Você já se perguntou se é possível se apaixonar por alguém que você foi obrigado a casar? E se eu te dissesse que o amor verdadeiro às vezes nasce justamente onde menos esperamos, não nos filmes românticos, mas nos silêncios carregados de tensão e nos olhares que duram mais do que deveriam. Esta é a história de Ana Luía e Fábio, um casal que descobriu que o coração não obedece contratos sociais.
Me conta aí nos comentários de onde você está assistindo e se essa história está tocando seu coração, deixa aquele like e se inscreve no canal para mais histórias emocionantes como esta. A chuva batia contra as janelas do 23º andar da cobertura em Vila Olímpia, enquanto Ana Luía observava seu reflexo no vidro. Aos 26 anos, era uma das advogadas mais promissoras da Faria Lima, mas naquele momento sentia-se apenas como uma peça em um jogo que não havia escolhido jogar.
Os papéis estão prontos”, disse Fábio, sua voz ecoando pelo apartamento. “Minista, ele mantinha distância respeitosa, como sempre fizera nos três meses desde o casamento. Quartos separados, rotinas independentes, como combinado.” Ana Luía virou-se lentamente. Fábio Oliveira, aos 30 anos, era o CEO mais jovem da rede hoteleira da família, com olhos castanhos que raramente encontravam os dela diretamente. Havia algo nele que a intrigava.
uma vulnerabilidade escondida atrás da postura empresarial impecável. “Perfeito”, ela respondeu, ajustando o anel de casamento que ainda parecia estranho em seu dedo. “Manteremos as aparências para as famílias, nada mais”. O silêncio se estendeu entre eles, como uma ponte que nenhum dos dois ousava atravessar.
Fábio mexeu nos documentos sobre a mesa de vidro, evitando o olhar penetrante de Ana Luía. O quarto com vista para o nascente é seu, ele murmurou. Eu fico com o do poente. Que ironia, pensou Ana Luía. Ele escolhera o lado onde o sol se punha enquanto ela ficava com o amanhecer.
Era como se o destino estivesse fazendo uma metáfora cruel sobre seus futuros. “Há algo mais que precisamos discutir?”, perguntou ela pegando sua pasta executiva. Fábio hesitou, como se quisesse dizer algo importante, mas apenas balançou a cabeça. Tenho uma reunião às 8. Você tribunal, o caso Mendonça, eles se moviam pela cobertura como dois planetas em órbitas cuidadosamente calculadas para nunca se tocarem.
Ana Luía notou como Fábio segurava a xícara de café, dedos longos, gesto delicado que contrastava com sua aparência severa de executivo. Ao passar por ele a caminho da porta, Ana Luía sentiu um perfume discreto de sândalo e algo que não conseguia identificar. Por um momento infinitesimal, seus ombros quase se tocaram. Ana! A voz de Fábio a fez parar com a mão na maçaneta.
Ela se virou, coração acelerando sem motivo aparente. “Boa sorte no tribunal”, ele disse. “Mas havia algo mais em seus olhos, uma intensidade que fez o estômago dela se contrair.” “Obrigada”, sussurrou ela e saiu rapidamente antes que pudesse analisar aquele momento estranho. No elevador, Ana Luía pressionou a mão contra o peito.
três meses de casamento de conveniência e esta fora a primeira vez que Fábio olhara para ela como se realmente a visse. Mas por que de repente isso importava? O Clube Atlético Paulistano resplandecia com lustres de cristal e conversas sussurradas entre a elite paulistana. Ana Luía ajustou o vestido de seda azul marinho enquanto observava Fábio cumprimentar, os convidados do jantar beneficente da família Silva.
Vocês fazem um casal lindo”, comentou dona Helena, mãe de Fábio, beijando o rosto de Ana Luía com afeto genuíno. “Fábio está diferente desde o casamento, mas leve”. Ana Luía sorriu diplomaticamente, mas seu olhar encontrou o de Fábio do outro lado do salão. Ele conversava com investidores, gesticulando com uma taça de vinho tinto, mas seus olhos estavam fixos nela.
quando percebeu que estava sendo observado, desviou rapidamente. “Ele sempre foi reservado”, continuou dona Helena. “Mas com você percebo que sorri mais.” “Sorri mais?” Ana Luía quase riu. Em casa, Fábio mal falava com ela. As únicas interações eram cumprimentos educados e discussões sobre a agenda social que precisavam manter.
Ana Luía, a voz do pai dela a trouxe de volta ao momento. Venha conhecer o Dr. Mendonça. Ele ficou impressionado com sua atuação no caso dele. Enquanto Ana Luía era arrastada para outra rodada de apresentações, sentiu uma mão tocar levemente suas costas. O toque foi tão breve que poderia ter sido acidental, mas ela sabia que não era.
Fábio passara por ela e por alguns segundos sua mão repousara na curva de sua coluna. O calor daquele toque simples subiu pelo seu pescoço. “Desculpe”, murmurou ele, mas não parecia arrependido. Durante o jantar, sentaram-se lado a lado, representando perfeitamente o casal feliz que todos esperavam ver. Fábio servia vinho para ela.
Ana Luía ria de suas piadas para os convidados da mesa. Era uma coreografia ensaiada, mas havia momentos de improviso que a surpreendiam. “Você gosta de ópera?”, perguntou ele baixinho durante uma pausa na conversa. “Geral, por quê?” Ela sussurrou de volta. “Só curiosidade, você parece alguém que apreciaria Putini”. Ana Luía o estudou. “Laboem é minha favorita”.
Um sorriso genuíno iluminou o rosto de Fábio, o primeiro que ela via desde o casamento. “A minha também.” O momento foi interrompido pelo brinde do anfitrião, mas Ana Luía continuou pensando naquela revelação. Como ele sabia sobre seu gosto musical? Eles nunca haviam conversado sobre isso. Na volta para casa, o silêncio no carro era diferente, menos hostil, mais carregado.
“Você foi convincente esta noite”, disse Fábio, olhando para o trânsito da Marginal Pinheiros. “Convincente, como esposa apaixonada, quase acredito que gosta de mim.” Ana Luía virou-se para ele, surpreendida pela honestidade crua na voz dele. “E você? também foi convincente como marido devotado. Fábio apertou o volante, os nós dos dedos ficando brancos.
Talvez não tenha sido tão difícil quanto imaginei. O coração de Ana Luía pulou uma batida. O que isso significa? Mas eles já haviam chegado ao prédio e Fábio voltou à sua máscara de polidez distante. Boa noite, Ana. No elevador, ela observou o reflexo deles no espelho. Dois estranhos que fingiam ser íntimos, mas cujos corpos pareciam magnetizados um pelo outro.
Quando as portas se abriram no 23º andar, Ana Luía teve uma certeza perturbadora. Alguma coisa entre eles estava mudando e ela não sabia se queria resistir ou se entregar. A manhã de sábado trouxe um silêncio diferente para a cobertura. Ana Luía estava na cozinha preparando café quando Fábio apareceu ainda de pijama, a primeira vez que o via em roupas casuais.
O tecido de algodão cinza realçava a musculatura discreta de seus ombros. “Bom dia”, murmurou ele, voz rouca de sono. “Bom dia.” Ana Luía ofereceu uma xícara e seus dedos se tocaram brevemente na transferência. O contato enviou uma corrente elétrica pelo seu braço. Fábio tomou um gole, observando-a por cima da borda da xícara. Tem planos para hoje? Trabalho, sempre trabalho.
Ela não mencionou que usava o escritório como refúgio para evitar os fins de semana longos e constrangedores em casa. E você? Na verdade, Fábio hesitou como se lutasse com uma decisão. Ia para Tiradentes, a casa colonial da família. Preciso resolver algumas coisas sobre a reforma. Ana Luía conhecia a propriedade de ouvir falar, uma mansão histórica do século XVII que os Oliveira mantinham como casa de campo. Deve ser um trabalho e tanto.
É, mas ele parou, passou a mão pelo cabelo desarrumado. Você gostaria de vir? Não, como não como obrigação. Só se quiser conhecer. A pergunta pegou Ana Luía desprevenida. Por quê? Porque Fábio procurou as palavras certas. Porque três meses de casamento e você não conhece nada sobre minha família além dos jantares formais e porque aquela casa tem algo especial.
Talvez você entenda quando ver. Havia uma vulnerabilidade na voz dele que fez o coração de Ana Luía apertar. Fábio, nós combinamos. Eu sei o que combinamos. Ele a interrompeu suavemente. Mas você não acha que podemos ser amigos? Sem complicações, apenas dois adultos que precisam conviver. Ana Luía estudou o rosto dele.
Fábio evitava seus olhos, mas ela podia ver atenção em sua mandíbula como se estivesse se preparando para uma rejeição. Quanto tempo de viagem? 2 horas. Voltaríamos amanhã. Quartos separados. A casa tem 10 quartos. Ana Luía riu, apesar de si mesma. Isso é um sim. É um, se você quiser. Ela terminou o café, analisando a proposta.
Tiradentes era um dos lugares mais românticos de Minas Gerais, mas Fábio estava oferecendo amizade, não romance. Talvez fosse exatamente o que precisavam. Uma chance de se conhecerem sem a pressão das aparências. Está bem”, disse “finalmente, mas eu dirijo na volta”. O sorriso que iluminou o rosto de Fábio foi como ver o sol nascer. Combinado. Uma hora depois estavam na estrada em seu BMW, conversando sobre música, livros, viagens.
