E se o pior dia da sua vida se transformasse no melhor? E se a humilhação pública te levasse ao verdadeiro amor? Esta é a história de Marina, uma garota simples que aceitou se casar com o herdeiro problemático de uma família milionária para salvar sua reputação, mas foi abandonada no altar diante de centenas de pessoas.
Quando tudo parecia perdido, um abraço inesperado mudou o rumo de sua vida para sempre. Será que o amor verdadeiro estava ali o tempo todo bem ao seu lado? Antes de começarmos, me conta de onde você está assistindo este vídeo. Deixa aqui nos comentários a sua cidade. E se você gosta de histórias que mexem com o coração, se inscreve no canal e deixa aquele like para fortalecer. Agora sim, vamos à história.
Marina Santos tinha 24 anos quando sua vida virou de cabeça para baixo. Sentada na pequena sala da casa dos fundos da mansão dos Mendes, ela olhava fixamente para as próprias mãos trêmulas enquanto ouvia palavras que pareciam vir de outro universo. Marina, a voz grave de Eduardo Mendes ecoava pela sala modesta, tão diferente dos salões luxuosos da mansão principal.
Eu sei que isto pode parecer inusitado, mas acredite, é a única solução que vejo. A garota levantou os olhos castanhos, ainda úmidos. Seu pai, João, estava de pé ao lado da mãe Rosa, ambos com expressões entre o choque e a esperança. Eduardo Mendes, o patriarca bilionário, estava sentado no sofá surrado da família, segurando uma xícara de café, como se fosse a coisa mais natural do mundo.
O senhor quer que eu case com o Lucas? Marina mal conseguia formar as palavras. Seu coração disparava, uma mistura de pânico e um sonho antigo ressurgindo. Eduardo assentiu, os olhos azuis penetrantes fixos nela. Meu filho mais novo é um desastre ambulante, escândalos, festas, bebidas. Ele está destruindo o nome desta família. Fez uma pausa passando a mão pelo cabelo grisalho, impecavelmente penteado.
Mas eu sempre notei como você olhava para ele, Marina, desde criança. Marina sentiu o rosto queimar. Claro que ele havia notado, todo mundo havia notado, como esconder uma paixão de anos. Lucas Mendes, com seus olhos verdes e sorriso insolente, sempre foi seu sonho impossível. Rosa se mexeu desconfortavelmente. Senr. Eduardo, com todo respeito, Marina está na faculdade de fisioterapia.
Ela tem sonhos, planos e eu vou garantir que ela realize todos eles. Eduardo interrompeu com firmeza. Não estou pedindo que ela sacrifique nada, pelo contrário, estou oferecendo estabilidade, proteção, um futuro garantido. E quem sabe olhou para Marina, a chance de conquistar o coração de quem você sempre amou. O silêncio que se seguiu era pesado como chumbo.
Marina sentia o mundo girando. Era loucura, completamente insano. E ainda assim, eu preciso pensar, ela sussurrou. Marina. A mãe começou, mas foi interrompida pela filha. Mãe, por favor, eu preciso de tempo. Eduardo se levantou, alisando o terno italiano impecável.
Você tem três dias, mas saiba que se recusar, Lucas perderá tudo e eu estarei tirando a única chance que vejo de salvar meu filho. Depois que ele saiu, Marina correu para o quarto e se jogou na cama, enterrando o rosto no travesseiro. Seu telefone vibrou. Era uma notificação. Lucas Mendes havia sido flagrado fazendo corrida de jet ski às 2as da manhã no Guarujá.
O vídeo já tinha milhões de visualizações. Ela fechou os olhos com força. Poderia salvá-lo? Poderia ser a pessoa que finalmente faria Lucas Mendes mudar? Eu sempre o amei, pensou. Talvez essa seja minha chance. O que Marina não sabia é que na mansão principal outro Mendes discutia furiosamente com o pai. Isso não está certo, pai. Roberto Mendes bateu a mão na mesa de Mogno do escritório.
Seus olhos do mesmo azul do pai brilhavam de indignação. A Marina não é uma ferramenta para consertar o Lucas. Roberto, você não entende? Entendo perfeitamente. O filho mais velho, sempre tão controlado, estava visivelmente alterado. Você está usando uma garota inocente que cresceu nesta propriedade como se ela fosse um objeto. Ela tem sonhos próprios, pai. uma vida própria. Eduardo olhou para o filho com uma mistura de respeito e firmeza.
