Já imaginou descobrir que o amor da sua vida começou como uma aposta? Que toda a paixão, todos os momentos mágicos, nasceram de um jogo cruel? Esta é a história de Rafael e Carolina, onde o destino transformou uma mentira na verdade mais pura. Se você está assistindo de São Paulo do Rio ou de qualquer lugar do Brasil, esta história vai tocar seu coração.
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Rafael Santos, aos 34 anos, presidia aquele império de telecomunicações com a mesma frieza calculada que usava para conquistar mulheres. Senhor Santos, apresento Carolina Silva, nossa arquiteta responsável pelo projeto de renovação. A secretária se retirou discreta, deixando apenas os dois no ambiente carregado de expectativa.
Rafael ergueu os olhos da documentação e sentiu algo inédito, um vazio no estômago, como se o chão tivesse sumido sob seus pés. Carolina estava ali com seus 27 anos, cabelos castanhos escuros, presos num coque elegante, vestindo um blazer azul marinho que destacava seus olhos verdes penetrantes. Ela carregava uma pasta de couro marrom e exalava uma confiança natural que o desarmou completamente. Prazer, Senr. Santos.
Sua voz era firme, sem aquela doçura exagerada que ele estava acostumado a ouvir. Trouxe algumas propostas que acredito que vão revolucionar este espaço. Por duas horas, Rafael ficou hipnotizado. Carolina falava com paixão sobre linhas arquitetônicas, sobre como a luz natural poderia transformar a produtividade. Gesticulava com as mãos delicadas ao explicar conceitos de design sustentável.
Era inteligente, determinada e completamente alheia ao charme devastador que ele sabia possuir. “Impressionante”, ele murmurou, inclinando-se ligeiramente. Seus olhos escuros brilharam com aquela intensidade que derretia corações femininos pelo país inteiro. “Que tal discutirmos isso durante um jantar? Conheço um lugar.
Obrigada, mas prefiro manter nossa relação estritamente profissional.” Carolina fechou a pasta com um estalo seco, levantou-se e estendeu a mão. Quando posso começar? Rafael ficou paralisado. Em três décadas de vida, nenhuma mulher havia rejeitado um convite seu. Nenhuma havia olhado para ele com aquela indiferença educada, como se fosse apenas mais um cliente.
“Eu Pode começar na segunda-feira”, gaguejou, apertando a mão dela e sentindo uma descarga elétrica percorrer seu braço. Quando Carolina saiu, seus passos ecoaram pelo corredor, como tambores anunciando uma guerra. Rafael permaneceu imóvel, observando pela janela a silhueta dela desaparecendo entre os carros na Avenida Paulista.
Pela primeira vez na vida, Rafael Santos havia sido rejeitado e, pela primeira vez na vida, estava completamente fascinado por uma mulher. Mas o que ele não sabia era que aquela rejeição estava prestes a mudar tudo. No bar do Copacabana Palace, Rafael girava o whisky no copo, como se procurasse respostas no líquido Ambar.
Bruno, seu melhor amigo desde a faculdade, observava divertido a expressão atormentada do magnata das telecomunicações. “Cara, você está irreconhecível.” Bruno riu, ajustando a gravata. “Nunca vi você assim por causa de uma mulher. Ela me rejeitou. Bruno, me rejeitou? Rafael bateu o punho na mesa, fazendo os outros frequentadores olharem curiosos.
Eu, que já namorei modelos, atrizes, herdeiras e uma arquiteta qualquer me dispensa como se eu fosse um vendedor de seguros. Relaxa, amigo. Deve ser estratégia feminina. Você sabe como elas são. Fazem charme para valorizar o peixe. Rafael balançou a cabeça vigorosamente. Não, não foi isso. Ela estava genuinamente desinteressada. Como se eu fosse, ele engoliu seco, invisível.
Bruno pediu outro round e se aproximou com aquele brilho perigoso nos olhos que Rafael conhecia bem demais. Quer apostar quanto que você consegue não apenas conquistá-la, mas casá-la em menos de se meses. Casá-la, Rafael. quase engasgou com o whisky. R$ 5.
000 que você não consegue fazer essa tal Carolina se apaixonar perdidamente por você e aceitar um pedido de casamento antes do Natal. O orgulho ferido de Rafael pulsou como uma ferida aberta. Ele encarou o amigo, seus olhos escuros brilhando com determinação. Você acabou de fazer a aposta mais fácil da sua vida. Eles bateram as mãos, selando o acordo que mudaria o destino de três pessoas para sempre. Mas quero tudo documentado.
Bruno sorriu maliciosamente, rabiscando os termos num guardanapo. Data, valor, objetivo. Quero ver você conquistando o coração de gelo dessa mulher. Rafael assinou o papel improvisado com uma confiança que não sentia. pela primeira vez, não estava jogando apenas com o coração de uma mulher, estava jogando com o seu próprio.
Mas como poderia saber que aquela aposta aparentemente simples, se tornaria a maior armadilha da sua vida? A cobertura de Rafael em Moema era um reflexo perfeito de sua personalidade, moderna, imponente e friamente luxuosa. Carolina caminhou pelos 400 m² com olhar crítico, fazendo anotações numa prancheta enquanto Rafael a observava disfarçadamente.
“Preciso de liberdade total”, ela disse, parando na varanda que dava vista para o Parque. “Ibirapuera, sem interferências, sem opiniões. Você confia no meu trabalho? completamente. Rafael se aproximou, respirando discretamente o perfume dela, algo floral e delicado que contrastava com sua personalidade forte. Orçamento ilimitado.
Faça desta casa um reflexo do que você imagina sobre mim. Carolina virou-se para encará-lo e, por um momento, Rafael julgou ver uma fagulha de curiosidade naqueles olhos verdes. Do que eu imagino sobre você? Interessante. E o que eu poderia imaginar sobre alguém que mal conheço? Talvez seja a hora de me conhecer melhor.
Ele sorriu, mas não era aquele sorriso predatório que usava para conquistar. Era algo mais suave, quase vulnerável. Que tal um café enquanto você trabalha? Prometo não atrapalhar. Durante três semanas, Rafael quebrou sua própria rotina. Cancelou reuniões importantes para estar presente quando Carolina visitava a cobertura.
trazia café especial de uma torrefação artesanal. Perguntava sobre o trabalho dela, ouvia genuinamente interessado quando ela falava sobre sustentabilidade e funcionalidade. Por que telecomunicações? Carolina perguntou numa tarde chuvosa de quinta-feira enquanto media a parede da sala principal.