Ana Luía descobriu que Fábio havia morado do anos em Paris, que lia Dostoyevski e que tinha uma cicatriz no queixo de uma queda de bicicleta aos 8 anos. Minha vez”, disse ela quando passavam por uma cidade pequena. Pergunta pessoal. Pode perguntar. Por que aceitou esse casamento? Você poderia ter recusado.
Fábio ficou quieto por tanto tempo que Ana Luía achou que não responderia. Finalmente ele suspirou porque estava cansado de decepcionar meu pai e porque ele a olhou rapidamente, porque quando vi sua foto, pensei que talvez não fosse uma sentença tão terrível. minha foto. Você estava rindo, rindo de verdade, não aquele sorriso social que usamos.
E pensei, pelo menos ela parece ter vida própria. Ana Luía sentiu o rosto esquentar. E agora? Ainda acha que tenho vida própria? Agora acho que você é muito mais complicada do que imaginei. Complicada como? Fábio sorriu misteriosamente. Você vai descobrir. Quando a cidade histórica de Tiradentes apareceu no horizonte com suas ruas de pedra e casarões coloniais, Ana Luía sentiu que estava prestes a cruzar uma fronteira invisível. Não sabia ainda, mas aquela cidade mudaria tudo entre eles.
A casa colonial dos Oliveira em Tiradentes, tirou o fôlego de Ana Luía. Construída em 1752, a propriedade se estendia por um quarteirão inteiro, com paredes de pedra, janelas de treliça azul e um jardim interno que parecia saído de um romance de época. “Meu Deus”, sussurrou ela saindo do carro.
“É como viajar no tempo”. Fábio observou sua reação com satisfação evidente. Meu tataravô a comprou de uma família de mineradores. Cada geração acrescentou algo, mas mantivemos a essência original. Eles caminharam por corredores com piso de ladrilho hidráulico e paredes adornadas com pinturas do século XIX.
Ana Luía tocou levemente uma viga de madeira exposta, imaginando todas as histórias que aquela casa havia presenciado. “Deve ter sido incrível crescer vindo aqui”, disse ela. “Era meu refúgio”, admitiu Fábio. Sempre que precisava pensar escapar da pressão de São Paulo, vinha para cá. Eles almoçaram na varanda dos fundos com vista para a serra de São José.
A simplicidade do momento, queijo local, pão caseiro, vinho mineiro, contrastava com os jantares formais que dividiam em São Paulo. Posso fazer uma pergunta indiscreta? Ana Luía se serviu de mais vinho. Agora tenho medo. Fábio riu. Porque nunca se casou antes? Quero dizer de verdade, você tem 30 anos, é bonito, bem-sucedido. Fábio ficou sério. Porque nunca encontrei alguém que me quisesse pelo que sou, não pelo que represento.
Mulheres que se interessavam pelo hotel, pelo sobrenome, pela herança, nunca por mim. E agora está casado com alguém que nem sequer quis se casar com você. Ana Luía observou ironicamente. Paradoxal, não é? Ele a olhou intensamente. Mas pelo menos você é honesta sobre isso.
O vinho e a atmosfera relaxada da cidade histórica estavam baixando suas defesas. Ana Luía sentiu-se mais à vontade com Fábio do que jamais estivera com qualquer homem. “Minha vez de confissão”, disse ela. Eu estava apaixonada por outro homem quando nossos pais arranjaram o casamento. Fábio parou de mastigar. Estava Roberto. Namoramos dois anos.
Ele terminou quando soube do arranjo familiar. Disse que não podia competir com uma dinastia hoteleira. Ele era idiota. A veemência na voz de Fábio a surpreendeu. Por quê? Porque qualquer homem que desistisse de você sem lutar não merecia ter você em primeiro lugar. Seus olhares se encontraram e permaneceram conectados por um momento que pareceu se estender pela eternidade.
Ana Luía sentiu algo se mexer em seu peito, uma consciência nova do homem à sua frente. Fábio, Ana, eu Ele Ele começou a falar ao mesmo tempo, mas foi interrompido por um estrondo de trovão. O céu, que estivera apenas nublado, despejou uma chuva torrencial em questão de segundos. Eles correram para dentro. rindo e se empurrando playfully para passar pela porta.
“Típico de Minas”, Fábio disse, fechando as janelas. “O tempo muda em minutos.” Hana Luía estava encharcada, o vestido de linho grudado no corpo, cabelos escorrendo água. Quando se virou, encontrou Fábio, olhando para ela com uma expressão que não conseguiu decifrar. “Você está molhada”, ele disse desnecessariamente. “Você também.
” A camisa branca dele havia se tornado quase transparente, revelando o contorno de seu peito. Ana Luía desviou o olhar rapidamente. “Vou buscar toalhas”, murmurou Fábio, saindo da sala sozinha. Ana Luía se aproximou da lareira apagada, tentando entender o que estava acontecendo em São Paulo. Eles mal conversavam.
Aqui, em poucas horas haviam compartilhado mais intimidade emocional que em três meses de casamento. Era a cidade, a casa ou simplesmente o fato de estarem longe das expectativas e obrigações? Quando Fábio voltou com toalhas e roupas secas, seus olhos se encontraram novamente. Desta vez, nenhum dos dois desviou. “Ana”, ele disse, sua voz mais baixa que o normal.
Sim, acho que estou começando a entender porque nossos pais acharam que funcionaríamos bem juntos. O coração dela acelerou perigosamente. E por que é isso? Mas antes que ele pudesse responder, a luz se apagou. Toda a casa mergulhou na escuridão e no silêncio que se seguiu, Ana Luía ouviu apenas a respiração de Fábio, muito mais próxima do que deveria estar. A escuridão envolveu a casa colonial como um cobertor espesso.
Ana Luía ouviu Fábio se mover pela sala, suas passadas eando no piso de ladrilho. “O gerador deve ter pifado”, murmurou ele. “Acontece sempre que chove forte. Vou buscar velas”. Ana Luía ficou imóvel onde estava, todos os sentidos aguçados, o cheiro de madeira antiga e chuva misturado com o perfume discreto de Fábio, o som dos pingos batendo nas telhas coloniais, a sensação da humidade na pele.
Uma luz suave tremulou na entrada da sala. Fábio apareceu carregando um castiçal de prata com três velas acesas, as chamas dançando e projetando sombras douradas em seu rosto. “Bem romântico”, disse ele com um sorriso irônico. “Não planejei isso. Eu sei.
” Ana Luía aceitou a toalha que ele oferecia, muito consciente de que seus dedos se tocaram na transferência. “A tempestade vai durar muito?” Por experiência a noite toda, Fábio acendeu mais velas pela sala, transformando o ambiente em algo saído de um filme de época. Mas temos lenha, velas, vinho e quartos separados. Ana Luía completou, mais para si mesma que para ele.
E quartos separados, ele repetiu, mas havia algo hesitante em sua voz. Ana Luía trocou de roupa no banheiro a luz de velas, vestindo uma camisa de algodão que Fábio emprestara. Era grande demais. chegando quase aos seus joelhos e tinha o cheiro dele, uma mistura de sândalo e algo indefinivelmente masculino. Quando voltou à sala, encontrou Fábio alimentando uma fogueira na lareira.
Ele havia trocado a camisa molhada por uma suéter azul marinho que realçava seus ombros largos. “Melhor?”, perguntou ele, olhando-a de cima a baixo de um jeito, que fez seu estômago se contrair. “Melhor.”. Ana Luía se aconchegou numa poltrona próxima ao fogo. Agora somos dois náufragos numa casa do século XVII.
Náufragos, Fábio, repetiu, sentando-se no chão ao lado da lareira. Gosto da metáfora. Eles dividiram uma garrafa de vinho tinto local, enquanto a chuva criava uma sinfonia constante no telhado. As velas derreteram lentamente, criando poças de cera e uma intimidade que nenhum dos dois esperava. Posso fazer uma pergunta pessoal? Ana Luía perguntou o vinho deixando-a corajosa.
Você já fez várias hoje. Fábio sorriu. Mas pode continuar. O que você realmente pensou quando me viu no altar? Fábio girou a taça entre as mãos, estudando o líquido vermelho. Honestamente, honestamente, pensei que você era a mulher mais bonita que já tinha visto e pensei que estava prestes a arruinar sua vida. Ana Luía sentiu o coração acelerar.
Por que arruinar? Porque você merecia alguém que a escolhesse por amor, não por conveniência. Alguém que a cortejasse, que lutasse por você. Ele levantou os olhos para encontrar os dela. Você merecia um romance real, não? Um acordo comercial. E você? Sua voz saiu mais rouca que pretendia. O que você merecia? Fábio ficou quieto por tanto tempo que Ana Luía achou que não responderia.
Quando finalmente falou, sua voz era quase um sussurro. Alguém que me olhasse como você está me olhando agora. Como é que eu estou olhando para você? Como se eu fosse real, como se eu importasse. O silêncio que se seguiu foi carregado de uma tensão que nenhum dos dois conseguia ignorar.
