Marina Silva foge de um noivado abusivo com Diego, um relacionamento de 3 anos que começou quando ela tinha 22 anos. Diego era charmoso no início, mas gradualmente se tornou controlador, possessivo e emocionalmente abusivo. Quando ela tinha 23, ele a pressionou a ter relações sexuais antes que ela estivesse pronta.
As experiências foram sempre dolorosas, apressadas, sem carinho. Diego nunca teve cuidado, nunca perguntou se ela estava bem, apenas usava o corpo dela para seu próprio prazer. Marina engravidou aos 24 anos. Diego ficou furioso, acusou-a de armar para prendê-lo e, aos sete meses de gravidez, simplesmente desapareceu. Deixou uma carta dizendo que não podia lidar com isso.
Marina deu à luz Lucas, o sozinha, sem família, mãe falecida, pai casado novamente, sem espaço para ela, sem dinheiro, sem apoio. Ela criou o menino trabalhando em dois empregos, economizando cada centavo. Após Diego, ela nunca mais se relacionou intimamente com ninguém. O trauma era profundo demais.
Qualquer aproximação masculina a fazia lembrar da dor, da humilhação, de se sentir usada. Agora, 4 anos depois, Lucas tem 5 anos e ela finalmente conseguiu romper um novo noivado com Diego. Ele reapareceu tentando reconquistar a família, mas apenas repetindo os padrões abusivos. Marina está indo para Parati, para a casa de uma tia, para recomeçar.
No ônibus lotado da rodoviária Novo Rio, o único assento vazio é ao lado de Rafael Almeida, 35 anos, empresário bilionário de São Paulo, terno Armani, Rolex no pulso, presença dominadora, mas não ameaçadora. Quando seus olhos se encontram pela primeira vez, o tempo para o olhar dele é intenso, mas diferente de tudo que ela já viu, não há posse.
Há interesse genuíno, curiosidade, algo mais profundo. Durante 4 horas de viagem, a tensão é elétrica. Cada toque acidental quando o ônibus balança parece fogo. Mas Marina também sente medo. Medo de confiar, medo de se entregar, medo de ser machucada novamente. Única conversa. Esse ônibus vai até para ti? Vai sim, mas naquele momento algo muda em ambos.
Rafael, acostumado a controlar tudo, sente-se completamente desestabilizado. O perfume dela, flor de laranjeira, fica gravado em sua memória. Marina desce em Parati, sem olhar para trás, correndo do que sentiu. Rafael fica obsecado sem saber nem o nome dela. Cinco dias depois, Rafael está em seu escritório na Faria Lima, cercado por contratos milionários, mas incapaz de se concentrar. Marina invade cada pensamento.
Frustrado, ele decide impulsivamente voltar a Parati. Ele vai jantar no restaurante sofisticado, Quintal das Letras, e descobre que Marina trabalha lá como garçonete. O choque nos olhos dela quando o vê é palpável. Ela também pensou nele constantemente.
Rafael prolonga o jantar pedindo prato após prato, moqueca, bobó de camarão, picanha, só para tê-la por perto. A tensão aumenta. Cada vez que ela se aproxima, o ar fica mais pesado. Ele nota tudo. Como ela morde o lábio quando nervosa, como seus dedos tremem ao servir o vinho. Como ela evita olhar diretamente, como se soubesse que se olhasse perderia o controle. Ao final, Rafael oferece um cartão de visita. Tenho uma proposta, um emprego em São Paulo, algo melhor que isso.
Marina recusa firmemente. Eu não estou à venda. Não era isso que eu estava sugerindo. Ele responde: “Quero apenas te conhecer.” Marina se afasta. Você não me conhece, mas ambos sabem que há algo ali. Algo grande, assustador e inevitável. Noite fria. Rafael espera Marina sair do trabalho, encostado em seu porche preto nas ruas de paralelepípedos.
Ele implora por uma chance. Confessa que não para de pensar nela desde o ônibus. Marina revela seus medos, sua voz quebrando. Tenho medo de acreditar em você e descobrir que é mentira. Tenho medo de me abrir e ser destruída de novo. Homens como você não aparecem na vida de mulheres como eu, sem querer algo em troca.
Eu não sou ele, Rafael diz, intuindo que há alguém no passado. Quem quer que tenha feito você acreditar que não merece mais, eu não sou ele. Marina menciona ter responsabilidades, Lucas, mas não explica. Apesar da conexão óbvia, ela diz: “Eu não posso”. E vai embora pelas ruas escuras. Rafael fica sozinho, mas determinado. Pela primeira vez em anos, ele sente algo real e não vai desistir.
Rafael passa 34 anos, 1460 dias, tentando esquecê-la, expande seu império, fica mais rico, tenta se relacionar com outras mulheres elegantes e sofisticadas, Camila, advogada, Juliana modelo, outras executivas e socialites. Mas quando beija outra mulher, é o rosto de Marina que vê. Quando toca outra, é o corpo dela que sente falta.
Ele se torna mais frio, mais implacável nos negócios. Seus funcionários o temem. Parceiros o chamam de tubarão da Faria Lima. Mas à noite, sozinho em sua cobertura vazia, ele pensa nela, sempre nela. Marina em Parati. Trabalha em dois empregos simultaneamente. Economiza cada centavo por dois anos até comprar seu próprio café. Café da Marina, no centro histórico.
Serve pão de queijo artesanal, bolo de fubá da avó, café coado na hora, tapioca recheada. Lucas, agora 5 anos, é alegre, carinhoso, adora futebol, sonha ter um cachorro. Ele pergunta sobre o pai às vezes, mas Marina só diz: “Ele não poôde ficar, meu amor, mas você tem a mamãe e isso é o que importa. Marina nunca se relacionou com ninguém nesses anos. O trauma com Diego é profundo demais.
” Houve alguns homens que tentaram se aproximar, mas no momento em que tocavam seu braço ou tentavam beijá-la, ela congelava. As memórias voltavam, a dor, a humilhação, o desrespeito. Ela se convenceu de que aquilo era tudo que merecia, que talvez não fosse feita para o amor romântico, que seu propósito era apenas ser mãe de Lucas.
Mas em noites solitárias ela pensava no homem do ônibus, nos olhos escuros dele, em como aquele simples olhar a fez sentir vista de uma forma que Diego nunca conseguiu em três anos. Rafael recebe proposta de investimento em rede de pousadas de luxo em Parati. Inicialmente delega, mas numa noite inshando São Paulo iluminada de sua cobertura vazia, ele muda de ideia. Talvez seja destino, talvez loucura, ou talvez ele apenas precise saber.
Ela ainda está lá? Pensa nele. Lembra daquela noite como ele lembra? Três dias depois, Rafael dirige pelas ruas históricas de Parati. Ele caminha sem rumo e vê a placa. Café da Marina, pão de queijo artesanal e um café especial. Ele entra. O aroma de café fresco e pão de queijo recém assado o envolve.
E então ele a vê atrás do balcão, rindo com um cliente, cabelo mais longo, avental simples, farinha na bochecha, mais linda do que ele lembrava. Marina levanta os olhos e o vê. O tempo para novamente. A xícara quase cai de suas mãos. Por longos segundos, eles apenas se olham através do café e então ela sorri. Não o sorriso tímido e assustado de antes, mas um sorriso real, caloroso, que diz: “Eu também pensei em você.
Todo dia.” Ela se aproxima. Rafael Marina. Apenas dizer o nome dela depois de tanto tempo faz algo dentro dele se soltar. O que você está fazendo aqui? Negócios. E você, sempre? Você. Ela prepara café e pão de queijo. Quando suas mãos se tocam ao entregar a xícara, é eletricidade pura. Ambos sentem, ambos sabem.
