Você já se perguntou se o amor verdadeiro pode superar todas as barreiras sociais? Hoje vou contar uma história que vai mexer com suas emoções e talvez mudar sua perspectiva sobre o amor. É sobre Lucas, um CEO milionário de São Paulo e Marina, uma florista de Sorocaba, que se encontram em mundos completamente opostos.
Antes de começarmos, me conta aí nos comentários de onde você está assistindo. E se você acredita que vale a pena lutar por um amor verdadeiro, deixa aquele like e se inscreve no canal para não perder nenhuma história emocionante como esta. O bar panorâmico no quarto se andar oferecia uma vista deslumbrante de São Paulo.
As luzes da cidade cintilavam como diamantes espalhados sobre veludo negro. Mas Lucas Mendes observava a paisagem com olhos vazios. Aos 32 anos, ele havia conquistado tudo que um homem poderia desejar. Uma empresa de seguros que movimentava milhões, uma cobertura nos jardins que estampava revistas de decoração e um Patec Felipe que custava mais que muitos apartamentos.
Ajustou os punhos da camisa Armani e tomou outro gole do whisky escocêcês de 25 anos. O líquido Ambar deslizou pela garganta. mas não conseguiu dissipar a sensação de vazio que o acompanhava há meses. Havia eliminado conscientemente todas as variáveis de sua vida, incluindo relacionamentos que considerava perigosos para seu foco nos negócios.
“Mais uma, Senr. Mendes?”, perguntou o Barm, reconhecendo-o imediatamente. Lucas acenou afirmativamente quando um movimento na entrada chamou sua atenção. Uma jovem hesitava na porta, claramente deslocada naquele ambiente sofisticado. Ela usava um vestido simples, azul marinho, que realçava seus olhos castanhos expressivos.
Seus cabelos castanhos ondulados caíam naturalmente pelos ombros, sem os penteados elaborados das frequentadoras habituais do local. Marina Silva respirou fundo, sentindo-se como um peixe fora d’água. havia ganhado aquela noite de drinks em um sorteio da rádio de Sorocaba e decidiu usá-la durante uma rápida visita a São Paulo para entregar flores para um casamento. Nunca havia estado em um lugar tão elegante.
“Posso ajudá-la?”, perguntou o MR com um sorriso que não chegava aos olhos. Eu ganhei um voucher”, ela mostrou o cupom mãos ligeiramente trêmulas para dois drinks. O metre examinou o papel como se fosse um documento suspeito. “Claro, siga-me.” Lucas observou a cena com interesse crescente.
Havia algo genuíno naquela mulher que contrastava violentamente com a artificialidade do ambiente. Ela foi conduzida a uma mesa próxima à janela e ele notou como seus olhos se arregalaram ao ver a vista panorâmica. É sua primeira vez aqui? Ele se aproximou, carregando sua taça. Marina olhou para cima, surpresa.
O homem à sua frente era impressionante, alto, cabelos escuros levemente grisalhos nas têmporas, olhos azuis penetrantes e uma presença que comandava a atenção. Tudo nele gritava poder e sofisticação. “É, sim”, ela respondeu, tentando controlar o nervosismo. “Na verdade, é minha primeira vez em um lugar assim. Posso me juntar a você?” Prometo que não mordo. Ele sorriu e Marina notou que o sorriso transformava completamente sua expressão severa. Claro.
Ela gesticulou para a cadeira vazia. Lucas Mendes. Ele estendeu a mão. Marina Silva. Ela retribuiu o cumprimento, sentindo a firmeza do aperto e a textura macia da pele dele. Durante a hora seguinte, conversaram sobre tudo e nada. Lucas descobriu que Marina trabalhava em uma floricultura em Sorocaba.
que havia sido criada apenas pela mãe após o pai abandonar a família e que sonhava em ter um dia sua própria loja de arranjos. Marina ficou fascinada pelas histórias empresariais de Lucas, pela forma inteligente como ele analisava situações e pela inesperada vulnerabilidade que às vezes transparecia em seus olhos. “Quer ver uma vista ainda melhor?”, Lucas perguntou quando o bar anunciou o último pedido. Marina hesitou.
Sabia que estava pisando em território desconhecido, mas algo naquele homem a intrigava profundamente. Onde? Minha cobertura fica a duas quadras daqui. Prometo que você estará segura. O coração de Marina acelerou. Ela jamais havia feito algo assim, mas Lucas despertava nela uma confiança inexplicável. Tudo bem, ela murmurou.
A cobertura de Lucas era um espetáculo à parte. Três andares de puro luxo com vista para o Parque Ibi Birapuera. Marina caminhou pela sala de estar, tocando delicadamente os móveis de designer como se fossem obras de arte. “É incrível”, ela sussurrou. “Você quer alguma coisa? Champanhe, vinho?” Na verdade, ela corou.
“Nunca bebi champanhe”. Lucas sorriu, uma expressão genuína que surpreendeu até ele mesmo. Então, esta será a sua primeira vez. Enquanto ele abria uma garrafa de Dom Perinhon, Marina explorou a varanda. A cidade se estendia infinitamente à sua frente. Um oceano de luzes e possibilidades. É como se o mundo fosse nosso ela comentou quando ele se aproximou com as taças.
Para algumas pessoas é, Lucas respondeu, mas sua voz carregava uma melancolia inesperada. Eles brindaram sob as estrelas e Marina sentiu as bolhas do champanhe fazendo cóceegas em sua língua. Lucas observava cada reação dela com uma intensidade que a fazia corar. “Posso te perguntar uma coisa?”, ela disse após alguns minutos de silêncio confortável.
“Claro, você parece ter tudo, mas há tristeza em seus olhos. Por quê?” A pergunta pegou Lucas desprevenido. Ninguém havia percebido isso antes, ou pelo menos ninguém havia ousado mencionar. Talvez porque ter tudo não signifique ter o que realmente importa. Ele respondeu depois de uma longa pausa. Hai o que realmente importa. Lucas olhou nos olhos dela, sentindo algo que não experimentava há anos.
Vulnerabilidade genuína, conexão real, alguém que me veja como eu realmente sou, não como o que eu possuo. Marina sentiu seu coração acelerar. Havia uma sinceridade na voz dele que a tocava profundamente. “Eu vejo você”, ela sussurrou. Lucas se aproximou lentamente, dando tempo para ela recuar, se quisesse, mas Marina não recuou. Quando seus lábios se encontraram, foi como se duas peças de um quebra-cabeças finalmente se encaixassem.
O beijo foi suave no início, exploratório, mas logo se intensificou. Lucas segurou o rosto dela entre as mãos, como se ela fosse algo precioso que poderia desaparecer a qualquer momento. “Marina”, ele murmurou contra seus lábios. “Você tem certeza?” Ela sentiu, os olhos brilhando com uma mistura de nervosismo e desejo.
Lucas a guiou delicadamente para o quarto, decorado em tons neutros e minimalistas. Marina ficou parada ao lado da cama King Size, de repente consciente de sua inexperiência. “Eu nunca”, ela começou, “mas silenciou suas palavras com outro beijo. “Eu sei”, ele sussurrou. “Vamos devagar.” Lucas foi incrivelmente cuidadoso.
Cada toque, uma pergunta silenciosa. Cada carícia uma promessa de proteção. Para Marina foi uma revelação, não apenas física, mas emocional. Para Lucas foi uma reconexão com sua própria humanidade. Depois eles ficaram abraçados na cama, as cortinas automatizadas, permitindo que a luz da manhã entrasse gradualmente. “Preciso ir”, Marina disse relutantemente.
“Tenho que voltar para Sorocaba”. Lucas sentiu uma apontada de algo que não reconhecia de imediato, medo de perdê-la. Quando volvê-la novamente, Marina hesitou. Aquela noite havia sido mágica. Mas eles viviam em mundos completamente diferentes. Não sei se isso é uma boa ideia, ela admitiu. Por quê? Porque você é você e eu sou eu.
Lucas se levantou caminhando até a janela. Observou a cidade despertar lá embaixo, sentindo uma urgência que nunca havia experimentado nos negócios. “E se eu não me importar com isso?”, ele perguntou, virando-se para encará-la. Marina o estudou por um longo momento.
Havia determinação em seus olhos, mas também uma vulnerabilidade que a deixava sem fôlego. “Então, talvez você seja diferente do que pensei”, ela disse finalmente. Lucas sorriu uma expressão que transformava completamente seu rosto severo. “Talvez nós dois sejamos”. Mas conforme Marina se vestia e se preparava para partir, uma pergunta pairava no ar. Seria possível dois mundos tão diferentes se encontrarem verdadeiramente? Ou aquela noite mágica seria apenas um conto de fadas que terminaria com a luz do dia? Três dias haviam-se passado desde que Marina partiu e Lucas não conseguia tirá-la da cabeça. Sentado em sua mesa de mogno
italiano, no 305º andar do edifício corporativo da Mend Seguros, ele fingiu revisar relatórios financeiros, mas sua mente estava em Sorocaba. Senr. Mendes. Carla, sua assistente executiva há 5 anos, entrou com uma pilha de documentos. Os contratos da Petrobras estão prontos para sua assinatura. Lucas olhou os papéis sem realmente vê-los.
Três dias. Três dias desde que experimentara algo que julgava ter eliminado de sua vida para sempre. Vulnerabilidade genuína. “Senhor”, Carla repetiu preocupada. Em todos os anos trabalhando para ele, nunca o havia visto tão distraído. “Carla”, ele disse de repente. “Preciso que você encontre informações sobre alguém.” “Claro, senhor.
Que tipo de investigação? Uma jovem chamada Marina Silva mora em Sorocaba, trabalha em uma floricultura.” Carla anotou mentalmente, mas não poôde evitar o olhar surpreso. Lucas Mendes nunca havia pedido investigações pessoais antes. “Isso é tudo que temos? Por enquanto sim. Duas horas depois, Carla retornou com uma pasta discreta. Marina Silva, 24 anos, trabalha na floricultura Jardim dos Sonhos, no centro de Sorocaba.
Mora na rua das acácias, número 157, apartamento 23, mãe solteira. Rosa Silva, 52 anos, trabalha como doméstica. Pai ausente desde que Marina tinha 7 anos. Lucas absorveu cada informação como se fosse água no deserto. Mais alguma coisa, senhor? Cancele minha agenda da tarde, senhor, mas tem a reunião com os investidores japoneses. Remarque.
Uma hora depois, Lucas dirigia sua Mercedes-Benz S63 AMG pela rodovia Raposo Tavares em direção a Sorocaba. era impulsivo, completamente fora do seu caráter controlado, mas algo o puxava irresistivelmente na direção dela. A floricultura Jardim dos Sonhos ficava em uma rua movimentada do centro. Lucas estacionou em frente e observou através da vitrine.
Marina estava arranjando uma coroa de flores, seus movimentos delicados e precisos. usava um avental florido sobre uma blusa branca simples e havia uma expressão de concentração serena em seu rosto. Ele hesitou. Que direito tinha de aparecer assim, sem avisar em seu mundo. Marina olhou para cima naquele momento e seus olhos se arregalaram ao vê-lo.
Por um instante, eles simplesmente se olharam através do vidro, o tempo suspenso entre eles. Ela caminhou até a porta, as mãos ainda sujas de terra. Lucas, o que está fazendo aqui? Eu precisava vê-la, ele disse simplesmente. Mas como me encontrou? Lucas percebeu que a verdade soaria invasiva. Sorocaba não é tão grande assim. Marina o estudou, percebendo que havia mais na história, mas decidiu não insistir.
“Estou trabalhando”, ela disse suavemente. “Posso esperar?” “Por quê?” “Porque não consegui parar de pensar em você.” A honestidade crua na voz dele a desarmou completamente. Dona Carmen, ela chamou. Posso sair mais cedo hoje? Uma senhora de cabelos grisalhos apareceu dos fundos da loja, avaliando Lucas da cabeça aos pés.
Seus olhos experientes reconheceram imediatamente a qualidade da roupa dele, o relógio caro, a postura de quem estava acostumado a comandar. Claro, querida. Mas cuidado. Marina corou, pegou sua bolsa e saiu da loja. Quer um café? Ela perguntou, apontando para um café pequeno na esquina. Claro. O café era simples, com mesas de fórmica e cadeiras plásticas, um contraste gritante com os ambientes que Lucas frequentava.
Mas ele se sentou sem hesitação, observando Marina pedir dois cafés pingados no balcão. “Você está fora do seu elemento”, ela comentou quando se sentou. Talvez seja bom para mim. Por que veio até aqui, Lucas? De verdade? Ele mexeu o açúcar no café, organizando os pensamentos. Porque nos últimos três dias, pela primeira vez em anos, senti que estava vivo e não quero perder isso.