As chamas da lareira criavam sombras dançantes em seus rostos e Ana Luía se pegou notando detalhes que nunca havia observado. A curva suave dos lábios de Fábio, a forma como seus olhos se estreitavam quando ele estava concentrado, a pequena cicatriz no queixo que ele havia mencionado no carro. “Han”, ele disse, levantando-se lentamente. “Sim, posso sentar aí com você?” A poltrona era larga, projetada para uma pessoa, mas Ana Luía se moveu para dar espaço.
Quando Fábio se sentou ao seu lado, o calor de seu corpo irradiou através da fina camisa de algodão. “Isso é uma péssima ideia”, murmurou ela. “Provavelmente ele concordou, mas não se afastou. Nós tínhamos um acordo. Eu sei. Quartos separados, vidas separadas. Eu sei. Ana Luía virou-se para encará-lo, seus rostos agora a poucos centímetros de distância.
Então, por que parece que estamos prestes a quebrar todas as regras? Fábio levantou a mão, hesitou por um momento, então tocou suavemente o rosto dela, porque algumas regras são feitas para serem quebradas. E quando ele se inclinou para beijá-la, Ana Luía não resistiu. O beijo foi suave no início quase, como se eles estivessem testando águas desconhecidas.
Mas quando Ana Luía respondeu, entrelaçando os dedos nos cabelos dele, a intensidade cresceu. Era como se três meses de tensão contida explodissem de uma vez. As mãos de Fábio encontraram sua cintura, puxando-a mais perto, e Ana Luía se perdeu na sensação de finalmente, finalmente estar nos braços do homem que havia desejado, sem sequer admitir para si mesma.
Quando se separaram, ambos estavam ofegantes. Ana, Fábio sussurrou contra seus lábios. Não diga nada, ela murmurou. Apenas não diga nada ainda. E quando ele a pegou no colo e a carregou pelas escadas centenárias até seu quarto, Ana Luía soube que não havia volta. A tempestade lá fora não era nada comparada ao que estava acontecendo entre eles.
Ana Luía acordou com o som, de pássaros cantando e raios de sol filtrando pelas cortinas de linho. Por um momento, não soube onde estava. Então, as memórias da noite anterior voltaram como uma avalanche, a tempestade, as velas, o beijo na lareira e depois depois havia sido uma revelação.
Cada toque, cada sussurro, cada momento de intimidade havia desfeito três meses de muros cuidadosamente construídos. Ela se virou na cama esperando encontrar Fábio, mas o lado dele estava vazio e frio. Ana Luía sentou-se abruptamente, puxando o lençol contra o peito. Fábio chamou, mas não houve resposta. Vestiu rapidamente a camisa dele que estava jogada no chão, e desceu as escadas.
A casa estava em silêncio absoluto, as velas da noite anterior extintas, deixando apenas rastros de cera derretida. Fábio tentou novamente. Na cozinha encontrou um bilhete sobre a mesa. Voltei para São Paulo. Precisava resolver algumas coisas urgentes no hotel. A casa está à sua disposição pelo tempo que quiser ficar. F. Ana Luía releu o bilhete três vezes, como se as palavras pudessem mudar.
então lentamente se sentou numa cadeira, sentindo como se tivesse levado um soco no estômago. Ele havia fugido. Depois da noite mais intensa e reveladora de sua vida, Fábio simplesmente fugira. As próximas duas horas foram um borrão de dor e confusão.
Ana Luía arrumou suas coisas mecanicamente, tentando entender o que havia acontecido, por ele a deixara. A noite não havia significado nada para ele. Dirigiu de volta para São Paulo, com os olhos marejados, alternando entre raiva e tristeza. Cada quilômetro parecia aumentar a distância entre eles, não apenas física, mas emocional. Quando chegou à cobertura em Vila Olímpia, Fábio não estava.
Apenas outro bilhete na mesa da sala. Ana, peço desculpas por esta manhã. O que aconteceu ontem foi um erro de julgamento de minha parte. Sugiro que voltemos ao nosso acordo original. Tenho uma viagem de negócios na próxima semana. Quando voltar, podemos discutir os próximos passos de nosso arranjo, Fábio.
Ana Luía amassou o papel com tanta força que suas unhas se cvaram nas palmas das mãos. Erro de julgamento, arranjo. As palavras ecoaram em sua mente como insultos. Ela havia se entregado completamente, corpo e alma. e para ele não passara de um erro. Naquela noite, Ana Luía se trancou em seu quarto e chorou como não fazia desde a adolescência.
chorou pela humilhação, pela dor, mas principalmente por ter acreditado por algumas horas mágicas que algo real estava nascendo entre eles. Quando Fábio retornou de viagem uma semana depois, Ana Luía havia erguido muros ainda mais altos que antes. Eles se cumprimentavam educadamente, discutiam a agenda social com frieza profissional e viviam como dois estranhos educados que dividiam o mesmo teto.
Mas Ana Luía notou que Fábio evitava seu olhar direto. Notou como ele saía de um cômodo quando ela entrava. Notou a tensão em seus ombros, sempre que precisavam estar no mesmo ambiente. Se aquela noite havia sido apenas um erro para ele, porque parecia tão afetado quanto ela? Três semanas após tiradentes, Ana Luía estava trabalhando em seu escritório quando Fábio bateu na porta de seu quarto.
Ana, preciso falar com você. Ela abriu a porta, mantendo a expressão neutra. Fábio estava de terno escuro, provavelmente voltando de uma reunião, mas havia algo diferente em seu rosto, uma determinação que ela não reconhecia. O que foi? Nós precisamos conversar sobre o que aconteceu. Não há nada para conversar.
Você deixou bem claro na sua carta que foi um erro. Ana, eu não. Ela levantou a mão interrompendo-o. Você teve sua chance de falar em tiradentes. Escolheu fugir e me mandar um bilhete. Agora vamos continuar como combinamos originalmente. Ana Luía tentou fechar a porta, mas Fábio segurou com a mão.
E se eu disser que foi a coisa mais real que já aconteceu na minha vida? O coração dela pulou uma batida, mas Ana Luía forçou sua voz a permanecer fria. Então eu diria que você tem uma forma muito estranha de mostrar isso, Ana, por favor. Boa noite, Fábio. Desta vez, ele deixou que ela fechasse a porta. Do outro lado, Ana Luía encostou-se na madeira, fechando os olhos.
Se ele quisesse reconquistar sua confiança, teria que fazer muito mais que palavras sussurradas em corredores. Teria que provar que ela valia a pena lutar. Duas semanas se passaram em um silêncio glacial. Ana Luía e Fábio circulavam pela cobertura como fantasmas, evitando qualquer interação que não fosse estritamente necessária. Até mesmo as aparições sociais haviam cessado.
Ana Luía inventava reuniões de última hora. Fábio alegava viagens de negócios. Era numa manhã de sexta-feira que Ana Luía sentiu a primeira onda de náusea. Estava revisando contratos no escritório da Faria Lima quando uma tontura súbita a obrigou a se agarrar na mesa. O cheiro do café que sempre adorava de repente lhe causou âmago. Dra.
Ana Luía, sua assistente Carla apareceu na porta. A senhora está bem? Está pálida. Só cansaço murmurou Ana Luía. Mas uma suspeita terrível começou a se formar em sua mente. Naquela noite em Tiradentes, eles haviam se deixado levar completamente pelo momento. Não haviam pensado em precauções, em consequências.
Haviam simplesmente se entregado um ao outro com uma paixão que varreu toda a racionalidade. Ana Luía olhou para o calendário em sua mesa. Sua menstruação estava atrasada. Cinco dias. O sangue fugiu de seu rosto. Carla chamou com voz trêmula. Cancele meus compromissos da tarde. Preciso sair. A farmácia mais próxima parecia estar a quilômetros de distância.
Ana Luía comprou três testes de gravidez diferentes, suas mãos tremendo enquanto pagava. A funcionária jovem a observou com curiosidade, mal disfarçada. De volta ao apartamento, Ana Luía se trancou no banheiro de seu quarto. Cada teste deu o mesmo resultado. Duas linhas claras e inequívocas. Positivo. Ela estava grávida de Fábio.
Ana Luía se sentou no chão frio do banheiro, abraçando os joelhos, tentando processar a informação. Um bebê, uma criança concebida naquela única noite de paixão em Tiradentes, quando haviam baixado todas as guardas e se permitido sentir. E agora Fábio a considerava um erro. “Meu Deus”, sussurrou para o silêncio. “O que eu faço agora? As próximas semanas foram um turbilhão de emoções conflitantes. Ana Luía marcou consulta com um ginecologista. Confirmou a gravidez.
Viu pela primeira vez a pequena forma no ultrassom que mudaria sua vida para sempre. eram oito semanas, exatamente o tempo desde tiradentes. Ela oscilava entre terror e uma estranha sensação de completude. Sempre havia querido filhos, mas imaginara que seria em circunstâncias diferentes, com um homem que a amasse, que escolhera estar com ela, não com alguém que a considerava um erro de julgamento.
Ana Luía passou dias elaborando como contar a Fábio. pensou em cartas, conversas formais, até mesmo em simplesmente deixar um ultrassom sobre a mesa dele, mas toda vez que o via, saindo para o trabalho, voltando de reuniões, circulando pela cobertura como um estranho educado, as palavras morriam em sua garganta.
