Morete. Seu pai empalideceu e ela teve sua resposta. Você estava envolvido? Ela sussurrou ou risada.
Você ajudou Marcos destruir aquela família? Eu não sabia. Roberto explodiu levantando-se. Eu não sabia o que Marcos estava planejando. Ele me pediu para assinar alguns documentos. Disse que era parte de uma reestruturação padrão. Quando percebi o que realmente era, já era tarde demais. Augusto já tinha sido incriminado. E se eu falasse a verdade, você teria ido para a prisão também. Mia terminou.
Então guardei o segredo. Roberto admitiu, desmoronando de volta na cadeira, como se o peso da confissão tivesse quebrado algo nele. E Marcos sempre soube. Ele manteve isso sobre minha cabeça todos esses anos, esperando o momento certo para cobrar.
E esse momento foi quando você ficou desesperado o suficiente para concordar com qualquer coisa. Mia disse. Sim. Mia ficou em silêncio, processando tudo. Seu pai não era inocente, mas também era mais uma vítima de Marcos. E Dante, Dante merecia saber a verdade sobre o que aconteceu com seu pai. “Você tem provas?”, ela perguntou. “Documentos, e-mails, qualquer coisa que prove que Marcos orquestrou tudo?” Roberto olhou para ela com suspeita.
Por quê? Por Mia se levantou, uma nova determinação solidificando em seu peito. É hora de parar de ser vítimas. É hora de lutar. Mia, o que você está planejando? Estou planejando te dar uma chance de finalmente fazer a coisa certa, ela disse, mesmo que seja 15 anos tarde. Ela saiu do escritório, pegou seu celular e digitou uma mensagem para Dante. Eu aceito, mas precisamos conversar sobre meu pai.
Ele tem informações que você precisa ouvir. A resposta veio imediatamente, onde e quando? Mia olhou para trás, para o escritório, onde seu pai provavelmente estava tendo um colapso nervoso sobre o que ela tinha acabado de descoberto. Minha casa amanhã à noite. Meus pais estarão em um jantar de negócios. Venha pela entrada dos fundos.
Depois de enviar a mensagem, Mia subiu para seu quarto e, pela primeira vez em dias sentiu algo além de desespero. Ela sentiu esperança. E esperança ela estava aprendendo. Era a coisa mais perigosa e poderosa de todas. Mia passou o dia seguinte em um estado de ansiedade constante. Cada vez que seu telefone tocava, cada vez que ouvia passos no corredor, seu coração disparava.
Mas finalmente às 7 da noite, seus pais saíram para o jantar de negócios que ela havia meticulosamente confirmado que aconteceria. “Tem certeza que não quer ir?”, Helena tinha perguntado, ajustando seu colar de pérolas no espelho do hall. Seria bom para você ser vista em público começar a reconstruir sua imagem. Estou cansada, mãe. Mia tinha mentido. Preciso de uma noite quieta.
Agora às 8:30, ela estava sentada na sala de estar no escuro, apenas à luz da cidade, entrando pelas grandes janelas esperando. Ela tinha desligado as câmeras de segurança da entrada dos fundos, algo que aprendeu a fazer anos atrás, quando costumava escapar para festas na adolescência. A campainha dos fundos tocou às nove em ponto. Mia abriu a porta e lá estava Dante.
Não de jaqueta de couro ou smoking, mas em jeans escuros e uma camisa de botão azul marinho. Ele parecia cansado, como se também não tivesse dormido direito. “Oi”, ela disse suavemente. “Oi”, ele respondeu. E, por um momento eles apenas se olharam. Então, Dante deu um passo à frente e a puxou para seus braços. O abraço era desesperado e reconfortante. Ao mesmo tempo.
Mia se permitiu derreter nele apenas por um momento. Permitiu-se se sentir segura. Senti sua falta, ele murmurou contra seu cabelo. Foram apenas dois dias. Foram dois dias longos demais. Eles se separaram relutantemente e Mia o guiou para dentro. Ela o levou para o escritório de seu pai. Parecia apropriado que as verdades fossem reveladas ali. Você disse que seu pai tem informações.
Dante começou ficando sério novamente. Sobre o quê? Mia respirou fundo. Sobre o que realmente aconteceu com a empresa do seu pai. Sobre o papel de Marcos Hatam. Ela hesitou. Sobre o papel do meu pai nisso tudo. A mandíbula de Dante se apertou. Explique. Então, Mia contou tudo. Como Marcos tinha chantageado seu pai com acordos ilegais antigos, como esses acordos estavam conectados à queda de Augusto Moret, como seu pai havia sido manipulado para assinar documentos que incriminaram o pai de Dante, sem saber completamente o que estava fazendo. Ele sabia depois. Ela concluiu, lágrimas
queimando seus olhos. Ele percebeu o que tinha acontecido e guardou segredo porque tinha medo de ir para a prisão. E eu sei, eu sei que isso não desculpa nada. Eu sei que meu pai é parcialmente responsável pela destruição da sua família, mas Dante Marcos orquestrou tudo. Ele usou o meu pai como peão, assim como está tentando me usar agora. Dante estava em silêncio, processando.
Sua expressão era ilegível, mas Mia podia ver atenção em cada linha de seu corpo. “Seu pai tem provas disso?” Ele finalmente perguntou sua voz perigosamente calma. Ele diz que sim, documentos, e-mail, ele os guardou todos esses anos. Eu acho que como seguro contra Marcos. Quero vê-los. Ele não vai simplesmente dar a você, Mia disse.
Ele tem medo das consequências legais. Então, o que você está propondo? Mia se aproximou, forçando Dante a olhar para ela. Estou propondo que a gente trabalhe juntos, você, eu e meu pai. Usamos as provas para expor Marcos, mas fazemos de uma maneira que proteja meu pai de acusações criminais, algum tipo de acordo de imunidade em troca de testemunho.
Você está pedindo que eu proteja o homem que ajudou destruir meu pai. Dante disse: “Incrédulo, estou pedindo que você entenda que ambos fomos vítimas de Marcos.” Mia respondeu, sua voz firme, “E que a única maneira de realmente vencê-lo é juntos”. Dante se afastou, passando as mãos pelo cabelo frustrado. Isso é é muito Mia. Eu sei. Você está basicamente me pedindo para desistir de 15 anos de raiva e desejo de vingança. Não. Ela corrigiu.
Estou pedindo que você redirecione essa vingança para onde ela realmente pertence. Marcos. Não, meu pai, que foi um tolo e um covarde, mas não o verdadeiro vilão. Dante rio sem humor. Você defende bem. É minha família”, ela disse simplesmente. E apesar de tudo, eu os amo.
Mesmo quando eles tomam decisões terríveis, mesmo quando me decepcionam, eles ainda são o meu sangue. Ele se virou para encará-la, estudando o seu rosto. E se eu disser não? Se eu disser que quero vingança completa, incluindo seu pai, pagando por sua parte nisso, então Mia engoliu em seco. Eu entenderia, mas também significaria que não podemos trabalhar juntos, porque eu não vou trair minha família, mesmo para te salvar da dor.
A honestidade crua, em suas palavras, pendurou no arre. Dante fechou os olhos, uma guerra interna claramente acontecendo. Quando os abriu novamente, havia uma resignação cansada neles. “Eu preciso ver as provas primeiro.” Ele finalmente disse. “Preciso saber exatamente o que seu pai tem antes de tomar qualquer decisão.” “Ok.” Mia assentiu aliviada.
“Eu vou falar com ele.” “Marcar uma reunião?” “Não, aqui, Dante” disse rapidamente. Se Marcos suspeita de alguma coisa, ele pode ter a casa vigiada. Onde então? Meu escritório. Domingo de manhã. Prédios comerciais são vazios aos domingos, então não chamaremos atenção. Mia concordou. Eu vou convencê-lo a ir.
E a segunda parte da nossa conversa? Dante continuou sobre você passar informações. Isso ainda está em pé? Sim. Mia disse sem hesitação. Marcos está me forçando a comparecer a eventos com ele, a fingir que somos um casal feliz. Durante esse tempo, eu posso observar.
ouvir, ver o que ele está planejando vai ser perigoso. Dante a avisou. Se ele descobrir, eu sei. Ela o interrompeu. Mas qual é a alternativa? Casar com ele e passar o resto da minha vida como sua propriedade? Não, eu prefiro correr o risco. Dante se aproximou, suas mãos encontrando o rosto dela. Você é incrivelmente corajosa ou incrivelmente louca. Talvez os dois.
Ela admitiu com um sorriso triste. “Mia”, ele disse seriamente, “Se fizermos isso, se realmente entrarmos nisso, não há volta. Marcos vai nos destruir se descobrir. Ou nós o destruímos primeiro, ou todos perdemos. Eu entendo. E há outra coisa que você precisa entender. Dante continuou, seus polegares acariciando suas bochechas.
Se fizermos isso, se passarmos semanas ou meses trabalhando juntos, me encontrando secretamente, compartilhando informações, haverá momentos como este, momentos onde tudo que vou querer fazer é isso. Ele se inclinou e a beijou. Era diferente dos beijos daquela primeira noite. Não era desesperado ou impulsivo.
Era deliberado, profundo, cheio de promessas e perigos não ditos. Mia se derreteu nele, suas mãos se agarrando à camisa dele, puxando-o mais perto. Quando se separaram, ambos estavam sem fôlego. “Vai ser muito difícil fingir que não sinto isso”, Mia sussurrou. Então não finja”, Dante respondeu, sua testa encostada na dela. “Pelo menos não quando estivermos sozinhos.
Isso complica as coisas. As coisas já estão complicadas”, ele apontou. “Podemos muito bem ter algo bom no meio do caos”. Mia sabia que ele estava certo. Sabia também que estava jogando com fogo, que misturar negócios e sentimentos era uma receita para desastre.
Mas quando Dante a beijou novamente, mais gentilmente dessa vez, tudo que ela podia pensar era que valia a pena o risco. Eles passaram a próxima hora planejando. Dante explicou o tipo de informação que seria útil: contratos, e-mails, conversas sobre negócios, qualquer coisa que pudesse revelar práticas ilegais ou antiéticas. Mia tomou notas mentais, já pensando em como poderia acessar o escritório de Marcos ou seu computador. Você tem que ser cuidadosa.