Ela está apaixonada por ele há anos. Eu não estou forçando nada. Estou oferecendo uma oportunidade. Uma oportunidade? Roberto riu sem humor, passando a mão pelos cabelos escuros, perfeitamente arrumados, bagunçando-os pela primeira vez. Está oferecendo um pesadelo.
E quando o Lucas a machucar, porque você sabe que ele vai, o que vai fazer? Vai compensá-la com dinheiro? Chega. Eduardo bateu na mesa. A decisão está tomada. Se ela aceitar, eles se casarão. E você, como vice-presidente desta empresa e irmão mais velho, vai apoiar. Roberto olhou para o pai com uma expressão que Eduardo nunca havia visto. Desapontamento profundo. Eu sempre te respeitei, pai.
Sempre segui suas ordens sem questionar, mas isto isto está errado e eu não vou fingir que está tudo bem. Ele saiu do escritório batendo a porta, deixando Eduardo sozinho com seus pensamentos. Na manhã seguinte, Marina acordou com a decisão já tomada. Seu coração, aquele tolo e teimoso coração, havia vencido a razão. “Eu aceito”, disse aos pais no café da manhã. Rosa deixou a xícara cair, o café se espalhando pela toalha de mesa florida.
“Marina! Não, mãe.” Marina segurou as mãos da mãe, seus olhos determinados. Eu amo Lucas desde que me entendo por gente. Talvez, talvez eu possa fazê-lo feliz. Talvez isso possa dar certo. João, que até então estava em silêncio, finalmente falou: “Filha, amor não se força. Casamento arranjado. Não é arranjado se eu quero.” Marina interrompeu suavemente. E eu quero, pai.
Eu realmente quero. Mentira. Parte dela estava aterrorizada, mas a parte que sonhava com Lucas Mendes desde os 14 anos estava gritando mais alto. Três horas depois, ela estava de volta à mansão principal, sendo conduzida até a sala de estar. Eduardo a aguardava e ao seu lado estava Lucas. O coração de Marina parou.
Lucas Mendes estava desleixadamente lindo, como sempre, usando uma camiseta preta, surrada e jeans. Seus olhos verdes estavam fixos nela. uma expressão entre surpresa e algo que ela não conseguia decifrar. Marina, Eduardo começou. Meu filho tem algo a dizer. Lucas olhou para o pai com raiva evidente, depois para Marina. Respirou fundo. Marina, eu engoli o seco. Meu pai quer que a gente se case.
Eu sei ela respondeu a voz mais firme do que se sentia. E você aceita isso? Lucas perguntou, dando um passo à frente. Aceita casar com alguém que mal conhece? Porque um velho teimoso acha que você pode me salvar?” As palavras eram duras, mas havia algo no tom de Lucas que não era crueldade, era quase proteção.
“Eu aceito”, Marina disse levantando o queixo. “Se você aceitar também”. Lucas passou a mão pelo rosto claramente frustrado. “Marina, você não sabe o que está fazendo. Eu sou um desastre. Eu vou te machucar. Eu machuco todo mundo, então me dê a chance de provar que você está errado. O silêncio que se seguiu era elétrico.
Eduardo observava a cena com satisfação mal disfarçada. Lucas olhava para Marina como se a visse pela primeira vez. Realmente a visse. Finalmente ele suspirou em derrota. Tudo bem. Se é isso que você quer. E foi assim que Marina Santos se viu prometida ao homem que amava há anos. Deveria ser um sonho realizado.
Então, por que parecia tanto com um prenúncio de tempestade? Os 20 dias seguintes foram um turbilhão. Marina mal conseguia processar a velocidade com que sua vida estava mudando. Eduardo contratou a melhor wedding planner de São Paulo. Encomendou um vestido de noiva de uma estilista renomada, reservou o buffet mais luxuoso da zona sul. Tudo precisa ser perfeito”, ele dizia repetidamente. “A sociedade paulistana inteira estará assistindo.
Isto vai mostrar que os Mendes são uma família sólida, tradicional. Marina apenas acenava, ainda tentando acreditar que aquilo era real. Lucas desapareceu nos primeiros dias após o acordo. Não respondia mensagens, não aparecia na mansão. Marina tentava não deixar a ansiedade consumi-la, mas à noite, sozinha em seu quarto, as dúvidas a assaltavam como predadores famintos.