Como contar a um homem que fugira de você, que carregava seu filho? Foi numa tarde de quinta-feira, três semanas após descobrir a gravidez, que Ana Luía finalmente encontrou coragem. Fábio estava na sala trabalhando no laptop quando ela entrou carregando uma pasta. “Fábio, preciso falar com você.” Ele levantou os olhos e Ana Luía viu que havia círculos escuros sob eles. Ele também não estava dormindo bem. “Claro.
” Fábio fechou o laptop. “O que foi?” Ana Luía respirou fundo, tentando encontrar as palavras certas, mas não havia palavras certas para uma situação como aquela. Estou grávida. O silêncio que se seguiu foi ensurdecedor. Fábio ficou completamente imóvel, como se não tivesse processado a informação. Então, lentamente, a cor sumiu de seu rosto.
Grávida, ele repetiu como se fosse uma palavra em idioma estrangeiro. De oito semanas, Ana Luía colocou o ultrassom sobre a mesa de centro de tiradentes. Fábio olhou para a imagem borrada em preto e branco, como se fosse uma bomba prestes a explodir. Tem certeza? Três testes de farmácia e confirmação médica. Sua voz saiu mais firme que esperava.
Estou grávida, Fábio. Ele passou as mãos pelo rosto, respirando pesadamente. Ana, eu Isso é inesperado. Eu sei. Ana Luía se sentou na poltrona oposta, mantendo distância. Mas é real. O que você pretende fazer? A pergunta atingiu Ana Luía como um tapa. Como assim? O que pretendo fazer? Você quer seguir com a gravidez? É claro que quero.
A resposta saiu mais alta que ela pretendia. Não é assim que planejei minha vida, mas esse bebê existe e eu vou ter esse filho. Fábio se levantou, começando a andar pela sala, como um animal enjaulado. Ana, isso muda tudo. Nossa situação, o acordo não muda nada. Ana Luía também se levantou enfrentando-o. Você deixou bem claro que aquela noite foi um erro. Eu não espero nada de você.
Vou criar essa criança sozinha. Sozinha? Ana, esse é meu filho também. Biologicamente sim, mas você não queria nem mesmo conversar comigo sobre aquela noite, porque agora seria diferente. Fábio parou de andar, seus olhos encontrando-os dela. Pela primeira vez desde Tiradentes, Ana Luía viu emoção real em seu rosto. Confusão, medo, mas também algo mais.
Porque muda tudo? Ele disse quietly. Tudo. Ana Luía pegou sua pasta e se dirigiu à porta. Para mim não muda nada, Fábio. Você já fez sua escolha naquela manhã em Tiradentes. Agora eu estou fazendo a minha Ana. Espera. Mas ela já havia saído, deixando Fábio sozinho com o ultrassom e o peso de uma revelação que mudaria suas vidas para sempre.
No corredor, Ana Luía encostou-se na parede, uma mão instintivamente protegendo o ventre ainda plano. Ela havia jogado todas as cartas na mesa. Agora restava ver se Fábio seria corajoso o suficiente para jogar as suas. Fábio passou a noite inteira acordado, olhando para o ultrassom que Ana Luía havia deixado sobre a mesa.
A pequena forma borrada na imagem parecia pulsar com possibilidades e responsabilidades que ele nunca havia considerado. Um filho, seu filho. Pela primeira vez desde aquela manhã em Tiradentes, Fábio se permitiu lembrar completamente daquela noite. não apenas o prazer físico, mas a conexão emocional que o havia aterrorizado, a forma como Ana Luía havia se entregado totalmente, confiado nele, permitido que ele a visse vulnerável e ele havia fugido como um covarde.
Na manhã seguinte, Ana Luía saiu cedo, evitando qualquer encontro. Fábio a ouviu se movendo pela casa às 6 da manhã e quando desceu para a cozinha encontrou apenas uma xícara suja na pia e o cheiro persistente do chá de gengibre que ela havia começado a tomar. Durante os dias seguintes, ele tentou se aproximar, mas Ana Luía havia se tornado um fantasma. Saía antes dele acordar, voltava depois que ele dormia.
Quando se cruzavam eventualmente, ela o cumprimentava com educação glacial e desaparecia em seu quarto. Foi Carla, a assistente de Ana Luía, quem inadvertidamente lhe deu a primeira pista do que estava acontecendo. Dr. Fábio. Ela o abordou no elevador do prédio. Posso fazer uma pergunta? A Dra. Ana Luía está bem? Ela tem cancelado muitos compromissos e parece frágil.
Frilg. A palavra ecoou na mente de Fábio durante todo o caminho até o escritório. Ana Luía sempre fora uma fortaleza de competência e autocontrole. Se ela estava parecendo frágil, naquela tarde, Fábio fez algo que nunca havia feito. Pesquisou sobre gravidez na internet, sintomas do primeiro trimestre, cuidados necessários, riscos e precauções.
Cada artigo que lia aumentava sua culpa e sua consciência do que Ana Luía estava passando sozinha. náuseas matinais, fadiga extrema, alterações emocionais, necessidade de acompanhamento médico. E ela estava lidando com tudo isso sozinha, porque ele havia sido covarde demais para enfrentar seus próprios sentimentos. Fábio cancelou suas reuniões da tarde e foi direto para casa.
Ana Luía estava na cozinha preparando um chá quando ele entrou. Ela estava mais magra”, notou ele com preocupação. E havia círculos escuros sob. Ana. começou ele suavemente. Oi. Ela não levantou os olhos da xícara. Como foi o trabalho? A normalidade forçada na voz dela o partiu. Ana, nós precisamos conversar. Já conversamos. Você deixou bem clara sua posição. Não.
Fábio se aproximou devagar, como se ela fosse um animal ferido que poderia fugir. Eu deixei claro que sou um idiota. Ana Luía finalmente o olhou, surpresa pela honestidade crua em sua voz. Eu fugi”, continuou ele. “Daquela manhã em Tiradentes. Fugi porque estava com medo. Medo de quê? De sentir o que estava sentindo, de querer você como nunca quis ninguém.
De perceber que aquela noite não havia sido sobre sexo, mas sobre ele procurou as palavras. Sobre encontrar alguém que me via de verdade. Ana Luía colocou a xícara sobre o balcão com mãos trêmulas. Fábio, deixe-me terminar, por favor. Ele respirou fundo. Quando você me disse sobre a gravidez, minha primeira reação foi pânico.
Não porque não quero esse bebê, mas porque percebi que não podia mais fugir, que teria que ser o homem que você e essa criança merecem. E que homem é esse? Ainda estou descobrindo, mas sei que não é o homem que abandona a mulher, que ama na primeira manhã de sol. O coração de Ana Luía pulou uma batida. A mulher que ama Fábio deu mais um passo em direção a ela. Eu te amo, Ana.
Provavelmente desde o primeiro dia, mas estava com muito medo de admitir. Quando fugi de tiradentes, não estava fugindo de você, estava fugindo de mim mesmo. Ana Luía sentiu lágrimas queimar em seus olhos. Você acha que pode simplesmente dizer isso agora e eu vou esquecer como me senti quando acordei sozinha naquela manhã? Não, ele disse honestamente, eu sei que quebrei sua confiança.
Sei que preciso reconquistá-la, mas quero tentar. Han quero ser o pai que nosso filho merece e o marido que você merece. Marido de verdade. Marido de verdade. Não mais quartos separados. Não mais acordos comerciais. Uma família real. Se você me der uma chance. Ana Luía estudou o rosto dele, procurando sinais de hesitação ou dúvida, mas os olhos de Fábio estavam claros, determinados. “E se não der certo?”, sussurrou ela.
“E se descobrirmos que somos incompatíveis? Então, pelo menos teremos tentado por amor, não por obrigação.” Ana Luía fechou os olhos, sentindo o chão se mover sob seus pés. Parte dela queria se jogar nos braços de Fábio e aceitar suas palavras, mas a parte que havia sido ferida lembrava da dor daquela manhã em Tiradentes. Fábio, disse finalmente. Eu preciso pensar.
Claro, quanto tempo você precisa? Não sei. Talvez, talvez possamos começar devagar, como você disse, tentar ser amigos primeiro. Um sorriso hesitante iluminou o rosto de Fábio. Amigos que estão esperando um bebê juntos. Amigos que estão aprendendo a confiar um no outro novamente. Posso conviver com isso por enquanto.
Quando Ana Luía estendeu a mão para apertar a dele, Fábio sentiu uma faísca de esperança se acender em seu peito. Era um começo e desta vez ele não fugiria. As semanas seguintes trouxeram uma rotina completamente nova para a cobertura em Vila Olímpia. Fábio começou a chegar em casa mais cedo, sempre carregando algo pequeno, vitaminas pré-natais que havia pesquisado, frutas frescas do mercado, livros sobre gravidez que lia discretamente em seu escritório.
Ana Luía observava essas mudanças com uma mistura de esperança cautelosa e proteção instintiva. Ela havia sido magoada profundamente, mas não podia negar que Fábio estava genuinamente tentando. “Como foi a consulta médica?”, perguntou ele numa quinta-feira à noite, quando Ana Luía voltou do Hospital Albert Einstein. Ela hesitou por um momento.
Nas últimas consultas havia ido sozinha, mas algo na expressão ansiosa de Fábio a fez amolecer. “Quer ver?” Ana Luía tirou uma nova imagem de ultrassom da bolsa. Fábio se aproximou cuidadosamente, como se ainda estivesse testando os limites dessa nova dinâmica. Quando olhou para a imagem, seu rosto se transformou completamente. É possível ver mais detalhes agora, Ana Luía explicou, apontando para a tela, os braços, as pernas e até o perfil.