Isso o quê? você, nós, o que quer que tenha acontecido naquela noite. Marina sentiu o coração acelerar, mas também uma pontada de realidade. Lucas, nós somos de mundos diferentes. Você viu onde eu trabalho, como eu vivo. Você tem uma empresa milionária, uma cobertura. E daí? E daí que isso não pode dar certo? Lucas se inclinou para a frente, segurando a mão dela sobre a mesa.
E se eu disser que não me importo com nada disso? Então eu diria que você está sendo ingênuo ou corajoso. Marina olhou nos olhos azuis dele, procurando sinais de que aquilo era apenas um capricho de homem rico e entediado. Mas tudo que viu foi sinceridade. O que você quer de mim? Uma chance. Uma chance real de conhecê-la, de que você me conheça, sem pressa, sem pressão.
E como isso funcionaria? Vou virte visitar nos fins de semana, quando você quiser. Vou conhecer seu mundo e talvez, se você quiser, pode conhecer o meu. Marina puxou a mão precisando de espaço para pensar. Preciso de tempo. Quanto tempo? Não sei. Isso é muito assustador. Lucas assentiu, entendendo perfeitamente. Posso te dar meu número? Para quando decidir? Marina hesitou, mas pegou o cartão que ele ofereceu.
Era elegante, minimalista, com apenas seu nome e telefone em relevo dourado. “Não vou pressioná-la”, ele prometeu, “mas espero que me dê uma chance”. Enquanto voltava para São Paulo, Lucas sentiu uma mistura de esperança e ansiedade que não experimentava desde a adolescência.
Havia dado o primeiro passo para fora de sua zona de conforto controlada. Em seu pequeno apartamento, Marina segurava o cartão de lucas, dividida entre o medo e o desejo. Sua mãe chegou do trabalho e encontrou-a sentada à mesa da cozinha, perdida em pensamentos. O que foi, filha? Mãe, você acredita em conto de fadas? Rosa Silva, uma mulher pequena, mas forte, sentou-se ao lado da filha.
Por que pergunta isso? Marina contou sobre o encontro no bar, sobre Lucas aparecer na floricultura, omitindo apenas os detalhes mais íntimos. Ele parece genuíno, mãe, mas tenho medo. Medo do quê? De não ser suficiente, de ele perceber que sou apenas uma florista de cidade pequena e se cansar. Rosa segurou o rosto da filha entre as mãos.
Marina, meu amor, você é gentil, inteligente e tem um coração maior que São Paulo inteira. Se ele não conseguir ver isso, não merece você. Mas ele é rico, mãe, muito rico. E daí? Dinheiro não faz caráter. E pelo que você descreveu, parece que ele vê algo especial em você. Marina olhou novamente para o cartão. O que você faria no meu lugar? Seguiria meu coração, mas com cautela.
Naquela noite, Marina ficou acordada até tarde, olhando pela janela do seu pequeno apartamento. Ao longe, as luzes de São Paulo brilhavam no horizonte e ela se perguntou se Lucas estava olhando na direção de Sorocaba. No dia seguinte, ela tomou uma decisão que mudaria sua vida para sempre. Pegou o telefone, discou o número do cartão e, quando ouviu a voz dele do outro lado, disse simplesmente: “Oi, Lucas, é a Marina.
Podemos conversar? Mas nem ela nem Lucas imaginavam que essa conversa simples daria início a uma jornada que testaria não apenas seu amor, mas também suas convicções mais profundas sobre quem eles realmente eram. “Você tem certeza disso?”, perguntou Rosa, observando Marina escolher roupas em seu guarda-roupa modesto. Três semanas haviam-se passado desde a ligação telefônica.
Lucas havia cumprido sua promessa de não pressionar, mas suas conversas diárias por telefone se tornaram o ponto alto dos dias de Marina. Ele a convidara para jantar em São Paulo, prometendo um lugar mais casual dessa vez. Não tenho certeza de nada, mãe! Marina, admitiu, segurando um vestido preto simples contra o corpo. Mas preciso descobrir.
Ele parece genuíno nas conversas. Parece. Ele me conta sobre o trabalho, pergunta sobre as flores, sobre você. Ontem ficamos duas horas no telefone discutindo se é melhor plantar rosas no inverno ou primavera. Rosa sorriu. E ele estava interessado mesmo. Parecia. disse que sempre quis ter um jardim, mas nunca teve tempo para aprender. Interessante.
Marina terminou de se vestir, olhando-se no espelho pequeno do quarto. O vestido preto a favorecia, mas ainda assim se sentia insegura. “Você está linda, filha.” Uma hora depois, Lucas a aguardava no lobby de um hotel boutique no Itaim Bibi. Usava jeans escuros e uma camisa social sem gravata, sua versão de casual.
Ainda assim, irradiava elegância natural. “Você está linda”, ele disse quando Marina apareceu, seus olhos brilhando de aprovação. “Obrigada, você também.” O restaurante que ele escolheu ficava na Vila Madalena, um ambiente descontraído com música ao vivo e mesas na calçada. Marina se surpreendeu positivamente. Esperava algo mais formal. “Pensei que você gostaria daqui”, Lucas explicou enquanto se sentavam. “É mais real”.
Durante o jantar conversaram sobre tudo. Lucas contou sobre sua infância rígida, filho único de pais empresários que esperavam perfeição absoluta. Marina falou sobre crescer com pouco dinheiro, mas cercada de amor e apoio da mãe. “Você sente falta do seu pai?”, Lucas perguntou delicadamente. Marina considerou a pergunta às vezes mais da ideia de ter um pai do que dele especificamente.
Ele nunca foi realmente presente, mesmo quando estava lá. Entendo. Meus pais estavam sempre lá fisicamente, mas emocionalmente. Era como viver com estranhos educados. Isso é triste. É a vida que eu conhecia. Até até o quê? até conhecer você. Marina corou, mas manteve o olhar. Lucas, preciso te perguntar uma coisa.
Claro, por eu, Quero dizer, você deve conhecer centenas de mulheres sofisticadas, educadas, porque você é real, ele respondeu sem hesitar. Todas as outras são previsíveis. Elas querem o que eu represento, não quem eu sou. E como você sabe que eu sou diferente? Lucas sorriu, lembrando da primeira noite deles.
Porque você me perguntou porque eu estava triste, mesmo tendo tudo. Ninguém mais jamais percebeu isso. Após o jantar, eles caminharam pelas ruas arborizadas da Vila Madalena. Lucas segurou a mão dela e Marina se surpreendeu com o quanto se sentia natural. “Posso te mostrar algo?”, ele perguntou quando chegaram a uma praça pequena. Claro.
Ele aguiou até um banco sob uma árvore frondosa. Quando eu era criança, fugia de casa às vezes e vinha para lugares como este, só para sentar e observar pessoas normais vivendo vidas normais. Por quê? Porque parecia mais real que minha casa. Meus pais tinham reuniões de negócios no jantar, conversas sobre ações no café da manhã.
Eu queria saber como era ter uma família que simplesmente conversava. Marina sentiu o coração apertar com a solidão na voz dele. E agora? Ainda foge? Não preciso mais. Encontrei algo melhor. O quê? Você. A sinceridade na voz dele a deixou sem palavras. Lucas se inclinou e a beijou suavemente sob a luz dos postes antigos da praça. “Marina”, ele murmurou quando se separaram.
“Eu sei que é cedo, mas preciso te perguntar algo. O quê? Você se mudaria para São Paulo? O coração dela disparou. O quê? Para morar comigo. Eu sei que é um grande passo, mas Lucas, eu mal te conheço há um mês. Eu sei, eu sei, mas sinto como se te conhecesse há anos. Marina se levantou, precisando de espaço para processar.
Você está falando sério? Completamente. Posso cuidar de você, dar-lhe tudo que precisar? Espera. Ela o interrompeu. Cuidar de mim como se eu fosse um animal de estimação. Lucas percebeu o erro imediatamente. Não foi isso que quis dizer. Então, o que quis dizer? Que posso oferecer uma vida melhor. Você não precisaria se preocupar com dinheiro. Poderia estudar, fazer o que quisesse.
Marina sentiu uma mistura de raiva e decepção. E o que você ganharia com isso? Sua companhia, seu amor comprado? Não, Marina, por favor, você está interpretando mal. Estou. Porque para mim soa como se você quisesse me manter. Lucas passou as mãos pelos cabelos, frustrado. Eu apenas quero estar perto de você, oferecer o que posso.
E você acha que o que eu quero é ser sustentada por você? Não, meu. Marina começou a caminhar de volta para onde haviam deixado o carro. Marina, espera. Ela parou, virando-se para encará-lo. Lucas, eu trabalho desde os 16 anos. Ajudo minha mãe a pagar as contas. Estou orgulhosa da minha independência. E você acha que eu largaria tudo para ser o quê? Sua amante sustentada? Não é assim.
Então, como é? Lucas a alcançou, tentando encontrar as palavras certas. É que eu nunca quis cuidar de alguém antes. Nunca senti essa necessidade de proteger, de providenciar. E você achou que seria fácil assim? Que eu simplesmente aceitaria? Eu esperava que você considerasse. Marina o estudou por um longo momento. Lucas, se você realmente me conhecesse, saberia que eu jamais aceitaria isso. Então, me ensine.
Me ensine a fazer isso direito. A vulnerabilidade na voz dele a desarmou novamente. Não é sobre fazer direito ou errado. É sobre me ver como uma igual, não como alguém que precisa ser salva. Você está certa. Eu sinto muito. Marina suspirou, sentindo a tensão diminuir. Eu preciso de tempo para pensar. Quanto tempo? Não sei. Isso mudou tudo.
Durante a viagem de volta para Sorocaba, eles ficaram em silêncio. Lucas se sentia como um idiota por ter precipitado as coisas e Marina lutava com sentimentos conflitantes. Quando chegaram à porta do prédio dela, Marina hesitou antes de sair do carro.
Lucas, sim, obrigada por ser honesto sobre o que você quer, mesmo que eu não concorde. E agora? Agora eu preciso descobrir se o que eu quero é compatível com o que você está oferecendo. E se não for? Marina olhou nos olhos dele, vendo a insegurança que ele tentava esconder. Então, talvez a gente não seja tão compatível quanto pensávamos. Ela saiu do carro e subiu para seu apartamento, deixando Lucas sozinho com seus pensamentos e a terrível sensação de que havia estragado tudo.
Mas seria aquele realmente o fim ou apenas o início de Lucas aprender a ver Marina não como alguém a ser protegida, mas como uma parceira que poderia estar ao seu lado em pé de igualdade? Cinco dias se passaram sem contato. Lucas havia respeitado o pedido de Marina por tempo, mas cada hora que passava aumentava sua ansiedade. Sentado em seu escritório, ele tentava se concentrar nos relatórios trimestrais, mas suas reuniões pareciam mecânicas, sem propósito. “Senhor Mendes”, Carla entrou com café e uma expressão preocupada.
“O senhor está bem? Parece diferente. Lucas olhou para sua assistente de confiança. Carla o conhecia há 5 anos e raramente fazia comentários pessoais. Diferente como: “Distraído, distante, os funcionários estão comentando.” Lucas suspirou. Sua obsessão por controle estava se desfazendo e isso era visível para todos.
“Carla, posso te perguntar algo pessoal?” Ela pareceu surpresa, mas sentiu. Você é casada há quanto tempo? 12 anos. G, senhor. Como vocês se conheceram? Carla hesitou claramente, sem entender onde ele queria chegar. Faculdade. Ele estudava engenharia, eu administração. E ele te pediu em casamento logo? Deus não. Ela riu. Namoramos 4 anos.
Ele tinha que provar que não era um desses meninos ricos mimados. Lucas franziu a testa. Ele era rico, família tradicional de Ribeirão Preto, fazendeiros. Eu era bolsista, filha de operário. E como vocês superaram isso? Carla o estudou, começando a entender. Senhor, o senhor está tendo problemas românticos? Lucas não respondeu, mas sua expressão confirmou a suspeita.
Posso me sentar? Ele gesticulou para a cadeira. O Rodrigo teve que aprender que eu não queria ser salva, ela começou. Que eu queria ser escolhida. Há uma diferença enorme entre as duas coisas. Explique. Quando você quer salvar alguém, assume que essa pessoa precisa de salvação.
Mas quando você escolhe alguém, reconhece o valor que ela já tem. Lucas absorveu as palavras. E como ele demonstrou isso? Conhecendo meu mundo antes de me convidar para o dele, jantando na casa dos meus pais, entendendo de onde eu vim, respeitando minha independência, mesmo quando podia oferecer uma vida mais fácil. Especialmente então porque ele entendeu que para mim facilidade não era a mesma coisa que felicidade.
Lucas assentiu lentamente. Obrigado, Carla. Isso foi esclarecedor. Senhor, se posso dar um conselho, claro, pare de tentar resolver o problema e comece a entender a pessoa. Naquela tarde, Lucas tomou uma decisão que teria parecido impensável semanas antes. Em vez de dirigir para Sorocaba, pegou o telefone. Marina, é o Lucas. Oi. A voz dela era cautelosa.