E se ele fugir? E se no dia do casamento ele simplesmente não aparecer? Foi Roberto quem a encontrou chorando no jardim numa dessas noites. Marina estava sentada no banco debaixo do jacarandá, aquele que sempre fora seu refúgio desde criança. As lágrimas escorriam silenciosamente pelo seu rosto quando ouviu passos na grama.
Marina, ela limpou o rosto rapidamente, tentando se recompor. Roberto Mendes estava parado a alguns metros, usando um terno azul marinho, mesmo sendo quase meia-noite. Seus olhos azuis sempre tão sérios. estavam carregados de preocupação. “Senor Roberto, eu só Roberto”, ele interrompeu suavemente, dando um passo à frente. “Você está bem?” “Estou.” Mentira óbvia.
Roberto suspirou e, para surpresa de Marina, sentou-se ao seu lado no banco. Ficaram em silêncio por um momento, apenas ouvindo os sons noturnos do jardim. Eu me opus a este casamento. Roberto disse finalmente sua voz baixa. Não sei se você sabe disso. Marina virou o rosto para ele surpresa. Se opôs? Sim.
Eu disse ao meu pai que estava errado usar você desta forma, que você merecia escolher seu próprio caminho. Marina sentiu algo se mexer no peito. Ninguém, ninguém além dela mesma havia pensado no que ela queria realmente. “Mas eu escolhi”, ela disse suavemente. “Eu aceitei!” Roberto a olhou com uma intensidade que a fez desviar os olhos. “Você aceitou porque ama meu irmão ou porque ama a ideia dele?” A pergunta penetrou como uma lâmina afiada.
Marina abriu a boca para responder, mas as palavras não vieram. Marina, Roberto continuou, sua voz carregada de uma emoção que ela não conseguia identificar. Lucas é meu irmão. Eu o amo, mas ele é complicado. Ele não sabe amar as pessoas da forma que elas merecem ser amadas. E você? Ele hesitou. Você merece ser amada da forma certa.
Como você sabe o que eu mereço? Marina perguntou uma ponta de desafio na voz. Roberto sorriu um sorriso triste. Porque eu cresci vendo você neste jardim, vendo você cuidar das plantas com sua mãe, vendo você estudar debaixo desta árvore, mesmo nos dias mais quentes. Você sempre teve uma luz, Marina, uma bondade. E eu não quero ver essa luz se apagar. Marina sentiu lágrimas novas ameaçando cair.
Não de tristeza, mas de algo que ela não conseguia nomear. “Eu vou ficar bem”, ela sussurrou. Roberto se levantou, mas antes de ir colocou a mão no ombro dela. O toque era leve, quase hesitante, mas cheio de conforto. Se você precisar de alguma coisa, qualquer coisa, eu estarei aqui. E então ele se foi, deixando Marina sozinha, com pensamentos ainda mais confusos do que antes. Dois dias depois, Lucas finalmente apareceu.
Marina estava fazendo a prova final do vestido de noiva. Quando a porta do atelier se abriu com força, Lucas entrou como um furacão, os olhos procurando por ela freneticamente. Eu preciso falar com ela sozinho. A estilista e as assistentes saíram rapidamente, intimidadas pelo herdeiro dos Mendes.
Marina ficou parada na plataforma em frente ao espelho triplo, usando o vestido de renda branca mais lindo que já vira na vida. Lucas a olhou da cabeça aos pés, sua expressão impossível de ler. “Você está linda”, ele disse finalmente. “Obrigada”, Marina, respondeu, o coração martelando. Lucas deu alguns passos à frente, passando a mão pelos cabelos desalinhados.
Ele claramente não havia dormido bem, olheiras escuras sobes. “Marina, eu vim aqui para te dar uma última chance de sair disso.” “O quê? Desiste, por favor.” A voz dele estava carregada de algo próximo ao desespero. Você não sabe o que está fazendo. Casar comigo não vai ser um conto de fadas. Vai ser um pesadelo.
Marina desceu da plataforma, o vestido sussurrando ao seu redor. Por que você está tão determinado a me afastar? Ela perguntou, tentando manter a voz firme. Lucas riu, mas não havia humor no som. Porque eu sou um erro ambulante, Marina. Eu decepciono todo mundo. Meu pai, meu irmão, cada namorada que já tive. Eu não presto.