Rafael parou de foliar os relatórios financeiros e a observou. Ela estava de joelhos, concentrada na fita métrica, alguns fios de cabelo escapando do rabo de cavalo. Era tão natural, tão real, que ele esqueceu completamente da aposta. Meu pai era engenheiro eletrônico, morreu quando eu tinha 15 anos, deixou uma pequena empresa de equipamentos telefônicos.
A voz dele ficou mais grave, carregada de uma nostalgia que surpreendeu até ele mesmo. Transformei aqueles três funcionários numa empresa de 1200 pessoas. Era minha forma de honrar a memória dele. Carolina parou de medir e o olhou com atenção. Sinto muito pela sua perda. E você? Por que arquitetura? Cresci mudando de casa constantemente. Minha mãe nunca conseguia se decidir sobre onde queria viver. Carolina sorriu tristemente.
Sonhava em criar espaços onde as pessoas se sentissem em casa de verdade, onde pudessem criar raízes. Naquele momento, Rafael sentiu algo estranho no peito. Não era o triunfo da conquista, era algo mais profundo e assustador. Estava começando a se importar genuinamente com ela. Mas a aposta ainda ecoava em sua mente, como um relógio fazendo a contagem regressiva.
O restaurante Sky, no topo do hotel Unique, oferecia uma vista noturna de São Paulo, que parecia um mar de diamantes. Rafael havia reservado a mesa mais reservada, com velas e uma orquídea branca como o centro da decoração. Era a primeira vez que Carolina aceitava um convite para jantar.
“Admito que estava relutante”, ela confessou, experimentando o risoto de camarão. “Homens da sua posição geralmente têm segundas intenções. E você acha que eu tenho? Rafael perguntou genuinamente curioso sobre a resposta. Carolina o estudou por longos segundos. Ele estava diferente das últimas semanas, menos arrogante, mais presente. Ainda estou tentando descobrir. Durante duas horas conversaram sobre tudo. Viagens, livros, sonhos, medos.
Rafael descobriu que Carolina tocava violino, que sonhava em construir casas populares sustentáveis, que tinha pavor de tempestades por causa de um trauma de infância. “Meu pai nos abandonou numa noite de temporal”, ela revelou, mexendo no vinho sem beber. “Desde então, chuva me deixa angustiada.
” Rafael resistiu ao impulso de pegar a mão dela. Em vez disso, mudou sutilmente de assunto, demonstrando uma sensibilidade que o próprio surpreendeu. Quando saíam do restaurante, Carolina tropeçou em sua bolsa, espalhando o conteúdo pelo chão. Rafael se abaixou para ajudar a recolher, mas congelou ao ver documentos com o logotipo da Tech Brasil, principal concorrente da Rafael Tech.
O que é isso? Sua voz saiu mais fria do que pretendia. Carolina empalideceu, percebendo a mudança no tom dele. São apenas são estudos comparativos para estudos comparativos. Rafael se levantou, sentindo uma raiva familiar subir pelo peito. Você está espionando minha empresa? Era isso? Aproximar-se de mim para conseguir informações privilegiadas? Rafael, você não entende?” Carolina tentou se explicar, mas ele já estava recuando com o rosto fechado como uma porta de ferro.
“Entendo perfeitamente que palhaço eu fui. Pensei que” Ele balançou a cabeça rindo amargamente. “Deve ter sido divertido, não é?” O grande Rafael Santos sendo manipulado por uma espiã corporativa. “Não é isso. Se você me deixasse explicar.” Mas Rafael já estava indo embora, deixando Carolina sozinha na calçada da Vila Olímpia, com lágrimas nos olhos e uma explicação que nunca conseguiu dar.
Os documentos da Tec Brasil eram parte de uma análise comparativa que ela estava preparando, um presente surpresa para ele, mostrando como sua empresa se destacava no mercado. Era sua forma de demonstrar que estava começando a se importar, mas Rafael nunca soube disso.
E aquele mal entendido estava prestes a custar muito mais do que apenas uma noite. Rafael passou três dias como um furacão devastador. demitiu dois funcionários por erros mínimos, cancelou contratos importantes e transformou os escritórios da Rafael Tech num campo de batalha. Bruno o observava do outro lado da mesa, tentando entender o que havia acontecido.
“Você está insuportável, cara. O que foi que ela fez?” “Nada que eu não devesse ter esperado.” Rafael resmungou, assinando papéis com violência desnecessária. “Mulheres como ela sempre têm um ângulo. Que mulheres como ela?” Rafael levantou os olhos e Bruno ficou chocado com o que viu. Não era raiva, era dor, dor profunda e genuína de alguém que havia sido traído por quem amava.
Espera aí”, Bruno murmurou, entendendo finalmente. “Você se apaixonou por ela de verdade. Isso é ridículo. É por isso que está assim, porque descobriu que a aposta deixou de ser aposta há muito tempo.” Rafael ficou em silêncio, mas seus olhos confirmaram a suspeita do amigo. Sim, havia se apaixonado por Carolina, perdida e irremediavelmente apaixonado.
Naquela noite, vasculhando obsessivamente tudo sobre a Tech Brasil, Rafael descobriu a verdade. Carolina não trabalhava para eles, apenas havia pesquisado dados públicos para uma análise comparativa, uma análise que destacava as vantagens competitivas da Rafael Tech. Ela estava preparando um presente para ele.
O peso da descoberta quase o derrubou. Havia destruído a única coisa boa que lhe acontecera em anos por pura paranoia e orgulho ferido. Rafael correu até o apartamento dela na Vila Olímpia, mas encontrou apenas escuridão. O porteiro informou que a senhorita havia viajado por tempo indeterminado.
Havia cancelado todos os contratos, inclusive o da cobertura. Durante uma semana, Rafael mobilizou todos os recursos, investigadores particulares, detectives, contatos em empresas de arquitetura. Carolina havia simplesmente desaparecido como se nunca tivesse existido. Foi Amanda, melhor amiga de Carolina, quem finalmente o procurou. Ela me proibiu de falar com você”, disse Amanda encontrando Rafael num café da rua Augusta. “Mas precisa saber.
Ela estava se apaixonando por você. Aqueles papéis eram um projeto pessoal para provar que sua empresa era superior. Era o jeito dela de dizer que confiava em você. Rafael sentiu o mundo desmoronar. Onde ela está? Num retiro em Campos do Jordão, tentando esquecer o homem que a fez se sentir uma criminosa por tentar demonstrar carinho. Preciso vê-la.