Eu gostaria de te convidar para algo diferente. O quê? Quero conhecer sua mãe oficialmente. Posso jantar na casa de vocês amanhã? Silêncio do outro lado. Lucas, não como um gesto grandioso ou para impressionar, porque quero entender de onde você vem, quem você é realmente. Marina sentiu o coração acelerar.
Você tem certeza? Minha casa é bem simples. Tenho certeza. E você vai comer comida caseira normal. Nada de pratos franceses. Estou ansioso para isso. OK. Ela disse depois de uma pausa. Sábado às 7. Perfeito. Posso levar alguma coisa? Apenas você mesmo. No sábado, Lucas estacionou na frente do prédio simples de quatro andares onde Marina morava.
Usava jeans e uma camisa social sem gravata, carregando apenas um buquê de flores que havia comprado na própria floricultura onde ela trabalhava. O apartamento era pequeno, mas acolhedor. Dois quartos, sala e cozinha integradas, decorado com móveis simples, mas bem cuidados.
Fotos de Marina em várias idades cobriam uma parede, contando a história de uma vida feliz, apesar das dificuldades. “Você deve ser o Lucas”, disse Rosa, secando as mãos no avental. Marina falou muito sobre você. Espero que coisas boas. Ele sorriu, oferecendo as flores. Que lindas! Marina, coloque na água. Durante o jantar, arroz, feijão, bifeolado e salada, Lucas observou a dinâmica entre mãe e filha.
Elas se provocavam carinhosamente, riam de piadas internas e se ajudavam naturalmente. Era o tipo de intimidade familiar que ele nunca havia experimentado. “Marina me disse que você tem uma empresa de seguros”, comentou Rosa. “Sim, herdei do meu pai e expandi. E você gosta do que faz?” Lucas hesitou. Ninguém jamais havia perguntado isso. “Sou bom nisso,” ele respondeu finalmente.
“Não foi isso que perguntei, Marina.” observou a interação, admirando a forma direta, mas gentil da mãe. “Não sei se gosto, Lucas admitiu. Nunca pensei muito sobre isso.” “Hum”, Rosa murmurou, servindo mais arroz no prato dele. “E o que você gostaria de fazer?” “Eu não sei.
Deve ser estranho ter tanto dinheiro que pode fazer qualquer coisa e não saber o que quer fazer.” Mãe! Marina começou a protestar, mas Lucas a interrompeu. “Não, ela está certa. É exatamente isso. Após o jantar, Rosa se desculpou para lavar a louça, deixando Lucas e Marina a sós na pequena varanda. “Sua mãe é incrível”, ele comentou. “Ela é minha heroína. Trabalhou duro para me criar sozinha e nunca me deixou sentir que faltava algo. Eu sinto inveja disso.
Por quê? Porque vocês têm algo que meu dinheiro nunca comprou. Conexão real.” Marina estudou seu perfil na luz suave da varanda. Lucas, posso te perguntar uma coisa? Claro, porque você realmente está aqui? Não a resposta educada, a verdade. Lucas olhou para ela, decidindo ser completamente honesto, porque percebi que estava tentando comprar seu amor, oferecendo segurança financeira.
E você merece melhor que isso. E agora? Agora quero aprender a conquistar seu amor, sendo alguém que merece você. Marina sentiu seu coração se acelerar. E como planeja fazer isso? Primeiro conhecendo quem você realmente é, seus medos, seus sonhos, suas irritações, tudo. E depois, depois mostrando que posso ser um parceiro, não um provedor.
Marina sorriu pela primeira vez desde que haviam brigado. Isso pode levar tempo. Tenho tempo e paciência. Estou aprendendo a ter. Naquela noite, após Lucas ir embora, Marina ajudou a mãe com a louça. Gostou dele? perguntou. Gostei. Rosa respondeu. Mas mais importante, vi como ele olha para você.
Como assim? Como se você fosse a coisa mais preciosa do mundo, mas também como se ele soubesse que não tem direito a você automaticamente. E isso é bom. É o começo de tudo, filha. Na viagem de volta para São Paulo, Lucas refletiu sobre a noite. Pela primeira vez em anos, havia se sentido parte de uma família real.
e pela primeira vez em sua vida, estava disposto a lutar por algo que não poderia simplesmente comprar, mas seria o suficiente para conquistar o coração de uma mulher que valoriza a autenticidade acima de tudo? Ou Lucas teria que se transformar em alguém completamente diferente do homem que sempre foi? Duas semanas depois do jantar na casa de Marina, Lucas tomou uma decisão que surpreendeu até mesmo a si mesmo. Ligou para ela numa terça-feira de manhã.
Marina, tenho algo para te propor. Estou ouvindo. Ela respondeu curiosa com o tom formal dele. Existe um evento beneficente no sábado. Um jantar para arrecadar fundos para uma ONG que trabalha com crianças carentes. Gostaria que você me acompanhasse? Marina silenciou. Sabia que isso significaria conhecer o mundo social de Lucas pela primeira vez.
Lucas, antes que você recuse, quero deixar claro algumas coisas. Primeiro, você não precisa se preocupar com roupas. Posso providenciar um vestido, se quiser. Segundo, não vou te deixar sozinha nem por um minuto. E terceiro, ele hesitou. Terceiro. Terceiro, se você se sentir desconfortável a qualquer momento, vamos embora. Sem perguntas.
Marina considerou. Era um teste para ambos. Tudo bem, mas eu escolho meu próprio vestido, claro. E quero conhecer essa ONG antes. Se vou apoiar uma causa, preciso saber do que se trata. Lucas sorriu, típico de Marina querer entender o propósito antes da aparência. Claro. Posso te buscar amanhã e vamos juntos visitá-los? No dia seguinte, eles visitaram o Instituto Esperança, que oferecia atividades educativas e culturais para crianças em vulnerabilidade social.
Marina ficou imediatamente encantada com o trabalho desenvolvido e passou duas horas conversando com as educadoras sobre os programas. “Eles fazem um trabalho incrível”, ela comentou no carro, voltando para Sorocaba. “Sim, apoio essa ONG há 3 anos.” “Eitou antes?”, Lucas hesitou. “Na verdade não. Você doa dinheiro para uma organização que nunca visitou? Meu assistente fez a pesquisa, verificou a idoneidade.
Marina o olhou com uma expressão que ele não conseguiu decifrar. O quê? Você se importa mesmo com as causas que apoia ou é só para dedução no imposto de renda? A pergunta foi como um soco. Lucas nunca havia pensado nisso de forma tão direta. Eu sinceramente nunca pensei muito sobre isso. Hum.
Mas hoje pensei, vendo você interagir com as crianças, vendo a diferença real que o dinheiro faz, importa. Marina a sentiu lentamente. Pelo menos você é honesto. No sábado, Marina gastou parte de suas economias em um vestido preto, elegante, mas simples. Não queria parecer que estava tentando se encaixar, mas também não queria envergonhar Lucas.
Quando ele a buscou, seu olhar de admiração a tranquilizou imediatamente. “Você está perfeita”, ele disse sinceramente. “O evento era no Copacabana Palace Hotel, em um salão suntuoso com vista para a cidade. Marina sentiu-se imediatamente fora do lugar entre as mulheres cobertas de joias e vestidos de grife, mas Lucas manteve sua promessa de não se afastar.” “Lucas!”, Uma voz feminina os interrompeu.
Patrícia Oliveira, esposa de um grande empresário, se aproximou com um sorriso que não chegava aos olhos. Não esperava vê-lo aqui com companhia. Patrícia, esta é Marina Silva. Marina, Patrícia Oliveira. Prazer, Marina. Estendeu a mão que Patrícia apertou brevemente. E você trabalha com o quê, querida? Sou florista. Que interessante.
Em São Paulo, Sorocaba. Patrícia trocou um olhar rápido com Lucas, como se isso explicasse tudo. Bem, que exótico. Lucas sempre teve gostos diversos. Marina sentiu o rosto esquentar, mas manteve a compostura. E você, Patrícia, trabalha com alguma coisa? Trabalho. Patrícia pareceu genuinamente confusa. Bem, administro a casa, organizo eventos sociais.
Ah, Marina assentiu educadamente. Se me dão licença, Patrícia se desculpou. Preciso cumprimentar os Andrade. Quando ela se afastou, Marina se virou para Lucas. Sempre foi assim? O quê? As pessoas do seu círculo social sempre foram tão superficiais? Lucas observou o salão com novos olhos, pessoas discutindo viagens caras, compras, fofocas sobre outros ricos.
Acho que nunca prestei atenção. Durante o jantar, eles foram colocados em uma mesa com outros casais. A conversa girava em torno de ações, imóveis em Miami, filhos em colégios suíços. Marina escutava educadamente, mas contribuía pouco. E você, Marina? Perguntou Roberto Andrade, um empresário do ramo financeiro, pretende expandir seus negócios para São Paulo? Na verdade, estou satisfeita onde estou.
Sorocaba tem uma comunidade maravilhosa e eu gosto de conhecer pessoalmente cada cliente. Que pitoresco! Comentou a esposa dele, Helena. Helena. Lucas interveio com um tom de advertência. O quê? Só acho interessante essa perspectiva de pequenos negócios. Marina sentiu a condescendência, mas decidiu responder com graça. É verdade. Deve ser difícil de entender quando se está acostumado com grandes corporações.
Mas há algo especial em criar algo com as próprias mãos, em ver o impacto direto do seu trabalho na vida das pessoas. Com certeza, Roberto concordou, parecendo genuinamente interessado. Conte-me mais sobre isso. Para a surpresa de todos, Marina começou a falar sobre a arte da floricultura. sobre como diferentes flores comunicam emoções diferentes, sobre como um arranjo pode transformar um momento especial.
Sua paixão era contagiante e logo mesmo Helena estava fazendo perguntas. Lucas observava tudo com crescente admiração. Marina não estava tentando se encaixar. Ela estava sendo autenticamente ela mesma e isso estava conquistando as pessoas de uma forma que toda a sofisticação forçada não conseguia. Sabe, Helena comentou no final da noite.
Você me fez repensar sobre jardinagem. Sempre achei entediante, mas talvez eu nunca tenha entendido o ponto. Se quiser algumas dicas básicas, posso ajudar. Marina ofereceu genuinamente. Durante a viagem de volta, eles ficaram em silêncio por um tempo. “Como foi para você?”, Lucas perguntou finalmente. Interessante, Marina respondeu depois de uma pausa.
Interessante como eles não são pessoas ruins, só desconectadas, como se vivessem em uma bolha. E você se sentiu julgada? No início? Sim. Mas depois percebi que a opinião dele sobre mim não define quem eu sou. Lucas parou o carro no acostamento e se virou para ela. Marina, eu preciso te pedir desculpas. Por quê? Porque só hoje percebi como meu mundo pode ser vazio, superficial, e porque você merecia melhor do que ser julgada por pessoas que nunca tiveram que lutar por nada na vida. Lucas, não, deixe-me terminar.
Assistir você hoje, vendo como você transformou uma conversa pretenciosa em algo real, como você fez aquelas pessoas pensarem de verdade, foi inspirador. Eu só fui eu mesma. Exatamente. E talvez seja a hora de eu aprender a fazer o mesmo.
O que isso significa? Lucas olhou nos olhos dela, tomando uma decisão que mudaria tudo. Significa que quero ser alguém de quem você possa se orgulhar. Não o CEO bem-sucedido ou o homem rico, apenas Lucas. E quem é apenas Lucas? Ainda estou descobrindo, mas espero que você me ajude nessa jornada. Marina sorriu sentindo algo se estabelecer entre eles. Posso fazer isso. Mas conforme eles retomaram a viagem, nenhum dos dois imaginava que essa noite havia sido apenas o primeiro teste.
Em breve, Marina enfrentaria um desafio muito maior do que círculos sociais superficiais. Ela conheceria a Helena Mendes, a mãe de Lucas, uma mulher que havia passado décadas aperfeiçoando a arte de intimidar qualquer pessoa que ameaçasse seu controle sobre o filho. Helena Mendes era uma mulher impressionante.
Aos 58 anos, mantinha uma elegância rígida que intimidava até empresários experientes. Quando soube que Lucas estava envolvido com uma florista de Sorocaba, sua reação foi controlada, mas gelada. Traga-a para almoçar”, ela disse ao filho durante uma ligação na segunda-feira seguinte ao evento beneficente.
Mãe, Lucas, você tem 32 anos. Se essa pessoa é importante para você, então eu preciso conhecê-la. Lucas sabia que o tom de sua mãe não prometia nada de bom. Ela não é essa pessoa. Tem nome? Marina. Claro, Marina, traga-a no sábado, meio-dia. Quando Lucas contou para Marina sobre o convite, ela ficou visualmente nervosa. Sua mãe me odeia e nem me conhece ainda. Ela não te odeia.