E você? Você é boa demais para se queimar neste incêndio que é minha vida. Marina sentiu raiva pela primeira vez. Você não acha que eu deveria decidir isso por mim mesma? Você está decidindo com base numa fantasia de infância. Lucas explodiu. Você olhava para mim como se eu fosse um príncipe, Marina. Mas eu não sou. Eu sou o vilão da história. Eu sempre fui.
Então me deixa tentar mudar a história? Marina disse, dando um passo à frente. Estavam agora a poucos centímetros um do outro. Lucas a olhou com uma mistura de admiração e tristeza. Você não pode salvar todo mundo, Marina. Não estou tentando salvar todo mundo. Só você.
Por um momento, apenas um momento, algo passou pelos olhos de Lucas. Algo macio, vulnerável. Mas então ele recuou, quebrando o momento. “Eu vou estar lá no altar”, ele disse, virando-se para ir embora, porque eu não tenho escolha, mas não diga que eu não avisei. A porta se fechou atrás dele, deixando Marina sozinha com seu reflexo no espelho.
A noiva dos sonhos olhava de volta para ela, mas os olhos da noiva estavam cheios de dúvidas. Naquela noite, Marina não conseguiu dormir. Revirava-se na cama, o cérebro não desligando. Por que Lucas estava tão determinado a afastá-la? Seria porque realmente se importava ou porque simplesmente não queria o casamento? Seu telefone vibrou. Uma mensagem. Roberto, não consegui deixar de notar que Lucas esteve no atelier hoje.
Você está bem? Marina ficou olhando para a mensagem por um longo momento antes de responder. Marina, estou confusa, mas vou ficar bem. Roberto. Confusão é normal antes de casamentos, mas se você quiser conversar, estou aqui. Ela sorriu levemente na escuridão do quarto. Marina, obrigada, Roberto. De verdade, não houve resposta, mas Marina sentiu algo que não sentia há dias, um pouco de paz.
Faltavam cinco dias para o casamento quando a próxima bomba explodiu. Marina estava na universidade assistindo uma aula de anatomia quando seu telefone começou a vibrar incessantemente. Ela ignorou no início, mas quando o professor fez uma pausa, checou rapidamente. 32 notificações. Seu estômago afundou, abriu o Instagram e viu. Lucas estava em todos os portais de fofoca.
Fotografias dele em uma boate exclusiva, cercado de mulheres, uma garrafa de champanhe na mão, claramente bêbado. A legenda: Herdeiro dos Mendes aproveita últimos dias de solteiro em grande estilo. Marina sentiu náusea. As outras alunas na sala já estavam coxixando, olhando para ela com pena mal disfarçada.
Marina Santos, não é? Uma garota sussurrou para a amiga autossuficiente para ela ouvir, a que vai casar com o Lucas Mendes. Coitada, ela não conseguiu ficar na aula. Juntou suas coisas e saiu as lágrimas ameaçando cair. No estacionamento, sentou-se no meio fio, a cabeça entre as mãos. O que eu estou fazendo? O que eu estou fazendo, Marina? Ela levantou a cabeça.
Roberto estava parado na frente dela, tendo acabado de sair de um carro preto. Usava um terno cinza e seus olhos estavam cheios de preocupação. “Roberto, o que você está fazendo aqui?” “Meu irmão é um idiota”, ele disse sem rodeios, sentando-se ao lado dela no meio fio. “Que eu vim para garantir que você esteja bem.
Como você sabia onde eu estava? Sua mãe me disse”, Roberto admitiu. Ela ligou preocupada, viu as fotos. Marina riu amargamente. Todo mundo viu as fotos. Ficaram em silêncio por um momento. Roberto finalmente se virou para ela. Marina, você não precisa passar por isso. Você pode cancelar. Ninguém vai te julgar. Todo mundo vai me julgar. Ela murmurou.
E seu pai? Ele vai tirar tudo do Lucas. Ele sobreviverá. Talvez até amadureça com isso. Marina olhou para Roberto, realmente olhou para ele. Havia algo em seus olhos, algo que ela não conseguia decifrar. Cuidado, preocupação ou algo mais? Por que você se importa tanto? Ela perguntou suavemente. Roberto ficou em silêncio por tanto tempo que Marina pensou que ele não responderia.
Finalmente ele falou, mas não respondeu diretamente à pergunta. Porque eu não aguento ver pessoas boas sendo machucadas por pessoas que não sabem o valor delas. Antes que Marina pudesse responder, o celular de Roberto tocou. Ele atendeu, sua expressão mudando. Entendo. Eu vou para lá agora. Desligou e olhou para Marina. Eu preciso ir.