Preciso explicar. Amanda o encarou com dureza. Ela não quer ver você, Rafael. E depois do que você a fez passar, eu entendo perfeitamente o porquê. Mas Rafael não desistiria. Não depois de descobrir que havia destruído algo real por pura covardia emocional, Carolina tentava se concentrar nos desenhos técnicos espalhados pela mesa de madeira rústica da pousada em Campos do Jordão, mas a vista da serra enevoada só aumentava sua melancolia.
Há duas semanas que estava ali fugindo de São Paulo e das memórias dolorosas, o notebook alertou sobre um e-mail novo. Esperava ser Amanda ou algum cliente, mas o remetente a fez congelar. Rafael Santos e Rafaeltec.combr. Seu primeiro impulso foi deletar sem abrir, mas algo a impediu. Com dedos trêmulos, clicou na mensagem. Carolina, sei que não mereço sua atenção depois do que fiz, mas preciso que veja isso. Não é um pedido de desculpas.
Palavras nunca seriam suficientes para o que eu causei. É apenas a verdade que você merecia ter ouvido desde o início. Anexado, havia um arquivo de vídeo. Contra todo o bom senso, Carolina clicou para reproduzir. A tela mostrou a cobertura de Rafael, mas não como ela a havia deixado. O projeto estava completamente executado.
Paredes em tons terrosos, móveis de design sustentável, plantas que criavam um oasis verde no meio urbano. Cada detalhe que ela havia planejado estava ali, realizado com perfeição absoluta. Mas não era isso que a fazia chorar. Era a voz de Rafael narrando o vídeo, vulnerável como ela nunca havia ouvido.
Esta casa virou minha casa por sua causa. Você trouxe vida para estes espaços e para mim. Eu não sabia o que era confiar em alguém. até você chegar. Não sabia o que era querer proteger alguém, querer conhecer cada sonho, cada medo. A câmera mostrou o escritório onde ela havia trabalhado. Na parede emoldurada estava a análise comparativa que havia causado toda a confusão, aquela que provava a superioridade da Rafael Tech.
Encontrei isto entre seus papéis. Levou três semanas para eu entender o que realmente era. A prova de que você acreditava em mim mais do que eu mesmo. A prova de que eu destruí a única coisa real que já tive na vida. O vídeo terminou com Rafael aparecendo em câmera, seus olhos escuros brilhando com lágrimas não derramadas.
Eu te amo, Carolina, não como um troféu, não como uma conquista. Te amo como alguém que me fez querer ser um homem melhor. Se você me der uma chance, passarei o resto da vida provando que mereço a confiança que você depositou em mim. Carolina fechou o laptop e chorou como não chorava desde a infância, não apenas pela dor, mas pela descoberta de que ele realmente a amava, que por trás da desconfiança e do orgulho ferido, Rafael havia encontrado algo tão real quanto o que ela sentia.
O telefone tocou. Era um número desconhecido. Alô, Carolina. A voz de Rafael estava trêmula, esperançosa. Você viu? Vi. Ela murmurou, enxugando as lágrimas. Posso? Posso ir aí ou você pode voltar? Preciso ver você. Preciso pedir seu perdão pessoalmente.
Carolina fechou os olhos, sentindo o coração dividido entre a dor da desconfiança e o amor que havia crescido apesar de tudo. Você me machucou muito, Rafael. Eu sei que vou passar o resto da vida tentando consertar isso se você me deixar. A linha ficou em silêncio por longos segundos. Finalmente, Carolina suspirou. Estarei de volta a São Paulo amanhã. E pela primeira vez em duas semanas ela sorriu.
O parque Ibirapuera estava dourado com a luz do fim de tarde quando Carolina chegou ao local combinado. Rafael a esperava próximo ao lago, visivelmente nervoso, usando um jeans e camisa branca em vez dos ternos impecáveis habituais. Parecia mais jovem, mais humano. “Obrigado por vir”, ele disse quando ela se aproximou, mantendo respeitosa distância. caminharam em silêncio por alguns minutos.
A tensão entre eles quase palpável. Carolina observou discretamente como Rafael parecia diferente, os ombros menos rígidos, o olhar menos predatório, como se algo fundamental tivesse mudado nele. “Por que você executou o projeto?”, ela perguntou finalmente, parando próximo a uma grande figueira. Rafael passou a mão pelos cabelos, um gesto que ela havia aprendido a reconhecer como sinal de nervosismo, porque era o que você havia criado.
E eu eu queria sentir como seria viver no mundo que você imaginou para mim. E como foi? Solitário. A resposta saiu como um sussurro doloroso. Lindo, perfeito, mas completamente vazio sem você. Carolina sentiu o coração apertar. Havia tanta sinceridade na voz dele, tanta vulnerabilidade que contrastava com o homem arrogante que conhecera meses atrás.
Você me humilhou, Rafael, me fez sentir como uma criminosa por tentar demonstrar carinho. Eu sei e não tenho desculpas para isso, apenas explicações. Ele virou-se para encará-la completamente. Passei a vida inteira sendo traído por interesse. Mulheres que fingiam me amar pelo dinheiro, sócios que me exploravam, até familiares que só apareciam quando precisavam de algo.
Quando vi aqueles papéis, meu primeiro instinto foi me proteger, mas não era isso que eu estava fazendo. Eu sei disso agora e sei que você não me deve perdão algum. Mas Rafael engoliu seco, como se as próximas palavras fossem as mais importantes da sua vida. Mas eu te amo, Carolina. Te amo de um jeito que não sabia ser possível. E se você me der uma chance, uma única chance, prometo que nunca mais vou duvidar de você.
Carolina sentiu lágrimas brotarem nos olhos. Podia ver a sinceridade estampada no rosto dele, a vulnerabilidade que custava tanto para um homem acostumado a estar sempre no controle. Como posso ter certeza de que você mudou mesmo? Rafael sorriu tristemente e tirou algo do bolso da calça. Era uma pequena caixa de veludo azul escuro.
Porque você me ensinou o que é amor verdadeiro e não posso mais viver fingindo que isso não existe entre nós. Ele se ajoelhou ali mesmo na grama do parque diante de outros casais e famílias que passavam. Algumas pessoas pararam para observar, mas Rafael não tirou os olhos de Carolina. Carolina Silva, você quer se casar comigo? Não pelo homem que eu era, mas pelo homem que você me ajudou a me tornar.