Ela só tem dificuldade com mudanças. Lucas, pelo que você me contou, sua mãe esperava que você casasse com uma herdeira da alta sociedade. Eu sou uma florista. E daí? E daí que ela provavelmente já me julgou e me achou inadequada? Lucas segurou as mãos dela. Marina, minha mãe é complicada, mas no fundo ela só quer minha felicidade.
A felicidade dela ou a sua? A pergunta foi pertinente e Lucas não soube responder imediatamente. A mansão dos Mendes em Alfaville era intimidante. Três andares de arquitetura neoclássica, jardins impecáveis e uma entrada com colunas de mármore. Marina sentiu-se diminuída antes mesmo de sair do carro.
Helena os recebeu na sala de estar principal, um ambiente decorado com antiguidades europeias e quadros de artistas renomados. usava um conjunto Chanel discreto, mas obviamente caro, e seu cumprimento foi educado, mas frio. Marina, não é? Que prazer conhecê-la, finalmente. O prazer é meu, dona Helena. Apenas Helena, querida, sente-se.
O almoço foi servido na sala de jantar formal, com pratos de porcelana francesa e talheres de prata. Marina se sentia como se estivesse sendo avaliada a cada movimento. Então, Marina, Helena começou enquanto cortava delicadamente seu salmão. Lucas me disse que você trabalha com flores. Sim, sou florista em Sorocaba. Que interessante.
E há quanto tempo nessa profissão? Marina percebeu a forma como ela pronunciou profissão, como se a palavra tivesse gosto ruim. 8 anos. Comecei como aprendiz depois do colegial. Não teve interesse em cursar faculdade? Tive, mas minha mãe precisava de ajuda com as despesas, então comecei a trabalhar. Entendo. Família de poucos recursos. O comentário foi feito com tom neutro, mas Marina sentiu a picada.
Recursos financeiros limitados, sim, mas ricos em outros aspectos. Helena ergueu uma sobrancelha. Como assim? Amor, apoio, valores sólidos. Claro, claro. E você pretende continuar florista, indefinidamente? Lucas estava visivelmente desconfortável, mas Marina manteve a compostura. Pretendo expandir, talvez ter minha própria loja, oferecer cursos de arranjos florais.
Que ambicioso! Helena comentou sem entusiasmo. Mãe, Lucas interveio. Marina tem um talento real. Você deveria ver o trabalho dela, tenho certeza. Mas me diga, Marina, você não acha que seria mais prático buscar oportunidades maiores? São Paulo oferece tantas possibilidades para uma jovem determinada.
Marina entendeu perfeitamente o que Helena estava insinuando. São Paulo é uma cidade maravilhosa, mas estou satisfeita onde estou. Mesmo que isso signifique limitações em seu futuro. Que tipo de limitações? Helena sorriu, mas não foi um sorriso caloroso. Bem, querida, sejamos realistas. Lucas tem certas responsabilidades, certas expectativas sociais.
A esposa dele precisará circular em ambientes muito específicos, lidar com situações que requerem preparação adequada. Mãe, Lucas protestou. O quê? Estou apenas sendo prática. Marina parece uma moça encantadora, mas Marina perguntou, sua voz perigosamente calma. Mas vocês são de mundos muito diferentes e às vezes o amor não é suficiente para superar essas diferenças.
Marina colocou o garfo sobre o prato e olhou diretamente nos olhos de Helena. A senhora está certa sobre uma coisa. Somos de mundos diferentes. Eu fui criada para valorizar as pessoas pelo caráter, não pelo tamanho da conta bancária, para medir sucesso por felicidade e realização, não só por dinheiro. E para acreditar que amor verdadeiro não vem com lista de pré-requisitos sociais.
Helena piscou claramente não esperando uma resposta tão direta. Eu não quis insinuar. Claro que quis. E está tudo bem. A senhora não me conhece e está protegendo seu filho. Eu entendo isso, mas não vou fingir ser alguém que não sou para conquistar sua aprovação. Lucas observava a troca com fascínio e nervosismo.
E se eu disser que sua filosofia pode não ser compatível com as realidades da vida que Lucas leva, então diria que talvez seja a hora dele avaliar se a vida que leva é realmente a que quer. Silêncio tenso dominou a mesa. Marina. Helena disse finalmente sua voz mais suave. Você é muito direta. É um defeito que tenho. Não disse que era defeito.
Elas se olharam por um longo momento e Marina percebeu que havia algo parecido com respeito nos olhos da mulher mais velha. Lucas. Helena se virou para o filho. Você poderia nos dar alguns minutos a sós? Lucas hesitou, mas Marina assentiu levemente. Quando ficaram sozinhas, Helena se recostou na cadeira. Você o ama? Sim. Mesmo sabendo que isso complicará sua vida tremendamente, especialmente sabendo disso. Por quê? Marina considerou a pergunta cuidadosamente.
Porque Lucas não precisa de mais alguém que concorde com tudo que ele faz. Ele precisa de alguém que o desafie a ser melhor. E eu preciso de alguém que me aceite como sou, não como uma versão melhorada de mim mesma. Helena estudou o rosto jovem à sua frente.
Você não tem medo? Estou apavorada”, Marina admitiu, “mas não vou deixar o medo tomar decisões por mim. E se eu disser que nunca vou aceitar essa união, então será uma pena, porque eu gostaria de ter uma boa relação com a mãe do homem que amo, mas não vou implorar por aceitação.” Helena permaneceu em silêncio por um longo momento. “Sabe”, ela disse finalmente.
“Faz muito tempo que alguém não me enfrenta assim. Não estava tentando enfrentá-la, estava sendo honesta. São a mesma coisa às vezes. Quando Lucas voltou, encontrou as duas mulheres conversando sobre jardinagem, de todas as coisas. Marina estava me contando sobre rosas antigas, Helena explicou. Aparentemente, cometo vários erros no jardim.
Durante a viagem de volta, Lucas estava claramente curioso. O que aconteceu quando saí? Conversamos sobre o quê? Sobre você, sobre nós, sobre rosas? E Marina sorriu e acho que sua mãe é mais inteligente do que você dá crédito a ela. Ela gostou de você? Não sei se gostou é a palavra certa, mas acho que ela me respeitou. E isso é suficiente? Por enquanto, sim.
Mas Lucas não sabia que Helena havia tomado uma decisão naquele almoço. Uma decisão que testaria não apenas o relacionamento dele com Marina, mas também quão longe ele estava disposto a ir para proteger o que eles haviam construído juntos. O verdadeiro teste estava apenas começando. Na semana seguinte ao almoço, Marina notou uma mudança sutil em Lucas.
Ele parecia mais tenso, distraído durante suas conversas telefônicas e havia cancelado dois encontros com desculpas vagas sobre emergências no trabalho. “Aconteceu alguma coisa?”, ela perguntou durante uma ligação na quinta-feira à noite. “Não, por quê? Você parece diferente, distante.” Lucas suspirou, passando a mão pelos cabelos.
estava em seu escritório, mesmo sendo quase 10 da noite, tentando evitar voltar para casa onde sua mãe havia passado para conversar todos os dias da semana. É só trabalho, Marina, muita pressão ultimamente. Mas não era só trabalho. Helena havia intensificado sua campanha contra o relacionamento, usando uma abordagem mais sutil, mas igualmente eficaz.
Lucas, ela havia dito na noite anterior. Roberto Andrade mencionou que conhece algumas jovens encantadoras. Talvez você devesse considerar expandir seus horizontes sociais. Mãe, eu não estou interessado em conhecer outras pessoas. Não estou sugerindo nada sério. Apenas diversificar suas experiências. Você é muito jovem para se limitar. Eu não me sinto limitado, claro que não.
Mas pense no futuro, querido. Nos negócios, na família, nas expectativas. Era a mesma conversa, repetida de formas diferentes todos os dias. E Lucas sentia o peso das palavras dela, mesmo sabendo que não queria ouvi-las. Na sexta-feira, Marina tomou uma decisão, pediu folga no trabalho e dirigiu até São Paulo sem avisar Lucas.
Ela precisava vê-lo pessoalmente, entender o que estava acontecendo. Chegou ao prédio da Mendes Seguros às 3 da tarde e pediu para falar com Lucas. Carla, que já a conhecia das outras visitas, pareceu hesitante. Ele está em reunião e depois tem outra. E Carla? Marina a interrompeu gentilmente. Ele está evitando falar comigo. A assistente hesitou claramente desconfortável.
Não é minha posição, por favor. Eu só preciso saber se fiz algo errado. Carla olhou ao redor e baixou a voz. Dona Helena tem vindo aqui todos os dias. Eles têm tido conversas longas. Marina sentiu o estômago afundar. Entendo. Marina, posso dar um conselho? Claro. Não desista. Nunca vi o Senr. Mendes tão humano quanto quando fala de você.
20 minutos depois, Lucas saiu de sua reunião e encontrou Marina esperando em sua sala. Marina, o que faz aqui? Vim descobrir porque você está me evitando. Lucas fechou a porta atrás dele. Eu não estou te evitando, não. Três ligações canceladas, dois encontros desmarcados e quando conversamos, você parece estar em outro lugar.
Lucas se sentou pesadamente em sua cadeira. Tem sido uma semana difícil. por causa da sua mãe? A pergunta direta o pegou desprevenido. Como você? Carla me contou que ela tem vindo aqui todos os dias. Lucas suspirou, percebendo que não poderia mais esconder. Ela está preocupada com o quê? Com nós, com o futuro, com tudo.
Marina se sentou na cadeira em frente à mesa dele. E você está preocupado? Eu. Lucas lutou para encontrar as palavras. Às vezes me pergunto se não estou sendo egoísta. Como assim? Arrastando você para um mundo que pode te machucar, onde pessoas como minha mãe vão questionar constantemente se você é boa ou suficiente. Marina sentiu uma mistura de raiva e tristeza.
E você acha que elas estão certas? Não, Deus não. Você é extraordinária, Marina. Melhor que qualquer pessoa que eu já conheci. Então, qual é o problema? Lucas se levantou, caminhando até a janela. O problema é que eu posso te proteger de algumas coisas, mas não de todas, e não sei se é justo pedir que você suporte isso. Marina o observou por um longo momento. Lucas, olha para mim.
Ele se virou. Quem deve decidir se eu posso ou não suportar as pressões da sua vida? Você mais exato. Eu não sua mãe não a sociedade, não. Você eu. E se você decidir que não vale a pena? Marina se levantou e caminhou até ele. Então será minha decisão, mas você não tem o direito de tomar essa decisão por mim. Eu só quero te proteger.
De quê? De pessoas como sua mãe. Lucas, eu cresci enfrentando desafios muito maiores que julgamentos de pessoas ricas. Não me subestime. Lucas a olhou vendo a determinação em seus olhos. Você tem razão. Eu sinto muito. Não quero desculpas. Quero honestidade. O que sua mãe disse para te deixar assim? Lucas hesitou, mas decidiu ser completamente transparente.
Ela disse que estou sendo egoísta, que arrastar você para meu mundo vai te machucar e que se eu realmente te amasse, deixaria você seguir sua vida em paz. E você acredita nisso? Parte de mim. Sim. Marina sentiu como se tivesse levado um soco. Entendo. Marina. Não, Lucas, eu entendo. Você acha que sou frágil demais para lidar com sua vida? Não é isso. É exatamente isso.
Você e sua mãe acham que sabem o que é melhor para mim, melhor que eu mesma. Lucas percebeu o erro em suas palavras. Eu não queria dizer, mas foi o que disse. E sabe o que é mais triste? Eu estava começando a acreditar que você era diferente, que você me via como igual. Eu vejo não, Lucas. Você me vê como alguém que precisa ser protegida das realidades da sua vida e isso é muito diferente.
Marina pegou sua bolsa e caminhou em direção à porta. Onde você vai? Para casa. Preciso pensar. Marina, por favor. Ela parou com a mão na maçaneta. Lucas, quando você decidir se quer uma parceira ou alguém para proteger, me liga. Até lá. Acho melhor darmos um tempo. A porta se fechou com um clique suave, mas para Lucas foi como um estrondo.
Ele havia perdido a mulher que amava por tentar protegê-la de um mundo que ela estava disposta a enfrentar. E pela primeira vez em sua vida, Lucas se perguntou se as opiniões de sua mãe valiam mais que sua própria felicidade. Mas seria tarde demais para consertar o estrago? Ou Marina ainda estaria disposta a lutar por eles se Lucas provasse que estava disposto a lutar por ela também.
Durante uma semana, Lucas tentou se convencer de que estava fazendo a coisa certa. mergulhou no trabalho, aceitou dois convites sociais que normalmente recusaria e até mesmo saiu para jantar com Fernanda Reis, a filha de um empresário que sua mãe havia casualmente mencionado várias vezes.
Fernanda era tudo que Helena sempre havia desejado em uma nora, formada em administração pela FGV, falava três idiomas, vinha de família tradicional paulista. era bonita, inteligente e sabia exatamente como se comportar em qualquer situação social. Era também completamente entediante. E então meu pai disse que talvez eu devesse considerar um MBA em Londres, ela falava enquanto cortava delicadamente sua salada no restaurante Fazano.