Dante enfatizou. Marcos não é idiota. Se ele suspeitar que você está trabalhando contra ele, eu serei cuidadosa. Mia prometeu. E se a qualquer momento você se sentir em perigo, se ele se tornar violento ou ameaçador de qualquer forma, você me liga imediatamente. Não tenta ser heroína, não tenta lidar sozinha.
Me entendeu? A preocupação genuína em sua voz aqueceu algo em Mia. Há quanto tempo alguém se preocupava com ela dessa forma? Não porque ela era uma peça útil ou uma obrigação familiar, mas porque se importavam genuinamente. Entendido? Ela disse suavemente. O som de um carro na entrada os fez congelar. Mia olhou seu relógio. Quase 11. Seus pais estavam voltando mais cedo.
“Você precisa sair”, ela disse urgentemente. Dante assentiu, já se movendo em direção à porta dos fundos, mas antes de sair, ele se virou e a puxou para um último beijo rápido. Domingo, 9 da manhã. Torre Morete, 45º andar. “Eu estarei lá”, ela prometeu. E Mia? Ele pausou na soleira da porta. Obrigado por confiar em mim, mesmo sabendo quem eu sou e o que eu quero.
Obrigado por me dar uma escolha, ela respondeu. Ele desapareceu na noite e Mia rapidamente correu para a sala, se jogando no sofá com um livro segundos antes de seus pais entrarem. Ainda acordada? Helena perguntou, tirando o casaco. Não conseguia dormir, Mia, disse, forçando um bocejo.
Como foi o jantar? Mas enquanto sua mãe tagarelava sobre quem estava lá e quem disse o quê, Mia mal ouvia. Sua mente estava com Dante, com o plano que tinham formado, com os perigos que estavam prestes a enfrentar. Ela tinha feito sua escolha, tinha cruzado a linha e agora o jogo realmente começava. Convencer Roberto a se encontrar com Dante foi mais difícil do que Mia esperava.
Você está louca? Ele tinha explodido quando ela explicou o plano no sábado de manhã. encontrar com Dante Moret, o filho do homem que eu que você ajudou a destruir. Mia terminou friamente. Sim, pai. Exatamente por isso que você precisa fazer isso, Mia, você não entende. Se ele souber tudo, se ele tiver as provas, ele já sabe tudo. Ela interrompeu. Eu contei a ele.
O silêncio que se seguiu foi carregado de choque e traição. Como você pode? Helena sussurrou, tendo ouvido a conversa da porta. Como pode trair sua própria família? Eu não estou traindo ninguém, me arretrucou. Vocês fizeram isso quando me venderam para Marcos, quando esconderam a verdade por 15 anos, quando decidiram que proteger seus próprios segredos era mais importante que fazer o que era certo. “Nós estávamos te protegendo, Roberto” gritou.
“Mentira!” Mia! gritou de volta, anos de frustração finalmente transbordando. Vocês estavam se protegendo e agora estão tão enterrados nas mentiras que não conseguem ver uma saída. E Dante Moret é a saída? Roberto perguntou sarcasticamente. O homem que passou 15 anos planejando vingança contra todos envolvidos na queda de seu pai.
Ele está disposto a ouvir, Mia disse, forçando sua voz a se acalmar. está disposto a considerar um acordo que proteja você legalmente em troca das provas contra Marcos. Mas apenas se você for honesto, se finalmente depois de todos esses anos fizer a coisa certa. Roberto desmoronou em uma cadeira, de repente parecendo muito mais velho que seus 58 anos.
E se ele não cumprir o acordo? Se ele usar as informações para me destruir também? Então, pelo menos você terá tentado. Mia disse gentilmente, ajoelhando ao lado dele. Pai, você tem carregado essa culpa por 15 anos. Eu posso ver como ela te corrói. Esta é sua chance de finalmente libertar-se. Helena se juntou a eles, lágrimas escorrendo por seu rosto.
E se perdermos tudo? Nós já perdemos tudo, Mia apontou. Perdemos nossa integridade, nossa paz, nossa liberdade. A única coisa que nos resta é a chance de recuperá-las. Após muita persuasão e algumas lágrimas, Roberto finalmente concordou. Domingo de manhã, os três dirigiram até a Torre Morete em silêncio tenso.
O edifício era impressionante, todo vidro e aço, erguendo-se contra o céu azul como um monumento à ambição. No quesceto andar, foram recebidos por Rafael, o assistente de Dante, que os guiou a uma sala de conferências com vista panorâmica da cidade. Dante já estava lá junto com duas outras pessoas, uma mulher de meia idade com óculos que emanava competência profissional.
e um homem mais velho de terno. Mia Dante a cumprimentou formalmente, então se virou para seus pais. Senhor e senhora Torres, obrigado por virem. Esta é Patrícia Reynolds, minha advogada, e este é Marcos Santini, investigador particular que tem trabalhado no caso Marcos Blackwell há anos. As apresentações foram feitas com frieza profissional.
Roberto mal podia olhar Dante nos olhos, a culpa claramente esmagando-o. Vamos direto ao ponto. Patrícia começou abrindo um laptop. Senhor Torres, entendemos que você tem documentos que podem incriminar Marcos Blackwell no esquema fraudulento que levou à queda da Moretti Industries há 15 anos. É correto? Roberto assentiu puxando uma pasta de seu briefcase com mãos trêmulas, e-mails, contratos, memorandos internos, tudo que provaria que Marcos manipulou os números e me usou como bod expiatório junto com o Augusto.
Por que você guardou isso? Dante perguntou, sua voz dura. Se você sabia a verdade, por que não a revelou? Porque sou covarde. Roberto admitiu a voz quebrada. Porque tinha medo do que me aconteceria. Marcos deixou claro que se eu falasse, ele garantiria que eu fosse para a prisão junto com seu pai. E eu tinha uma família, uma filha pequena.
Eu me convenci de que estava protegendo eles, mas estava apenas se protegendo. Dante disse sem piedade. Sim. Roberto concordou, lágrimas nos olhos. Agora sim, eu estava e vivi com essa culpa cada dia desde então. Vi Augusto ser destruído. Vi sua reputação arruinada e não fiz nada. E agora ele olhou para Mia.
Agora Marcos está fazendo o mesmo com minha filha e eu não posso. Não vou deixar isso acontecer novamente. Dante segurou o olhar de Roberto por um longo momento. Mia podia ver a luta interna, o desejo de punição versus a necessidade prática de ter aliados contra Marcos. Patrícia Dante finalmente disse: “Qual é sua recomendação? A advogada estudou os documentos que Roberto havia trazido, sua expressão ficando mais séria a cada página.
Isto é extenso, detalhado, se autêntico, seria suficiente para não apenas processar civilmente Marcos Blackwell, mas também buscar acusações criminais por fraude, falsificação, conspiração. Ela olhou para Roberto. Mas você está implicado em vários destes documentos, senor Torres. Sua assinatura está em contratos que facilitaram a fraude. Eu sei”, Roberto disse miseravelmente.
No entanto, Patrícia continuou, “Há precedente para acordos de imunidade para testemunhas que cooperam. Você seria essencialmente virar evidência do Estado. Testificaria contra Marcos, forneceria toda a documentação relevante e, em troca, receberia imunidade de acusação criminal. E quanto à responsabilidade civil?”, Helena perguntou.
processos de acionistas, reivindicações da família Moret. Isso, Patrícia admitiu, é mais complicado. Haveria provavelmente alguma responsabilidade financeira, mas comparado à prisão e destruição total, seria gerenciável. Dante se levantou caminhando até a janela. Todos esperaram enquanto ele olhava para a cidade, claramente lutando com a decisão.
“Meu pai morreu, acreditando que o mundo o via como um ladrão”, ele finalmente disse, sua voz baixa, mas cheia de emoção. “Morreu sozinho, quebrado, sua reputação em frangalhos. E você?” Ele se virou para Roberto. “Você poderia ter evitado isso. Poderia ter dado a ele a chance de limpar seu nome.” “Eu sei.” Roberto sussurrou. “E se eu pudesse voltar?” Mas não pode. Dante o cortou.
Nenhum de nós pode. O passado está morto e enterrado junto com meu pai. Mas o futuro? Ele olhou para Mia. O futuro ainda está em jogo. Ele voltou para a mesa, apoiando as mãos sobre ela, inclinando-se em direção a Roberto. Farei o acordo. Vou trabalhar com meus advogados para garantir que você receba imunidade criminal em troca de testemunho total.
Mas sua voz ficou dura como aço. Você vai fazer mais que apenas dar depoimento. Você vai ajudar ativamente a derrubar marcos. Vai passar informações. Vai se encontrar com investigadores. Vai fazer o que for necessário para garantir que ele pague por tudo que fez. Eu farei Roberto prometeu. E você? Dante se virou para Mia. Vai continuar com seu papel. Continue fingindo para Marcos que nada mudou. Vá aos eventos com ele.
Sorria para as câmeras. Mas observe tudo. Cada reunião, cada telefonema, cada pessoa com quem ele se encontra. Você reporta tudo para mim. Isso vai colocar ela em perigo. Helena protestou. Ela já está em perigo. Dante retrucou. Pelo menos assim, ela tem uma chance de escapar. As próximas horas foram passadas, criando um plano detalhado.
Marco, o investigador, explicou como Mia poderia documentar informações sem levantar suspeitas. Patrícia esboçou os passos legais que tomariam. Rafael configurou um sistema de comunicação criptografado para que Mia pudesse passar informações com segurança. “Quanto tempo você acha que precisaremos?”, Mia perguntou em determinado momento. “Semanas, talvez meses, Marco respondeu.
Precisamos construir um caso sólido, incontestável, um erro.” E Marcos escapa pelas brechas legais. Meses, Mia repetiu, a realidade da situação finalmente afundando. Meses de fingir, de mentir, de estar perto dele. Se for demais, Dante começou, mas ela o interrompeu. Não é, ela disse firmemente. Eu posso fazer isso.
Quando a reunião finalmente terminou, já era meio da tarde. Roberto e Helena foram embora primeiro. Patrícia e Marco logo depois, deixando Mia e Dante sozinhos na sala de conferências. Você tem certeza sobre isso?”, Danante perguntou, finalmente deixando a máscara profissional cair. “Porque uma vez que começarmos, não há volta.” “Eu tenho certeza”, Mia disse, se aproximando dele.