Rafael a convida para jantar. Marina hesita. O medo ainda está lá, mas algo mudou. Ela está mais forte agora. Construiu uma vida. Talvez, talvez possa arriscar. Tá bom. Ela sussurra. E pela primeira vez em 4 anos, ambos sentem esperança. Jantar à beira, restaurante pequeno, íntimo, violão ao vivo tocando MPB, mesinhas na areia, velas acesas, som das ondas. Eles conversam sobre os 4 anos.
Marina conta do café de como foi difícil, mas gratificante construir algo próprio. Você parece feliz. Rafael observa. Estou. Pela primeira vez. Realmente estou. Rafael fala da solidão, de ter tudo e nada ao mesmo tempo. Você me fez sentir algo que havia esquecido como sentir e não consegui esquecer, Marina, nem por um dia.
E então, respirando fundo, Marina revela. Eu tenho um filho. Ele se chama Lucas, tem 5 anos. Ela observa atentamente a reação dele, procurando sinais de recu de desinteresse. Mas Rafael apenas pergunta suavemente: “E o pai?” Marina conta tudo.
Como conheceu Diego aos 22? Ele era charmoso, confiante, a fez sentir especial, mas gradualmente se tornou controlador. Dizia como ela devia se vestir, com quem podia falar, onde podia ir. “Ele me pressionou a a ter relações antes que eu estivesse pronta.” Ela diz, a voz tremendo. E quando acontecia, era sempre doloroso, sempre apressado. Ele nunca perguntava se eu estava bem, se era bom para mim.
Eu era só um objeto, algo que ele usava. Rafael sente a mandíbula apertar, as mãos se fecharem em punhos sob a mesa. Raiva queima em suas veias. Quando engravidei, ele ficou furioso. Marina continua lágrimas nos olhos. disse que eu tinha armado, que queria prendê-lo. Aos sete meses, ele simplesmente foi embora, deixou uma carta e eu dei a luz sozinha, criei lucas sozinha e nunca mais. Ela para, limpando as lágrimas.
Nunca mais me relacionei com ninguém. Não consegui. Toda vez que alguém tentava me tocar, eu eu congelava. As memórias voltavam, a dor, a humilhação. Rafael estende a mão através da mesa, tocando gentilmente os dedos dela. Ele te machucou? Não é uma pergunta. É uma constatação carregada de raiva e dor. Sim. Ela sussurra de todas as formas, mas nunca bateu.
Era tudo psicológico, emocional. Ele me fez acreditar que eu não valia nada, que eu era sortuda por ele ainda estar comigo, que nenhum outro homem me quereria com um filho. Ele estava errado. Rafael diz ferozmente, segurando a mão dela com mais força. Você vale tudo, Marina Messi e Ma. Tudo. E Lucas, eu já quero conhecê-lo.
Quero conhecer essa parte de você, porque ele te fez forte, te fez quem você é e eu quero tudo que vem com você. Marina chora abertamente agora. Não de tristeza, mas de alívio, de esperança. Como você pode dizer isso? Você mal me conhece, então me deixa te conhecer. Ele responde ecoando as palavras de 4 anos atrás. De verdade, dessa vez, sem medo, sem correr.
Eles ficam ali, mãos entrelaçadas sobre a mesa, o som das ondas ao fundo. E quando eles se levantam para sair, Rafael a puxa gentilmente e a beija. Suave, cuidadoso, respeitoso. Um beijo que promete: “Eu não sou ele. Eu nunca serei ele.” Rafael visita Marina diariamente. Ele chega às 6:30 da manhã no café antes de abrir, toma café com ela, a observa trabalhar. ajuda a arrumar as mesas.
Uma semana depois do jantar, Marina respira fundo. Quer vir jantar lá em casa hoje? Lucas, Lucas quer te conhecer. Ele sabe que você é importante para mim. Rafael chega às 19 horas com flores para Marina e um caminhão de bombeiros de brinquedo para Lucas. Passou uma hora escolhendo na loja completamente perdido, mas determinado.
Lucas aparece magro, cabelo castanho bagunçado, olhos grandes e curiosos, os mesmos olhos da mãe. Pijama com estampa de dinossauro, ursinho de pelúcia na mão. “Você é o Rafael?” O menino pergunta com a honestidade brutal das crianças. Rafael se abaixa na altura dele. “Sou. E você deve ser o Lucas. Aham. A mamãe disse que você é legal”, disse.
Rafael olha para Marina por cima da cabeça do menino. Ela cora. É, ela também disse que você faz ela sorrir. Lucas inclina a cabeça. Ela não sorria muito antes. Às vezes eu ouvia ela chorando no quarto à noite. A simplicidade da declaração atinge Rafael como um soco. Ele olha para Marina e vê lágrimas brilhando nos olhos dela.
Bom, Rafael, diz, voltando à atenção para Lucas. Sua mãe me faz sorrir também, então acho que estamos kits. Lucas considera isso por um momento, então estende a mãozinha. Tá bom, você pode ficar. Rafael ri e aperta a mão do menino seriamente. Obrigado. Isso significa muito. Ele entrega o caminhão de bombeiros. Os olhos de Lucas se iluminam como fogos de artifício.
Uau, mamãe, olha, tem luzes de verdade que funcionam. O jantar é perfeito. Eles comem pizza caseira que Marina fez. Lucas fala sem parar sobre dinossauros, futebol, sua professora e como ele quer um cachorro, mas a mamãe disse que precisa esperar. Rafael escuta com atenção genuína, faz perguntas, rios certos. Marina observa os dois interagindo, o coração tão cheio que dói.
Depois que Lucas vai dormir, não sem antes fazer Rafael prometer que vai voltar, Marina e Rafael ficam sozinhos na sala pequena. Obrigada, ela diz baixinho, por ser tão bom com ele. Você não precisa agradecer. Rafael responde. Ele é incrível, Marina. Você criou um menino incrível. Eu tive que criar. Ela diz, a voz ficando mais pesada. Não tinha escolha. Rafael se vira para olhá-la completamente.
Me conta sobre o pai dele, sobre o que aconteceu, tudo. Se você quiser, claro. Marina respira fundo. Ela sabe que essa conversa viria e se vai haver futuro com Rafael e Deus ela quer que haja, ele merece saber a verdade completa. Ela conta tudo, como conheceu Diego aos 22, como no início ele era atencioso, romântico, mas aos poucos começou a controlar como ela se vestia.
com quem falava onde ia, sempre com um sorriso, sempre dizendo que era porque te amo, porque quero te proteger. Eu estava confusa, achava que era amor, que ciúme era prova de amor. Depois de seis meses, ele começou a pressionar para terem relações. Marina tinha medo. Algo nela gritava que não estava certo, que não estava seguro. Mas ele insistia.
dizia que se eu realmente o amasse, eu provaria que todas as namoradas faziam isso, que eu estava sendo infantil. Aos 23 anos, ela cedeu e foi horrível. Ela diz, a voz quebrando, doeu muito. Eu chorei. Pedi para ele ir devagar, para ele parar, mas ele ele não parou.
Disse que era assim mesmo, que ia melhorar, que eu era dramática. Rafael sente a raiva explodir dentro dele. Suas mãos estão cerradas em punhos. a mandíbula travada. Ele quer encontrar esse homem e destruí-lo. Depois disso, sempre que a gente tinha relações, era igual, rápido, doloroso, sem carinho. Eu nunca sentia prazer, só dor e vergonha.
Mas ele dizia que o problema era eu, que eu era fria, que eu não me esforçava o suficiente. Marina limpa as lágrimas. Quando engravidei, pensei que as coisas melhorariam, que ele ficaria feliz, mas ele explodiu, gritou comigo, me chamou de vaca manipuladora, disse que eu tinha feito de propósito para prendê-lo. Tentei fazer dar certo. Por meses, tentei, mas ele ficava pior, mais cruel, mais distante.