O anel era simples, elegante, com um diamante solitário que captava os últimos raios de sol. Mas o que mais tocou Carolina foi a expressão nos olhos dele. Esperança misturada com medo, amor misturado com arrependimento. “Rafael”, ela murmurou, as lágrimas correndo livres. “Agora diga sim”, ele sussurrou.
Por favor, me dê a chance de passar o resto da vida, provando que mereço você. Carolina olhou para aquele homem ajoelhado à sua frente, lembrando-se de toda a jornada que os trouxera até ali. A rejeição inicial, a conquista gradual, o mal entendido terrível, a descoberta do amor verdadeiro. E finalmente, com o coração transbordando de emoção, ela sussurrou a palavra que mudaria ambas as vidas para sempre. Sim.
Em duas semanas, o Copacabana Palace se transformou num cenário de sonhos. Carolina ainda não acreditava na velocidade com que tudo estava acontecendo, mas Rafael parecia determinado a não desperdiçar nenhum segundo da nova chance que havia ganhado. “Tem certeza de que não está sendo muito precipitado?”, Amanda perguntou, ajustando o vel da amiga no quarto da suí nupcial.
Carolina observou seu reflexo no espelho. O vestido era um sonho em seda e renda francesa, simples, mas elegante, escolhido especialmente para ela. Sabe quando você sente que algo está certo, Amanda? É isso que sinto. Depois de tudo que passamos, não quero mais esperar. Do outro lado do hotel, Rafael ajustava a gravata com mãos ligeiramente trêmulas.
Bruno o observava divertido, ainda processando a transformação completa do amigo. Cara, você tem certeza do que está fazendo? Dois meses atrás, você estava fazendo uma aposta idiota e agora? Agora estou me casando com a mulher que amo. Rafael interrompeu com uma determinação que Bruno nunca havia visto nele.
Aquela aposta foi a maior estupidez da minha vida, mas também foi o que me trouxe Carolina. Paradoxo do destino. Na capela do hotel, cerca de 50 convidados aguardavam. A família Santos ocupava as primeiras fileiras do lado direito, com expressões que variavam entre curiosidade e desaprovação mal disfarçada.
Eram pessoas acostumadas a casamentos arranjados por conveniência social. E aquela paixão súbita do herdeiro da família os deixava desconfortáveis. Ela não tem pedigri. Rafael ouviu a tia Margarete sussurrar para a prima Beatriz, uma arquiteta qualquer, sem família tradicional. Rafael virou-se e as encarou com frieza. Cuidado com o que dizem sobre minha esposa. Carolina tem mais classe num dedo mínimo do que vocês juntas.
O silêncio tenso foi quebrado pelas primeiras notas da marcha nupcial. E quando Carolina apareceu no altar caminhando sozinha, já que preferia honrar a independência que sempre cultivara, Rafael sentiu que o mundo parava. Ela estava radiante, o cabelo preso num coque baixo, com alguns fios soltos em moldurando o rosto, os olhos verdes brilhando com lágrimas de felicidade, um sorriso que parecia iluminar a capela inteira. Era a visão mais bela que Rafael já havia contemplado.
“Você está linda”, ele murmurou quando ela chegou ao seu lado. “Você também não está mal”, ela respondeu e ambos riram baixinho, aliviando a atenção. O padre iniciou a cerimônia, mas Rafael mal ouvia as palavras. Estava absorto observando Carolina, gravando cada detalhe daquele momento na memória.
Quando chegou a hora dos votos, ele segurou as mãos dela e falou de coração: “Carolina, prometo te amar nos dias fáceis e especialmente nos difíceis. Prometo confiar em você como você confiou em mim. Prometo ser o homem que você merece todos os dias da minha vida”. Carolina tentou conter as lágrimas, mas foi impossível. Rafael, prometo te amar pela pessoa que você é hoje, não pela que você era antes.
Prometo construir uma vida contigo baseada na verdade e no respeito. Prometo que nossa casa sempre será um refúgio de amor. Quando finalmente se beijaram como marido e mulher, aplausos ecoaram pela capela. Mas para Rafael e Carolina, o mundo havia se reduzido apenas a eles dois e ao amor que finalmente tinham coragem de viver completamente.
A reão foi elegante, mas intimista. Durante a vala, Rafael sussurrou no ouvido de Carolina. Obrigado por me salvar de mim mesmo. Obrigada por me deixar te amar”, ela respondeu. E assim, com apenas duas semanas de noivado, mas meses de uma jornada emocional intensa, Rafael e Carolina começaram oficialmente sua vida juntos.
O chalé com vista para a Baahía do Sancho era um paraíso particular. Águas cristalinas de um azul impossível se estendiam até o horizonte, enquanto Rafael e Carolina desfrutavam da primeira manhã como casal casado. Ela estava na varanda, contemplando a paisagem com uma xícara de café nas mãos, usando apenas uma camisola branca que dançava com a brisa marinha.
Arrependida, Rafael, perguntou, abraçando-a por trás e depositando um beijo carinhoso no pescoço. De me casar com você? Jamais. Carolina se virou em seus braços, sorrindo. De ter escolhido Fernando de Noronha para a Lua de Mel? Definitivamente não. Este lugar é mágico. Eles passaram o dia explorando a ilha.
mergulharam na baia dos porcos, caminharam pela praia da Conceição, assistiram ao pôr do sol mais espetacular que já haviam visto. Rafael descobriu um lado de Carolina que ainda não conhecia, mais livre, mais espontânea, como se o casamento tivesse removido suas últimas barreiras. À noite, jantaram frutos do mar numa pequena pousada local, conversando sobre planos para o futuro. Rafael falava sobre expandir a empresa para outros países.
Carolina sonhava em abrir seu próprio escritório de arquitetura sustentável. “Quer ter filhos?”, ele perguntou de repente, surpreendendo a si mesmo com a espontaneidade da questão. Carolina quase engasgou com o vinho. “Filhos, já estamos planejando família?” Desculpa, foi muito direto. É que olhando você hoje, imaginei como seria vê-la grávida, como seria ter pequenos seres que fossem metade você, metade eu. O rosto de Carolina se suavizou.