“Mas, Dante, você precisa prometer uma coisa. O quê? que quando tudo isso acabar, quando Marcos for exposto e minha família estiver segura, você precisa prometer que vai deixar ir a raiva, a vingança, todo o passado. Prometer que pode seguir em frente. Dante puxou-a para seus braços, descansando o queixo no topo de sua cabeça. Eu prometo tentar. É tudo que posso pedir, ela sussurrou.
Eles ficaram assim por um longo momento, apenas segurando um ao outro, encontrando força no toque. Fora daquela sala, perigos esperavam. Marcos, com sua crueldade e poder, a mídia, sempre pronta para devorar um novo escândalo, as consequências legais e sociais que viriam quando a verdade finalmente viesse à tona.
Mas naquele momento, nos braços um do outro, eles podiam fingir que era apenas eles dois contra o mundo. E talvez, apenas talvez isso fosse suficiente. As próximas três semanas passaram em um borrão de mentiras cuidadosas e encontros secretos. Mia tinha se tornado uma atriz consumada, sorrindo ao lado de Marcos em jantares de gala, acompanhando-o a reuniões de negócios, fingindo ser a noiva arrependida, que finalmente havia percebido seu erro.
Marcos, por sua vez, parecia satisfeito com sua obediência renovada. Ele a exibia como um troféu, sua mão sempre possessiva em sua cintura, seus beijos na bochecha dela estrategicamente colocados para as câmeras. Ele não suspeitava de nada. Pelo menos era o que Mia esperava. Durante esse tempo, ela havia conseguido acesso ao escritório dele em três ocasiões separadas.
A primeira vez, seu coração batia tão alto que ela tinha certeza de que os seguranças no corredor podiam ouvi-lo. Mas ela havia copiado arquivos de seu computador para uma pen drive que Marco havia dado a ela, um dispositivo disfarçado como batom. A segunda vez, ela fotografou documentos de sua gaveta trancada, para a qual tinha conseguido a combinação, observando marcos digitala semanas antes.
A terceira vez, ela instalou um software de monitoramento em seu laptop pessoal, algo que a fez sentir suja, mesmo sabendo que era necessário. Cada informação era passada para Dante através do sistema criptografado. Eles se encontravam pessoalmente apenas uma vez por semana, sempre em lugares diferentes, sempre cuidadosos para não serem vistos. Esses encontros eram breves, mas intensos.
Uma hora roubada em um café obscuro, 30 minutos em um estacionamento vazio, uma vez até mesmo em um cinema vazio durante uma sessão da tarde. E a cada encontro ficava mais difícil manter distância, mais difícil não se perder nos olhos ambar de Dante, em seus toques furtivos.
nos beijos roubados quando tinham certeza de que estavam sozinhos. “Encontramos algo”, Dante disse em sua mais recente reunião em um banco de parque em um bairro que nenhum deles frequentava. Era uma quarta-feira à tarde e Mia tinha dito a Marcos que estava no spa com amigas. “O quê?”, Mia, perguntou, observando cuidadosamente ao redor deles os arquivos que você copiou na semana passada. Havia contratos escondidos em uma pasta criptografada.
Marco conseguiu quebrá-la. Dante puxou seu telefone, mostrando a ela documentos escaneados. Marcos está envolvido em lavagem de dinheiro através de empresas de fachada. E mais, ele passou para outra imagem. Ele tem estado chantageando pelo menos cinco outros empresários usando métodos similares ao que usou com seu pai.
Mia estudou os documentos, Billy subindo em sua garganta. Ele é um monstro. Sim, Dante concordou. Aí, com essas provas combinadas com o testemunho de seu pai e vítimas anteriores que Marco localizou, teremos um caso criminal sólido. Quanto tempo até podermos agir? Algumas semanas mais.
Patrícia quer garantir que todos os IS estejam pontuados e ts cruzados antes de irmos aos promotores. Ele tocou seu rosto gentilmente. Eu sei que é difícil. Sei que estar perto dele está te matando. Eu posso aguentar, Mia disse. Mas sua voz tremeu ligeiramente. Mia. Dante começou preocupação evidente em seu rosto. Eu posso ela insistiu. Marcos está mais relaxado agora.
Ele acha que me quebrou, que sou novamente a garota obediente. É a posição perfeita para coletar mais informações ou a posição perfeita para ele descobrir e te machucar? Dante contraargumentou. Ele não vai descobrir, Mia. segurou, mais confiante do que se sentia, mas ela estava errada.
Na noite seguinte, Marcos a convidou para jantar em sua cobertura, algo que ele fazia frequentemente agora, ensaiando sua vida de casados futura. Mia aceitou, como sempre, vestindo um dos vestidos que ele havia comprado para ela, colocando a máscara de noiva devotada. O jantar foi servido por seu chefe particular, acompanhado do melhor vinho.
Marcos estava de bom humor, tagarelando sobre um negócio que havia fechado, sobre os planos de lua de mel que estava fazendo. “Pensei nas maldivas”, ele disse, enchendo a taça dela. “Uas semanas em um resort privado, apenas nós dois”. A ideia a fez sentir náusea, mas Mia sorriu. Parece maravilhoso. Você parece mais feliz ultimamente. Marcos observou, estudando-a, mas conformada com o nosso futuro. Eu percebi que estava lutando contra o inevitável. Mia mentiu suavemente.
E que talvez, se eu der uma chance, possamos fazer isso funcionar. Sensata, Marcos disse, levantando a taça em um brinde. A nossa união, a nossa união. Mia ecoou, bebericando o vinho e esperando que ele não pudesse ver a falsidade em seus olhos. Após o jantar, enquanto Marcos atendia um telefonema no escritório, Mia pegou seu celular para verificar se havia mensagens de Dante, mas quando desbloqueou a tela, congelou. Havia uma notificação estranha.
Um aplicativo que ela não reconhecia estava rodando em segundo plano. Com mãos trêmulas, ela clicou nele e seu sangue gelou. Era um software de rastreamento. Marcos estava monitorando seu telefone. Por quanto tempo? Quanto ele sabia? Sua mente correu através das últimas semanas. Ela tinha sido cuidadosa, sempre usando o sistema criptografado que Marco havia configurado.
Mas e se Marcos tinha acesso a isso também? E se ele sabia de tudo? Mia. A voz de Marcos veio do corredor. Onde você está? Banheiro ela chamou de volta. Sua voz estranhamente aguda. Ela rapidamente deletou o histórico do aplicativo de rastreamento e guardou o celular. Quando Marcos apareceu, ela estava lavando as mãos na pia, tentando controlar sua respiração acelerada.
“Você está bem?”, ele perguntou, algo em seu tomando em alerta. Você parece pálida, apenas o vinho. Ela mentiu, forçando um sorriso. Sabe como fico sensível? Ele se aproximou, puxando-a para seus braços de uma maneira que deveria ser reconfortante, mas parecia restritiva. “Você não está me escondendo nada. Está Mia?” Seu coração pulou. “É claro que não. Por que?”, pergunta.
“Por quê?” Ele sussurrou em seu ouvido, sua voz mudando de melosa para perigosa. Eu não tolero traição. Mia tentou se afastar, mas ele segurou mais forte. Marcos, você está me machucando. Responde à pergunta. Não estou escondendo nada, ela insistiu. Real pânico começando a se instalar. Marcos, por favor.
Por um momento tenso, ele apenas assegurou, estudando seu rosto como se pudesse ler seus pensamentos. Então, abruptamente ele a soltou. “Desculpe”, ele disse, o charme voltando como se tivesse um interruptor. “Eu tendo a ficar possessivo. É apenas porque me importo tanto com você. Está tudo bem?” Mia mentiu, esfregando os braços onde ele havia segurado.
“Está tarde, Marcos disse. Deixa eu te chamar um carro”. 20 minutos depois, Mia estava no banco de trás de uma limusine, dirigindo para casa, tremendo, apesar do aquecimento estar ligado. No momento em que chegou ao seu quarto, ela puxou o telefone e enviou uma mensagem urgente através do sistema criptografado. Código vermelho. Ele está rastreando meu telefone.
Não sei por quanto tempo ou o que ele sabe. Precisamos nos encontrar agora. A resposta de Dante veio em segundos. Mirante. 30 minutos. Mia esperou até que a casa estivesse quieta, então se esgueirou para fora pela mesma entrada dos fundos que havia usado antes. Ela dirigiu com as mãos tremendo no volante, verificando constantemente o espelho retrovisor, com paranoia de que estava sendo seguida. Dante já estava no mirante quando ela chegou, descendo da moto antes mesmo dela desligar o motor.
Ele puxou-a em seus braços no momento em que ela saiu do carro. Você está bem? Ele perguntou urgentemente, afastando-a para verificar por machucados. “Fisicamente? Sim”, ela disse. “Mas Dante, ele sabe ou suspeita? Ele me perguntou se estava escondendo algo e a maneira como ele me segurou, ela tremeu na memória. Filho da puta.” Dante xingou. “Isso acaba agora.
Vou ligar para Patrícia, acelerar tudo. Espera. Mia o interrompeu. Eu encontrei algo esta noite antes de descobrir sobre o rastreamento. No escritório dele, quando ele estava no telefone, eu vi uma pasta aberta em sua mesa, documentos sobre a empresa do meu pai, mas também sobre você, sobre mim. Ele está planejando algo, Dante, algo grande.
Havia menções a neutralizar ameaça Moret e solução permanente. Eu não tive tempo de ler tudo, mas parecia, ela hesitou. Parecia que ele está planejando destruir você também. A mandíbula de Dante se apertou. Claro que está. Ele sempre soube que eu estava vindo atrás dele eventualmente. A mais meia continuou. Uma das páginas mencionava meu pai por nome e a frase Eliminar responsabilidades soltas.
Dante, acho que Marcos está planejando incriminar meu pai de alguma forma nova ou pior. A implicação pendurou no ar frio da noite. Se Roberto se tornou uma responsabilidade solta, o que Marcos faria? Nós movemos agora. Dante decidiu. Esta noite eu ligo para Patrícia, Marco. Todos. Pegamos todas as provas que temos e vamos direto aos promotores amanhã de manhã.
Marcos vai saber que fui eu, Mia disse calmamente. Vai saber que o trai não se estivermos rápidos o suficiente, Dante argumentou. Se ele estiver sob custódia, não poderá te machucar. E se não estivermos rápidos o suficiente? Dante a puxou para ele novamente, enterrando o rosto em seu cabelo. Então eu faço o que deveria ter feito desde o começo. Te tiro daqui.