Claro que seria divino, mas não sei se quero ficar tanto tempo longe de São Paulo. Lucas a sentiu mecanicamente, mas sua mente estava em Sorocaba. imaginando o que Marina estava fazendo naquele momento. “Lucas, você está me ouvindo? Desculpe, você estava falando sobre Londres. Na verdade, agora estava falando sobre o casamento da Patrícia Santos.
Vai ser no Copacabana Palace com 500 convidados. Papai disse que será o evento do ano. Interessante. Fernanda o estudou com olhos espertos. Você parece distraído. Trabalho. Hum. Ela tomou um gole de vinho. Ou seria alguma florista de cidade pequena. Lucas a olhou surpreso. Como você São Paulo é pequena para nossa turma, Lucas.
Todo mundo sabe sobre sua aventura. Não foi uma aventura. Não. Então, o que foi? Lucas considerou a pergunta. O que tinha sido Marina em sua vida? Foi real. Ele disse finalmente. Real como? Real como? Como acordar depois de anos dormindo? Fernanda riu, mas não foi um som cruel. Meu Deus, você está apaixonado mesmo. Estava, estava. O que aconteceu? Lucas hesitou.
Por que estava contando isso para uma virtual estranha? Percebi que nossos mundos eram incompatíveis. Ou alguém te convenceu disso? Fernanda, Lucas, posso ser franca? Você é um bom partido, rico, bonito, bem educado. Qualquer mulher do nosso círculo ficaria feliz em se casar com você. Obrigado. Mas você parece infeliz. E se essa florista te fazia feliz? É complicado.
Só se você deixar ser. Lucas a olhou com nova atenção. Você não acha que diferenças sociais importam? Claro que importam, mas não deveriam ser decisivas. Meu avô era imigrante italiano, sabia? vendedor de queijos. Minha avó era filha de fazendeiros tradicionais. Todo mundo disse que não daria certo e deu.
Foram casados por 52 anos até a morte dele. Lucas ficou em silêncio, processando. Posso te dar um conselho? Fernanda continuou. Claro. Pare de tentar agradar sua mãe e comece a viver sua própria vida. Duas horas depois, Lucas estava dirigindo pelas ruas desertas de São Paulo, as palavras de Fernanda ecoando em sua mente.
Quando se deu conta, estava estacionando em frente ao prédio onde morava sua mãe. Helena o recebeu em seu hobby de seda, surpresa com a visita tardia. “Lucas, aconteceu alguma coisa? Preciso conversar com você”. Eles se sentaram na sala de estar elegante e Lucas observou o ambiente onde havia crescido.
Tudo era perfeito, coordenado, sem uma única peça fora do lugar, como sua vida havia sido até conhecer Marina. Como foi o jantar com a Fernanda? Esclarecedor. Ela é uma jovem maravilhosa, não é? É. E me fez perceber algumas coisas. Helena sorriu satisfeita. Que tipo de coisas? Que você está errada sobre Marina? O sorriso de Helena desapareceu. Lucas, não, mãe. Desta vez você vai me escutar.
Por 32 anos, vivi minha vida tentando atender suas expectativas. Estudei onde você queria, assumi a empresa quando você e papai decidiram. Me relacionei com pessoas que vocês aprovavam. E isso te deu uma vida boa. Me deu uma vida vazia até conhecer Marina. Helena suspirou. Filho, eu só quero o que é melhor para você. Não, mãe.
Você quer o que é melhor para a imagem da família e são coisas diferentes. Isso não é verdade. Lucas se levantou, caminhando até a janela. Sabe o que Marina me disse na primeira noite em que conversamos? Perguntou por eu estava triste, mesmo tendo tudo. E você sabe por isso me impressionou? Helena não respondeu: “Porque foi a primeira vez na vida que alguém notou que eu estava triste, primeira vez que alguém me viu além do dinheiro, da posição social, das aparências.
Lucas! Marina me desafia, mãe. Me faz querer ser uma pessoa melhor. Me faz questionar se a vida que levo é realmente a que quero e pela primeira vez tenho respostas.” E que respostas são essas? Lucas se virou para enfrentar sua mãe.
Que eu prefiro ser feliz com ela em um apartamento simples, do que infeliz sozinho em uma cobertura de luxo. Helena ficou em silêncio por um longo momento. E se ela te deixar? Se decidir que você não vale as complicações, então pelo menos terei tentado, pelo menos terei escolhido por mim mesmo. E a empresa, a família, suas responsabilidades continuarão existindo, mas agora sob minhas condições, não as suas.
Helena estudou o rosto do filho, vendo uma determinação que nunca havia notado antes. Você mudou? Sim, para melhor. Tem certeza disso? absoluta. Helena suspirou profundamente. Então, talvez seja a hora de eu conhecer melhor essa Marina que transformou meu filho.
O que isso significa? Significa que se ela é tão importante assim, quero entender porquê. Lucas sentiu uma pontada de esperança. E você vai tentar aceitar? Vou tentar entender. Aceitação vem depois. Quando Lucas saiu da casa da mãe às duas da madrugada, sentiu-se mais leve do que havia se sentido em semanas. Pela primeira vez em sua vida, havia escolhido sua felicidade sobre as expectativas alheias.
Agora restava apenas uma coisa, reconquistar a mulher que havia perdido por medo de lutar por ela. Mas seria Marina capaz de perdoar sua covardia ou a desconfiança havia se instalado definitivamente entre eles? Lucas não dormiu naquela noite. Sentado na varanda de sua cobertura, observou o nascer do sol sobre São Paulo e tomou uma decisão que mudaria tudo.
Não ligaria para Marina, não tentaria explicar por telefone, iria até Sorocaba e lutaria por ela presencialmente. Às 7 da manhã de sábado, ele estava batendo na porta do apartamento onde Marina morava com Rosa. Lucas Rosa abriu a porta surpresa. O que faz aqui tão cedo? Preciso falar com Marina, dona Rosa, é urgente.
Ela está dormindo ainda. Mãe, quem é? A voz de Marina veio do corredor. É o Lucas, filha. Marina apareceu em seu pijama simples, cabelos desarrumados, olhos ainda inchados de sono. Para Lucas, ela nunca havia parecido mais linda. “O que você quer?” Sua voz era cautelosa. “Conversar, por favor?” Marina hesitou, mas Rosa interveio. “Vou fazer café.
Vocês conversem na varanda. A pequena varanda do apartamento oferecia uma vista modesta da cidade. Marina se sentou em uma das duas cadeiras plásticas, esperando que Lucas falasse. “Eu cometi um erro”, ele começou. “Qual deles?” “Foram vários. Lucas mereceu isso. O maior foi deixar que outras pessoas decidissem o que era melhor para nós.
Outras pessoas ou sua mãe? minha mãe, mas a responsabilidade é minha, não dela. Marina o observou, procurando sinais de sinceridade. Continue, Marina. Eu passei a vida inteira tentando agradar minha mãe, fazer o que ela achava certo. E quando ela questionou nosso relacionamento, eu entrei em pânico.
Por quê? Lucas lutou para encontrar as palavras certas, porque nunca havia desapontado ela antes, nunca havia escolhido algo que ela não aprovasse. E agora? Agora percebi que sua aprovação não vale minha felicidade. Marina sentiu algo se mexer em seu peito, mas manteve a guarda. E o que mudou? Eu conversei com ela ontem. disse que você é a pessoa mais importante da minha vida e que se ela quer fazer parte dela, precisa aceitar isso.
E ela aceitou. Disse que vai tentar entender. Marina assentiu lentamente. É um começo. Marina. Lucas se inclinou para a frente. Eu sei que te machuquei. Sei que questionei sua força, sua capacidade de lidar com meu mundo. E foi injusto. Foi. Você pode me perdoar? Marina ficou em silêncio por um longo momento, olhando para as mãos.
Lucas não é só sobre o perdão, então sobre o quê? Sobre confiança. Como posso ter certeza de que você não vai surtar de novo na próxima vez que alguém questionar nosso relacionamento? Porque agora eu sei qual é minha prioridade. Qual é? Você, nós, nossa felicidade juntos. Marina o olhou nos olhos, procurando qualquer sinal de hesitação.
Se sua mãe nunca aceitar realmente, então será problema dela, não nosso. E se seus amigos, seus clientes, a alta sociedade paulista nunca me aceitar? Então talvez eu precise repensar com que tipo de pessoas me relaciono. Marina sentiu as defesas começarem a se dissolver. Você tem certeza disso? Absoluta, Marina.
A semana sem você foi a pior da minha vida. Tentei me convencer de que estava fazendo a coisa certa, mas cada dia longe de você, apenas confirmou que estava sendo um idiota. Você estava. Eu sei. E se você me der outra chance, prometo que nunca mais vou deixar que outras pessoas definam nosso relacionamento. Marina estudou o rosto dele, vendo vulnerabilidade e determinação em igual medida.
Lucas, se voltarmos a nos ver, algumas coisas vão ter que mudar. Que coisas? Primeiro, nada de tentar me proteger das realidades da sua vida. Se vamos estar juntos, estamos juntos de verdade. Concordo. Segundo, preciso manter minha independência. Não vou largar meu trabalho ou me mudar para São Paulo até ter certeza absoluta de que isso é o que eu quero. Entendo.
E terceiro, ela hesitou. O quê? Quero conhecer sua mãe de novo, oficialmente, como sua namorada, não como uma curiosidade que você está explorando. Lucas sorriu. Isso pode ser arranjado, mesmo que ela não goste, especialmente se ela não gostar. Rosa apareceu na varanda com uma bandeja de café e pão de açúcar. Resolveram as coisas? Ela perguntou com um sorriso sapiente.
Ainda estamos negociando Marina respondeu. Mas seu tom havia se suavizado consideravelmente. Bem, enquanto negociam, comam alguma coisa. Homem apaixonado precisa manter as forças. Lucas riu, sentindo-se mais relaxado do que havia se sentido em semanas. Dona Rosa, posso perguntar uma coisa? Claro, filho.
A senhora acha que Marina deve me dar outra chance? Rosa olhou entre os dois avaliando. Acho que todo mundo merece uma segunda chance, mas se você machucar minha filha de novo, vai ter que se aver comigo. Entendido. Marina sorriu pela primeira vez desde que Lucas havia chegado. Minha mãe pode ser bem intimidante quando quer, imagino.
Eles passaram o resto da manhã conversando, reconstruindo lentamente a conexão que havia se perdido. Lucas contou sobre o jantar com Fernanda, sobre a conversa com Helena, sobre a semana miserável que havia passado. Marina falou sobre seus medos, suas inseguranças, sua determinação de não se contentar com menos do que merecia.
Então, Lucas perguntou quando Rosa se recolheu para dar privacidade a eles. Estamos bem? Estamos caminhando para isso. O que preciso fazer para acelerar o processo? Marina sorriu, uma expressão maliciosa nos olhos. Bem, você poderia começar me levando para jantar em algum lugar que você escolheria para si mesmo, não o que acha que eu gostaria. Dill e Lucas. Sim.
Na próxima vez que alguém questionar se sou boa ou suficiente para você, quero que responda que a pergunta correta é se você é bom o suficiente para mim. Lucas riu, puxando-a para um abraço. Sim, senhora. Quando se beijaram na pequena varanda, com o sol do meio-dia iluminando o apartamento simples, mais cheio de amor, ambos souberam que haviam superado o primeiro grande teste de seu relacionamento, mas nem imaginavam que em breve enfrentariam um desafio muito maior: integrar verdadeiramente suas duas famílias e dois mundos completamente diferentes em uma única vida compartilhada. Duas semanas depois
da reconciliação, Lucas organizou algo que nunca havia feito em seus 32 anos. Um churrasco em sua cobertura. Não evento formal com garçons e Ctherine, mas um churrasco de verdade com ele mesmo na churrasqueira. “Você tem certeza disso?”, Marina perguntou, observando o temperar a carne na cozinha gourmet que raramente usava. absoluta.
Dona Rosa merece conhecer onde moro e eu quero aprender a cozinhar para as pessoas que amo. Marina sorriu, vendo-o lutar com os temperos, como se fossem fórmulas químicas complexas. Talvez devêsemos pedir pizza. Ei, eu consultei três vídeos no YouTube. Estou preparado. O interfone tocou às 2as da tarde.
Rosa chegou acompanhada por Helena, que Lucas havia corajosamente convidado. As duas mulheres se cumprimentaram educadamente, mas era óbvio que estavam se avaliando mutuamente. Que vista magnífica! Rosa comentou observando São Paulo da varanda. Obrigada. Helena, respondeu automaticamente antes de perceber a ironia. Quer dizer, Lucas escolheu bem o apartamento. Ele tem bom gosto.