Quero sim, dois, talvez três. Uma casa cheia de risadas e bagunça. E amor, Rafael acrescentou pegando a mão dela. Muito amor. Voltaram para o chalé sob um céu estrelado que parecia um manto de diamantes. Na varanda, Carolina hesitou antes de entrar. Rafael, preciso te contar algo. Ele notou o nervosismo na voz dela e ficou imediatamente alerta.
O que foi? Carolina respirou fundo, encarando o oceano como se buscasse coragem nas ondas. Eu nunca estive com ninguém, completamente, quero dizer. Rafael ficou confuso por um momento, depois entendeu. Você quer dizer que sou virgem. As palavras saíram num sussurro envergonhado.
Sei que parece impossível aos 27 anos, mas meu pai me abandonou quando eu era criança. Isso me deixou com medo de me entregar completamente a alguém. Sempre que os relacionamentos chegavam a esse ponto, eu recuava. O coração de Rafael se encheu de uma emoção que nem sabia nomear. Não era apenas desejo, era uma ternura profunda, um sentimento de proteção e responsabilidade que o tocou até a alma.
Carolina, ele segurou o rosto dela entre as mãos. Você não precisa sentir vergonha disso. Na verdade, fico honrado que tenha escolhido compartilhar isso comigo. Você não está decepcionado? Um homem experiente como você, com uma mulher que está maluca? Rafael a interrompeu, beijando-a suavemente. Você me está entregando algo precioso, algo que nunca deu a ninguém.
Como eu poderia estar decepcionado? Naquela noite, sob o som suave das ondas quebrando na praia, Rafael conduziu Carolina numa jornada de descoberta e amor que selou definitivamente a união entre eles. Foi terno paciente, fazendo questão de que cada momento fosse especial para ela. Depois, deitados, abraçados, olhando as estrelas pela janela aberta, Carolina murmurou: “Agora entendo porque esperei tanto tempo. Era porque estava esperando por você.
Rafael a beijou na testa, sentindo-se o homem mais sortudo do mundo. Eu te amo, senhora Santos. Eu também te amo, marido. Mas nem eles imaginavam que aquele paraíso estava prestes a se transformar no cenário do maior teste de seu amor. O terceiro dia, em Fernando de Noronha, amanheceu nublado, com ventos mais fortes que agitavam as palmeiras próximas ao chalé.
Carolina observava o céu cinzento, com certa apreensão. Tempestades ainda a deixavam nervosa, mesmo depois de tantos anos. “Talvez devêsemos ficar aqui hoje”, Rafael sugeriu, notando o desconforto da esposa. “Não, eu fico bem. Vamos aproveitar a ilha.” Foram até a vila dos remédios a almoçar, mas Carolina estava visivelmente tensa, conforme as nuvens escureciam.
Foi quando, ao saírem do restaurante, uma voz familiar os fez congelar. Carolina, não acredito. Ela virou-se e empalideceu. Tiago, seu ex-namorado dos tempos de faculdade, estava ali parado com um sorriso que não chegava aos olhos. Alto, cabelos loiros com aquele charme de surfista que um dia a havia atraído.
Tiago, o que faz aqui? Trabalho numa agência de turismo agora. Trago grupos para a ilha. Seus olhos se moveram para Rafael, analisando-o com evidente hostilidade. E você se casou. Que surpresa. Rafael sentiu imediatamente a tensão no ar, estendeu a mão formalmente. Rafael Santos. Thiago Almeida. O aperto de mão foi mais firme que o necessário.
Ex-namorado da Carolina, na verdade quase noivo, não é mesmo, Carol? Carolina se contraiu com o apelido íntimo. Isso foi há muito tempo, Thago. Dois anos, não tão longo assim. Thago sorriu maliciosamente para Rafael. Aposto que ela não te contou como terminamos, né, Thaago? Para com isso. Carolina murmurou, percebendo as intenções dele. Ah, é interessante. Ela fugiu de mim também do dia para a noite.
Disse que não conseguia confiar em homens, que tinha traumas do pai. Ele fez uma pausa teatral, mas pelo visto superou os traumas bem rapidinho para o marido rico. Rafael sentiu raiva subir pelo peito, mas Carolina o tocou no braço, pedindo silenciosamente para manter a calma. Foi um prazer revê-lo, Thago. Mas temos que ir. Claro, claro.
Mas antes, Thago tirou o celular do bolso e mostrou algo na tela. Lembra desta foto? Era uma foto antiga de Carolina e Thago abraçados numa festa de formatura. Ela estava radiante, usando o vestido azul que Rafael se lembrava de ela ter mencionado como seu favorito na época da faculdade.
Que foto linda, não é, Rafael? Do tempo em que ela realmente estava apaixonada antes de se tornar interesseira. Chega. Carolina explodiu com os olhos brilhando de lágrimas de raiva. Você não tem direito de, Na verdade, tenho, porque diferente do seu marido aí, eu sei a verdade sobre como vocês se conheceram. Rafael franzira a testa.
Do que você está falando? Thago sorriu com malícia cruel. Ah, ela não contou. Nossa Carolina aqui conquistou você para ganhar uma aposta. R$ 50.000 Ris ela conseguisse se casar com um rico em menos de se meses. Foi Amanda quem me contou. O mundo parou para Rafael. O barulho do vento, o som das ondas, tudo ficou surreal e distante.
Que aposta, Thaago? Você está mentindo? Carolina gritou desesperada. Estou. Então por que você está tão nervosa? Thago virou-se para Rafael com falsa compaixão. Sinto muito, cara. Pensei que você soubesse que estava sendo usado. Rafael olhou para Carolina, procurando negação em seus olhos, mas o que viu foi pânico.
Não a indignação de quem está sendo falsamente acusada, mas o terror de quem foi descoberta. Rafael, não é assim. Ela começou, mas a voz falhou. Existe uma aposta? A pergunta saiu como um sussurro rouco. Carolina abriu e fechou a boca várias vezes, incapaz de formar palavras. E naquele silêncio, Rafael encontrou sua resposta. Thago havia inventado a história sobre Carolina, mas acertou por acaso na existência de uma aposta.
E Rafael, consumido pela própria culpa, interpretou o pânico dela como confirmação. Eu Carolina finalmente conseguiu falar, mas Rafael já estava se afastando. 5 meses ele murmurou para si mesmo. 5co meses exatos. Até o timing estava certo. Rafael, por favor, me escuta.