Nosso bebê, murmurou Fábio tocando a foto com reverência. É real. Quer dizer, eu sabia que era real, mas vendo assim, 11 semanas amanhã. Posso? Fábio hesitou. Posso ir com você na próxima consulta? Ana Luía estudou o rosto dele. Havia vulnerabilidade ali, uma esperança contida que ela reconhecia porque sentia a mesma coisa. Se você quiser, eu quero muito.
Eles jantaram juntos naquela noite pela primeira vez desde Tiradentes. Fábio havia cozinhado ou tentado cozinhar um risoto de camarão que ficou ligeiramente queimado. Mas Ana Luía comeu sem reclamar. “Você não está comendo muito”, observou ele preocupado. “Enjos. O médico disse que é normal no primeiro trimestre. Posso fazer alguma coisa? Chá, torradas.
” A atenção genuína na voz dele tocou Ana Luía de uma forma que ela não esperava. Talvez um chá de gengibre. Enquanto Fábio preparava o chá, Ana Luía o observou se mover pela cozinha. Seus movimentos eram cuidadosos, deliberados, como se cada gesto importasse. Quando ele voltou com a xícara fumegante, seus dedos se tocaram brevemente na transferência.
“Obrigada”, murmurou ela. Ana Fábio se sentou ao lado dela no sofá. Mantendo uma distância respeitosa. Posso perguntar uma coisa? Claro. Como você se sente? Não fisicamente, mas emocionalmente sobre tudo isso. Ana Luía tomou um gole do chá, organizando os pensamentos. Assustada, animada, confusa.
Ela o olhou de soslaio. E você? Todas essas coisas também, mas principalmente grato. Grato por você estar carregando nosso filho, por me dar uma chance de ser melhor, por não ter desistido de nós completamente. Ainda estou decidindo se vou desistir ou não. Ana Luía disse com honestidade brutal.
Eu sei e vou fazer tudo para provar que vale a pena não desistir. Nos dias seguintes, Fábio demonstrou sua determinação através de ações pequenas. mais consistentes. Acordava cedo para preparar o chá de gengibre que ajudava com os enjoos de Ana Luía. Estocou a geladeira com os alimentos que ela conseguia tolerar.
Pesquisou sobre desenvolvimento fetal e compartilhava informações interessantes, mas sem exagerar. “Sabia que o bebê já pode ouvir nossa voz?”, comentou ele numa manhã, enquanto Ana Luía comia torradas integrais. Pode. A partir da 12ª semana. Talvez devêsemos começar a falar com ele ou ela. Ana Luía sorriu pela primeira vez em semanas.
Um sorriso genuíno, não apenas educado. O que você diria? Fábio corou ligeiramente. Bem, eu poderia contar sobre o hotel, sobre os lugares que visitamos, sobre como sua mãe é a mulher mais inteligente que conheço. O coração de Ana Luía se apertou. Fábio, desculpe, falei demais. Não. Ela tocou levemente sua mão. Foi doce.
A consulta médica da semana seguinte foi um marco. Fábio esperou nervosamente na sala de espera, foliando revistas sem realmente lê-las. Quando Ana Luía o chamou para entrar, ele seguiu como um adolescente prestes a conhecer os pais da namorada. Dr. Santos. Ana Luía fez as apresentações. Este é meu marido, Fábio.
Marido, não, o pai do bebê ou meu parceiro. Marido, Fábio sentiu uma onda de calor no peito. Prazer conhecê-lo, Sr. Oliveira. Pronto para ver seu bebê. Quando a imagem apareceu na tela do ultrassom, Fábio segurou a respiração. O bebê havia crescido significativamente desde a última foto que Ana Luía havia mostrado. Braços e pernas distintos, um perfil claramente humano.
“Tudo parece perfeito”, disse Dr. Santos, movendo a sonda. Desenvolvimento normal, batimentos cardíacos fortes. “Posso ouvir?”, perguntou Fábio. Voz embargada. O médico ligou o áudio e o som rítmico e acelerado do coração do bebê preencheu a sala. Fábio fechou os olhos, gravando aquele som em sua memória para sempre.
É incrível”, sussurrou ele. Ana Luía olhou para o homem ao seu lado. Esse homem que havia fugido de seus sentimentos, mas agora estava chorando silenciosamente ao ouvir o coração de seu filho. Algo dentro dela começou a amolecer. Na volta para casa, eles dirigiram em silêncio confortável.
Fábio segurava cuidadosamente as novas imagens do ultrassom, estudando cada detalhe. Obrigado”, disse ele finalmente. “Pelo quê?” “Por me deixar estar presente para isso, por me dar a chance de ouvir nosso bebê pela primeira vez”. Ana Luía estacionou na garagem e se virou para encará-lo. “Fábio, eu preciso de você entender uma coisa.
O quê? Se vamos tentar isso, essa família, esse casamento precisa ser real. Não posso me permitir ser ferida novamente. Nosso bebê não pode crescer em um lar onde os pais estão fingindo amar um ao outro. Eu não estou fingindo disse ele qui o que sinto por você é a coisa mais real da minha vida.
Então prove como Ana Luía respirou fundo, tomando uma decisão que mudaria tudo. Durma no meu quarto esta noite, não para sexo! Acrescentou rapidamente. Apenas durma ao meu lado como marido e mulher de verdade. Fábio a olhou como se ela tivesse lhe oferecido o mundo inteiro. Tem certeza? Não ela admitiu, mas estou disposta a tentar.
Naquela noite, pela primeira vez desde Tiradentes, Ana Luía adormeceu nos braços de Fábio e quando ele murmurou: “Eu te amo!” em seus cabelos ela não se afastou. Era um começo, um começo real. A mudança foi gradual, mas perceptível. Nos dias seguintes, Fábio não voltou para seu antigo quarto. Suas roupas migraram discretamente para o closet que agora dividiam.
Suas coisas pessoais encontraram lugar ao lado das de Ana Luía. Eles se moviam pela cobertura como um casal de verdade, não mais como estranhos educados. Pequenos toques se tornaram naturais. Uma mão nas costas dela ao passar na cozinha, dedos que se entrelaçavam brevemente ao assistir televisão. “Precisamos falar sobre o berço”, disse Ana Luía numa manhã de sábado, enquanto tomava um café na varanda.
Fábio quase engasgou com o suco de laranja. Berço. Ainda temos tempo, mas quero começar a pensar no quartinho. Escolher cores, móveis. A expressão no rosto de Fábio foi como ver uma criança na manhã de Natal. Podemos escolher juntos? É claro. É nosso bebê. Nosso bebê. Cada vez que Ana Luía dizia essas palavras, Fábio sentia o coração acelerar. Não mais meu bebê ou o bebê.
Nosso. Eles passaram a manhã navegando em sites de móveis infantis, debatendo estilos e cores, com uma intensidade que teria sido cômica se não fosse tão tocante. “Gosto deste”, Ana Luía apontou para um berço de madeira clara, com detalhes delicados.
“É lindo, mas e este?” Fábio? mostrou outro modelo mais rústico. Lembra a casa de Tiradentes. O nome da cidade pairou entre eles por um momento. Desde aquela noite fatídica, eles não haviam falado explicitamente sobre tiradentes, mas a memória estava sempre presente. Tiradentes. Ana Luía repetiu suavemente. Onde tudo começou? Onde tudo mudou? Corrigiu Fábio.
Para melhor, mesmo que eu tenha demorado para perceber. Eles escolheram o berço que lembrava tiradentes. À tarde foram as compras pela primeira vez como um casal expectante. No shopping e Guatemi, Ana Luía observou como Fábio se comportava nas lojas de bebê, estudando cada produto como se fosse uma decisão crucial, perguntando sobre funcionalidade e segurança.
Você está levando isso a sério? Comentou ela divertida. Claro que estou levando a sério. É nosso primeiro filho. Primeiro filho. Como se houvesse certeza de que haveria outros. Como se eles fossem um casal real construindo uma família real. Fábio. Ana Luía o tocou no braço suavemente. Você pode relaxar. Não precisa comprar metade da loja.
Ele riu, uma risada genuína que ela não ouvia há meses. Você tem razão, é que nunca imaginei que seria pai. E agora que é real, quero fazer tudo certo. Ninguém faz tudo certo na primeira vez. Vamos aprender juntos. Juntos. Mais uma palavra que criava borboletas no estômago de Fábio.
Naquela noite, eles montaram o berço no quarto, que seria do bebê, ou tentaram montar. As instruções estavam em um português técnico que mais confundia que ajudava. Essa peça vai aqui, disse Ana Luía, segurando um parafuso. Não, olha o diagrama, vai ali. Fábio, confia em mim. Sou advogada, sei ler instruções. E eu sou o CEO. Sei administrar projetos complexos.
Eles discutiram sobre o berço por uma hora, até que Ana Luía começou a rir. Somos dois adultos bem-sucedidos, sendo derrotados por um móvel de bebê. Fábio a olhou, cabelos bagunçados, uma pequena mancha de tinta na bochecha, rindo com abandono total, e sentiu algo se expandir em seu peito. “Casa comigo”, disse ele de repente. Ana Luía parou de rir.