E então, aos s meses, ele sumiu. Deixou uma carta dizendo que não podia lidar com isso, que eu arruinei a vida dele. estava destruída, grávida, sozinha, sem dinheiro, sem família. Mas então Lucas nasceu e ele se tornou minha razão, minha força. Ela finalmente olha para Rafael. Depois disso, eu nunca mais.
Houve alguns homens que tentaram se aproximar, uns dois que me convidaram para sair, mas toda vez que eles tentavam me tocar, mesmo que fosse só segurar minha mão, eu congelava, as memórias voltavam, o medo voltava. Eu me convenci que era assim que tinha que ser, que talvez eu não fosse feita pro amor, que meu propósito era só ser mãe do Lucas.
Rafael desliza do sofá e se ajoelha na frente dela, segurando o rosto dela com ambas as mãos, forçando-a gentilmente a olhar para ele. “Me escuta bem”, ele diz. Sua voz baixa, mas feroz. Ele te machucou. Ele te violou o corpo e a alma. Ele te fez acreditar mentiras sobre você mesma. Mas eu prometo, prometo que nunca vou te machucar assim, nunca vou te apressar, nunca vou te fazer fazer nada que você não queira. e vou te mostrar como deveria ter sido. Com respeito, com cuidado, com amor.
Você e Lucas, vocês são meus agora e eu protejo o que é meu. Marina se joga nos braços dele, chorando, e, pela primeira vez em anos, são lágrimas de esperança. Rafael a abraça forte, uma mão acariciando o cabelo dela, a outra firme nas costas. “Eu te peguei!”, ele sussurra. “Sempre vou te pegar”.
Essa noite, Rafael dorme no sofá, mas antes de dormir, Marina se deita ao lado dele, a cabeça no peito dele, escutando as batidas firmes do coração. “Obrigada”, ela sussurra. “Por quê? Por ver meu filho, por ouvir minha história, por ficar.” Rafael beija o topo da cabeça dela. Não tem outro lugar onde eu preferiria estar. Três semanas se passam.
Rafael oficiosamente se muda para Parati, aluga uma casa perto do Cais, mas passa a maior parte do tempo na casa de Marina. Eles criam uma rotina. Rafael acorda cedo, vai ao café antes de abrir, ajuda a Marina a preparar pães, toma café com ela, depois busca Lucas na escola, ajuda com lição de casa, joga bola no quintal.
Lucas começa a chamar Rafael de Fael e às vezes escorrega e diz: “Pai, fazendo o coração de Rafael quase explodir.” Rafael e Marina se beijam muito. Beijos longos, profundos, carregados. Mas Rafael nunca pressiona por mais. Ele sente atenção no corpo dela às vezes. Vê o medo relampejando nos olhos e sempre, sempre para. “Não tenha pressa”, ele diz. “Eu espero”.
Marina se apaixona mais a cada dia. Este homem que é tão poderoso no mundo dos negócios, mas tão gentil com seu filho, que a beija como se ela fosse preciosa. Que espera? Uma noite depois que Lucas dorme, eles estão no sofá. Marina está deitada contra Rafael, a cabeça no peito dele. A mão dele desenha círculos preguiçosos no braço dela. Rafael, ela diz baixinho.
Hum, eu quero tentar. Quero estar com você de verdade. Ele fica completamente imóvel. Marina, você não precisa. Eu sei que não preciso. Ela se vira para olhá-lo, mas eu quero. Tenho medo, sim, mas confio em você e quero te ter por completo. Rafael encara nos olhos dela por um longo momento.
Vê determinação ali, mas também vê medo. Então vamos devagar, ele diz firmemente, no seu tempo. E se a qualquer momento você quiser parar, a gente para, sem perguntas, sem julgamentos. Tá bem. Ela acena e ele a beija profundo, lento, prometendo tudo sem palavras. Alguns dias depois, é noite de sexta.
A tia de Marina levou Lucas para passar o final de semana com ela na fazenda. Algo planejado há semanas. Lucas estava empolgadíssimo. Marina e Rafael estão sozinhos pela primeira vez. Ela preparou o jantar, arroz, feijão, fil de frango grelhado, salada, comida simples, caseira. Eles comem devagar, conversando sobre o dia, sobre Lucas, sobre o novo fornecedor de café para o café dela, mas há uma tensão no ar.
Ambos sabem o que pode acontecer essa noite. Depois do jantar, eles lavam a louça juntos. Rafael lava, Marina seca, movimentos sincronizados, confortáveis. Mas quando suas mãos se tocam ao passar um prato, a eletricidade é innegável. Marina respira fundo. Rafael. Ele se vira para ela, água de sabão, ainda escorrendo pelos braços, diz: “Eu, eu quero hoje, agora?” Mas eu hesita, “Eu tenho muito medo.
” Rafael seca as mãos, se vira completamente para ela, segura o rosto dela gentilmente, do que você tem medo? de que seja como antes, de que doa, de que eu congele e estrague tudo, de que você fique decepcionado comigo. Ei, ele diz firmemente, me olha. Nunca vai ser como antes, porque eu não sou ele. E se doer, a gente para.
Se você congelar, a gente para. Se você mudar de ideia no último segundo, a gente para. Não tem como você estragar nada, tá? E eu jamais que ficaria decepcionado com você. Como você pode ter tanta certeza? Porque eu te amo. Ele diz simplesmente: “E amor não tem pressa. Amor espera, amor cuida. Lágrimas escorrem pelo rosto dela. Eu também te amo tanto que assusta.
” Ele a beija lento, profundo, derramando todo o amor em cada toque. Quando se separam, ambos estão sem fôlego. “Vem.” Ele estende a mão. Ela coloca a mão na dele e ele a guia até o quarto. No quarto, Rafael acendeu velas antes do jantar, planejando, esperando, mas sem pressionar.
O ambiente está suave, romântico, lençóis brancos limpos, cortinas balançando com a brisa noturna que traz o cheiro do mar. Marina está parada no meio do quarto, os braços cruzados sobre o peito. Postura defensiva, protetora. Rafael se aproxima devagar. Posso te tocar? Ela acena. Ele começa pelos ombros, apenas apoiando as mãos, aquecendo. Você manda no seu tempo, tá bem? Tá. Ela sussurra.
Ele desliza as mãos pelos braços dela, gentil. Entrelaça os dedos nos dela, beija a têmpora, a bochecha, o canto da boca. Marina fecha os olhos tentando se entregar ao momento, mas as memórias piscam. Diego sendo brusco, Diego não perguntando, Diego machucando. Ei! A voz de Rafael é suave. Fica comigo.
Fica aqui agora. Comigo não com ele. Ela abre os olhos encontrando-os dele e vê tanto amor, tanta paciência, que algo dentro dela começa a derreter. Me ajuda a esquecer, ela sussurra. me ajuda a substituir as memórias ruins. Eu vou. Ele promete. Prometo. Ele a beija novamente, mais profundo.
Agora as mãos dele vão para a cintura dela, puxando-a mais perto. Ela pode sentir o corpo dele contra o dela, forte, firme, mas não ameaçador. Protetor. Rafael começa a levantar a blusa dela devagar, dando tempo para ela parar se quiser. Ela levanta os braços, deixando-o tirar. Ele joga a blusa pro lado e apenas olha. “Você é tão linda”, ele murmura. Ela cora, os braços se movendo instintivamente para cobrir. Ele pega as mãos dela gentilmente.