Te levo para algum lugar seguro onde Marcos nunca poderá te alcançar. Eu não vou fugir de novo, Mia disse firmemente. Já fugi uma vez e isso só atrasou o inevitável. Desta vez eu fico e luto, mesmo que seja perigoso, especialmente porque é perigoso. Ela se afastou para olhar nos olhos dele.
Dante, você me deu uma coisa que ninguém mais me deu. A opção de lutar pela minha própria vida. Eu não vou desperdiçar isso. Ele a olhou com tanta intensidade, tanto orgulho e medo misturados. que o coração de Mia doeu. “Você é incrível”, ele disse simplesmente, “ou estúpida, corajosamente estúpida.” Ele corrigiu com um pequeno sorriso.
Eles passaram a próxima hora sentados no capô de seu carro, olhando para a cidade, fazendo planos urgentes. Dante ligou para Patrícia, que concordou em reunir a equipe primeira hora da manhã. Marco já estava trabalhando para documentar as últimas descobertas de Mia. Você fica na minha casa esta noite, Dante insistiu quando começaram a se despedir. Não é seguro você voltar. Meus pais vão se perguntar onde estou.
Então manda mensagem. Diz que está dormindo na casa de uma amiga, o que quer que seja, mas não vai voltar para aquela casa onde Marcos pode te alcançar. Mia sabia que ele estava certo. Ela enviou uma mensagem vaga para sua mãe, então seguiu a moto de Dante de volta ao apartamento dele. Lá, exausta, emocional e fisicamente, ela desmoronou no sofá.
Dante se sentou ao lado dela, puxando-a para seus braços. “Vai dar tudo certo”, ele murmurou. Eu prometo. Você não pode prometer isso, Mia disse cansadamente. Então deixa eu prometer outra coisa. Ele disse, virando o rosto dela para ele. Prometo que qualquer coisa que aconteça, eu estarei ao seu lado. Prometo lutar por você, proteger você e garantir que você finalmente tenha a liberdade que merece.
Lágrimas queimaram os olhos de Mia. Por que você se importa tanto? Por quê? Dante. Beijou gentilmente. Eu estou me apaixonando por você. E não, não é apenas adrenalina ou vingança ou qualquer outra desculpa que podemos usar. É você. A coragem que você mostra cada dia, a força que você não percebe que tem, a maneira como você se importa, mesmo quando seria mais fácil não se importar. Dante, você não precisa dizer de volta. Ele rapidamente acrescentou.
Eu só precisava que você soubesse antes de amanhã, antes de tudo mudar, eu precisava que você soubesse que não importa o que aconteça, você não está sozinha nisso. Mia segurou o rosto dele em suas mãos, memorizando cada detalhe, os olhos ar que tinham visto através de todas suas máscaras, a mandíbula forte que se apertava sempre que ele estava preocupado, a pequena cicatriz acima da sobrancelha que ela ainda não tinha perguntado sobre.
Eu também estou me apaixonando por você”, ela admitiu, “E isso me aterra e me dá coragem ao mesmo tempo.” Eles se beijaram lento e profundo, sem pressa desta vez, sem a urgência do desespero ou medo, mas com a certeza de duas pessoas que finalmente encontraram algo real no meio do caos. Quando finalmente foram dormir, Mia na cama de Dante, Dante insistindo em levar o sofá, apesar dos protestos dela, o primeiro raio de sol já estava pintando o céu.
Amanhã eles iriam à guerra contra Marcos Blackwell, mas esta noite eles tinham encontrado pais um nos braços do outro, e às vezes isso era suficiente. Mia acordou com o som de seu telefone tocando insistentemente. A luz do sol entrava pelas cortinas do quarto de Dante, desorientando-a por um momento até que as memórias da noite anterior voltassem.
Ela pegou o celular ainda sonolenta. Era Marcos. Alô? Ela atendeu. Sua voz rouca de sono. Onde você está? Marcos demandou sem preâmbulo. Havia algo em seu tom que fez cada nervo de mia despertar. Eu dormi na casa da Júlia. Ela mentiu usando o nome de uma amiga de faculdade. Por quê? Por quê? Marcos disse, sua voz perigosamente calma. Eu tentei te ligar seis vezes ontem à noite depois que você saiu.
Você não atendeu e quando enviei meu motorista para te buscar para o café da manhã, sua mãe disse que você não chegou em casa. O coração de Mia disparou. Eu foi uma noite de meninas. Bebemos vinho demais e eu acabei dormindo lá. Meu telefone estava no silencioso. Estranho. Marcos continuou.
Porque quando liguei para Júlia procurando por você, ela pareceu muito confusa sobre o que eu estava falando. Merda. Ele tinha ligado para Júlia. Então vou te perguntar novamente, Mia. Marcos disse, cada palavra articulada com precisão assustadora. Onde você está? Antes que ela pudesse responder, Dante apareceu na porta, já vestido, o rosto tenso. Ele podia claramente ouvir Marcos pelo telefone. Escute, Marcos. Mia tentou, mas ele a cortou. Não, ele interrompeu.
Você vai escutar. Você tem uma hora para voltar para casa. Se não aparecer, vou assumir que você está seguindo os passos do seu comportamento errático anterior e vou tomar medidas apropriadas. Medidas que sua família não vai gostar. Que medidas? Mia demandou raiva substituindo o medo. Vou acionar as cláusulas de penalidade no contrato.
Efetivamente imediatamente. Seu pai terá credores batendo na porta até o final do dia, demandando o pagamento completo de todas as dívidas. E ele pausou dramaticamente. Vou soltar para a mídia evidências de certas irregularidades financeiras que descobri nos livros da Torres Industries. Você não faria isso. Teste-me. Marcos desafiou. Uma hora, Mia. O relógio está correndo.
A linha ficou muda. Mia olhou para Dante, pânico aumentando. Ele sabe. Não sei como, mas ele sabe que algo está acontecendo. Pode ser. Bleff. Dante tentou, mas sua expressão dizia que ele não acreditava nisso. Ele pode estar apenas tentando te assustar de volta à submissão. Ou ele realmente rastreou minhas comunicações e sabe exatamente o que tenho feito. Mia contraargumentou.
De qualquer forma, se eu não voltar, ele vai destruir meu pai. Então não volte. Dante disse firmemente. Ligamos para a Patrícia agora. Aceleramos tudo. Em algumas horas teremos um mandado. Em algumas horas meu pai pode estar preso. Mia o interrompeu. Ou pior, Dante, você não ouviu a voz dele. Ele não está apenas ameaçando, ele está prometendo.
Dante passou as mãos pelo cabelo, frustrado. Então, o que você quer fazer? Eu volto, Mia decidiu levantando-se. Volto e ganho tempo. Você trabalha com Patrícia para acelerar as coisas no seu lado. Assim que tiverem o mandado, vocês agem. Absolutamente não. Dante disse definitivamente. Você não vai se colocar nas mãos dele. Não tenho escolha. Sempre há escolha.
Dante gritou. Então forçou sua voz a se acalmar. Mia, por favor, se você voltar, se ele tem mesmo suspeitas, ele pode eu não sei o que ele pode fazer. Mas não vai ser bom. E se eu não voltar, ele definitivamente vai destruir minha família. Me arretrucou. Pelo menos assim, tenho uma chance de manter a situação estável por mais algumas horas.
Eles ficaram num impasse, olhando um para o outro, ambos entendendo a impossibilidade da situação. Então eu vou com você. Dante finalmente disse. Isso só vai piorar as coisas. Não me importo, Dante Mia se aproximou, colocando as mãos em seu peito. Eu preciso que você confie em mim. Preciso que você confie que sei o que estou fazendo. Eu confio em você, ele disse, cobrindo as mãos dela com as suas.
É nele que não confio. Eu sei ela sussurrou, mas isso é algo que preciso fazer sozinha. Relutantemente, Dante concordou em deixá-la ir, mas apenas depois de configurar um sistema de segurança, ela manteria uma ligação aberta com ele através de um fone de ouvido oculto para que ele pudesse ouvir tudo que estava acontecendo.
Se as coisas ficassem ruins, ele ligaria para a polícia imediatamente. O trajeto de volta para casa pareceu ao mesmo tempo, muito longo e curto demais. Quando Mia finalmente chegou, Marcos já estava lá, seu carro estacionado na frente como um mau presságio. Ele estava na sala de estar com seus pais. Helena parecia aterrorizada.
Roberto pálido como um fantasma. Marcos, no entanto, estava calmamente sentado em uma poltrona, bebendo café como se fosse uma manhã normal. “Mia”, ele disse ao vê-la. “Que bom que decidiu aparecer, Marcos.” Ela cumprimentou friamente. “Você queria me ver?” “Nós precisamos ter uma conversa”, ele disse, colocando a xícara de café de lado. Seus pais estavam justamente saindo.
“Não, Roberto começou, mas Marcos o cortou com um olhar. Vocês estavam saindo?” Marcos repetiu. “E havia uma ameaça não dita nas palavras. Helena puxou Roberto, ambos lançando olhares preocupados para Mia antes de saírem. Quando a porta se fechou atrás deles, o silêncio era ensurdecedor. “Sent”, Marcos, ordenou. “Prefiro ficar em pé.” “Não foi um pedido”, ele disse.
A máscara educada finalmente caindo. “Senta agora!” Mia se sentou na ponta do sofá, pronta para correr, se necessário. No fone de ouvido oculto, ela podia ouvir a respiração tensa de Dante. Marcos se levantou e começou a circular a sala, como um predador avaliando sua presa. Sabe, Mia, eu realmente pensei que tínhamos chegado a um entendimento.
Pensei que você tinha finalmente aceitado a realidade da nossa situação. Eu aceitei. Mia mentiu. Então explique. Ele parou em frente a ela. Por que eu encontrei isso? Ele jogou uma pasta na mesa de centro. Mia a abriu com mãos trêmulas. Dentro estavam fotos. Fotos dela e Dante no mirante, no café, no parque. Em várias eles estavam claramente em proximidade íntima.
Em uma estavam se beijando. Eu tenho te vigiado há semanas, Marcos disse casualmente. Desde aquela noite no terraço, quando te encontrei com Moret, contratei detetives particulares, interceptei suas comunicações, rastreei cada movimento seu. Você não tem direito. Mia começou, mas ele riu. Não tenho direito. Você é minha noiva. Você assinou um contrato.