O quê? Casa comigo de verdade desta vez, não por nossas famílias, não por conveniência. Casa comigo porque somos bons juntos, porque nosso filho merece pais que se escolheram. Fábio, nós já somos casados. Legalmente, sim, mas não do jeito certo. Ele se ajoelhou ao lado dela no chão do quarto inacabado do bebê, cercado por peças de berço e manuais de instrução.
Casa comigo porque me ama ou porque pode aprender a me amar. Ana Luía sentiu lágrimas queimar em seus olhos. E se eu disser que talvez já esteja aprendendo, então eu diria que sou o homem mais sortudo do mundo. Ela tocou o rosto dele suavemente. Fábio Oliveira, aceito casar com você pela segunda vez, mas desta vez por amor. Quando ele a beijou, Ana Luía soube que finalmente havia encontrado seu caminho de volta para casa.
O berço ficou montado pela metade naquela noite, mas eles não se importaram. Tinham coisa mais importante para fazer, como aprender a ser uma família de verdade. Na manhã seguinte, Ana Luía acordou envolvida nos braços de Fábio, sentindo os primeiros movimentos suaves do bebê. Quando colocou a mão de Fábio sobre sua barriga, ele acordou instantaneamente. “O que foi?”, murmurou ele sonolento.
“Sh, espere!”, Eles ficaram imóveis esperando. Então aconteceu um movimento delicado, como bolhas subindo à superfície. Foi. Os olhos de Fábio se arregalaram. Nosso bebê dizendo oi? Fábio beijou a barriga de Ana Luía com reverência. Oi, pequeno. É o papai. Ana Luía sorriu passando os dedos pelos cabelos dele.
Talvez o amor não fosse sempre como nos filmes, instantâneo e avaçalador. Às vezes crescia devagar, construído tijolo por tijolo, momento por momento, e às vezes isso o tornava ainda mais forte. Aos 5 meses de gravidez, Ana Luía havia desenvolvido uma barriga redonda e orgulhosa que Fábio adorava tocar todas as noites antes de dormir. Eles haviam estabelecido um ritual.
Ele conversava com o bebê, contando sobre o dia, cantarolando músicas que inventava na hora. “Hoje sua mãe ganhou um caso importante””, murmurava ele numa quarta-feira à noite, mãos espalmadas sobre a barriga dela. “Ela foi incrível no tribunal. Você tem uma mãe muito inteligente.” Ana Luía sorria, dedos brincando com os cabelos de Fábio. Esses momentos haviam se tornado seus favoritos. a intimidade simples e profunda de uma família se formando.
“O bebê está se mexendo muito hoje”, comentou ela, provavelmente empolgado porque amanhã vamos descobrir o sexo. O exame de ultrassom morfológico estava marcado para amanhã seguinte. Depois de semanas de especulação e apostas carinhosas, finalmente saberiam se era menino ou menina. “Algum palpite final?”, perguntou Ana Luía. Menino”, disse Fábio sem hesitar.
“Definitivamente menino.” Por quê? Porque se mexe igual ao pai, só quando a mãe está tentando descansar. Ana Luía riu, mas sua expressão ficou séria. Fábio, e se e se houver algum problema? Às vezes o exame morfológico detecta: “Hei”. Ele subiu para ficar na altura do rosto dela. “Não vamos por esse caminho. O bebê está saudável. Você está saudável. Dr.
Santos já disse que tudo está perfeito. Mas e se? Fábio a beijou suavemente, interrompendo a espiral de ansiedade. E se não? E se nosso bebê for perfeito e saudável? E exatamente o que precisa ser. Na manhã seguinte, eles chegaram ao hospital de mãos dadas. Na sala de espera, Ana Luía notou outros casais.
Alguns, obviamente junto há anos, outros parecendo tão novos nessa dinâmica quanto eles. Senhor e senhora Oliveira, a técnica de ultrassom os chamou. Senora Oliveira. Ana Luía ainda se surpreendia quando ouvia o nome. Durante meses havia sido apenas um título legal, mas agora carregava peso emocional. Real.
“Vamos conhecer nosso bebê?”, perguntou a técnica, preparando o equipamento. O gel frio na barriga de Ana Luía a fez estremecer, mas Fábio segurou sua mão firmemente. Quando a imagem apareceu na tela, ambos contiveram a respiração. O bebê havia crescido significativamente. Já não era uma forma borrada, mas claramente uma criança pequena e perfeita. Tudo parece ótimo”, disse a técnica, movendo a sonda.
Desenvolvimento normal, todos os órgãos se formando adequadamente. “E sexo?”, perguntou Fábio ansiosamente. “Vejamos.” A técnica ajustou o ângulo. “Ah, aí está. Vocês querem saber?” Ana Luía e Fábio se entreolharam. Queremos, disseram em uníssono. Parabéns, vocês vão ter um menino.
Fábio soltou um grito de alegria que fez Ana Luía rir e chorar ao mesmo tempo. Um menino, eles teriam um filho. Eu sabia. Fábio beijou Ana Luía repetidamente. Eu sabia que era menino. Como você sabia? Ela perguntou entre lágrimas de felicidade, intuição paterna. Na volta para casa, pararam numa loja de bebês para comprar a primeira roupa azul.
Fábio escolheu um macacãozinho pequeno com a frase: “Mamãe e papai me amam”. “É perfeito”, disse Ana Luía, imaginando seu filho usando aquela roupa minúscula. Precisamos escolher um nome”, observou Fábio. Eles passaram a tarde toda discutindo nomes, cada um mais criativo que o anterior. Miguel, Gabriel, Lorenzo, Henrique. E que tal? Ana Luía hesitou.
Que tal um nome que signifique algo para nós? Como assim? Tira dentes ela disse suavemente. Joaquim José da Silva Xavier. Poderíamos chamá-lo de Joaquim. Fábio parou de dirigir no semáforo e a olhou com admiração. Joaquim, como tira dentes onde ele foi concebido? Onde nós realmente nos encontramos pela primeira vez? Joaquim Silva Oliveira, testou Fábio.
Tem um som bonito, tem um significado bonito. Naquela noite eles ligaram para suas famílias para dar a notícia. Dona Helena chorou de emoção ao saber que teria um neto. Os pais de Ana Luía começaram imediatamente a planejar o chá de bebê. “Um netinho”, suspirou dona Helena pelo telefone. “Mal posso esperar para conhecê-lo.
5co meses ainda, mãe”, riu Fábio. “Vou começar a tricotar agora mesmo. Mantas, sapatinhos, gorrinhos”. Depois das ligações, Ana Luía e Fábio se acomodaram no sofá, ela aninhada entre as pernas. Dê suas mãos entrelaçadas sobre a barriga. Joaquim, murmurou Fábio. Nosso Joaquim, você acha que ele vai se parecer com você? Espero que tenha sua inteligência e sua força. E seu coração gentil, Ana Luía acrescentou.
e sua determinação. “Vamos criar um bom homem”, disse Fábio com convicção. “Vamos criar um homem que saiba amar sem medo.” Fábio beijou o pescoço dela suavemente. “Como o pai dele está aprendendo a fazer!” Ana Luía se virou para beijá-lo, e no beijo havia promessas de futuro, de família, de amor, que crescia todos os dias.
Joaquim chutou naquele momento, como se aprovasse os planos de seus pais. Acho que ele gostou do nome”, riu Ana Luía. “Acho que ele gostou de saber que vai ter uma família que se ama de verdade.” Do lado de fora, São Paulo pulsava com sua energia noturna, mas dentro da cobertura em Vila Olímpia, três corações batiam em sincronia perfeita. Uma família estava nascendo.
O terceiro trimestre trouxe mudanças que transformaram completamente a rotina de Ana Luía e Fábio. A barriga havia crescido tanto que Ana Luía precisou reduzir drasticamente seus compromissos no escritório, trabalhando mais de casa. Fábio, por sua vez, reorganizou sua agenda para estar presente para tudo.
Consultas médicas, curso de preparação para o parto, montagem do quarto do bebê, que finalmente ficou pronto depois de três tentativas e muito riso. “Você não precisa cancelar a reunião com os investidores japoneses”, disse Ana Luía numa manhã, observando Fábio ao telefone, remarcando compromissos. Preciso sim. Você tem consulta hoje? E eu prometi que estaria lá para todas.
Fábio, Ana. Ele se aproximou, ajoelhando-se na altura da cadeira onde ela estava sentada. Esses investidores vão aparecer outras vezes. Nosso filho só vai nascer uma vez. A dedicação de Fábio ainda a surpreendia. O homem que havia fugido de tiradentes, agora movia montanhas para estar presente para cada momento da gravidez. Dr.
Santos disse que o bebê pode nascer a qualquer momento agora. Lembrou ela. Exatamente. Por isso, não vou me arriscar a estar numa reunião quando você entrar em trabalho de parto. Joaquim escolheu aquele momento para dar um chute particularmente forte, fazendo Ana Luía se dobrar ligeiramente. Ei, campeão Fábio falou para a barriga. Calma aí. Sua mãe está tentando trabalhar. Acho que ele não gosta quando fico muito tempo na mesma posição.