Não, não se esconde de mim nunca. Ele beija o pescoço dela, desce pelos ombros, pelo vale, entre os seios, pela barriga. E quando chega nas marcas de estria da gravidez, ele para e beija cada uma reverentemente. Lindas. Ele sussurra, porque são prova da sua força, de que você deu vida. Marina sente lágrimas queimarem. Ninguém nunca.
Diego sempre zombava das estrias, chamava-as de feias. Rafael tira o restante das roupas dela devagar, parando constantemente para tocar, para beijar, para garantir que ela está bem. Quando ela está completamente nua, ele se afasta só para olhar. E o que ela vê nos olhos dele não é luxúria crua, é adoração.
Minha vez, ela sussurra, surpreendendo-se com a própria coragem. Ela desabotoa a camisa dele, dedos tremendo, mas determinados. Quando o tecido cai, ela explora o peito dele com as mãos, músculos firmes, pele quente e coração batendo forte sob sua palma. Ela desabotoa a calça dele e ele ajuda a tirar. E agora ambos estão nus, vulneráveis, expostos.
Rafael a guia para a cama, deitando-a gentilmente nos lençóis brancos. Ele se deita ao lado dela, não em cima, não dominando, apenas ao lado. “Vamos só nos tocar primeiro, ele diz, sem pressa.” E eles fazem isso. As mãos dele exploram cada curva, cada linha do corpo dela. Ele aprende o que a faz suspirar. Beijos no pescoço.
O que a faz arfar, dedos nos seios. o que a faz gemer. Beijos na parte interna da coxa. E ela explora ele também. Dedos traçando os músculos, a linha da mandíbula, descendo pelo peito, ousando mais a cada minuto. “Você está bem?”, Ele pergunta constantemente. Estou, ela responde e percebe que é verdade.
O medo ainda está lá, mas está menor. Soterrado sob o desejo, sob a confiança. Rafael beija todo o corpo dela, ombros, seios, sugando gentilmente os mamilos até ela arquear, barriga, quadris. Ele para nas coxas, olhando para cima. Posso? Ele pergunta. Ela não entende imediatamente, mas então percebe onde ele está.
O que ele está perguntando? Diego nunca ele nunca quis fazer isso. Dizia que era nojento. Você você quer? Ela pergunta hesitante. Muito ele responde voz rouca. Quero te provar. Quero te dar prazer, mas só se você quiser. Ela hesita, então a cena. Tá bem, pode. O que acontece a seguir é revelação. Rafael a beija ali, a língua habilidosa, os dedos gentis.
E pela primeira vez na vida, Marina sente prazer de verdade. Um prazer que aumenta, que constrói, que a faz esquecer tudo, exceto essa sensação. Rafael, ela arfa. Eu eu não sei o que. Deixa vir, ele murmura contra ela. Só deixa vir. E ela deixa. O orgasmo a atinge como uma onda, fazendo-a gritar o nome dele, as mãos agarrando os lençóis, o corpo arqueando.
Quando ela finalmente volta à Terra, está tremendo. Rafael sobe beijando todo o caminho até encontrar seus lábios. Você tá bem? Ele pergunta preocupado. Eu nunca Isso nunca. Ela não consegue formar frases completas. Foi. Foi incrível. Ele sorri. Um sorriso cheio de ternura e satisfação masculina. Bom, porque foi só o começo.
Ele pega um preservativo da mesa de cabeceira, trouxe com esperança, mas sem expectativa. Coloca com mãos firmes. Agora vou entrar em você, ele diz, posicionando-se entre as pernas dela. E se doer, você me fala. Se quiser parar, você me fala. Seus desejos são ordens. Tá. Tá. Ela sussurra, o coração batendo descompassado. Parte medo, parte desejo, parte confiança pura.
Ele começa a entrar e imediatamente sente a tensão extrema. Ele para completamente. “Respira para mim”, ele instrui gentilmente. “Só respira. Eu não vou me mover até você relaxar”. Marina respira dentro, fora, tentando liberar atenção. As memórias piscam, dor, desconforto, medo. “Olha para mim, Rafael” diz.
“Me olha, Marina, tá vendo? Sou eu, Rafael, que te ama, que ia morrer antes de te machucar. Ela foca nos olhos dele, escuros, intensos, cheios de amor. E lentamente, muito lentamente, o corpo dela começa a relaxar. Isso. Ele encoraja assim. Você é tão forte, tão linda. Ele entra mais um pouco para, deixa ela se ajustar, beija suas lágrimas, porque sim, ela está chorando, mas não de dor totalmente, de emoção também. Dói? Ele pergunta um pouco. Ela admite, mas não como antes.
Antes era só dor, agora é diferente. Tem desconforto, mas também tem algo bom embaixo. Quer que eu pare? Não. Ela diz firmemente. Não para. Continua, por favor. Ele continua, milímetro por milímetro, parando constantemente, deixando o corpo dela se ajustar. E finalmente, finalmente, ele está completamente dentro.
Eles ficam completamente imóveis por um longo momento. “Como você está?”, ele pergunta, a voz tensa pelo esforço de se controlar. “Cheia”, ela responde admirada. “Eu me sinto completa. Você é completa”, ele diz. E é minha, completamente minha, agora sempre fui. Ela sussurra. Ele começa a se mover lento, tão lento, observando cada expressão no rosto dela, pronto para parar ao menor sinal de dor.
Mas o que ele vê é o desconforto inicial, dando lugar à descoberta. Aos poucos, os olhos dela se arregalam, a respiração acelera. Ó, ela arfa. Ó, isso é é bom. Ele pergunta esperançoso. Sim. Ela quase grita. Sim. É bom. Muito bom. Ele aumenta o ritmo um pouco, não muito, apenas o suficiente. E ela começa a se mover com ele, os corpos encontrando uma sincronia perfeita. “Você é perfeita”, ele murmura. “Tão perfeita para mim.
A pressão começa a construir novamente. Marina não sabe o que é, mas é intenso. É avaçalador. Rafael, eu eu acho algo está Deixa vir. Ele diz, a mão descendo para onde os corpos dele se encontram, tocando-a ali. Deixa vir, meu amor. E ela vem. O orgasmo é mais intenso que o primeiro, mais profundo.
Ela grita o nome dele, as unhas arranhando as costas dele, o corpo tremendo violentamente, a sensação dela pulsando ao redor dele é demais. Rafael a segue segundos depois. O nome dela é um grito rouco arrancado do fundo da alma. Eles colapsam juntos, suados, tremendo, corações batendo como tambores.
Rafael se apoia nos cotovelos para não esmagá-la, mas não sai de dentro dela ainda. Apenas olha para o rosto dela, cabelo grudado na testa suada, olhos brilhando, lábios inchados de beijos. “Você tá bem?”, ele pergunta preocupado. “Eu te machuquei?” Marina está chorando, soluços profundos sacudindo o corpo. Ei, ei. Ele sai gentilmente e a puxa para os braços. O que foi? Eu te machuquei? Me desculpa.
Eu não. Ela o interrompe. Não, você não me machucou. Você me Você me consertou. Ele congela. O quê? Ela olha para ele através das lágrimas. Pela primeira vez eu entendi. Entendi o que deveria ter sido sempre. Não era eu que estava quebrada, Rafael. Não era eu o problema, era ele.
Ele que estava errado, ele que me machucou. Mas você, você me mostrou como deveria ser, com amor, com cuidado, compaixão ou prazer. Rafael sente os próprios olhos arderem. Você nunca esteve quebrada, ele diz ferozmente. Nunca. Você sempre foi perfeita, sempre foi forte, sempre foi linda. Você me fez acreditar nisso. Ela sussurra. Pela primeira vez eu acredito.