Reunião de emergência. Mas Marina, ele tocou brevemente a mão dela. Você sabe onde me encontrar. E então ele foi, deixando Marina mais confusa do que nunca. Aquela noite, Lucas foi à casa dela, bateu na porta dos fundos e quando Rosa abriu, simplesmente disse: “Eu preciso falar com a Marina.” Ele estava sóbrio, ela notou imediatamente. E havia algo diferente em seus olhos.
“Vergonha! Você viu as fotos?” Não era uma pergunta. “Todo mundo viu as fotos, Lucas.” Ele passou a mão pelo rosto, cansado. “Marina, eu não transei com ninguém. Eu sei como parece, mas eu juro. Por que você estava lá?” Ela interrompeu. Por que faltando dias para nosso casamento, você estava numa boate até às 4 da manhã? Porque eu estou com medo? Lucas explodiu.
Com medo de casar, com medo de te decepcionar, com medo de ser quem todos esperam que eu seja. E quando eu tenho medo, eu bebo e faço coisas estúpidas. Marina olhou para ele e pela primeira vez viu Lucas Mendes realmente não o príncipe dos seus sonhos de infância, mas um homem quebrado, perdido, incapaz de lidar com as próprias emoções. “Lucas”, ela disse suavemente. “Você precisa de ajuda, de verdade, não de casamento, não de mim.
Você precisa resolver suas questões primeiro.” “Eu sei”, ele sussurrou. Mas meu pai, seu pai não deveria ter forçado isso. Eles ficaram parados ali, dois jovens sendo esmagados pelo peso de expectativas que nunca pediram para carregar. “Eu vou estar lá”, Lucas disse finalmente, “no altar. Vou tentar, Marina. Eu juro que vou tentar.” Mas enquanto ela ouvia ir embora, Marina percebeu algo terrível.
Ela não queria mais que ele tentasse. O dia do casamento amanheceu com um céu azul impossível sobre São Paulo. Marina acordou às 5 da manhã, o estômago revirado. Ao lado da cama, o vestido de noiva pendurado parecia um fantasma branco a observando. Rosa entrou no quarto carregando uma xícara de chá. “Minha filha”, ela disse suavemente, sentando-se na beira da cama. Se você quiser desistir, ainda dá tempo.
Marina olhou para a mãe, os olhos brilhando. Mãe, eu Rosa acariciou o rosto da filha. Eu sei. Você não precisa explicar. Eu só preciso que você saiba. Qualquer decisão que tomar, nós vamos estar do seu lado. As lágrimas finalmente caíram. Marina se agarrou à mãe como fazia quando era criança. Às 8 da manhã, a equipe de makeup cabelo chegou.
Marina foi transformada. cabelos presos em um coque elegante, com alguns fios soltos e moldurando o rosto, maquiagem natural que realçava seus olhos castanhos, um leve brilho nos lábios. Quando colocou o vestido, até mesmo ela teve que admitir. Estava linda. O vestido de renda branca abraçava suas curvas perfeitamente.
A calda longa arrastava pelo chão. Parecia uma princesa de conto de fadas, uma princesa a caminho de um pesadelo. O salão do buffet era deslumbrante. Flores brancas e douradas em todos os cantos, velas criando uma iluminação romântica, mesas decoradas com taças de cristal. A elite de São Paulo estava lá. Empresários, políticos, celebridades.
Todos queriam ver o casamento que salvaria o herdeiro problemático dos Mendes. Roberto chegou cedo, verificando cada detalhe. Usava um smoking impecável, mas sua expressão estava tensa. Quando seu pai chegou, ele o abordou imediatamente. “Ainda acho que isso é um erro”, Roberto disse baixo. “Sua opinião foi notada, filho”. Eduardo respondeu friamente.
Agora sorria e cumpra seu papel. Lucas chegou 20 minutos antes da cerimônia. Estava pálido, usando um smoking que claramente havia sido ajustado às pressas. Seus olhos verde água estavam vidrados e Roberto teve certeza. O irmão havia bebido. Você bebeu? Roberto o confrontou no vestiário. Só um copo ou dois para acalmar os nervos.