Ana Luía se levantou devagar. Vou massagear suas costas. Era algo que Fábio havia começado a fazer nas últimas semanas, quando Ana Luía reclamava de dores nas costas. Suas mãos conheciam exatamente os pontos de tensão e o alívio era instantâneo. Melhor? Perguntou ele depois de alguns minutos. Muito melhor. Obrigada. Eles se preparavam para sair para a consulta quando o telefone de Fábio tocou. Era sua assistente.
Fábio, os japoneses ligaram. Eles só podem hoje. Estão voltando para Tóquio amanhã cedo. É a nossa única chance de fechar o negócio. Ana Luía viu a hesitação no rosto de Fábio. Ela sabia o quanto aquele contrato significava para ele. Meses de negociação para expandir a rede hoteleira para o Japão. Vá, disse ela suavemente.
É importante para você, Ana. Não, eu prometi. E eu estou te liberando da promessa. É só uma consulta de rotina. Dr. Santos vai medir a barriga, verificar a pressão e pronto. Mas e se não vai acontecer nada? E se acontecer, eu ligo para você imediatamente. Fábio ainda hesitava, dividido entre a responsabilidade profissional e pessoal.
Fábio. Ana Luía tocou o rosto dele. Você já provou que está presente. Uma reunião não vai mudar isso. Tem certeza? Certeza absoluta. Eles se beijaram rapidamente e Fábio partiu para a reunião enquanto Ana Luía seguia para o hospital. A consulta transcorreu normalmente.
Pressão boa, batimentos cardíacos do bebê perfeitos, dilatação ainda mínima. “Ainda temos algumas semanas”, disse Dr. Santos, “mas a qualquer momento agora.” Ana Luía saiu do hospital se sentindo bem, até que na metade do caminho para casa, sentiu uma contração forte o suficiente para fazê-la parar o carro. “Calma”, murmurou para si mesma. “Contração de Braxton Hicks normal”. Mais cinco.
Minutos depois veio outra e outra. Com mãos trêmulas, Ana Luía ligou para Fábio. “Oi, amor. Como foi a consulta?” A voz dele suava relaxada. Fábio”, ela disse, tentando manter a calma. “Acho que estou entrando em trabalho de parto. O silêncio do outro lado da linha durou apenas um segundo. O que? Onde você está?” “No carro, na marginal, Fábio.
Estou com medo. Respira fundo, amor. Você está dirigindo?” Parei no acostamento. Não se mova. Estou saindo da reunião agora. Vou chamar uma ambulância. Não precisa de ambulância ainda. As contrações estão espaçadas. Ana, não discute comigo agora. Estou indo te buscar. 20 minutos depois, os 20 minutos mais longos da vida de Ana Luía, Fábio chegou como um furacão, seguido de uma ambulância que ele havia insistido em chamar.
“Como você está?” Ele tomou o rosto dela entre as mãos, estudando sua expressão. “Melhor agora que você está aqui. Desculpa. Desculpa por não estar com você quando começou. Fábio, você não podia saber e você veio correndo quando eu precisei. No hospital descobriram que Ana Luía estava sim em trabalho de parto, mas ainda nos estágios iniciais. Seria uma longa noite.
Ligou para sua família? Perguntou Fábio, ajudando-a a se acomodar na cama. Ainda não. Queria esperar ter certeza. Vou ligar para todo mundo. Joaquim vai ter uma recepção digna de príncipe. Enquanto as contrações se intensificavam ao longo da noite, Fábio não saiu do lado de Ana Luía nem por um minuto. Segurou sua mão, massageou suas costas, sussurrou palavras de encorajamento.
“Você está sendo incrível”, murmurou ele durante uma contração particularmente forte. “Não me sinto incrível. Me sinto como se um caminhão tivesse me atropelado. O caminhão mais bonito do mundo que vai trazer nosso filho. Ana Luía riu apesar da dor. Suas metáforas estão péssimas quando você está nervoso. Estou nervoso? Não estou nervoso. Só um pouco.
Ele olhou para o monitor que mostrava os batimentos cardíacos do bebê. Ok, estou apavorado. Nós dois, mas vamos ficar bem os três. Quando o amanhecer chegou e Ana Luía finalmente estava pronta para fazer força, Fábio segurou sua mão como se fosse uma tábua de salvação. Você consegue, amor. Nosso menino está quase aqui.
E depois de uma última contração intensa, o choro inconfundível de um recém-nascido preencheu a sala. É um menino lindo! anunciou Dr. Santos, erguendo Joaquim para que eles pudessem ver. Fábio chorou abertamente quando colocaram Joaquim nos braços de Ana Luía. Ela também chorava de alívio, exaustão e amor avaçalador. “Oi, Joaquim”, sussurrou ela. “Finalmente você chegou. Nosso filho.
” Fábio tocou delicadamente a mãozinha minúscula. Nosso filho perfeito. Joaquim abriu os olhos naquele momento, olhos escuros como os do pai, mas com a expressão determinada da mãe. Acho que ele aprova os pais que escolhemos para ele brincou Ana Luía. Ou que nós escolhemos uns aos outros, corrigiu Fábio, beijando sua testa suada.
Finalmente, o primeiro mês com Joaquim foi uma mistura de êxtase absoluto e exaustão total. O apartamento havia se transformado completamente. Fraldas, mamadeiras, brinquedos e aquele cheiro doce e único de bebê tinham invadido cada cômodo. Ana Luía estava amamentando numa poltrona no quarto quando ouviu Fábio cantarolando no banheiro, dando banho em Joaquim.
Era a terceira madrugada consecutiva que eles dividiam os cuidados sem discussão. Ela amamentava, ele trocava fraldas e dava banho. “Como está nosso campeão?”, perguntou ela quando Fábio entrou no quarto carregando Joaquim embrulhado numa toalha azul, limpinho e cheiroso e aparentemente faminto de novo. Ele é um oliveira mesmo, sempre com fome.
Fábio riu. Mas Ana Luía notou algo diferente em sua expressão, uma tensão que vinha crescendo nas últimas semanas. Fábio, está tudo bem? Claro. Ele beijou Joaquim antes de entregá-lo para ela. Por que não estaria? Você tem andado distante, preocupado. É só o trabalho. A expansão para o Japão está demandando muito.
Ana Luía não se convenceu, mas Joaquim começou a chorar, exigindo atenção imediata. Foi na manhã seguinte que ela descobriu o que estava acontecendo. Fábio havia saído cedo para uma reunião, esquecendo o laptop aberto na mesa da sala. Ana Luía passou por ali carregando Joaquim e viu um e-mail na tela, uma conversa entre Fábio e um advogado especializado em direito de família.
Seu sangue gelou, considerando as circunstâncias especiais do casamento e o interesse da criança, guarda. Compartilhada seria a melhor opção. Divórcio amigável com acordo pré-estabelecido. Ana Luía leu rapidamente os e-mails, cada palavra como uma punhalada. Fábio estava conversando com um advogado sobre divórcio.
Depois de Bism tudo que haviam construído. Depois de Joaquim depois das promessas, Joaquim começou a chorar, talvez sentindo a tensão da mãe. Ana Luía o embalou automaticamente, mas sua mente estava em turbilhão. Por que Fábio estaria planejando divórcio? Eles não estavam felizes? Ela achava que sim.
Pensava que finalmente haviam encontrado seu ritmo como família. Quando Fábio voltou para casa duas horas depois, Ana Luía estava esperando na sala. Joaquim dormindo no bebê conforto ao lado. “Oi, amor”, ele disse beijando sua testa. “Como vocês estão?” Fábio? Precisamos conversar. Algo no tom dela o alertou imediatamente.
O que foi? Vi seu laptop, os e-mails. A cor sumiu do rosto de Fábio. Ana, eu posso explicar? Explicar o quê? que está planejando se divorciar de mim depois de tudo que passamos, depois de Joaquim, não é assim? Então, como é? Ana Luía se levantou, enfrentando-o, porque os e-mails falam sobre guarda compartilhada e divórcio amigável.
Fábio passou as mãos pelo rosto, visivelmente lutando com as palavras. Ana, eu Você o quê? Mudou de ideia sobre nós? Decidiu que ter uma família não é para você, não? A resposta saiu mais alta que ele pretendia, fazendo Joaquim se mexer no sono. Não é nada disso. Então me explique. Fábio se sentou pesadamente no sofá, olhando para as mãos.
Eu estava tentando proteger você. Proteger de quê? De mim, de nós, de tudo isso dar errado. Ana Luía o encarou sem entender. Fábio, o que você está falando? Ana, olhe para nós. Olhe para essa situação. Ele gesticulou ao redor. Começamos com um casamento arranjado. Você engravidou de uma noite que eu considerei um erro na época. E agora estamos tentando forçar isso a ser algo que talvez nunca possa ser. Forçar.
Ana Luía sentiu o coração partir. É assim que você vê nossa família como algo forçado. Eu vejo um bebê lindo que merece pais que se amam de verdade, não pais que estão tentando se convencer de que se amam. Fábio, eu Você me ama? A pergunta saiu como um sussurro desesperado. De verdade, Ana. Não porque sou o pai do seu filho.
Não porque construímos uma rotina confortável. Você me ama como mulher ama um homem? Ana Luía ficou em silêncio e nesse silêncio Fábio encontrou sua resposta. É isso ele disse tristemente. Você não consegue nem responder. Não é justo. Você não pode simplesmente Ana, eu te amo. As palavras saíram com força brutal.