Eles se abraçam chorando juntos, lágrimas de alívio, de cura, de amor puro. Mais tarde, naquela noite, eles fazem amor mais duas vezes. A segunda vez, Marina quase não sente desconforto, apenas prazer. Ela explora mais, fica por cima, toma controle e Rafael deixa, dando poder a ela, deixando-a descobrir o próprio corpo, o próprio prazer. A terceira vez no amanhecer é lento e preguiçoso.
Eles se movem como se tivessem todo o tempo do mundo. E quando ambos chegam ao ápice, é quieto, profundo, perfeito. Quando finalmente adormecem, entrelaçados em lençóis bagunçados, ambos sabem com absoluta certeza: “Não há volta. Eles são um e sempre serão.” Três semanas depois da primeira noite, Rafael se muda oficialmente para a casa de Marina.
Não faz sentido manter dois lugares quando tudo que ele quer está ali. Lucas está empolgadíssimo. Fael vai morar com a gente de verdade. Eles criam rotina de família. Rafael ajuda no café de manhã, busca Lucas na escola, faz lição de casa com ele, jogam futebol no quintal. Marina cozinha, eles jantam juntos, assistem filme, dão banho em Lucas juntos, leem histórias.
À noite, após Lucas dormir, Rafael e Marina se perdem um no outro. Agora ela está completamente livre, confiante, explorando, sem medo. Ele continua atencioso, mas ela descobriu que gosta quando ele é mais dominante também, quando ele a toma com mais urgência. Você me deu tanto? Ela sussurra uma noite, me deu meu corpo de volta, me deu prazer, me deu liberdade.
Você sempre teve tudo isso? Ele responde: “Eu só ajudei você a lembrar. A vida é perfeita. Até que tarde de quinta-feira, Rafael está ajudando Lucas com lição de matemática na mesa da cozinha. Marina está no café. Dia de inventário. A campainha toca. Rafael abre a porta distraído, esperando ser o entregador de pizza que Lucas pediu. Mas é Diego.
Cabelo loiro oleoso, olhos claros frios, jaqueta de couro surrada. Há algo escorregadio nele, algo que faz o instinto de Rafael gritar perigo. Quem diabos é você? Diego exige tentando parecer intimidador, mas falhando. E o que tá fazendo na casa da minha mira mulher? Rafael se endireita completamente.
Ele tem 10 pint e uns 20 kg de músculos a mais que Diego. Sua presença preenche a porta. Ela não é sua mulher. Rafael responde voz baixa e perigosa. Nunca foi. Claro que é. Diego tenta empurrar Rafael para entrar. Nós temos um bofilho Bu juntos. Eu tenho direitos. Rafael não se move nem 1 cm. É como empurrar uma parede de concreto. Direitos.
Rafael repete cada palavra pingando veneno. Você abandonou ela grávida. Nunca pagou um centavo de pensão. Nunca perguntou se o menino estava bem. Você não tem nenhum num permo direito. É quando Lucas aparece curioso. Fael. Quem é? Diego olha por cima do ombro de Rafael e vê o filho. Seus olhos se arregalam. Lucas está maior, não é mais o bebê em fotos antigas. Olhe, Diego diz.
A voz tentando ser suave, mas saindo artificial. Sou eu, seu pai. Lucas se encolhe atrás de Rafael, agarrando a calça dele. Eu não te conheço. O menino diz a voz tremendo. E você é assustador. A frase atinge Diego como um tapa. Sua expressão endurece.
Claro que você não me conhece, porque essa povama da sua mãe me manteve longe de você, me impediu de ser pai. Rafael explode. Num movimento rápido, ele sai da casa, fecha a porta atrás de si, protegendo Lucas de ver, e pega Diego pela garganta da jaqueta, levantando-o levemente do chão. Nunca, Rafael Rosna, o rosto a centímetros do de Diego. Nunca mais fale dela assim, entendeu? Diego tenta se soltar, mas a pegada de Rafael é de ferro.
Você está me machucando? Bom, Rafael diz friamente. Agora imagine como Langela se sentiu quando você a machucava, quando você a usava, quando você a fazia se sentir inútil. Diego empalidece. Ela te contou isso? Ela tá mentindo. Eu nunca Não minta para mim, Rafael Sibila. Eu vi as cicatrizes que você deixou nela, não físicas, piores.
Você quebrou ela, a fez ter medo de ser tocada e levou anos m para ela confiar em alguém de novo. Ele solta Diego com um empurrão e o homem tropeça. Você tem 5 segundos para sair dessa propriedade. Depois disso, eu chamo a polícia. Você não pode me impedir de ver meu filho. Diego grita. Eu tenho direitos. Vou voltar com advogados. Rafael dá um passo ameaçador.
Faça isso e eu vou garantir que a única coisa que você vê é o interior de uma cela. Vou contratar os melhores advogados do Brasil. Vou provar abandono, negligência, abuso emocional da mãe. E quando terminar, você não vai chegar perto deles, nem com ordem judicial. Diego recua, mas tenta uma última cartada. Ele te quer por causa do dinheiro.
Ela viu um otário rico e Rafael ri. Um som frio, sem humor. Projeção é interessante. Você que sumiu por anos e voltou quando descobriu que tem um filho rico agora, mas isso não vai funcionar, porque Marina me amava quando eu era só um estranho num ônibus. Me amava sem saber quem eu era. Ela não quer meu dinheiro.
Ela construiu a própria vida sem ajuda de ninguém. Diego CP no chão. Gesto patético derradeiro. Isso não acabou para você. Acabou há muito tempo, Rafael responde. No dia que você abandonou ela, Diego vai embora, tropeçando na própria raiva. Rafael fica parado até o carro sumir completamente.
Só então ele respira fundo, tentando controlar a fúria que corre pelas veias. Ele volta para dentro. Lucas está sentado no sofá, abraçado no ursinho de pelúcia, olhos arregalados. Ele foi embora? O menino pergunta com voz pequena. Rafael se ajoelha na frente dele. Foi? e não vai voltar, eu prometo. Ele é meu pai. Honestidade, sempre honestidade. Biologicamente, sim, mas ser pai é mais que biologia.
Luca, pai é quem fica, quem cuida, quem ama. Lucas se joga nos braços de Rafael. Você é meu pai. Ele murmura. Ou Fael é meu pai de verdade. Rafael sente algo quebrar e ser consertado ao mesmo tempo dentro do peito. Ele abraça o menino com força. Sempre vou ser. Ele promete. Quando Marina chega 30 minutos depois e descobre o que aconteceu, ela tem um ataque de pânico total.
Ela não consegue respirar. As paredes parecem fechar. Diego voltou. Diego viu Lucas. Diego vai tentar tirar o menino dela. Ele vai dizer que sou incapaz. Ela soluça. Vai dizer que você é uma má influência. Vai usar nosso relacionamento contra mim. Vai dizer que sou instável, que durmo com homem tendo criança em casa que, Ei.
Rafael segura o rosto dela, forçando-a a olhar para ele. Respira, respira comigo. Dentro, fora, dentro, fora. Ele respira com ela até o pânico diminuir. Ele não vai tirar Lucas de você. Rafael diz com firmeza absoluta: “Eu não vou permitir. Como você pode impedir? Porque eu vou lutar com tudo que tenho, com cada advogado, cada recurso, cada conexão.
Ele abandonou vocês. Ele não tem base legal. E quando eu terminar de reunir evidências, ele não vai ter nem sombra de chance. E se não for suficiente? Rafael olha nos olhos dela com intensidade que tira o fôlego. Então vou casar com você amanhã. Vou adotar Lucas legalmente. Vou me tornar o pai dele por lei também.