Mas ele já estava caminhando em direção ao chalé, deixando Carolina sozinha com Thago, sob um céu que finalmente desabou em tempestade. A chuva que começou a cair não era nada comparada à tempestade que se formara entre eles. Carolina chegou ao aeroporto do Galeão com os olhos inchados de tanto chorar. Rafael havia partido na madrugada anterior, deixando apenas um bilhete frio. Terminei os trâmites do divórcio.
Assine os papéis quando chegar a São Paulo. Amanda a esperava na área de desembarque, correndo para abraçar a amiga assim que a viu. Meu Deus, Carol, o que aconteceu? Rafael me ligou falando alguma coisa sobre uma aposta. Eu não entendi nada. Thaago! Carolina murmurou ainda em choque. Ele inventou uma história sobre eu ter feito uma aposta para me casar com Rafael.
E Rafael, ele acreditou. Que história absurda. Rafael sabe que você não é assim. Mas Caroline balançou a cabeça tristemente. Existe uma aposta, Amanda, só que não foi eu quem fez. Durante o trajeto até o apartamento na Vila Olímpia, Carolina contou tudo. Como Thago havia chutado a existência de uma aposta e acertado em cheio, como Rafael reagiu como se estivesse sendo confrontado com seus próprios demônios.
Mas por que você não negou? Porque vi nos olhos dele que havia uma aposta real. E pensei, pensei que ele tivesse feito uma aposta sobre mim, sobre nos casar. A cara de culpa dele era tão evidente, Amanda estacionou e ficou em silêncio por alguns momentos, processando a informação. “Vocês dois são um desastre”, ela murmurou finalmente, cada um achando que o outro estava mentindo, quando na verdade, quando na verdade ambos estávamos sendo sinceros sobre nossos sentimentos, mas escondendo apostas estúpidas que fizemos no início. Carolina passou os dias seguintes numa espécie de limbo emocional. Os papéis do divórcio
chegaram por e-mail, mas ela não conseguia assiná-los. Cancelou todos os compromissos profissionais e ficou isolada no apartamento, tentando entender como tudo havia desmoronado tão rapidamente. Foi numa quinta-feira, duas semanas após o retorno que a enjoou começou.
Primeiro uma leve náusea matinal, depois uma sensibilidade estranha a cheiros. Carolina tentou ignorar, mas quando o atraso menstrual completou 10 dias, a realidade a atingiu como um soco no estômago. Na farmácia da Vila Madalena, ela comprou três testes diferentes, tremendo enquanto pagava. Em casa, fez todos os três em sequência. Positivo, positivo, positivo.
Carolina deslizou pela parede do banheiro até ficar sentada no chão frio, olhando para os testes com uma mistura de euforia e desespero. Estava grávida de Rafael. Carregava dentro de si um pedaço do homem que amava e que agora a odiava. Por duas semanas, tentou decidir o que fazer, contar para ele e esconder, criar o filho sozinha.
Cada opção parecia pior que a anterior. A decisão foi tomada por ela quando Paparates e a fotografaram saindo de uma farmácia comprando vitaminas pré-natais. A foto estampou a capa de uma revista de fofocas com a manchete. Ex-esposa de Rafael Santos espera um filho. Será do Magnata? O telefone tocou incessantemente. Rafael ligou dezenas de vezes, mas Carolina não atendeu.
Amanda vinha todos os dias tentar convencê-la a falar com ele. Ele tem direito de saber, Carol. Ele acha que eu sou uma interesseira. Por que acreditaria que o filho é dele? Porque no fundo ele sabe quem você realmente é e porque ele te ama mesmo estando magoado. Finalmente, numa noite chuvosa que despertou seus medos de infância, Carolina atendeu uma das ligações de Rafael.
É meu? A voz dele estava rouca, como se não tivesse dormido há dias. É. Um silêncio longo se estendeu entre eles, preenchido apenas pelo som da chuva, batendo na janela. Posso, posso ver você? Carolina fechou os olhos, sentindo lágrimas quentes escorrerem. Acho que seria melhor não, Carolina, por favor.
Independente do que aconteceu entre nós, esse bebê é nosso filho, nosso. E pela primeira vez em semanas, ela ouviu no timbre da voz dele o Rafael que havia se apaixonado por ela. Vulnerável, sincero, completamente humano. “Amanhã”, ela sussurrou. “Podemos nos encontrar amanhã. O café nos jardins estava quase vazio quando Rafael chegou, 15 minutos antes do horário combinado.
Estava visivelmente nervoso, ajeitando a gravata, passando a mão pelos cabelos, bebericando água gelada para controlar a ansiedade. Quando Carolina entrou, ele se levantou instintivamente. Ela estava usando um vestido solto, azul marinho, que não deixava a gravidez evidente.
Mas Rafael notou imediatamente uma certa suavidade em suas feições, um brilho diferente nos olhos. “Obrigada por vir”, ele disse, puxando a cadeira para ela. “Pecisávamos conversar mesmo.” Carolina se sentou, evitando o olhar dele. “Sobre o bebê. Carolina, antes de falarmos sobre isso, eu preciso te pedir perdão. Ela finalmente o encarou, surpresa com a vulnerabilidade na voz dele. Descobri a verdade sobre Thiago.
Contratei investigadores e Rafael pausou, respirando fundo. Ele mentiu sobre você ter feito uma aposta. inventou tudo por ciúme. O alívio no rosto de Carolina foi evidente, mas rapidamente deu lugar a uma expressão cautelosa. E por que acreditou nele sem me dar chance de me explicar? Rafael baixou os olhos, as mãos tremendo ligeiramente enquanto mexia no açúcar.
porque eu tinha feito uma aposta sobre você e quando ele falou naquilo, achei que você havia descoberto e estava me dando o troco. O silêncio que se seguiu foi ensurdecedor. Carolina ficou pálida, assimilando a confissão. Você fez uma aposta na sobre mim com Bruno, R$ 5.000 que eu conseguiria me casar com você em seis meses.
As palavras saíram atropeladas, como se ele quisesse se livrar delas o quanto antes. Foi depois que você me rejeitou na primeira vez. Meu orgulho ficou ferido e eu meu Deus. Carolina colocou a mão na boca, sentindo náusea que não tinha nada a ver com a gravidez. Tudo foi mentira, então desde o início. Não. Rafael se inclinou para a frente desesperado. Carolina, escuta.
A aposta foi real, mas o que senti por você também foi mais real do que qualquer coisa que já vivi. Eu me apaixonei de verdade. Esqueci completamente da aposta. Quando? O quê? Quando você esqueceu da aposta? Quando se apaixonou de verdade? A voz dela estava fria, controlada. Rafael pensou por alguns segundos, revivendo os momentos.