Rosa concordou, olhando diretamente para Marina. Lucas apareceu usando um avental que Marina havia dado a ele com a frase melhor chefe de Sorocaba, carregando uma bandeja de carne. As chefes chegaram. Ele anunciou. Dona Rosa, espero que tenha paciência comigo. Ainda estou aprendendo.
Que graça, Helena, murmurou vendo o filho de terno e gravata fazer papel de churrasqueiro doméstico. Dona Helena Rosa se dirigiu à outra mulher. Lucas me disse que a senhora tem um jardim lindo. Tenho alguns canteiros. Nada muito elaborado. Marina poderia dar algumas dicas. Ela tem mão para plantas. Helena olhou para Marina, que estava ajudando Lucas com a salada.
Ela entende de jardinagem? Desde pequena sempre dizia que queria fazer o mundo mais bonito, uma flor de cada vez. Algo no tom carinhoso de Rosa tocou Helena. É uma filosofia interessante. Durante o almoço, a conversa fluiu melhor do que qualquer um esperava. Rosa contou histórias da infância de Marina. Helena compartilhou algumas memórias embaraçosas de Lucas criança, e gradualmente as duas mães encontraram um terreno comum, o amor por seus filhos.
Marina sempre foi determinada, Rosa contava. Aos 12 anos, decidiu que queria trabalhar em uma floricultura. Ficou uma semana inteira convencendo o dono a deixá-la ajudar depois da escola, sem pagamento, só para aprender. E ele aceitou. Não teve escolha. Ela aparecia lá todo dia até ele ceder. Helena riu, apesar de si mesma. Lucas era assim com livros. Lia tudo que encontrava pela frente.
Aos 10 anos, estava lendo relatórios financeiros da empresa e se interessava mesmo. Na verdade, não. Acho que estava tentando me impressionar. Um silêncio reflexivo se instalou entre elas. Sabe, Helena continuou olhando para Lucas e Marina, que riam de alguma piada particular. Nunca vi meu filho tão relaxado. Marina tem esse efeito nas pessoas. Faz a gente se sentir confortável para ser quem realmente é.
Helena observou a interação entre o filho e Marina. Lucas havia queimado ligeiramente a carne, mas estava rindo de si mesmo em vez de se frustrar. Marina o provocava carinhosamente sobre suas habilidades culinárias e ele retribuía com brincadeiras sobre ela ter comido três sobremesas. Dona Rosa, Helena disse de repente, posso ser franca com a senhora? Claro, eu estava preocupada com esse relacionamento.
E agora? Helena considerou cuidadosamente sua resposta. Agora vejo que estava preocupada pelas razões erradas. Como assim? Estava preocupada se Marina era adequada para Lucas, mas deveria ter me perguntado se Lucas era adequado para Marina. Rosa sorriu. E qual sua conclusão? que meu filho está aprendendo a ser um homem melhor e isso é mais importante que qualquer outra consideração.
No final da tarde, quando Rosa estava se preparando para ir embora, Helena se aproximou de Marina. Posso falar com você um minuto? Elas caminharam até a varanda principal. Marina, preciso me desculpar. Por quê? por ter julgado você conhecê-la, por ter assumido que diferenças sociais eram mais importantes que compatibilidade emocional. Marina a estudou. E agora? Agora vejo que você faz meu filho feliz de uma forma que eu nunca consegui e que ele faz você feliz também. Faz.
Então, tenho apenas um pedido. Qual? Que tenham paciência comigo. Estou aprendendo a soltar o controle sobre a vida do Lucas. Não é fácil para uma mãe. Marina sorriu, sentindo uma genuína simpatia pela mulher mais velha. Todos estamos aprendendo, dona Helena, mas amor verdadeiro vale o esforço. Sim.
Helena concordou, olhando para Lucas, que estava tentando convencer Rosa a aceitar as sobras da carne queimada. Vale mesmo. Quando as mães foram embora, Lucas e Marina ficaram sozinhos na varanda, observando o pô do sol. “Como acha que foi?”, ele perguntou. Melhor do que esperava. Sua mãe é mais legal do que pensei e sua mãe adora você.
Disse que você tem coração bom, que é o maior elogio que ela pode fazer. Lucas a puxou para seus braços. Então, passamos no teste das mães? Acho que sim. E agora? Marina o olhou nos olhos, vendo amor e determinação. Agora continuamos construindo nossa história juntos. Gosto do som disso. Eu também. Enquanto se beijavam sob o céu colorido de São Paulo, ambos sabiam que haviam superado mais um obstáculo importante.
Suas famílias estavam começando a se aceitar. Seus mundos estavam se integrando lentamente, mas a verdadeira prova de seu amor ainda estava por vir. A decisão de se comprometerem definitivamente um com o outro, apesar de todas as diferenças e desafios que ainda enfrentariam. Três meses haviam-se passado desde o churrasco da reconciliação. Lucas e Marina desenvolveram uma rotina.
Ele passava todos os fins de semana em Sorocaba. Ela o visitava em São Paulo uma vez por semana. O relacionamento havia amadurecido e ambos sabiam que era hora de tomar uma decisão sobre o futuro. Lucas havia comprado um anel, não qualquer anel. Depois de semanas pesquisando, ele havia encontrado um diamante solitário em um design. que remetia às flores que Marina tanto amava.
Delicados detalhes em ouro que pareciam pétalas abraçando a pedra central. “Você está nervoso?”, Carla observou vendo-o revisar obsessivamente a reserva no restaurante DOM pela décima vez. “Apavorado”, ele admitiu. “Por quê? Vocês estão obviamente apaixonados. E se ela achar cedo demais? E se ela não quiser se casar? Lucas, em todos os anos que trabalho aqui, nunca vi você tão feliz. Se ela te ama de verdade, e tudo indica que sim, vai dizer sim.
Naquela noite, Marina escolheu cuidadosamente um vestido azul escuro que Lucas havia elogiado antes. Sentia que havia algo especial no ar. Ele estava mais nervoso que o normal, mais atencioso. O dom era impressionante. Alta gastronomia brasileira em um ambiente sofisticado, mas acolhedor.
Durante o jantar, eles conversaram sobre tudo, os planos dela de expandir a floricultura, a ideia dele de delegar mais responsabilidades na empresa para ter mais tempo livre. Marina, ele disse quando terminaram a sobremesa. Tem algo que quero te mostrar. Eles caminharam até um jardim privativo do restaurante, iluminado suavemente por luzes quentes entre as árvores.
Marina suspeitou imediatamente do que estava acontecendo quando viu a mesa decorada com velas e pétalas de rosas. “Lucas, Marina Silva”, ele começou descendo em um joelho. Há nove meses você entrou naquele bar e mudou minha vida completamente. Ela levou as mãos ao peito, os olhos já se enchendo de lágrimas. Você me ensinou o que é amor verdadeiro. Me mostrou a diferença entre existir e viver.
Me fez querer ser um homem melhor. Ele abriu a pequena caixa, revelando o anel que brilhava sob as luzes do jardim. Eu te amo mais do que sabia ser possível amar alguém. Quer se casar comigo? Marina olhou para o anel, depois para o homem ajoelhado à sua frente, depois novamente para o anel. Era lindo, perfeito, obviamente caro e exatamente o que ela teria escolhido para si mesma.
“Sim”, ela sussurrou depois mais alto. “Sim.” Lucas deslizou o anel em seu dedo, se levantou e a beijou, enquanto lágrimas de felicidade escorriam pelo rosto dela. “Eu te amo tanto”, ela murmurou contra seus lábios. “Eu também.” Eles ficaram abraçados no jardim por longos minutos, absorvendo a magnitude do momento. Estavam noivos. realmente noivos.
“Posso te perguntar uma coisa?”, Marina disse quando finalmente se separaram. “Qualquer coisa. Como você sabia o design exato que eu gostaria?” Lucas sorriu. Perguntei para sua mãe que tipo de joias você admirava. Ela disse que você sempre parava para olhar vitrines de joalheras, especialmente peças que lembravam flores.
Você perguntou para minha mãe? E para a minha também. Queria a aprovação das duas. Marina riu tocando o anel delicadamente e elas aprovaram. Dona Rosa disse que era sobre tempo. Minha mãe disse que se eu não pedisse logo, ela mesma ia te perguntar se queria se casar comigo. Sua mãe disse isso? Palavras dela.
Lucas, se você deixar essa menina escapar, vou te dizer dar. Marina gargalhou. Não acredito que Helena Mendes me ameaçou de sequestrar você. Acredite, aparentemente você conquistou o coração dela também. Eles voltaram para a mesa onde Lucas havia pedido champanhe Dom Perrinhon para brindar. A nós ele ergueu a taça. A nós ela repetiu. E agora? Marina perguntou após o brinde.
Agora planejamos um casamento. Que tipo de casamento? Lucas a olhou com curiosidade. Que tipo você quer? Marina considerou algo que represente quem somos os dois. Não só sua vida, não só a minha. Nossa vida juntos. Tenho algumas ideias. Quais? Que tal se casarmos na igreja do Carmo no centro histórico? É bonita, tradicional, mas tem história paulista real.
E a recepção, onde? Estava pensando em algum lugar que misture elegância com autenticidade. Talvez o teatro municipal ou algum espaço cultural que represente São Paulo de verdade. Marina sorriu. Gosto da ideia. Nada muito ostensivo, mas especial. E a lua de mel? Campos do Jordão. Perfeito.
Interior de São Paulo, montanhas, clima romântico e perto o suficiente para voltarmos se minha mãe precisar de alguma coisa. Lucas segurou a mão dela sobre a mesa. Marina, você sabe que depois que nos casarmos vou querer cuidar da sua mãe também, né? Como assim? Quero que ela nunca mais se preocupe com dinheiro. Quero que possa se aposentar, se quiser, viajar, fazer coisas que nunca pôde fazer.
Marina sentiu os olhos se encherem de lágrimas novamente. Você faria isso? Ela vai ser minha família também. Claro que faria. Eu te amo muito. Também te amo. Quando saíram do restaurante, Marina não parava de olhar para o anel. Era real. Eles estavam realmente noivos. Posso te contar um segredo?”, ela disse no carro.
“Claro, eu sabia que você ia me pedir em casamento hoje. Como? Você estava nervoso demais.” E Carla ligou para falar sobre flores ontem, mas na verdade estava pescando informações sobre o que eu gostaria em um anel. Lucas riu. E você não estragou a surpresa por porque ver você nervoso e apaixonado foi a coisa mais linda do mundo. Posso te contar um segredo também? Pode.
Eu já comprei este anel há dois meses. Estava esperando o momento perfeito. E qual foi o momento perfeito? Quando percebi que não conseguia imaginar mais um dia da minha vida sem ter certeza de que você seria minha para sempre. Marina se inclinou e o beijou no semáforo. Sou sua para sempre e eu sou seu.
Mas enquanto celebravam seu noivado, nenhum dos dois imaginava que organizar um casamento que honrasse ambos os mundos seria um desafio muito maior do que simplesmente se apaixonar. Logo descobririam que unir duas famílias diferentes e dois estilos de vida opostos requereria muito mais do que amor. Exigiria compromisso, paciência e algumas decisões difíceis sobre que tipo de vida queriam construir juntos. A notícia do noivado se espalhou rapidamente pelos círculos sociais de São Paulo.
Alguns reagiram com curiosidade, outros com ceticismo mal disfarçado, mas todos estavam interessados em ver como seria o casamento do ano entre o CEO milionário e a florista de Sorocaba. “Mil pessoas”, disse Patrícia Oliveira durante um almoço no clube paulistano. “É o mínimo aceitável para um casamento dessa magnitude.” Marina quase engasgou com o café.
quando Helena lhe contou sobre a sugestão da socialite. 1000 pessoas? Eu não conheço nem 100 pessoas em São Paulo. Bem-vinda ao meu mundo. Lucas riu, mas havia tensão em sua voz. As listas de convidados aqui são mais sobre obrigações sociais do que sobre pessoas que realmente amamos. Eles estavam reunidos na casa de Helena, planejando os detalhes do casamento.
A mesa da sala de jantar estava coberta de revistas nupciais. listas de fornecedores e orçamentos que faziam Marina ficar tonta. Escutem, Helena interveio diplomaticamente. Que tal começarmos com o que vocês realmente querem e depois vemos como adequar as expectativas sociais? Eu quero minha mãe caminhando comigo até o altar”, Marina disse firmemente.
“Qero que as flores sejam arranjos que eu mesma faça e eu quero que seja uma celebração, não um evento político.” Lucas acrescentou. Helena assentiu fazendo anotações. Muito bem. Igreja do Carmo para a cerimônia é linda e tem história. Para a recepção, que tal o Museu da Imigração? É elegante, mas tem significado cultural real. Perfeito.
Marina sorriu. E posso usar flores brasileiras nos arranjos, orquídeas, bromélias, gerérberas e a música? Lucas perguntou. Nada de orquestra sinfônica. Marina disse rapidamente. Que tal uma banda que toque música brasileira de verdade? Bossa Nova, samba, MPB. Conforme planejavam, Marina percebia que estava sendo mais aceita.