E aí ele não tem nenhuma boa chance. Marina olha para ele, lágrimas correndo. Você faria isso? Eu ia fazer isso de qualquer jeito, Rafael admite. Só estava esperando o momento certo. Mas se precisar ser agora, então é agora. Vocês são minha família e eu protejo minha família com tudo que sou.
Marina se joga nos braços dele e ali abraçados na sala, com Lucas dormindo exausto no sofá, eles fazem um pacto silencioso. Juntos vão vencer. 6 meses de guerra. Rafael contrata Beatriz Campos, a melhor advogada de direito de família do Brasil. Ela é implacável, meticulosa, brilhante. Eles reúnem evidências. Abandono. Diego não pagou um centavo de pensão em 5 anos.
Não visitou, não ligou, não mandou presente de aniversário, nada. Abuso psicológico, depoimentos de vizinhos e conhecidos de quando Marina estava com Diego. Uma ex-colega de trabalho confirma que Marina chegava chorando, que Diego a isolava, que ela tinha medo dele. Depoimento de Marina. Ela presta depoimento emocionado sobre o controle, o abuso emocional, as relações sexuais dolorosas que ele se recusava a tornar gentis, o abandono durante gravidez, a avaliação psicológica de Lucas. Psicóloga infantil, conversa com Lucas várias vezes. O menino diz claramente:
“Tenho medo daquele homem.” Ele gritou com a mamãe. “O Rafael é meu pai. O Rafael me protege. Prova de estabilidade. Marina tem negócio próspero, casa própria, ambiente amoroso. Lucas está se desenvolvendo perfeitamente na escola, tem amigos, é feliz. Diego, por outro lado, não tem quase nada.
” arrumou um advogado barato que tenta argumentar: “O pai tem direito de conhecer o filho. Marina se envolveu com um homem rico, mostra instabilidade. Rafael é uma má influência, quer comprar a família, mas tudo cai por terra.” A docutora Beatriz destroça cada argumento. Audiência final. Marina presta depoimento, chorando mais firme.
Conta tudo. O controle, o abuso, o abandono. Como ela criou Lucas sozinha. Ele nunca quis ser pai, ela diz. Ele só voltou porque descobriu que tem dinheiro envolvido agora. Mas Lucas não é propriedade. É uma criança que merece amor, estabilidade, segurança. E eu dei isso a ele. Teu e Rafael demos isso a ele.
Diego tenta argumentar que merece uma chance, mas quando a juíza pergunta: “Onde estava você no primeiro aniversário dele? No primeiro dia de aula, quando ele teve catapora, ele não sabe responder. Lucas não precisa depor pessoalmente. A juíza poupa o menino disso, mas o relatório da psicóloga é devastador para Diego.
A criança demonstra medo genuíno do pai biológico e apego saudável à figura paterna atual, Rafael. Forçar contato seria prejudicial ao desenvolvimento emocional da criança. A decisão. A juíza Dra. Helena Andrade é clara. Diego Silva abandonou o filho por 5 anos. Não prestou assistência financeira, emocional ou de qualquer tipo. Só retornou quando havia interesse financeiro. Marina Silva demonstrou ser mãe exemplar.
Rafael Almeida demonstrou ser figura paterna, positiva e estável. Portanto, decido. Um, guarda total e exclusiva a mãe Marina Silva. Dois, destituição do poder familiar de Diego Silva. Três. Ordem de restrição. Diego Silva está proibido de se aproximar de Marina Silva ou Lucas Silva em raio de 500 m, sob pena de prisão. Quatro. Autorização para Rafael Almeida a iniciar processo de adoção, se assim desejar.
Quando a sentença é lida, Marina colapsa nos braços de Rafael, chorando. Acabou. Ela soluça. Realmente acabou. Acabou, ele confirma beijando a cabeça dela. Você está livre. Vocês estão livres. Três meses depois da vitória judicial. É uma tarde de primavera. O jardim do Café da Marina está florido. Buganvilhas rosas, jasmins brancos, orquídeas coloridas. Marina está trabalhando, servindo clientes feliz.
Rafael e Lucas estão fazendo mandado. Ou pelo menos é o que disseram. Na verdade, foram comprar o anel e preparar a surpresa. À tarde, quando o café está vazio, Rafael pagou todos os clientes para fecharem mais cedo. Marina estranha o silêncio. Lucas, Rafael. Ela sai pela porta dos fundos para o jardim e congela.
Rafael está ajoelhado no meio do jardim, cercado pelas buganvilhas que ela mesma plantou. Ele usa calça jeans e camisa branca. O visual dela prefere. E ao lado dele está Lucas. vestido com roupinha social, segurando uma caixinha de veludo grm enorme no rosto. O que? Marina começa mamãe. Lucas grita, incapaz de se conter.
O Rafael vai te fazer uma pergunta. Uma pergunta muito mais importante. Rafael ri olhando pro menino. Você tinha com um cara trabalho, amigão. Ficar quieto. Desculpa. Lucas sussurra alto, mas continua sorrindo. Marina caminha em direção a eles, mãos tremendo, coração disparado. Ela ainda usa o avental de trabalho, tem farinha no cabelo, provavelmente está suada, mas quando Rafael olha para ela, é como se fosse a coisa mais linda do mundo. Ele pega a caixinha de Lucas, valeu, cara. e a abre, revelando um anel de solitário,
não enorme, não ostensivo, mas perfeitamente elegante. Uma pedra que captura a luz do sol como se tivesse sido feita apenas para esse momento. Marina, Rafael começa e sua voz está emocionada. Desde o momento que você entrou naquele ônibus, minha vida mudou. Eu não sabia ainda. Mas era você. Sempre foi você.
Lágrimas já escorrem pelo rosto dela. Você me deu algo que nem sabia que procurava. Paz, alegria, um lar de verdade. Você me mostrou que sucesso não é conta bancária. É acordar do lado de quem você ama. É café da manhã bagunçado. É ajudar com lição de casa, é abraços antes de dormir. Ele olha para Lucas, que está praticamente vibrando de empolgação.
E esse menino incrível, ele me deu a chance de ser algo que nunca pensei que seria, um pai. Pai de verdade. E vocês dois juntos me deram tudo. Ele volta os olhos paraa Marina. Eu não posso prometer que serei perfeito. Vou errar. Vou te irritar. Vou queimar o jantar e esquecer de comprar leite. Mas eu posso Mailsá prometer isso. Ele respira fundo. Vou te amar todo dia. Vou escolher você todo dia.
Vou ficar quando for difícil, quando for assustador, quando for confuso. Porque você vale cada segundo, Marina. Vocês dois valem Bu tudo. Agora ele está chorando também. Então, Marina Silva, você aceita casar comigo? Aceita me deixar ser seu companheiro, seu amor, e o pai desse menino incrível pro resto da vida? Marina cai de joelhos na frente dele, rindo e chorando ao mesmo tempo.
Sim, ela soluça. Sim, sim, sim. Mil vezes, sim. Lucas grita de alegria e pula entre eles, e os três caem num abraço bagunçado no meio do jardim florido. Rafael coloca o anel no dedo dela com mãos tremendo e quando se encaixa perfeitamente, ele beija os dedos dela, depois a boca dela. “Eu te amo tanto”, ele sussurra. “Eu também te amo”, ela responde.
Lucas está pulando ao redor deles. O Fael vai ser meu pai de verdade agora. Vou ter um pai de verdade. Eu já era seu pai de verdade, cara. Rafael diz, puxando o menino para outro abraço. Isso é só para deixar oficial. Naquela noite, depois de Lucas dormir exausto de empolgação, Rafael e Marina se amam com uma intensidade nova. Agora não são só amantes, são noivos.