Na segunda semana, visitando sua obra na cobertura. Quando você me contou sobre seu pai, sobre sua paixão por arquitetura sustentável, naquele momento, eu esqueci completamente que estava tentando conquistá-la e só queria protegê-la, conhecê-la melhor. Carolina o estudou por longos minutos. podia ver a sinceridade em seus olhos, mas a dor da descoberta ainda estava muito fresca.
Você guardou o dinheiro da aposta? Queimei o contrato no dia que pedi você em casamento na frente do Bruno. Ele pode confirmar. Por que não me contou isso antes? Rafael suspirou profundamente. Porque eu era um covarde. Porque tinha medo de que você não me perdoasse, porque aquela aposta era a coisa mais estúpida que eu tinha feito na vida. e eu queria acreditar que podia simplesmente deixá-la no passado.
Carolina colocou instintivamente a mão no ventre, ainda pouco perceptível. E agora? O que você quer de mim? Do bebê? Quero fazer a coisa certa. Rafael se levantou e, para a surpresa dela, se ajoelhou ao lado da cadeira. Quero cuidar de vocês dois. Quero estar presente em cada consulta médica. Quero montar o quarto do bebê.
Quero ser o pai que este filho merece. E nós existe um nós depois de tudo isso? Rafael pegou a mão dela delicadamente. Existe se você quiser que exista. Não pelo bebê, não por obrigação, mas porque eu te amo. Te amo mais do que amo minha própria vida. E se você me der uma chance, uma única chance, passarei cada dia provando que mereço sua confiança.
Carolina sentiu lágrimas brotarem, toda a dor e amor dos últimos meses se misturando numa tempestade emocional. Você me machucou muito, Rafael. Eu sei e vou carregar essa culpa para sempre, mas por favor, deixa eu tentar consertar isso.
Ela olhou para aquele homem ajoelhado a seus pés, vulnerá e arrependido, e viu não o magnata arrogante que havia conhecido, mas o homem que havia se transformado por amor a ela. “Vamos devagar”, ela murmurou finalmente, “Muito devagar e você vai ter que reconquistar minha confiança completamente.” Rafael beijou a mão dela, sentindo lágrimas de alívio. Prometo que vou merecer vocês dois.
E assim, em meio a lágrimas e esperança, começaram a lenta jornada de reconstrução do amor que quase perderam. Três meses depois, Rafael havia se tornado uma presença constante na vida de Carolina. Estava presente em todas as consultas no hospital Albert Einstein. Havia alugado um estúdio nos jardins para ela retomar a carreira e demonstrava diariamente sua mudança através de pequenos gestos.
Café da manhã entregue em casa, flores sem ocasião especial, mensagens carinhosas durante o dia. Carolina, agora com se meses de gravidez, começava a baixar a guarda. O Rafael, que via, era atencioso, paciente, genuinamente interessado em construir uma família, mas ainda havia uma barreira invisível entre eles.
Ela morava no apartamento dela na Vila Olímpia, ele na cobertura em Moema e os encontros eram sempre cuidadosamente planejados. Foi numa terça-feira chuvosa que tudo mudou. Carolina estava no estúdio trabalhando num projeto residencial quando sentiu uma dor aguda no abdômen. Tentou ignorar inicialmente, mas a dor se intensificou, acompanhada de um leve sangramento.
Com mãos trêmulas, ligou para o obstetra, doutor Henrique, que a orientou a ir imediatamente para o hospital, depois ligou para Rafael. Carolina, o que aconteceu? A preocupação na voz dele era evidente. Estou com dor e sangramento. Vou para o Einstein. Já estou indo. Não se mexe até eu chegar. Rafael chegou ao estúdio em 15 minutos, um recorde considerando o trânsito de São Paulo.
Encontrou Carolina pálida, sentada numa poltrona, respirando com dificuldade. “Vem, amor. Vamos cuidar de vocês dois”, ele murmurou, ajudando-a a se levantar. No hospital, as horas se arrastaram como séculos. Os exames indicaram um descolamento parcial da placenta, não grave, mas que exigia repouso absoluto por pelo menos duas semanas.
Repouso absoluto significa literalmente isso, Dr. Henrique explicou. Nada de trabalho, nada de esforços, só cama e cuidados. Alguém vai precisar ficar com ela constantemente. Rafael não hesitou. Eu fico, Rafael. Você não precisa. Carolina começou, mas ele a interrompeu gentilmente. Preciso sim, vocês são minha prioridade agora. E assim, pela primeira vez desde a separação, Rafael se mudou temporariamente para o apartamento de Carolina.
transformou o escritório dela numa espécie de comando empresarial, conduzindo reuniões por videoconferência enquanto cuidava dela. Durante dois dias, mantiveram uma dinâmica respeitosa, mas distante. Rafael dormia no sofá, cozinhava refeições saudáveis, levava livros e revistas para o quarto onde ela permanecia em repouso.
Era atencioso, mas cuidadoso para não invadir o espaço emocional dela. Na quinta-feira, Carolina acordou durante a madrugada com sede. Tentou se levantar silenciosamente para não acordar Rafael, mas ele apareceu na porta do quarto antes mesmo que ela colocasse os pés no chão. O que você precisa? Água. Você não pode se levantar, só um pouco de água.
E queria ir ao banheiro. Rafael a ajudou cuidadosamente, esperou do lado de fora do banheiro, trouxe a água e um lanche leve. quando ela estava se acomodando novamente na cama, murmurou: “Obrigada por tudo isso. Sei que não é sua obrigação, Carolina.” Rafael se sentou na beirada da cama, seus olhos sérios na penumbra do quarto.
“Cuidar de você e do nosso filho é a coisa mais importante da minha vida agora. Não é obrigação, é amor. Algo na vulnerabilidade da voz dele tocou Carolina profundamente. Rafael, eu ainda tenho medo. Medo de confiar completamente. Eu sei e entendo, mas quero que saiba que este tempo aqui cuidando de você me mostrou como quero que seja o resto da nossa vida. Simples, real, juntos. Não quero mais a vida vazia que eu tinha antes.