Patrícia Oliveira havia parado de fazer comentários com descendentes. Roberto Andrade a cumprimentava calorosamente nos eventos. Até mesmo Helena havia pedido conselhos sobre jardinagem. Sabe por quê? Lucas explicou uma noite enquanto jantavam em Sorocaba, na casa de Rosa. Porque você não mudou para agradá-los? Continuou sendo você mesma e isso forçou eles a te respeitarem. Sua mãe ajudou também. Marina admitiu.
Helena tem sido incrível. Quem diria que ela se tornaria minha aliada? Minha mãe reconhece a autenticidade quando vê e ela te ama porque você me faz feliz. Rosa, que ouvia a conversa da cozinha, entrou com sobremesa. Falando em felicidade, ela disse com um sorriso maroto. Preciso contar uma coisa para vocês.
O que, mãe? Helena me ligou ontem. Marina e Lucas trocaram olhares surpresos. Para quê? para me convidar para conhecer a casa dela. Disse que queria mostrar o jardim e pedir minha opinião sobre umas reformas. Sério? Marina ficou boca e aberta. E tem mais. Ela sugeriu que eu me mude para São Paulo. O quê? Marina e Lucas falaram em uníssono. Rosa riu da reação deles.
Calma, não é para morar com vocês. Ela disse que conhece um apartamento lindo em um prédio perto do dela, com uma vista maravilhosa e um jardim na cobertura onde eu poderia plantar o que quisesse. Marina sentiu os olhos se encherem de lágrimas. Mãe, você não precisa, filha. Eu quero. Quero estar perto de você quando se casar. Quero conhecer meus futuros netos.
Quero fazer parte dessa nova vida que vocês estão construindo. Lucas se levantou e abraçou Rosa. Dona Rosa, seria uma honra ter a senhora por perto. E Helena disse mais uma coisa. Rosa continuou corando levemente. O quê? Que eu poderia trabalhar com ela em projetos beneficentes? Aparentemente ela sempre quis se envolver mais em causas sociais, mas nunca soube por onde começar. Marina olhou para Lucas incrédula.
Sua mãe está oferecendo trabalho para minha mãe? Parece que sim. Isso é surreal. Três semanas antes do casamento, Marina teve uma revelação importante. Estava na floricultura preparando um arranjo especial para o ensaio do casamento, quando dona Carmen se aproximou. Marina, posso conversar com você? Claro, dona Carmen.
Soube que depois do casamento você vai continuar morando em Sorocaba. Sim, Lucas vai vir para cá nos fins de semana e eu vou para São Paulo algumas vezes por semana. Vamos experimentar essa divisão. Dona Carmen assentiu pensativamente. E se eu te oferecesse sociedade na floricultura? Marina quase derrubou o vaso que segurava. Como? Estou pensando em me aposentar nos próximos anos.
Você conhece o negócio melhor que ninguém, tem ideias fantásticas e agora com seus novos contatos em São Paulo. Dona Carmen, pense, você poderia expandir, abrir uma filial em São Paulo, trabalhar com eventos de alta qualidade, manter os pés em Sorocaba, mas crescer profissionalmente? Marina sentiu o coração acelerar.
Era exatamente o que sonhava, crescer profissionalmente, sem abandonar suas raízes. Naquela noite, ela contou para Lucas sobre a proposta. “É perfeito”, ele exclamou. “Você teria seu próprio negócio, expandiria para São Paulo naturalmente, mas seria muito trabalho, muito tempo longe um do outro no início.” Lucas segurou as mãos dela.
“Marina, eu não me apaixonei por você para te transformar em uma dona de casa rica. Me apaixonei pela mulher determinada, empreendedora, que tem sonhos próprios. Tem certeza? Absoluta. E eu posso ajudar, não financeiramente, a menos que você queira, mas com contatos, conselhos empresariais. Como parceiro, não como chefe. Como parceiro em tudo.
Marina sorriu sentindo uma nova dimensão de amor por aquele homem. Então, acho que vamos ter um casamento e uma nova empresa para celebrar. Uma semana antes do casamento, Helena organizou o que chamou de chá de panela moderno, uma reunião só das mulheres mais próximas para celebrar Marina. Estavam presentes Rosa, Patrícia, Helena, Carla e algumas amigas de Sorocaba que Marina havia trazido.
Marina, Helena, disse, levantando-se com uma taça de champanhe. Quando Lucas me contou sobre você, confesso que fiquei preocupada. Risadas nervosas ecoaram pelo ambiente. Mas você me ensinou algo importante, que uma família não é feita de posições sociais ou contas bancárias. É feita de pessoas que se amam e se apoiam incondicionalmente.
Ela estendeu uma pequena caixa para Marina. Isso pertenceu à minha avó, depois a minha mãe, depois a mim, e agora pertence a você. Marina abriu a caixa e encontrou um colar delicado com um pingente em formato de flor cravejado de pequenos diamantes. “Helena!”, ela sussurrou emocionada. “bem-vinda à família, minha filha.
” Rosa enxugava as lágrimas e até mesmo Patrícia parecia genuinamente tocada. “E mais uma coisa, Helena continuou. Rosa e eu conversamos e decidimos que vocês precisam de uma lua de mel adequada. Nós já planejamos Campos do Jordão, que será maravilhosa. Mas depois vocês vão passar duas semanas na Europa, Paris, Roma, onde quiserem. É nosso presente de casamento.
Marina olhou para Rosa, que sorria através das lágrimas. “Mães têm que conspirar às vezes”, Rosa explicou. É uma das nossas prerrogativas. Conforme a noite avançava, Marina percebeu algo maravilhoso. Aquelas mulheres, tão diferentes em suas origens e experiências, haviam se tornado realmente amigas.
Patrícia estava trocando receitas com rosa, Helena pedia conselhos sobre plantas e Carla contava histórias embaraçosas sobre Lucas no escritório. “Como se sente?”, Helena, perguntou quando estavam arrumando a cozinha. Feliz, realizada, um pouco assustada. Por que assustada? Porque tudo isso parece bom demais para ser verdade. Helena parou de guardar os pratos e olhou para Marina.
Minha querida, você merece toda essa felicidade. E Lucas também. Vocês se trouxeram o melhor um do outro. Obrigada por tudo. Por me aceitar, por aceitar minha mãe, por nos apoiar. Obrigada a você por devolver meu filho para mim. Como assim? O Lucas que você ama é o Lucas que eu criei.
Mas em algum lugar pelo caminho, ele se perdeu nas expectativas, nas obrigações, nas pressões. Você o ajudou a se reencontrar. Marina sentiu uma emoção profunda no peito. Ele fez a mesma coisa por mim. É isso que o amor verdadeiro faz. Enquanto voltava para Sorocaba naquela noite, Marina refletiu sobre a jornada que havia percorrido. Em menos de um ano, havia passado de uma florista solitária a uma noiva amada, de uma mulher insegura sobre seu lugar no mundo, a uma empresária em ascensão, de filha única, a membro de uma família expandida e amorosa.
Em uma semana ela seria Marina Mendes. Mas mais importante que isso, seria a parceira de vida do homem que a amava exatamente como ela era e que estava disposto a crescer ao lado dela em direção a quem eles poderiam se tornar juntos. Mas seria que o casamento correria conforme planejado? Ou alguma surpresa de última hora testaria mais uma vez a força do amor que eles haviam construído? O dia do casamento amanheceu com um céu azul perfeito sobre São Paulo.
Marina acordou no apartamento da mãe. Elas haviam decidido que ela deveria se preparar em casa em Sorocaba, antes de seguir para a igreja. Nervosa, Rosa? Perguntou servindo café da manhã. Ansiosa. Marina corrigiu observando seu vestido pendurado no guarda-roupa. Era simples, mas elegante, com renda delicada e uma saia que fluía como pétalas. Quero que tudo saia perfeito. Vai sair.
E mesmo que algo dê errado, o importante é que no final do dia você estará casada com o homem que ama. Às 10 da manhã, Carla chegou com uma equipe de cabeleireiros e maquiadores que Lucas havia contratado. Marina havia insistido em algo natural que realçasse sua beleza sem transformá-la em outra pessoa.
“Você está radiante”, comentou a maquiadora enquanto aplicava os últimos retoques. Meio-dia. Helena chegou com o carro que levaria Marina à igreja. Quando viu a noiva pronta, seus olhos se encheram de lágrimas. Meu Deus, Marina, você está absolutamente deslumbrante. O vestido caía perfeitamente.
O colar da família Mendes brilhava contra sua pele e o buquê que ela mesma havia feito, rosas brancas, gerérberas amarelas e pequenos ramos de eucalipto, complementava o visual de forma perfeita. E Lucas? Marina perguntou nervosamente, apavorado e radiante, igual a você.
O trajeto até a igreja do Carmo foi acompanhado por uma mistura de nervosismo e excitação. Marina observava São Paulo pela janela, pensando em como aquela cidade havia se tornado sua segunda casa. “Pronta?”, Rosa perguntou quando chegaram à igreja. Marina respirou fundo, ajustou o vestido e assentiu. A igreja do Carmo estava decorada com simplicidade elegante.
Arranjos de flores brasileiras marcavam as fileiras de bancos. Velas criavam uma atmosfera íntima e a luz que entrava pelos vitrais coloridos parecia abençoar todo o ambiente. Os convidados, cerca de 150 pessoas, um meio termo perfeito entre intimidade e obrigações sociais se levantaram quando as portas se abriram.
Marina viu rostos conhecidos de Sorocaba misturados com a elite paulistana, todos unidos pela celebração daquele amor. E então ela viu Lucas. Ele estava no altar vestindo um terno azul marinho que realçava seus olhos. Quando seus olhares se encontraram, o sorriso que ele abriu foi tão radiante que Marina sentiu o coração disparar.
Havia lágrimas em seus olhos e ela percebeu que também estava chorando. Rosa segurou firme o braço da filha conforme caminharam pelo corredor. A música, uma versão instrumental de águas de março, ecoava suavemente pelo ambiente, criando uma trilha sonora, perfeita, para aquele momento único.
“Quem entrega esta mulher em casamento?”, perguntou o padre quando chegaram ao altar. Eu, sua mãe, com amor e bênçãos. Rosa, respondeu, beijando a testa de Marina antes de colocar sua mão na de Lucas. Cuide bem dela Rosa sussurrou para Lucas. Com minha vida, ele prometeu. A cerimônia foi emocionante e pessoal. O padre, que havia conhecido Marina desde criança, falou sobre amor que transcende barreiras, sobre famílias que se unem através do coração, sobre duas pessoas que escolhem crescer juntas, apesar das diferenças.
Lucas, começaram os votos que ele havia escrito. Há um ano, eu era um homem que tinha tudo, mas não sentia nada. Você me ensinou que riqueza realmos, mas em quem amamos e quem nos ama de volta. Marina enxugava as lágrimas enquanto ele continuava. Prometo ser seu parceiro em todos os sonhos, seu apoio em todos os desafios e seu maior admirador em todas as conquistas.
Prometo respeitar sua força, celebrar sua independência e amar você exatamente como você é hoje e sempre. Quando chegou a vez de Marina, sua voz tremeu ligeiramente no início. Lucas, você me mostrou que amor verdadeiro não exige que mudemos quem somos, mas nos inspira a nos tornarmos a melhor versão de nós mesmos.
Você acreditou em mim quando eu mesma duvidava, me desafiou quando precisava crescer e me amou quando não me sentia digna. Helena secava as lágrimas discretamente enquanto Marina continuava. Prometo ser sua companheira em todas as aventuras, sua paz em todas as tempestades e sua maior torcedora em todos os seus sonhos.
Prometo construir com você uma vida baseada em amor verdadeiro, respeito mútuo e felicidade compartilhada. Vocês têm os anéis? Perguntou o padre. Roberto Andrade, que havia aceitado ser padrinho, entregou as alianças simples, mas elegantes que eles haviam escolhido juntos. Com este anel eu te desposo”, eles disseram em uníssono, deslizando as alianças nos dedos um do outro.
Pelo poder conferido e testemunhado por todos os presentes, eu os declaro marido e mulher. Pode beijar a noiva. O beijo foi suave, cheio de promessas e emoção. Quando se separaram, Lucas sussurrou: “Olá, senhora Mendes. Olá, meu marido. A igreja explodiu em aplausos e vivas.
Pétalas de rosas foram jogadas enquanto eles caminhavam de volta pelo corredor, agora como marido e mulher. Do lado de fora da igreja, os fotógrafos captaram momentos espontâneos. Lucas girando Marina no ar, ela rindo com a cabeça jogada para trás. Rosa e Helena se abraçando como velhas amigas. Os amigos de Sorocaba tirando selfies com os empresários paulistanos.