São uma família prestes a ser oficializada. Obrigada. Ela sussurra depois a cabeça no peito dele. Por quê? por me dar isso, por nos dar isso, por fazer Lucas sorrir daquele jeito, por me mostrar que contos de fada existem. Você me deu primeiro. Ele responde beijando o topo da cabeça dela. Você me salvou, Marina, e agora vou passar o resto da vida te fazendo feliz.
Você já me faz, ela diz todo dia, três meses depois. É um sábado ensolarado. O jardim do café está transformado. Cadeiras brancas em fileiras. Arco coberto de flores brancas e rosas. Luzes de fada penduradas entre as árvores vão acender à noite. Cheiro de jasmim e rosas no ar. É uma cerimônia pequena, íntima, cerca de 40 pessoas.
A tia de Marina que a acolheu, alguns amigos do café, vizinhos queridos, alguns sócios de confiança de Rafael e a Dra. Beatriz que se tornou amiga, Lucas Elpagem, terno pequeno, impecável, gravata borboleta, sapatos engrachados. Ele leva as alianças numa almofadinha, orgulhoso demais. A música começa, um violão tocando suavemente. Trem das 11.
Uma homenagem irônica ao lugar onde se conheceram. E Marina aparece, vestido simples de renda branca, caindo até os tornozelos, sem véu. Apenas flores naturais no cabelo solto, buquê de flores do campo, pés em sandálias baixas. Ela não é dada por ninguém, não tem pai presente, anda sozinha, porque foi sozinha que reconstruiu a vida. Mas quando chega perto do altar, Lucas corre e pega a mão dela, e juntos caminham os últimos passos.
Rafael está esperando sob o arco, terno cinza claro, sem gravata, a primeira fileira desabotoada, casual, mais elegante. E quando vê Marina caminhando em direção a ele, de mãos dadas com Lucas, ele não consegue segurar as lágrimas. A oficiante, uma juíza de paz amiga, faz a cerimônia curta e emocionante. Estamos aqui para celebrar não apenas a união de dois corações, mas a formação de uma família.
Quando chega a hora dos votos, Rafael vai primeiro. Marina, eu te prometo meu amor incondicional. Prometo te honrar nos dias bons e ruins. Prometo te ouvir, te apoiar, te fazer rir quando estiver triste. Prometo ser o melhor pai que posso ser para Lucas. E prometo que, não importa o que aconteça, eu fico sempre. Marina está chorando quando chega a sua vez. Rafael, você me ensinou a amar sem medo.
Me ensinou que eu merecia respeito, carinho, prazer. Você pegou minha vida quebrada e me ajudou a reconstruir em algo lindo. Eu prometo te amar com tudo que sou. Prometo construir um lar onde você sempre se sinta seguro. Prometo ser sua companheira em todas as aventuras. E prometo que aconteça o que acontecer, eu fico também.
Sempre quando a oficiante pergunta: “Se alguém se opõe a essa união, fale agora”. Lucas levanta a mão. O jardim fica em silêncio, chocado. Rafael e Marina olham para ele surpresos. Eu me opono. Lucas anuncia solenemente. Lucas. Marina começa mortificada. Eu me oponho a ter que esperar mais tempo. Rinte para comer o bolo. Ele termina apontando pra mesa de doces.
O jardim explode em gargalhadas. A tensão dissolve. Até a oficiante ri. Anotado, jovem”, ela diz, sorrindo. “Vamos agilizar, então. Pelo poder concedido, eu os declaro marido e mulher. Pode beijar a noiva.” Rafael puxa a Marina para perto, uma mão na cintura, outra no rosto dela e a beija. Profundo, longo, sem pressa.
Um beijo que sela não apenas uma promessa legal, mas uma promessa de alma. Quando se separam, todos estão aplaudindo, alguns chorando. E Lucas grita: “Agora o bolo, a recepção é perfeita. Comida caseira, Marina fez questão. Música ao vivo, violão e voz, luzes de fada acendendo quando o sol se põe. Lucas comanda a pista de dança improvisada, fazendo movimentos ridículos que fazem todos rirem até chorar.
Em certo ponto, ele arrasta Rafael e Marina para dançarem com ele, e os três dançam abraçados. rindo completamente felizes. Quando a noite está avançada e os convidados começam a ir embora, Rafael sussurra no ouvido de Marina. Vem comigo. Ele a guia para longe da festa, para um cantinho escuro do jardim e apenas a abraça.
“Você é minha esposa agora”, ele sussurra maravilhado. “E você é meu marido?” Ela responde ainda se acostumando com as palavras. Eu te amo tanto que assusta às vezes. Ele confessa. Eu também, mas é um medo bom. Porque eu sei que você vai estar aqui para me segurar quando eu cair. Sempre. Ele promete sempre.
Lucas fica com a tia, empolgadíssimo com a aventura. Rafael preparou uma surpresa. Ele reservou uma mossíte na pousada do Sandy. A pousada mais romântica de Parati, vista pro mar, decoração colonial, mas com luxo moderno. Quando eles entram no quarto, Marina Arfa. Velas por toda parte, nos parapeitos das janelas, nas mesinhas, no chão, seguras em recipientes de vidro.
Pétalas de rosas vermelhas, formam um caminho da porta até a cama. A, janela está aberta, deixando entrar a brisa noturna que traz o cheiro de mar e jasmim. A cama king tem lençóis brancos, impecáveis e mais pétalas, a champanhe gelada numa balde de gelo, chocolates artesanais, morangos. Rafael Sen Marina começa sem palavras.
Você merece isso? Ele diz simplesmente merece ser tratada como uma rainha hoje e sempre. Ele pega a mão dela e a puxa gentilmente para dentro. Fecha a porta, tranca. E então, por um longo momento, eles apenas se olham. marido e mulher, finalmente, oficialmente, completamente. “Vem cá”, ele diz suavemente.
Ela vai, ele a puxa pros braços e eles apenas se abraçam, sem urgência, sem pressa, apenas segurando um ao outro. Obrigado”, ele sussurra no cabelo dela, “Por me escolher, por confiar em mim com seu coração, com seu corpo, com seu filho. Obrigado você”, ela responde, “por me ver, por me esperar, por me amar do jeito que sou. Ele se afasta apenas o suficiente para olhar nos olhos dela.
Posso tirar seu vestido?” Ela sorri. Depois de meses juntos, ele ainda pergunta, ainda respeita, ainda garante que ela está confortável. Pode, ela sussurra. Ele se vira lentamente, dando as costas para ele. Rafael beija a nuca dela, fazendo-a arrepiar. Depois desce o zíper devagar, revelando a pele centímetro por centímetro.
Ele beija cada pedaço de pele revelado, ombros, coluna, a curva das costas. O vestido cai no chão em um pool de renda branca. Ela está usando langerry branca, simples, mas linda. Não é exagerada, apenas elegante. Perfeita, ele murmura. Você é absolutamente perfeita. Ela se vira para ele e agora é sua vez. Ela desabotoa a camisa dele, dedos firmes, sem tremer, tão diferente da primeira vez quando ela tremia de medo.
Quando o tecido cai, ela explora o peito dele com as mãos, depois com os lábios, beija cada músculo, cada linha, cada parte dele. Eles se movem pra cama, perdendo o restante das roupas pelo caminho. Quando finalmente estão nus, deitados nos lençóis brancos cobertos de pétalas, eles apenas se tocam, mapeando corpos que já conhecem. mas que nunca cansam de explorar. Você me mostrou que o sexo podia ser lindo, Marina sussurra.
Me mostrou que meu corpo era meu, que prazer era meu direito, não um favor. Sempre foi seu ele responde. Sempre será. Ele a beija profundo, lento, derramando todo o amor em cada toque. Quando ele finalmente se posiciona entre as pernas dela, ela o puxa para baixo, sussurrando: “Me faz sua de novo e de novo para sempre.