Eu te amo tanto que dói. Acordo todas as manhãs grato por você estar aqui. Durmo todas as noites com medo de que um dia você perceba que merece mais que um marido que você foi obrigada a aceitar. Ninguém me obrigou a nada. Não.
Então por que está com raiva de eu estar considerando te dar uma saída? Ana Luía abriu a boca, mas nenhuma palavra veio, porque no fundo ela sabia que Fábio estava fazendo a pergunta que ela mesma evitava responder. Ela o amava ou apenas amava a ideia da família que haviam construído? “Você quer mesmo se divorciar?”, perguntou ela finalmente. “Quero que você seja feliz. E se ser feliz significa não estar comigo, então sim.
” “E Joaquim? Joaquim terá dois pais que o amam, mesmo que não vivam juntos. É melhor que crescer numa casa onde os pais estão apenas representando um papel. Ana Luía olhou para seu filho adormecido, depois para o homem que havia se tornado seu mundo sem ela. Perceber, Fábio, disse ela lentamente. Eu preciso de tempo para pensar. Quanto tempo? Não sei, só tempo.
Fábio assentiu como se esperasse essa resposta. Vou ficar no quarto de hóspedes enquanto você decide. Fábio, Ana, se há uma chance, mesmo pequena, de você poder me amar de verdade, eu esperarei. Mas se não há, então precisamos resolver isso da melhor forma para todos nós.
Quando ele saiu da sala, Ana Luía se sentou ao lado de Joaquim, observando o rostinho perfeito de seu filho. Pela primeira vez desde que se casara, ela tinha que escolher entre segurança e amor verdadeiro. E desta vez a escolha mudaria três vidas para sempre. Ana Luía passou três dias em uma montanha russa emocional. Fábio manteve sua palavra e se mudou para o quarto de hóspedes, mas continuou participando dos cuidados com Joaquim com a mesma dedicação de sempre.
Eles se revesavam nas mamadas noturnas, dividiam as tarefas domésticas, mas havia uma cortesia formal entre eles que partia o coração de Ana Luía. Era como viver com um fantasma do que poderiam ser. Na terceira noite, Ana Luía estava no quarto de Joaquim, embalando-o para dormir quando ouviu Fábio ao telefone no corredor. Sim, Dr. Mendes, ele estava dizendo. Quero que os papéis fiquem prontos. Guarda compartilhada.
Divisão de bens equitativa. Não, não há animosidade. Queremos o melhor para nosso filho. Ana Luía fechou os olhos, sentindo lágrimas queimarem. Ele realmente estava levando adiante o divórcio e falava sobre isso com uma calma que a deixava furiosa e heartbroken ao mesmo tempo.
Depois de colocar Joaquim no berço, ela encontrou Fábio na cozinha preparando uma mamadeira para a madrugada. ouvir você falando com o advogado”, disse ela sem preâmbulos. Fábio não levantou os olhos da mamadeira. “Ana, você está realmente decidido a isso, não está?” “Estou decidido a te dar a liberdade que você merece. E se eu não quiser essa liberdade?” Fábio finalmente a olhou.
“O que você quer, Ana?” Honestamente, Ana Luía respirou fundo. Era hora da verdade, a verdade que ela vinha evitando admitir até para si mesma. Quero acordar todo dia, sabendo que você escolheu estar aqui. Não que foi obrigado a ficar. Quero que Joaquim cresça, vendo os pais se beijarem porque sentem vontade, não por obrigação social. Ela deu um passo em direção a ele.
Quero saber que quando você diz que me ama é porque realmente me ama. Não, porque é conveniente. Ana, deixe-me terminar. As palavras agora saíam em torrente. Você perguntou se eu te amo. A resposta é sim. Sim, eu te amo, Fábio Oliveira. Não amo a ideia de você. Não amo a segurança que representa. Não amo apenas o pai que você é para Joaquim.
Fábio largou a mamadeira, voltando toda a atenção para ela. Eu amo o homem que pesquisa remédios para enjoo quando eu estou mal. Amo o homem que monta berço torto e fica orgulhoso assim mesmo. Amo o homem que canta músicas inventadas para nosso filho e chora quando ouve os batimentos cardíacos dele. Sua voz falhou ligeiramente.
Amo o homem que está disposto a me deixar ir porque acha que mereço ser feliz. Ana, e sabe o que mais eu amo? Amo que você seja corajoso o suficiente para questionar isso, para não se contentar com menos que amor real, porque você está certo. Joaquim merece pais que se amam de verdade. Fábio deu um passo em direção a ela, esperança cuidadosa brilhando em seus olhos. E nós nos amamos de verdade.
Eu te amo de verdade. Ana Luía tocou o rosto dele. A pergunta é: você ainda me ama depois de eu ter demorado tanto para admitir? Ana, ele sussurrou. Eu nunca parei de te amar, nem por um segundo. Quando ele a beijou, não foi o beijo cuidadoso e hesitante dos últimos meses. Foi o beijo de um homem que finalmente tinha certeza de que era amado de volta.
Então, cancele o advogado”, murmurou Ana Luía contra seus lábios. “Já cancelei ontem”. Ela se afastou para olhá-lo. “O quê?” Fábio sorriu Chipishley. A ligação que você ouviu hoje, eu estava cancelando tudo porque percebi que preferia ter você me rejeitando por amor, que me aceitando por conveniência. “Seu idiota!”, Ela riu entre lágrimas.
Me fez passar três dias agonizando. Você precisava ter certeza. Nós dois precisávamos. Joaquim escolheu aquele momento para começar a chorar no quarto ao lado, como se soubesse que era hora de interromper o momento dramático de seus pais. “Nosso filho tem um timing perfeito”, riu Fábio. “Como o pai.
Eles foram juntos até o quarto de Joaquim. Ana Luía o pegou no colo enquanto Fábio trouxe a mamadeira. Sentados na poltrona de amamentação, os três juntos, Ana Luía teve a sensação avaçaladora de estar exatamente onde deveria estar. Fábio! Disse ela suavemente, observando Joaquim tomar a mamadeira. Hum. Casa comigo! Ele riu.
Já somos casados, lembra? Casa comigo de novo. Uma cerimônia de verdade, desta vez, com votos que escrevemos, com convidados que escolhemos, com amor que é real. Em Tiradentes. Em Tiradentes, onde tudo começou. Ana Luía Silva. Fábio beijou sua cabeça. Aceito casar com você pela terceira vez, se preciso for. Não vai precisar. Desta vez vamos acertar.
Quando Joaquim terminou a mamadeira, que adormeceu nos braços de Ana Luía, ela e Fábio ficaram ali sentados, observando seu filho no silêncio perfeito de uma família que finalmente encontrou seu lugar. Sabe?” Sussurrou Ana Luía. “Acho que Joaquim sempre soube.
” Soube o quê? Que nós íamos dar certo, que só precisávamos de tempo para descobrir que éramos perfeitos um para o outro. Fábio olhou para a mulher em seus braços e para o filho que haviam criado juntos e soube que ela estava certa. Algumas histórias de amor começam com paixão avaçaladora, outras começam com acordos práticos e crescem devagar, tijolo por tijolo, escolha por escolha.
Mas todas as verdadeiras histórias de amor terminam no mesmo lugar. Duas pessoas que escolhem todos os dias amar e ser amadas. que enquanto São Paulo dormia lá fora e Joaquim sonhava em seus braços, Ana Luía e Fábio finalmente entenderam que o amor verdadeiro não grita. Ele permanece, cresce e se transforma até se tornar a base sólida sobre a qual toda construída.
O amor havia florescido em silêncio e agora brilhava como o sol nascente sobre a cidade que os havia unido.
News
ELA SUBSTITUIU A IRMÃ COMO BABÁ POR UM DIA… SEM SABER QUE O PAI SOLTEIRO ERA MILIONÁRIO…
Você já teve aquele momento em que sua vida mudou completamente em questão de segundos? Quando o destino bate à…
VENDERAM ELA A UM MILIONÁRIO EM COMA… ATÉ QUE ELE ACORDA EM LAGRIMAS AO SENTIR A PRESENÇA DELA!
Imagine descobrir que seu próprio pai te vendeu como se você fosse um objeto. Imagine ser entregue a uma família…
2 ANOS DE CASADOS, MAS NUNCA DORMIRAM JUNTOS… ATÉ QUE O MILIONÁRIO FINALMENTE FEZ ACONTECER!
Imagine descobrir que sua vida inteira foi uma encenação até o momento em que alguém desperta algo real dentro de…
O MILIONÁRIO JUROU SE CASAR COM ELA… MAS O QUE ELE DESCOBRE NA NOITE DE LUA DE MEL…
Já imaginou descobrir que o amor da sua vida começou como uma aposta? Que toda a paixão, todos os momentos…
ELA FOI CONTRATADA COMO BABÁ… ATÉ QUE O FILHO MUDO DO MILIONARIO CHAMOU ELA DE MÃE!
Imaginem por um momento, vocês estão dirigindo por uma estrada de terra no interior do Rio Grande do Sul, passando…
CONTRATOU A FAXINEIRA POR UM DIA… MAS O MILIONÁRIO SE APAIXONOU PARA SEMPRE…História de Amor!
Você acredita que o amor verdadeiro pode nascer em apenas um dia? Que uma simples fachineira pode conquistar o coração…
End of content
No more pages to load