“Como se sente, senora Mendes?”, Lucas perguntou no carro a caminho da recepção, como se estivesse flutuando. E você, Senr. Mendes, como o homem mais sortudo do planeta. A recepção no Museu da Imigração foi exatamente o que eles haviam sonhado. O espaço, com sua arquitetura histórica e significado cultural, proporcionava um ambiente elegante, mas com personalidade.
As mesas estavam decoradas com arranjos de marina, cada uma diferente, mas todas celebrando a flora brasileira. O jantar misturou alta gastronomia com tradições paulistas, entrada com canapés sofisticados, prato principal de cordeiro, mas também uma mesa de quitutes brasileiros que Rosa havia insistido em incluir: coxinhas gourmet, pastéis de bacalhau, pão de açúcar.
A banda que eles haviam contratado tocava uma mistura perfeita: bossa nova durante o jantar, depois samba e MPB para dançar. Quando começaram a tocar garota de Ipanema, Lucas convidou Marina para a primeira dança como marido e mulher. “Sabia que você dança bem?”, ela comentou, surpresa com a graciosidade dele. Aulas de dança de salão faziam parte da educação formal. Ele riu.
Finalmente serviu para alguma coisa útil. Conforme a noite avançava, a pista ficou cheia. Patrícia dançava com o marido uma música de Tim Maia. Helena tentava acompanhar Rosa numa versão animada de mais que nada e até mesmo os empresários mais sérios haviam relaxado o suficiente para tentar alguns passos de samba.
Discurso, discurso! Alguém gritou quando a música parou. Lucas pegou o microfone, puxando Marina para perto dele. Um ano atrás, ele começou. Eu pensava que sabia o que era sucesso. Hoje aprendi que sucesso real é encontrar alguém que te ama, não pelo que você tem, mas por quem você é. Ele olhou para Marina, que sorria através das lágrimas. Marina, você não apenas se casou comigo hoje. Você me salvou.
Me mostrou que a vida pode ser uma aventura incrível quando compartilhada com a pessoa certa. Aplausos ecoaram pelo salão. E para todos vocês ele continuou. Obrigado por testemunharem nossa união e por provarem que o amor pode unir mundos diferentes. Hoje não é apenas o casamento de Lucas e Marina.
é a união de duas famílias, duas comunidades, duas formas de ver o mundo que se complementam perfeitamente. Marina pegou o microfone. Quando conheci Lucas, ela disse: “Achei que estávamos muito diferentes para dar certo. Hoje sei que nossas diferenças não nos separam, elas nos completam.” Ela olhou para a plateia, vendo rostos de pessoas que haviam se tornado família.
“Obrigada por nos mostrarem que o amor não escolhe classe social. Origem ou conta bancária, o amor escolhe corações que batem no mesmo ritmo, sonhos que se alinham e vidas que ficam melhores quando vividas juntas. A festa continuou até tarde. Marina dançou com seu novo sogro, que havia chegado de uma viagem de negócios na última hora.
Lucas conversou longamente com Rosa sobre planos para o futuro e todos celebraram até que o DJ tocou a última música. Quando finalmente foram embora, já era quase 3 da madrugada. Eles passariam a noite de núpcias na suí presidencial do hotel, onde haviam se encontrado pela primeira vez, e na manhã seguinte partiriam para Campos do Jordão. Foi perfeito.
Marina suspirou, encostando a cabeça no ombro de Lucas no elevador. Foi nosso ele corrigiu, beijando o topo da cabeça dela. Eu te amo, marido. Eu também te amo, esposa. Mas enquanto subia em direção ao quarto, onde começariam oficialmente sua vida como casal, Marina não sabia que Lucas havia preparado mais uma surpresa que tornaria sua lua de mel ainda mais especial do que ela imaginava.
A manhã seguinte, trouxe uma São Paulo dourada pela luz suave do amanhecer. Marina despertou nos braços de Lucas, ainda usando sua camisola de seda branca, os cabelos espalhados no travesseiro, como uma auréula castanha. Bom dia, senora Mendes. Lucas murmurou, traçando delicadamente o contorno do rosto dela. “Hum, ainda estou me acostumando com esse nome.
” Ela sorriu, abrindo os olhos lentamente. Bom dia, meu marido. A primeira noite, como marido e mulher havia sido tudo que sonharam. terna, apaixonada, cheia de sussurros de amor e promessas para o futuro. Agora, na luz suave da manhã, eles saboreavam a realidade de serem oficialmente uma família pronta para Campos do Jordão.
Lucas perguntou, beijando suavemente os lábios dela, pronta para qualquer lugar, desde que seja com você. Duas horas depois, eles estavam na estrada, dirigindo em direção às montanhas. Lucas havia reservado uma pousada romântica que Marina havia encontrado na internet, um lugar aconchegante, sem ostentação, perfeito para eles. “Posso te contar um segredo?”, Lucas disse enquanto dirigiam pela serra. “Claro.
Ontem à noite, quando você estava dançando com dona Rosa, percebi algo. O quê? que você não se casou apenas comigo, você se casou com minha família, meus amigos, meu mundo inteiro e fez isso sem perder nada de quem você é. Marina segurou a mão dele sobre o câmbio. Você fez a mesma coisa.
Abraçou minha mãe, meus amigos de Sorocaba, meu jeito simples de ver a vida. Somos bons nisso, não somos? Em quê? Em nos completar sem nos anular. A pousada era exatamente como Marina havia imaginado. Chalés de madeira cercados por jardins floridos, lareiras aconchegantes e uma vista deslumbrante das montanhas.
O quarto deles tinha uma banheira de hidromassagem na varanda privativa e uma cama kingsize voltada para a paisagem. “É perfeito”, Marina suspirou, explorando o ambiente. “Igual a você. Eles passaram os próximos cinco dias, redescobriram um ao outro como marido e mulher. Acordavam tarde, tomavam café da manhã na varanda, caminhavam pelas trilhas da região, jantavam à luz de velas. A noite fazia um amor com uma intimidade nova, mais profunda, alimentada pela certeza de que estavam construindo algo para durar uma vida inteira.
“Marina”, Lucas disse numa tarde, enquanto estavam deitados numa rede dupla no jardim da pousada. Tenho uma confissão a fazer. Estou ouvindo. Quando te conheci, pensei que seria fácil, que você se adaptaria a minha vida, que nossos mundos se misturariam sem complicações. E estava completamente errado. Foi difícil, complicado, desafiador. Marina se virou para olhá-lo preocupada. E foi a melhor coisa que já me aconteceu.
Ele continuou sorrindo porque me forçou a crescer, a questionar, a me tornar alguém digno de você. Lucas, deixe-me terminar. Quero que você saiba que cada desafio que enfrentamos, cada momento em que pensei que talvez fosse mais fácil desistir, no final me fez ter mais certeza de que você é a pessoa com quem quero compartilhar toda minha vida. Marina sentiu os olhos se encherem de lágrimas.
Você sabe que sinto a mesma coisa, né? Sei, mas queria falar em voz alta. Oficializar. Ela riu através das lágrimas. Considere oficializado. No último dia da lua de mel, eles fizeram planos para o futuro. Marina assumiria a sociedade na floricultura e abriria a filial paulistana.
Lucas delegaria mais responsabilidades na empresa para ter tempo de apoiar os sonhos dela e descobrir suas próprias paixões fora dos negócios. E filhos? Marina perguntou timidamente enquanto arrumavam as malas. Quantos você quer? Dois? Três? Não sei. Nunca pensei muito sobre isso até conhecer você. Eu quero quantos você quiser ter, mas primeiro quero você realizar seus sonhos profissionais.
E se eu quiser ambos ao mesmo tempo? Então vamos dar um jeito de fazer funcionar juntos. A viagem de volta para São Paulo foi nostálgica. Eles sabiam que estavam voltando para a vida real, com suas responsabilidades e desafios, mas também sabiam que estavam voltando fortalecidos. Onde quer morar? Lucas perguntou conforme se aproximavam da cidade. Pensei nisso muito durante a semana, Marina respondeu.
Que tal dividirmos nosso tempo entre São Paulo e Sorocaba, alguns dias da semana em cada lugar? Você não se importaria de ficar na minha cobertura às vezes? E você não se importaria de ficar no meu apartamento simples, Marina? Aquele apartamento foi onde conheci sua mãe, onde entendi de onde vem sua força. É sagrado para mim.
Ela sorriu sabendo que haviam encontrado mais um equilíbrio perfeito. Uma semana depois, eles estavam de volta à rotina, mas era uma rotina transformada. Lucas havia contratado um gerente geral para assumir as operações diárias da empresa, liberando-o para se envolver em projetos que realmente o inspiravam, incluindo um fundo de investimento para pequenos empreendedores. Marina estava radiante planejando a expansão da floricultura.
A clientela paulistana havia se interessado pelo seu trabalho após o casamento e ela já tinha três eventos importantes agendados. “Como está se sentindo?”, Helena perguntou durante um almoço. No domingo. Estavam todos reunidos na casa de Helena, Lucas, Marina, Rosa e até mesmo Carla com o marido e os filhos. Havia se tornado tradição dominical.
“Feliz,” Marina respondeu simplesmente: “Completa! E você, Lucas? como se finalmente soubesse quem sou e onde pertenço. Rosa, que estava brincando com os filhos de Carla no jardim, gritou da varanda: “Helena, vem ver como ficaram lindas essas rosas que plantamos!” Helena sorriu, secando as mãos no avental, algo que nunca imaginou usar até conhecer Rosa.
“Elas têm razão, sabem?”, disse para Lucas e Marina. “Vocês dois se completam de um jeito que é lindo de se ver”. Seis meses depois do casamento, Marina descobriu que estava grávida. Ela contou primeiro para Rosa, depois para Lucas, depois para Helena. A notícia foi recebida com lágrimas de alegria e planos emocionados para o futuro. Um bebê.
Lucas sussurrava todas as noites com a mão no ventre, ainda discreto de Marina. Nosso bebê, você está nervoso, apavorado? E você também, mas é um medo bom. Como assim? É o medo de amar tanto alguém que sua felicidade vira mais importante que a nossa própria? Lucas beijou a barriga dela suavemente. Essa criança vai ter sorte.
Vai crescer conhecendo dois mundos, duas formas de amor, duas famílias que a adorarão incondicionalmente e vai aprender que diferenças não separam, elas enriquecem, igual aos pais. Um ano e meio depois do casamento, durante uma festa de aniversário de rosa, Lucas pediu a atenção de todos. “Quero fazer um brindê”, ele disse, levantando sua taça de champanhe. Marina, grávida de 7 meses, segurava suco de uva.
Há dois anos, eu era um homem que tinha tudo, mas não sabia o que era felicidade. Hoje tenho uma esposa que me desafia a ser melhor todos os dias, uma sogra que me ensinou o que é família de verdade, uma mãe que aprendeu a amar além das aparências. Ele olhou para Marina que radiava beleza maternal. E em dois meses vamos conhecer nossa filha. Filha, Rosa gritou.
Vocês descobriram o sexo, Sofia. Marina anunciou as mãos no ventre. Sofia Mendes. Silva Silva? Helena, perguntou emocionada. Queríamos que ela carregasse as duas famílias no nome. Lucas explicou. Sofia Mendes Silva, herdeira de duas tradições, duas formas de amor, dois mundos que se uniram para criar algo melhor. As lágrimas fluíram livremente pelo ambiente.
Rosa abraçou Helena, Lucas beijou Marina e todos brindaram ao futuro que estavam construindo juntos. Mais tarde, quando estavam sozinhos na varanda da casa de Helena, Marina e Lucas observavam São Paulo se iluminar ao anoitecer. “Você se arrepende de alguma coisa?”, ela perguntou. “De nada. E você?” “De nada, nem das partes difíceis”.
Por que não? Porque as partes difíceis nos tornaram mais fortes, nos ensinaram que amor verdadeiro não é só sentimento, é escolha diária. Lucas a puxou para mais perto, cuidadoso com sua barriga. E eu escolho você todos os dias. Eu também escolho você para sempre. Para sempre. Enquanto se beijavam sob o céu estrelado de São Paulo, Sofia se mexeu no ventre de Marina, como se aprovasse a promessa dos pais. Em volta deles, duas famílias haviam se tornado uma.
Duas vidas se entrelaçaram para sempre e dois mundos diferentes provaram que o amor verdadeiro não conhece barreiras. Lucas Mendes, o CEO que pensava ter tudo, havia encontrado a única coisa que realmente importava, uma parceira que o amava não pelo que ele possuía, mas por quem ele era. Marina Silva, a florista que sonhava em fazer o mundo mais bonito, havia descoberto que algumas vezes a maior beleza vem de dois corações que decidem crescer juntos.
E assim, sob as luzes infinitas da cidade que os havia unido, eles selaram uma promessa que duraria mais que fortuna, mais que estáus social, mais que qualquer diferença que o mundo pudesse ver entre eles. O compromisso de escolherem o amor todos os dias para sempre. M.
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