Você já é minha?”, Ele responde desde aquele ônibus, desde aquele primeiro olhar. E então ele entra lento, profundo, perfeito. Ela arqueia sob ele, gemendo o nome dele. Eles fazem amor por horas naquela noite, lento e sensual a primeira vez, adorando cada centímetro um do outro, sussurrando promessas e declarações de amor. mais urgente a segunda vez.
Necessidade e paixão tomando conta, corpo se movendo com pressa, nascida de desejo puro. Playful a terceira vez. No chuveiro, escorregadios de sabonete rindo entre beijos. E finalmente no amanhecer, quando o sol começa a pintar o céu de rosa e laranja, eles fazem amor mais uma vez. Preguiçoso, quieto, perfeito.
Quando finalmente colapsam exaustos nos lençóis bagunçados, Marina se aninha no peito dele, a perna entrelaçada nas dele, a mão sobre o coração que bate por ela. “Eu te amo!”, ela sussurra tanto demais, assustadoramente. “Eu também”. Ele responde beijando a cabeça dela. “Você é minha vida agora, Marina. Você e Lucas, vocês são tudo e você é nosso.
” Ela diz, “Nosso pai”. Nosso amor, nossa família. Eles adormecem assim entrelaçados o som do mar ao longe, o cheiro de jasmim entrando pela janela, uma família perfeita construída sobre as cinzas de um passado doloroso, forjada em amor, confiança, cura. Epílogo: Dois anos depois. É um domingo ensolarado.
O Jardim do Café da Marina, que agora também tem uma filial em São Paulo, está vibrante. Lucas tem 7 anos agora. Ele está maior, mais esperto, joga futebol no time da escola e ele oficialmente chama Rafael de pai. A adoção foi finalizada a um ano. Seu nome legal agora é Lucas Silva Almeida. Ele está correndo pelo jardim, perseguindo algo, ou melhor, alguém.
Uma menininha de quase do anos com cabelos castanhos cacheados e olhos escuros como o pai, ri enquanto corre em passinhos desengonçados. Sofia Almeida, a princesinha que completou a família. Cuidado com sua irmã, Luca. Marina grita sorrindo. Tô cuidando ele grita de volta. Sooso que corre muito.
Sooso o apelido dele para Sofia, porque ela não conseguia falar o próprio nome. Marina está sentada numa cadeira de balanço, a mão descansando no ventre levemente arredondado, grávida de três meses. Desta vez, um menino. Já escolheram o nome, Miguel. Rafael está ao lado dela, a mão protetora sobre a barriga, mesmo que ainda seja pequena.
“Como você está se sentindo?”, ele pergunta pela milésima vez no dia. “Bem?” Ela ri. “Para de perguntar.” “Não consigo.” Ele admite. “Você carregando meu filho é a coisa mais incrível do mundo. Sofia também é sua filha.” Marina corrige gentilmente. “Eu sei”, ele diz sorrindo. “Mas vocês sabem o que eu quero dizer.
Sofia veio do meu coração, Miguel vem do meu sangue e do meu coração. Ambos são meus, mas é diferente saber que uma parte de mim está crescendo dentro de você. Ela entrelaça os dedos nos dele sobre a barriga. Sofia tropeça e cai. Imediatamente Lucas para de correr e volta, ajudando a irmãzinha a levantar, limpando a terra do joelhinho dela. Tá tudo bem, Soso? O mano tá aqui.
Rafael observa a cena, o peito apertado de emoção. Ele vai ser um irmão incrível pro Miguel também. Ele já é incrível. Marina concorda. Rafael se abaixa e grita: “Ei, campeão, vem aqui um segundo. Lucas vem correndo com Sofia agarrada na mão. Que foi, pai? Pai! Rafael nunca cansa de ouvir. Só queria te dizer que tô orgulhoso de você.
Do jeito que cuida da sua irmã, do jeito que é responsável na escola, de quem você é. Lucas fica vermelho, mas sorri enorme. Valeu, pai. Sofia pede colo e Rafael a pega, a menininha imediatamente aconchegando a cabecinha no ombro dele. Papa! Ela murmura. Sua primeira palavra foi papa, não mamãe. Algo que Rafael nunca vai deixar Marina esquecer.
Marina observa a cena. Seu marido segurando a filha deles. Lucas ao lado, a mão na barriga onde mais um bebê cresce. Esta é sua família. Ela pensa em si mesma há seis anos atrás, quebrada, assustada, sozinha naquele ônibus, fugindo de um passado doloroso, sem saber o que o futuro guardava.
E ela pensa no homem sentado ao lado dela naquele ônibus, tão bonito, tão intimidador, tão absolutamente impossível. E ainda assim, aquele encontro casual mudou tudo. “Ei, Rafael diz, notando as lágrimas nos olhos dela. O que foi?” Nada, ela responde limpando os olhos. Só lembrando do quê? De você? Do ônibus? Do jeito que você olhou para mim e fez eu me sentir vista pela primeira vez na vida. Rafael transfere Sofia pro quadril e estende a mão livre pra Marina.
Ela pega e ele a puxa para cima, pro abraço. Foi você que me viu primeiro? Ele diz. Viu através de todo o dinheiro, todo o poder, toda a fachada. viu o homem solitário que só queria ser amado de verdade. E eu te amei. Ela sussurra. Te amo. Te amarei para sempre. E eu prometo, ele responde, que vou passar cada dia do resto da minha vida te fazendo feliz, te mostrando o quanto você e essas crianças significam para mim.
Lucas, percebendo o momento, se junta ao abraço e Sofia, no meio de tudo, dá risadinhas. Ali, no jardim onde se casaram, cercados por buganvilhas e jasmins a família Almeida permanece abraçada. Tambund, mensagem final. Às vezes, a vida nos coloca em ônibus que não planejamos pegar. Nos apresenta pessoas que não estávamos procurando.
Oferece amores que pensávamos impossíveis. Marina entrou naquele ônibus fugindo do passado, de um relacionamento abusivo, de traumas profundos, de uma vida que havia desmoronado. Rafael estava lá preso num presente vazio, rico, poderoso, mas completamente sozinho. Quando seus olhos se encontraram, algo despertou, algo que 4 anos de separação não conseguiram apagar.
Eles aprenderam que o amor verdadeiro não tem pressa, que às vezes você precisa se quebrar completamente para se reconstruir ao lado da pessoa certa. Marina aprendeu que seu corpo era dela, que prazer era seu direito, não um favor, que sexo podia ser lindo, respeitoso, cheio de amor, não algo a ser temido. Rafael aprendeu que o sucesso não se mede em zeros numa conta bancária, se mede em café da manhã bagunçado, em abraços antes de dormir, em eu te amo sussurrado no escuro.
Eles aprenderam que família não é apenas sangue, é escolha, é luta, é ficar quando seria mais fácil partir. E talvez a maior lição seja essa. Às vezes tudo que alguém precisa é ser visto, realmente visto. Marina precisava de alguém que visse sua força sob a dor, que visse seu valor quando ela não conseguia, que a amasse com paciência, com cuidado, apagando as memórias ruins e criando novas, lindas, respeitosas, cheias de prazer.
Rafael precisava de alguém que o fizesse sentir novamente, que transformasse seu império vazio em um lar cheio de risos de criança, cheiro de pão de queijo e amor genuíno. E no fim essa história é também sobre nós, sobre todos que carregam traumas, sobre todos que já foram machucados e têm medo de amar de novo, sobre todos que ainda acreditam que há alguém lá fora esperando para nos ver exatamente como somos.
O amor verdadeiro espera, respeita, cura e quando chega vale cada segundo da espera.
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