Tecnicamente você é minha propriedade. até que decidamos o contrário. Pessoas não são propriedade, Mia disse através de dentes cerrados. Talvez não legalmente, Marcos concordou, mas praticamente, economicamente. Minha querida, você é exatamente isso e você estava me traindo.
Não estávamos apenas, ó, eu sei exatamente o que vocês estavam fazendo. Marcos acortou, puxando outro documento. Este é o registro de todas as comunicações criptografadas entre você e Dante nas últimas três semanas. Sabia que nenhuma criptografia é realmente inquebrável quando você tem recursos suficientes? O coração de Mia afundou. Ele tinha tudo, cada mensagem, cada plano, cada pedaço de informação que ela havia passado. “Então você sabe”, ela disse, desafiando-o com o olhar.
Sabe sobre todas as suas atividades ilegais que documentei, sobre a lavagem de dinheiro, a chantagem, a fraude que arruinou a família Morete. “Sei que você e seu namorado secreto estavam montando um caso contra mim.” Marcos concordou. “O que vocês não perceberam? é que eu sempre estive três passos à frente. Ele puxou seu telefone e tocou a tela.
Segundos depois, a TV na sala ligou, mostrando uma transmissão ao vivo de notícias. Breaking news. Empresário Roberto Torres. Preso sob suspeita de fraude corporativa e apropriação indébita. Investigações sugerem esquema de décadas de falsificação financeira. Não. Mia sussurrou. Horror tomando conta dela. Ohó, sim.
Marcos disse com satisfação. Enquanto você estava tendo sua reunião secreta com Dante ontem à noite, eu estava coordenando com certos oficiais de justiça, digamos amigáveis. Plantei evidências suficientes para garantir que seu pai seja indiciado por crimes que vão mantê-lo preso por muito, muito tempo. Você não pode fazer isso.
Já fiz. Marcos disse simplesmente: “E a menos que você queira ver sua mãe se juntar a ele, vai fazer exatamente o que eu digo.” No fone, Mia podia ouvir Dante xingando, ouvir sons de ele já saindo. “Segura firme.” Sua voz veio através da conexão. “Estou a caminho. A polícia também.” Mas Marcos estava mais perto. Marcos era o perigo imediato.
“O que você quer?”, Mia perguntou, tentando ganhar tempo. Primeiro você vai ligar para Dante, vai dizer a ele que estava usando ele, que foi tudo um esquema para conseguir informações sobre as operações dele. Vai quebrar o coração dele tão completamente que ele nunca mais vai querer olhar para você.
Eu não vou fazer isso. Ou Marcos continuou como se ela não tivesse falado. Você assiste sua mãe ser presa também. E acredite em mim, prisão não é lugar para uma mulher da idade dela. Você é doente. Mia cuspiu. Sou prático. Marcos corrigiu. Agora faça a ligação. E Mia? Ele se aproximou, agarrando seu queixo com força. Faça parecer convincente, porque estarei ouvindo cada palavra.
Com mãos trêmulas, Mia pegou seu telefone. Ela sabia que Dante estava ouvindo tudo através do fone. Sabia que ele entenderia que ela estava sendo forçada. Mas se ela não fizesse isso, sua mãe estaria em perigo. Ela discou o número de Dante, seu coração se partindo com cada toque. Mia Dante atendeu imediatamente. Baby, onde você está? Estou quase. Pare.
Mia o interrompeu, forçando sua voz a ficar fria. Não venha aqui. O quê? Mia, não foi tudo mentira, Dante. Ela disse as palavras como veneno em sua língua. nosso relacionamento, os sentimentos, tudo. Eu estava te usando para conseguir informações sobre suas operações de negócios. Era parte de um plano maior. Houve silêncio do outro lado.
Então eu não acredito em você. Não me importo se você acredita. Mia continuou, lágrimas escorrendo silenciosamente por seu rosto, mesmo enquanto sua voz permanecia firme. Eu consegui o que queria. Marcos e eu estamos juntos agora. De verdade. E você? Você foi apenas uma distração conveniente, Mia. Eu posso te ouvir pela conexão do fone, Dante disse suavemente.
Sei que ele está te forçando a dizer isso. Segura firme. Estou chegando. Mas Marcos tinha ouvido também. Seus olhos se estreitaram perigosamente e ele arrancou o telefone da mão de Mia. Morete”, ele disse no aparelho. “Considere isso um aviso. Fique longe da minha noiva.
Fique longe da minha família e talvez, apenas talvez, eu não destrua completamente você também. Mas se você tentar se aproximar dela novamente,” ele pausou. Bem, acidentes acontecem. Seria uma pena se algo acontecesse com aquela moto que você tanto ama, ou se seu prédio de escritórios tivesse uma falha elétrica inexplicável.
“Você me entende?”, Ele desligou antes que Dante pudesse responder. Agora Marcos se virou para Mia. Vamos resolver os detalhes do nosso casamento apressado. Pensei que o próximo fim de semana seria perfeito. Algo pequeno, íntimo, apenas família próxima. Afinal, ele sorriu friamente. Você não gostaria de decepcionar todos novamente? Gostaria? Eu nunca vou casar com você”, Mia disse, levantando-se.
“Não importa o que você faça, não importa o que você ameace, prefiro ver tudo queimar do que me vender para você”. A mão de Marcos se moveu tão rápido que ela não teve tempo de reagir. Ele a agarrou pelo braço, seus dedos cavando em sua pele, com força suficiente para deixar marcas. “Você não tem escolha”, ele sibilou. “Seu pai está na prisão.
Sua mãe está em casa vulnerável. E você? Ele a puxou mais perto. Você está completamente sob meu controle. Então aqui está o que vai acontecer. Você vai ficar aqui nesta sala enquanto eu faço as arranções. Você não vai ligar para ninguém. Não vai tentar fugir. Se tentar, haverá consequências. Ele a empurrou de volta no sofá e foi para a porta, travando-a de fora.
Mia ouviu a chave girar com um clique final que suou como uma sentença de prisão. Ela estava sozinha, trancada, sem telefone. Marcos havia levado com ele, sem saída óbvia, mas ela não estava completamente desamparada. O fone de ouvido ainda estava lá, oculto sob seus cabelos. E se estava funcionando, se Dante ainda estava ouvindo. Dante, ela sussurrou.
Se você pode me ouvir, preciso que não venha. É uma armadilha. Ele está esperando você tentar me resgatar para poder te incriminar também. Vai para a Patrícia, vai para as autoridades, faz o que planejamos fazer hoje, usa as provas, me tira daqui legalmente, não de forma impulsiva. Ela não sabia se ele estava ouvindo, não sabia se o sinal ainda estava conectado, mas tinha que tentar.
Fora podia ouvir vozes, Marcos dando ordens a alguém, provavelmente seguranças. Ele estava se certificando de que ela não poderia escapar. Mia olhou ao redor da sala, procurando por algo, qualquer coisa que pudesse usar. Havia uma janela, mas estava trancada e tinha grades decorativas. A porta era sólida, impossível de arrombar.
O telefone da casa estava em uma mesa, mas quando tentou usá-lo, descobriu que estava desconectado. Ela estava verdadeiramente presa. E enquanto ela se sentava ali, ouvindo Marcos fazer planos para um casamento forçado, uma realização lenta e gelada tomou conta dela. Ela tinha subestimado Marcos, tinha pensado que poderia superá-lo, que podia jogar seu jogo e vencer, mas ele tinha jogado um jogo diferente desde o começo e agora ela estava presa em sua teia, sem saída óbvia.
A única questão era: Dante e Patrícia poderiam agir rápido o suficiente para salvá-la antes que fosse tarde demais. Dante desligou o telefone, seu coração batendo selvagemente. Através do fone, ele tinha ouvido tudo. As ameaças de Marcos, o som de Mia sendo forçada, a porta sendo trancada. Filho da Ele rosnou já correndo para seu carro. Dante, espera.
Rafael correu atrás dele. Você ouviu o que Mia disse. É uma armadilha. Se você for lá agora, não me importo. Dante disse, ligando o motor. Ela está em perigo. Eu não vou ficar aqui sentado enquanto aquele psicopata a tem trancada. Então, pelo menos deixa eu ir com você. Rafael implorou. E liga para Patrícia, para a polícia. Faz isso da maneira certa. Dante hesitou a urgência de correr para Mia, batalhando com a lógica.
Rafael estava certo. Mia estava certa. Se ele fosse impulsivamente, poderia piorar tudo. Com dedos tremendo de adrenalina e raiva, ele ligou para Patrícia. Precisamos agir agora, ele disse assim que ela atendeu. Marcos tem Mia, a trancou em casa. Provavelmente está preparando alguma acusação falsa contra mim se eu aparecer.
Onde você está? Patrícia perguntou o profissionalismo tomando conta. Prestes a fazer algo estúpido. Não faça ela ordenou. Me dá 30 minutos. 30 minutos para conseguir mandados de emergência para coordenar com a polícia. Se você for lá agora, você arruína tudo. O caso, as provas, a chance de realmente parar Marcos legalmente. Ela pode não ter 30 minutos? Dante argumentou. Ela definitivamente não terá chance se você for preso por invasão ou agressão.
Patrícia contraargumentou. Dante, eu entendo que você está aterrorizado, mas você precisa confiar no sistema agora. Deixe eu fazer meu trabalho. Cada instinto de Dante gritava para ignorá-la, para correr direto para a mansão Torres e arrancar Mia de lá. Mas a voz de Mia ecoava em sua cabeça através do fone.
Me tira daqui legalmente, não de forma impulsiva. 30 minutos. Ele finalmente concordou. Nem um segundo a mais. Ele dirigiu para o escritório de Patrícia, cada minuto se arrastando como uma eternidade. Rafael sentado ao lado dele, conferindo constantemente o fone para ter certeza de que ainda estava recebendo transmissão de Mia.
“Ainda está ativo, Rafael confirmou. Podemos ouvir movimento, vozes? Ela está bem por enquanto. Por enquanto?” Dante repetiu amargamente. No escritório de Patrícia era caos controlado. Marco já estava lá junto com dois detetives que ele tinha trabalhado com antes. Papéis estavam espalhados por toda parte, telefones tocando constantemente. “Conseguimos.
” Patrícia anunciou triunfante, levantando documentos. Mandado de emergência para buscar e apreender na propriedade Torres. E ela sorriu mandado de prisão para Marcos Blackwell por múltiplas acusações. Fraude, chantagem, coersão. O juiz acelerou com base na gravidade das acusações e o risco de fuga.