Como posso ter certeza de que você não vai se cansar disso? da rotina, dos compromissos, da responsabilidade. Rafael pensou por um momento, depois se levantou e saiu do quarto. Voltou alguns minutos depois com algo nas mãos. Lembra quando você me rejeitou pela primeira vez? Ele mostrou um pequeno objeto, o cartão de visita dela que ela havia deixado após a primeira reunião.
Guardei isto porque, mesmo sendo rejeitado, alguma coisa em mim sabia que você era especial. Diferente de todas as outras. Carolina pegou o cartão amarelado e amassado, obviamente carregado na carteira por meses. E isto aqui? Ele mostrou uma foto impressa do ultrassom do bebê. Carrego comigo desde a primeira consulta. Este é meu filho, Carolina. Nosso filho.
E eu quero ser o pai que ele merece e o marido que você merece. Por primeiro vez em meses, Carolina sentiu as últimas barreiras se dissolvendo. Eu também te amo, Rafael. Mesmo com todo o medo, mesmo com toda a mágoa, eu nunca parei de te amar. Rafael se aproximou devagar, como se temesse quebrar um encanto.
Posso te beijar? Ela assentiu, e quando os lábios dele tocaram os seus, foi como se todos os meses de dor e separação se dissolvessem. Era o beijo do perdão, da reconciliação, do amor que havia sobrevivido a todas as tempestades. “Casa comigo de novo, Rafael” murmurou contra os lábios dela. “Não porque estamos esperando um filho, mas porque quero passar o resto da vida te amando.
” “Sim”, Carolina, sussurrou, selando finalmente o novo capítulo de suas vidas. Do lado de fora, a chuva havia parado e as primeiras luzes do amanhecer começavam a pintar o céu de dourado. 7 meses depois, a maternidade do Hospital São Luís estava em alvoro Carolina havia entrado em trabalho de parto na madrugada e Rafael não saía do lado dela desde então, segurando sua mão e sussurrando palavras de encorajamento.
“Mais uma contração, Carolina, você está indo muito bem”, disse a obstetra, Tour Fernanda. Rafael observa maravilhado a força de sua esposa. Eles haviam se casado novamente numa cerimônia íntima na capela do Morumbi, apenas com os amigos mais próximos, um mês antes do nascimento.
Desta vez, não havia pressa nem apostas, apenas o amor puro que haviam construído tijolo por tijolo. Consigo ver a cabeça, mais uma força, Carolina. E então, às 14:47 de uma tarde ensolarada de março, Gabriel Santos Silva veio ao mundo, pequenininho, rosado, com um choro forte que encheu a sala de vida e alegria. “É perfeito,” Rafael murmurou com lágrimas correndo livres pelo rosto enquanto observava o filho sendo limpo pelos enfermeiros.
“Nosso menino é perfeito.” Carolina, exausta, mas radiante, sorriu quando colocaram Gabriel em seus braços. Olha para ele, Rafael. Olha para o que criamos juntos. Rafael tocou delicadamente a cabecinha do filho, sentindo uma emoção que jamais imaginara ser possível. Oi, Gabriel. Sou seu papai e prometo que vou cuidar muito bem de você e da sua mamãe.
Nos dias seguintes, a vida se transformou numa doce correria de fraldas, mamadeiras e noites mal dormidas. Rafael, para surpresa de todos, incluindo ele mesmo, revelou-se um pai extremamente dedicado. Levantava para as mamadas noturnas, trocava fraldas sem reclamar, cantava canções de ninar com uma voz surpreendentemente afinada. “Nunca imaginei você trocando fraldas”, Bruno comentou visitando o casal em casa.
Nem eu, Rafael admitiu, ninando Gabriel no colo. Mas é incrível como o amor por este pequeno ser mudou tudo. Mudou minha perspectiva sobre o que realmente importa. Carolina observava de longe essas interações com o coração transbordando. O Rafael pai era ainda mais atraente que o Rafael marido, carinhoso, protetor, completamente devotado à família que haviam construído.
Um mês após o nascimento, numa tarde tranquila em casa, Rafael fez uma surpresa para Carolina. “Fecha os olhos”, ele pediu, guiando-a até a varanda da cobertura, onde agora moravam todos juntos. Quando ela abriu os olhos, encontrou um pequeno jardim montado especialmente para ela. Plantas nativas, uma pequena horta orgânica e um banco de madeira de demolição onde podia sentar para relaxar enquanto Gabriel dormia. “É para você ter seu cantinho especial”, Rafael, explicou.
“Um lugar para criar, para sonhar, para ser você mesma”. “Está lindo”, Carolina, murmurou, tocada pela consideração. “Obrigada por sempre pensar no que me faz feliz. Obrigada a você por me ensinar o que é ser feliz de verdade. Eles se sentaram no banco, observando São Paulo se estender até o horizonte, enquanto Gabriel dormia pacificamente no carrinho ao lado.
“Às vezes penso em como seria nossa vida se não tivéssemos nos encontrado”, Carolina disse, apoiando a cabeça no ombro de Rafael. “Vazia”, ele respondeu sem hesitar, “Cletamente vazia. Você me salvou de uma vida sem sentido, Carolina. que o amor pode superar qualquer obstáculo. Anos mais tarde, quando Gabriel fazia perguntas sobre como os pais se conheceram, Rafael sempre respondia com um sorriso: “Conheci sua mãe no dia em que Deus decidiu me dar uma segunda oportunidade de ser um homem melhor.
” E Carolina sempre acrescentava: “E eu conheci seu pai quando aprendi que o amor verdadeiro vale todos os riscos do mundo.” Gabriel cresceu ouvindo essas histórias, aprendendo desde cedo que o amor não é perfeito, mas é sempre possível quando duas pessoas estão dispostas a lutar por ele.
Você e Gabriel me ensinaram o que é amar de verdade e você me ensinou que é possível confiar novamente. Na casa de Alfaville, onde se mudaram quando Gabriel completou dois anos, nas paredes da sala de estar, estavam emolduradas três fotos. A primeira do dia em que se conheceram na Rafaelte, a segunda do segundo casamento na capela do Morumbi e a terceira dos três juntos no hospital no dia em que Gabriel nasceu.
Três momentos que contavam a história de como uma aposta cruel se transformou no amor mais verdadeiro que dois corações já conheceram. E sempre que Carolina olhava para essas fotos, se lembrava da frase que Rafael havia escrito no cartão do segundo pedido de casamento. Às vezes, o destino usa nossos erros para nos conduzir ao lugar certo, porque no final aquela aposta tola havia sido apenas o início da maior história de amor de suas vidas. M.