Roberto Torres também será preso? Dante perguntou. Patrícia hesitou por enquanto. Sim, mas com o acordo que negociamos, ele será liberado sob fiança até o julgamento. E se ele testemunhar como prometeu, pode evitar prisão completamente. Não era perfeito, mas era melhor que nada. E mais importante, significava que podiam legalmente tirar Mia da casa.
“Vamos”, Dante disse já se movendo para a porta. “Nós vamos, Patrícia corrigiu. Você fica aqui. Como é que é, Dante? Você é emocionalmente envolvido neste caso”, Patrícia explicou pacientemente. “Sua presença na cena poderia comprometer tudo. Deixa a polícia fazer o trabalho deles?” “Absolutamente não.” Dante disse definitivamente. “Eu vou. Eu fico no carro se necessário, mas eu vou.
” Patrícia suspirou, reconhecendo uma batalha perdida. Bem, mas você fica no carro até que eu te diga que é seguro. Entendido? Entendido. A caravana que se formou era impressionante. Dois carros de polícia, o SUV de Patrícia, o carro de Dante. Eles dirigiram através da cidade com urgência controlada, luzes piscando, mas sem sirenes para não alertar Marcos com antecedência.
Durante todo o caminho, Dante ouvia através do fone. Marcos tinha voltado para a sala onde Mia estava trancada, sua voz vazando maldade enquanto descrevia os planos de casamento que estava fazendo. E então a lua de mel. Marcos estava dizendo. Estava pensando em algum lugar isolado, talvez uma ilha particular, em algum lugar sem extradição, caso seu namorado tente causar problemas. Ele não é meu namorado, Mia disse cansadamente.
Não mais. Marcos concordou com satisfação. Tenho certeza de que depois daquela ligação, ele está muito ocupado odiando você. Sempre é mais fácil controlar alguém quando eles não têm ninguém para correr. Você é um monstro. Sou realista. Marcos corrigiu. E realistas vencem, Mia. Sempre vencem. Dante apertou o volante com tanta força que seus dedos ficaram brancos. 20 minutos, apenas mais 20 minutos.
E ele poderia vê-la, garantir que estava segura. Quando finalmente chegaram à mansão Torres, Patrícia fez sinal para todos pararem a um quarteirão de distância. Deixa eu ir primeiro com os oficiais, ela instruiu. Precisamos fazer isso pelo livro. Tocar a campainha, apresentar os mandados, dar a Marcos chance de se entregar pacificamente.
E se ele não se entregar pacificamente? Dante perguntou. Então, os oficiais têm autorização para usar força necessária. Um dos detetives respondeu, mas vamos esperar que não chegue a isso. Patrícia e os policiais se aproximaram da mansão. Dante assistiu de seu carro, cada segundo se arrastando.
Através do fone, ele podia ouvir a campainha tocando. Podia ouvir Helena Torres atendendo a porta, sua voz confusa e assustada. Senora Torres, sou a advogada Patrícia Reynolds. Temos mandados para entrar nas instalações e prender Marcos Blackwell. Onde ele está? Eu Ele está na sala com Mia. Helena respondeu. Mas por favor, ela não fez nada de errado.
Sabemos, senhora. Patrícia assegurou. Estamos aqui para ajudá-la. Dante podia ouvir passos, portas sendo abertas. Então, o som da voz de Marcos, inicialmente confiante, depois mudando para a raiva, quando percebeu o que estava acontecendo. Isto é um absurdo. Vocês não têm autoridade.
Marcos Blackwell, você está preso por fraude corporativa, chantagem, coersão e várias outras acusações. Uma voz oficial disse: “Você tem o direito de permanecer em silêncio. Mais barulho, algo sendo derrubado. Então o som que fez o coração de Dante parar, Mia gritando. Ele estava fora do carro antes que pudesse pensar, correndo pela rua. Rafael o chamou, mas ele não ouviu.
Tudo que importava era chegar até Mia. Ele explodiu pela porta da frente, ignorando as tentativas dos oficiais de pará-lo. Na sala de estar, ele encontrou uma cena de caos. Marcos sendo algemado, lutando contra os policiais. Helena chorando e Mia, em pé perto da janela. pálida, mas intacta.
Seus olhos se encontraram através da sala e algo nela quebrou. Ela correu para ele e Dante a pegou, envolvendo-a em seus braços e levantando-a do chão. “Você está bem?”, ele murmurou freneticamente, verificando por machucados, segurando-a como se ela pudesse desaparecer. “Ele te machucou?” “Estou bem.” Mia soluçou contra seu pescoço. “Eu estou bem agora, Morete.
” Marcos rosnou, ainda lutando contra as algemas. Você acha que venceu? Acha que isto acaba aqui? Eu tenho advogados, eu tenho conexões. Você tem nada? Dante retrucou, virando-se para encará-lo, mas sem soltar Mia. Acabou, Marcos. Você perdeu. Nunca acabou. Marcos cuspiu. Vou sair dessas acusações e quando sair vou destruir você.
Vou destruir sua empresa, sua reputação, tudo que você construiu. Sr. Blackwell, preciso pedir que pare de falar. Patrícia interveio profissionalmente. Qualquer coisa que diga pode e será usada contra você. Marcos foi arrastado para fora, ainda proferindo ameaças. Quando a porta se fechou atrás dele, o silêncio que restou era quase ensurdecedor. Helena se aproximou cautelosamente. Mia, baby.
Mia se virou, ainda segura nos braços de Dante. Mãe, eu sinto tanto. Helena chorou. Eu não sabia. Não percebi o quão longe ele tinha ido. Seu pai tentou te proteger e eu eu apenas fiquei de lado e deixei tudo acontecer. Senhora Torres. Patrícia interveio gentilmente. Precisamos fazer algumas perguntas sobre o que você sabia quando sabia.
Para o caso, ela vai cooperar, Mia disse. Ambos vão, apenas deem alguns minutos primeiro. Patrícia assentiu. Claro. Mas, Mia, você também vai precisar dar uma declaração formal. Tudo que Marcos disse, tudo que fez enquanto te mantinha aqui, é evidência crucial. Eu farei Mia prometeu. Mas primeiro ela olhou para Dante. Podemos conversar sozinhos.
Eles encontraram privacidade no jardim dos fundos. longe do caos da casa. O sol da tarde pintava tudo em tons dourados e, em contraste com a escuridão das últimas horas, parecia surreal. Aquelas coisas que você disse no telefone, Dante começou segurando as mãos dela. Eu sei que ele te forçou. Eu sei que você sabe.
Mia o interrompeu. Mas ainda precisava dizer nada daquilo era verdade. Nenhuma palavra. Dante, eu eu sei. Ele repetiu suavemente, puxando-a para ele. Eu sei, baby. Você não precisa explicar. Eles ficaram assim por um longo momento, apenas segurando um ao outro, deixando o alívio e o medo residual se dissiparem.
O que acontece agora? Mia finalmente perguntou. Agora? Dante disse. Patrícia e a equipe legal processam o caso. Marcos vai a julgamento. Provavelmente vai ser um circo na mídia. Vai ser difícil e longo, mas com todas as provas que temos, ele não vai escapar. E meu pai vai testemunhar, vai cooperar e com sorte vai evitar prisão. Dante explicou. Não vai ser fácil para ele.
Haverá multas, perda de reputação empresarial, mas ele vai ter sua liberdade. Me assentiu processando tudo. E nós Dante a olhou, realmente olhou. Essa mulher incrível que tinha sido corajosa o suficiente para se levantar contra seu algóz, inteligente o suficiente para coletar provas, forte o suficiente para aguentar ameaças e coersão.
Nós, ele disse, somos o que você quiser que sejamos, sem pressão, sem expectativas. Você passou meses sendo controlada, sendo forçada. A última coisa que quero é te pressionar por mais alguma coisa. E se o que eu quiser, Mia disse suavemente, for você? Não apenas por conveniência ou gratidão, mas porque quando olho para você, vejo alguém que me vê, que me deu escolha quando ninguém mais deu, que arriscou tudo para me ajudar.
Dante sorriu, aquele sorriso lento que sempre fazia o coração dela pular. Então eu diria que sou o homem mais sortudo do mundo. Ele a beijou gentil e profundo, uma promessa e um recomeço ao mesmo tempo. Quando se separaram, ambos estavam sorrindo, apesar das lágrimas. “Vai ser complicado”, Mia avisou. “Os julgamentos, a mídia reconstruir nossas vidas.” Bom, Dante respondeu.
Eu nunca gostei de fácil mesmo. De dentro da casa, Patrícia chamou. Havia declarações para dar, procedimentos para seguir, o tedioso trabalho de justiça para ser feito. Mas enquanto Mia e Dante caminhavam de mãos dadas de volta para a casa, ambos sabiam uma coisa com certeza.
O pior tinha passado e juntos eles poderiam enfrentar qualquer coisa que viesse a seguir. Os próximos dois meses foram um borrão de salas de tribunal, depoimentos e holofotes da mídia. O julgamento de Marcos Blackwell se tornou o evento mais coberto do ano, com cada detalhe sórdido sendo desse imprensa. As provas que Mia havia coletado, combinadas com o testemunho de Roberto e outros que Marcos tinha chantageado ao longo dos anos, pintaram um retrato devastador de um homem que havia construído um império em cima de manipulação e crime.
Mia teve que testemunhar por três dias, relatando cada ameaça, cada momento de coersão. Foi exaustivo reviver tudo, mas ela permaneceu firme, sua voz nunca vacilando, enquanto olhava diretamente para Marcos durante seu depoimento, ele tentou intimidá-la até o fim, seus olhos frios prometendo retribuição, mas ele estava algemado, seus advogados caros, pouco ajudando contra a montanha de evidências. O veredicto, quando finalmente veio, não foi surpresa, culpado em todas as acusações.
Marcos Blackwell foi sentenciado há 15 anos de prisão por fraude, chantagem, coersão e várias outras acusações. Quando a sentença foi lida, Mia não sentiu triunfo, apenas um alívio esmagador e cansado. Roberto Torres, como prometido, recebeu imunidade em troca de seu testemunho, mas as consequências ainda foram severas.
Ele perdeu a empresa, foi forçado a declarar falência pessoal e sua reputação empresarial estava destruída. Mas ele manteve sua liberdade e, mais importante, recuperou sua honra ao finalmente admitir seus erros. “Eu passei 15 anos carregando culpa”, ele disse, “a Mia após o veredito. E agora, mesmo tendo perdido tudo, me sinto mais leve.
Obrigado, filha, por me dar coragem para fazer o que era certo, mesmo tarde demais. Nunca é tarde demais para fazer o certo, pai. Mia respondeu, abraçando-o. A mansão Torres foi vendida para pagar dívidas. Helena e Roberto se mudaram para um apartamento modesto no subúrbio. Foi um ajuste difícil, de uma vida de luxo para a classe média, mas Mia notou que seus pais pareciam mais felizes, mais genuínos, sem o peso de aparências e expectativas.
Quanto a Mia, ela se mudou para um pequeno apartamento próprio, recusando a oferta de Dante de morar com ele. “Eu preciso fazer isso sozinha”, ela explicou quando ele pareceu magoado. “Pela primeira vez na minha vida, preciso saber quem eu sou fora das expectativas de outras pessoas. Isso inclui você.” Dante entendeu, mesmo que fosse difícil, eles ainda se viam regularmente, jantares, passeios, noites assistindo filmes no sofá dela, mas havia um espaço saudável agora, uma chance para Mia respirar e descobrir-se.
Ela conseguiu um emprego em uma pequena galeria de arte, ganhando salário mínimo, mas amando cada minuto. Estar rodeada de arte novamente, conversando com artistas sobre suas paixões, curando exposições, era como voltar à vida. Após anos de dormência, você está radiante. Dante observou uma noite enquanto jantavam em um restaurante casual.
Não era os lugares elegantes que ele podia pagar, mas um pequeno restaurante italiano que Mia tinha descoberto com comida caseira e vinho barato. “Estou feliz”, Mia disse, percebendo que era verdade. “Pela primeira vez estou vivendo minha própria vida. Não a vida que meus pais queriam, não a que Marcos tentou forçar. Minha, isso é tudo que sempre quis para você. Dante disse suavemente. Eu sei. Ela sorriu.
E isso torna ainda mais especial que você está disposto a estar na minha vida, no meu ritmo, nos meus termos. Sempre. Ele prometeu. Mas nem tudo eram flores. Houve dias difíceis, dias onde Mia acordava de pesadelo sobre Marcos, onde a ansiedade de ser reconhecida na rua, o julgamento a tinha tornado famosa, embora não da maneira que ela queria, era demais.
Dias onde a culpa sobre seu pai perder tudo pesava mais do que ela podia suportar. Nesses dias, Dante estava lá, não tentando consertar, não oferecendo soluções, apenas presente, segurando-a quando ela chorava, ouvindo quando ela precisava falar, dando espaço quando ela precisava estar sozinha. E lentamente, dia após dia, Mia se reconstruiu, não como era antes.
Ela nunca seria aquela garota novamente, mas como algo novo, mais forte, forjado no fogo de tudo que tinha passado. Dois meses após o veredicto, Mia estava trabalhando tarde na galeria, preparando para uma nova exposição quando seu telefone tocou. Era Dante. “Você pode sair?”, ele perguntou. E havia algo em sua voz. Excitação, nervosismo. É quase 9 da noite, ela apontou.
O que está acontecendo? Apenas confia em mim. Vou te pegar em 10 minutos. Verdadeiro a sua palavra. 10 minutos depois, Dante parou em frente à galeria em sua moto. Ele jogou um capacete extra para ela com um sorriso. Onde vamos? Mia perguntou enquanto subia. Você vai ver. Eles dirigiram através da cidade, eventualmente saindo para os subúrbios.
Mia reconheceu a área vagamente. Era um bairro em desenvolvimento, com muitos terrenos vazios e construção acontecendo. Dante finalmente parou em frente a um terreno particular. Estava vazio, exceto por algumas estacas marcando os limites e uma placa que dizia vendido o que é isso? Mia perguntou enquanto desciam. Comprei esse terreno Dante explicou, pegando a mão dela e a guiando pelo espaço.
Estava pensando, bem, vou te mostrar. Ele puxou papéis enrolados do compartimento da moto. Plantas arquitetônicas. É um edifício de uso misto”, ele explicou, abrindo os planos sobre o capô da moto. Andar térrio e primeiro andar seriam uma galeria de arte, espaço suficiente para múltiplas exposições, um estúdio para artistas residentes, salas de aula para workshops comunitários, andares superiores, seriam lofts residenciais e o topo? Ele sorriu. Uma cobertura com vista para a cidade.
Mia olhou os planos, seu coração batendo mais rápido. Dante, antes que você diga qualquer coisa ele rapidamente acrescentou, isso não é pressão. Não é um pedido para voltarmos ou morarmos juntos ou qualquer coisa assim. É apenas você mencionou querer ter sua própria galeria algum dia e eu tenho esse terreno.
E pensei: “Por que não? Isso deve custar uma fortuna.” Mia disse, ainda processando. Eu posso pagar, Dante disse. E não seria caridade, seria um investimento. Você executaria a galeria, eu seria apenas o proprietário do prédio. Parceiros de negócios. Parceiros de negócios. Mia repetiu um sorriso começando a formar.
Ou Dante continuou, de repente parecendo nervoso de uma forma que ela raramente via. Se você quiser, eventualmente poderíamos ser mais, mas sem pressão. Sério, se você só quiser isso como oportunidade de negócios, ótimo. Se quiser esperar anos antes de considerar qualquer outra coisa, também ótimo. Eu apenas queria te dar isso. Uma chance de construir algo seu.
Mia olhou para os planos, então para Dante, depois para o terreno vazio ao seu redor, um espaço em branco, uma tela vazia, um recomeço. Por que você faria isso? Ela perguntou suavemente. Por que Dante se aproximou, tomando suas mãos. Eu te amo e o amor para mim significa dar a você as ferramentas para construir a vida que você quer. Mesmo se essa vida não me incluir da forma que eu espero.
E se incluir você? Mia perguntou não apenas como parceiro de negócios. O rosto de Dante se iluminou com esperança. Incluir? Eu te amo também. Mia admitiu as palavras vindo mais fáceis do que ela esperava. Eu estava com medo de admitir, medo de que isso significasse perder a independência que acabei de ganhar.
Mas esses meses você me mostrou que amar alguém não significa perder a si mesma, significa encontrar alguém que te ajuda a se tornar mais você mesma. Dante a puxou para seus braços, beijando-a profundamente. Quando se separaram, ambos estavam rindo e chorando ao mesmo tempo. Então ele perguntou: “O que acha, parceiros?” Parceiros.
Mia concordou nos negócios e ela hesitou, então decidiu pular. E na vida, se o convite ainda está aberto, sempre. Dante sussurrou, beijando-a novamente. Eles passaram a próxima hora caminhando pelo terreno vazio, Dante apontando onde cada sessão seria. Mia já imaginando as exposições que poderia curar, os artistas que poderia suportar, as aulas que poderia ensinar.
Vai levar meses para construir, Dante avisou. talvez um ano até estar pronto. Tudo bem, Mia disse. Coisas boas levam tempo. Enquanto a lua subia sobre eles, iluminando o terreno vazio em luz prateada, Mia percebeu algo. Ela tinha começado essa jornada fugindo de uma vida que não queria. E agora, finalmente, ela estava correndo em direção a uma que queria. não era perfeito.
Havia ainda desafios pela frente, feridas para curar, relacionamentos familiares para reconstruir, mas pela primeira vez ela tinha escolha, tinha liberdade e tinha alguém ao seu lado que entendia o valor de ambos. Ao recomeço, Dante disse, levantando uma garrafa imaginária de água que ele tinha pego da moto. Aos recomeços, Mia ecoou rindo, e ali, em um terreno vazio sob as estrelas, eles brindaram ao futuro que construiriam juntos.
Um futuro construído não em obrigação ou medo, mas em escolha e amor. E isso fazia toda a diferença. Um ano depois, Mia estava de pé no meio da galeria recém-aberta, observando com satisfação, enquanto visitantes circulavam, admirando as peças em exibição. A inauguração tinha sido há 2 horas e já estava claro que era um sucesso retumbante.
A crítica do Jornal do Arte acaba de publicar a resenha”, Dante disse, aparecendo ao seu lado e mostrando o telefone. Cinco estrelas. Eles estão chamando de o espaço de arte mais inovador e acessível da cidade. Mia leu o artigo: Lágrimas de alegria picando seus olhos. Este lugar, Galeria Renascer, como ela havia nomeado, era tudo que tinha sonhado e mais.
O andar térrio exibia artistas estabelecidos, mas o primeiro andar era dedicado inteiramente a novos talentos, pessoas que nunca teriam chance em galerias tradicionais. Havia também um estúdio comunitário onde ela ensinava aulas de arte gratuitas aos fins de semana e um espaço de coworking para artistas que precisavam de um lugar para criar.
“Você fez isso?” Dante disse suavemente, colocando o braço ao redor de sua cintura. Isso é todo seu. Nosso, Mia corrigiu. Não teria sido possível sem você. Eu apenas forneci o prédio. Dante argumentou. Você deu a ele alma. Ao redor deles, a festa de inauguração continuava.
Os pais de Mia estavam lá, orgulhosos e ainda se ajustando à nova realidade financeira, mas claramente felizes. Helena passava de obra em obra, fazendo comentários educados aos artistas. Roberto estava conversando animadamente com alguns dos artistas mais jovens sobre suas técnicas. Ele havia encontrado trabalho como consultor financeiro para pequenas empresas, ajudando-as a evitar os erros que ele havia cometido.
Não pagava tanto quanto antes, mas ele dizia que se sentia mais útil agora do que em toda sua carreira anterior. Giovan, o amigo de Dante, também estava lá junto com Patrícia e Marco, que tinham se tornado parte do círculo íntimo durante o ano passado. Discurso, discurso. Alguém começou a chamar e outros se juntaram. Mia sentiu nervosismo, mas Dante apertou sua mão encorajadoramente. Ela subiu em uma pequena plataforma que haviam preparado para anúncios.
“Obrigada”, ela começou. Sua voz um pouco trêmula, mas ganhando força. “Obrigada a todos por virem esta noite. Há um ano atrás, eu estava em um lugar muito diferente na minha vida. Eu estava presa, assustada, sentindo que não tinha controle sobre meu próprio futuro. Ela encontrou os olhos de Dante na multidão.
Ele lhe deu aquele sorriso que sempre fazia seu coração pular. Mas algo mudou. Alguém me lembrou que nós sempre temos escolhas, mesmo quando parece que não temos. Que coragem não é não ter medo, é fazer a coisa certa, apesar do medo. Olhares cúmplices foram trocados na multidão. Muitos sabiam da história dela, do julgamento sensacionalista do ano anterior.
Esta galeria Mia continuou. É minha maneira de escolher meu próprio caminho e espero que seja também um espaço onde outros possam escolher os deles, onde artistas podem criar sem restrições, onde comunidade pode se formar, onde recomeços são sempre possíveis.
Aplausos eclodiram e Mia desceu da plataforma, imediatamente envolvida em abraços e parabéns. Mais tarde, naquela noite, após os convidados terem ido embora, e apenas ela e Dante permaneciam, eles subiram para a cobertura no topo do prédio. Dante havia mantido a área como uma surpresa, dizendo apenas que era especial.
Quando as portas do elevador se abriram, Mia suspirou. A cobertura era deslumbrante, espaço aberto com janelas do chão ao teto em todas as direções, oferecendo vistas de 360º da cidade. Mas o que realmente chamou sua atenção foi o pequeno pátio no centro, onde Dante havia criado um jardim suspenso. “É lindo!”, ela respirou.
“Pensei que poderíamos usar como espaço privado”, Dante, explicou um lugar para escapar quando a galeria fica muito barulhenta, ou apenas para observar o pô do sol. Eles caminharam até a borda da cobertura, olhando para a cidade iluminada abaixo. Dali, Mia podia ver a área onde o antigo escritório de Marcos ficava, agora propriedade de outra empresa, o império dele completamente desmantelado.
Podia ver o bairro onde a mansão de sua família tinha sido, agora lar de outra família. Podia ver na distância o mirante onde ela e Dante tinham se encontrado pela primeira vez. Tantas mudanças em tão pouco tempo, mas todas levando a este momento. Há algo que eu quero te perguntar, Dante disse de repente, parecendo nervoso. O quê? Estes últimos 12 meses, ele começou, t sido os melhores da minha vida.
Não apenas porque reconstruímos nossas vidas, não apenas porque Marcos finalmente pagou por seus crimes, mas porque eu fiz isso tudo ao seu lado. Ele pegou as mãos dela, virando-a para encará-lo totalmente. Você me mostrou que vingança não é tão satisfatória quanto construir algo novo, que o passado pode ser superado, não apenas esquecido, que amor real significa dar liberdade, não tomar dela.
Dante Mia começou seu coração batendo mais rápido. Deixa eu terminar. Ele pediu com um sorriso nervoso. Eu sei que tivemos um começo não convencional. Nos conhecemos na pior noite da sua vida. Construímos nosso relacionamento no meio de caos e perigo. Mas agora, finalmente, as águas estão calmas.
A tempestade passou e eu me vejo aqui com você. E não consigo imaginar estar em qualquer outro lugar. Ele se ajoelhou e Mia cobriu a boca com as mãos, lágrimas já caindo. Mia Valentina Torres Dante disse, puxando uma caixa pequena de seu bolso. Você me daria a honra de escolher passar o resto da sua vida comigo? Não porque um contrato diz que você deve. Não porque sua família precisa, mas porque você quer.
Ele abriu a caixa, revelando um anel simples, mas deslumbrante. Não o tipo de pedra gigante e ostentosa que Marcos tinha dado, mas algo delicado e significativo. É citrino. Dante explicou. A pedra da luz do sol e novos começos. Pensei que era apropriado. Mia estava chorando demais para falar. Então ela apenas acenou. acenou tão vigorosamente que Dante riu também com lágrimas nos olhos.
“Se isso é um sim?”, ele perguntou, mesmo sabendo a resposta. “Sim?” Ela finalmente conseguiu dizer. “Sim, sim, sim.” Ele deslizou o anel em seu dedo e se levantou, pegando-a em seus braços e girando. Quando seus pés tocaram o chão novamente, ele a beijou profundamente. Um beijo que tinha um ano de espera e paciência e amor construído nele.
“Eu te amo”, ela sussurrou contra seus lábios. “Eu te amo”, ele respondeu. “Obrigado por me escolher. Obrigado por me dar escolha”, ela disse de volta. Eles ficaram lá na cobertura, nos braços um do outro, enquanto a cidade vivia abaixo. Em algum lugar lá fora, a vida continuava, pessoas fazendo escolhas, cometendo erros, encontrando seus próprios caminhos.
E aqui, topo deste prédio, que representava tudo que haviam construído juntos, Mia percebeu algo fundamental. Ela tinha fugido do altar não porque era fraca ou assustada, mas porque era forte o suficiente para saber que merecia mais. E agora, um ano depois, ela estava escolhendo caminhar em direção a um compromisso. Não porque tinha que, mas porque queria, não por dever ou obrigação, mas por amor real e verdadeiro.
Quando você quer fazer isso? Dante perguntou. O casamento? Sem pressa,” Mia” disse pensativamente. “Talvez daqui a um ano algo pequeno, apenas pessoas que realmente importam. Sem igreja elegante?” Mia riu. “Definitivamente sem igreja elegante. Talvez aqui na cobertura ou no mirante, “Onde quer que você queira”, Dante disse, “desde que eu seja o que está esperando no final do corredor desta vez. Desta vez, Mia prometeu, eu não fujo. Desta vez eu corro em direção.
E ela quis dizer isso, porque a diferença entre fugir por medo e correr em direção ao amor era simples. Escolha. Ela tinha escolhido lutar por sua liberdade, tinha escolhido construir uma nova vida e agora estava escolhendo passar essa vida com alguém que entendia que o melhor presente que você pode dar a alguém que ama não é proteção ou controle, mas a liberdade de escolher estar com você. Epílogo. 18 meses depois.
Mia ajustou as flores em seu buquê simples de margaridas. Não rosas caras, mas algo sincero e alegre. Ela estava na cobertura da galeria Renascer, que tinha sido transformada para a ocasião. Cadeiras simples estavam arranjadas em semicírculo. Apenas 50 pessoas, família próxima e amigos verdadeiros. “Você está pronta?”, Helena perguntou, arrumando o véu simples de Mia.
Ela usava um vestido branco simples, elegante, mas sem os milhares de reais de renda francesa. Custou o que ela podia pagar com seu próprio salário da galeria e isso o tornava mais especial do que qualquer coisa que seus pais poderiam ter comprado. “Estou pronta”, Mia, confirmou, sem hesitação em sua voz. “Sem fugas desta vez?”, Roberto, perguntou com um sorriso gentil.
Ele a levaria pelo corredor, um corredor de apenas 20 passos, mas significando um mundo de diferença. Sem fugas, Mia prometeu, que desta vez eu sei exatamente onde estou indo. A música começou, não um órgão imponente, mas uma guitarra suave tocada por um músico local.
Mia caminhou com seu pai pelo corredor simples, mas seus olhos estavam fixos à frente. Dante estava lá usando um terno simples, mas elegante, não smoking. Ao lado dele estava Giovani como padrinho e ao lado de Mia estava Júlia, sua verdadeira amiga de faculdade, que tinha ido com ela sobre todo o drama do ano passado. Quando Roberto colocou a mão de Mia na de Dante, ela viu lágrimas nos olhos de seu pai. Cuide dela”, Roberto disse a Dante.
“Sempre”, Dante prometeu, “mas, principalmente vou dar a ela espaço para cuidar de si mesma”. A cerimônia foi curta, pessoal, cheia de risadas e algumas lágrimas felizes. Quando chegou a hora dos votos, ambos tinham escrito os seus próprios. “Mia”, Dante começou sua voz emocionada.
Você me ensinou que força vem não de vingança, mas de perdão. Não de controle, mas de liberdade. Prometo ser seu parceiro, não seu protetor, seu igual, não seu salvador. Prometo amar você, não apesar de sua independência, mas por causa dela, Dante, Mia respondeu, sua voz clara e firme: “Você me ensinou que pedir ajuda não é fraqueza, que aceitar amor não significa perder a si mesma.
Prometo escolher você cada dia, não por obrigação, mas por alegria. Prometo construir uma vida com você, não para você. E prometo nunca fugir novamente, porque finalmente encontrei um lugar onde quero ficar pelos poderes investidos em mim. O oficial disse com um sorriso: “Eu os declaro marido e mulher. Você pode beijar a noiva.
E Dante a beijou suave e profundo, enquanto aplausos e ao redor deles. A recepção foi simples. Comida boa, música ao vivo, pessoas que eles amavam. Em um momento, Mia se afastou para a borda da cobertura, apenas precisando de um segundo de silêncio para absorver tudo. Dante a encontrou lá, envolvendo os braços ao redor dela por trás. “Em que está pensando?”, ele murmurou.
Sobre quanto mudou”, Mia disse suavemente. Um ano e meio atrás, eu estava em um altar diferente, com um homem diferente, sentindo-me como se estivesse morrendo por dentro. E agora? E agora? Agora eu estou exatamente onde deveria estar.
Ela terminou com alguém que me vê não como propriedade ou troféu, mas como parceira, como igual como eu mesma. Você sempre foi incrível”, Dante disse. “Eu apenas tive sorte o suficiente de estar lá quando você percebeu.” Mia se virou em seus braços, olhando o homem que tinha resgatado, não por pegá-la em sua moto naquela noite, mas por dar a ela as ferramentas e coragem para resgatar a si mesma. “Obrigada”, ela sussurrou.
“Pelo quê? por me ensinar que às vezes a fuga mais corajosa não é correr de algo, mas em direção a si mesma, Mia disse, e que o maior ato de amor é permitir que alguém seja livre. Dante a beijou novamente, gentil e repleto de promessa. Atrás deles, a festa continuava. À frente deles, uma vida inteira de escolhas e possibilidades.
Mas neste momento, nesta cobertura sob as estrelas, com a cidade se espalhando abaixo como um mar de promessas, eles eram apenas duas pessoas que tinham encontrado algo precioso e raro. Amor construído não em necessidade, mas em respeito, não em posse, mas em parceria, não em fuga, mas em escolha consciente de permanecer.
E enquanto a lua subia e a música tocava, Mia sabia com certeza absoluta que desta vez ela tinha feito a escolha certa, não a fácil, não a esperada, mas a verdadeira. E no final isso era tudo que importava. M.