Lucas, você não pode fazer isso bêbado? Eu não posso fazer isso. Ponto. Lucas rebateu. Mas aqui estou eu, não estou? Marina chegou 30 minutos depois, em uma limusine branca. Quando ela desceu do carro, segurando o buquê de rosas brancas com mãos trêmulas, fotógrafos se aglomeraram. Flashes explodiam de todos os lados. Marina, olha aqui.
Como se sente ao casar com Lucas Mendes. É verdade que foi um acordo financeiro? João teve que praticamente empurrá-la para dentro do buffet, protegendo-a da multidão. Nos bastidores, Marina respirava fundo, tentando controlar o pânico. Sua dama de honra, Júlia, sua melhor amiga da faculdade, segurava sua mão.
“Você não precisa fazer isso.” Júlia sussurrou. “É loucura, Marina. Todo mundo sabe que é loucura. Eu sei, Marina, respondeu a voz quebrando. Mas eu já estou aqui. Todos já estão aqui. Eu não posso. Você pode Júlia insistiu. Você sempre pode escolher. Mas então a música começou. A marcha nupscial ecoou pelo salão.
Era tarde demais para voltar atrás. Marina entrou pelo corredor, seu braço entrelaçado no de João. Todas as cabeças se viraram. Ela via os rostos, mas não conseguia focar em nenhum. Era tudo um borrão de cores e murmúrios. Até que viu Lucas. Ele estava no altar, mas não parecia o noivo esperançoso dos filmes. Parecia um homem sendo levado à execução.
Seus olhos estavam fixos no chão e Marina podia ver suas mãos tremendo mesmo de longe. Seu coração afundou. Ele não quer isso. Ele realmente não quer. Quando João a entregou no altar, Lucas finalmente olhou para ela. E o que Marina viu naqueles olhos a partiu. Arrependimento, culpa, desculpa. O padre começou a cerimônia. Marina mal ouvia as palavras.
estava muito consciente de cada respiração, de cada segundo passando, do peso de centenas de olhos sobre ela. Se alguém tiver alguma razão pela qual este casal não deva se unir em matrimônio, que fale agora ou cálice para sempre. O silêncio era ensurdecedor. O padre continuou chegando finalmente à pergunta crucial. Lucas Mendes.
Você aceita Marina Santos como sua legítima esposa para amá-la e respeitá-la na alegria e na tristeza, na saúde e na doença, até que a morte o separe? Lucas fechou os olhos. Marina viu seu peito subir e descer rapidamente. Todo o salão prendeu a respiração. Ele abriu os olhos e olhou para ela. Realmente olhou para ela.
E Marina viu o exato momento em que ele decidiu. Eu Lucas começou sua voz rachando. Não. Marina pensou com uma clareza súbita e terrível. Ele vai dizer não. Eu casar com a filha do jardineiro? Lucas disse em voz alta. E cada palavra foi como um tiro. Por que meu pai acha que ela vai me transformar num santo? O salão inteiro ofegou.
Marina sentiu o chão desaparecer sob seus pés. Lucas continuou. Cada palavra como uma lâmina afiada. Me desculpem, mas eu não vou mais fazer parte dessa farsa. Ele olhou ao redor do salão, depois de volta para Marina. Havia lágrimas em seus olhos. Agora olha, Marina, você parece uma garota boa, eu juro. Mas eu não sou o príncipe de ninguém.
Eu sou o problema e não vou arrastar você para isso só porque meu pai quer. Ele deu um passo para trás. Eu não aceito. E então Lucas Mendes virou as costas para sua noiva e andou em direção à saída. Marina ficou congelada. Não conseguia se mexer, não conseguia respirar, não conseguia processar o que estava acontecendo.
O salão explodiu em murmúrios, depois em gritos. Celulares foram erguidos, gravando cada segundo da humilhação. Marina, o que você vai fazer? Lucas, volta aqui. Não acredito que ele fez isso. Marina ouviu um soluço e percebeu que era dela. O buquê escorregou de suas mãos entorpecidas, as rosas brancas se espalhando pelo chão como neve suja. Lágrimas começaram a escorrer, manchando a maquiagem cuidadosamente aplicada.
Eduardo Mendes se levantou, o rosto vermelho de raiva, mas foi Roberto quem se moveu primeiro. Ele estava sentado na primeira fileira, observando tudo com horror crescente. Quando viu Marina ali sozinha, quebrando diante de todos, algo dentro dele se partiu. Roberto se levantou e começou a andar em direção ao altar.
Não correu, caminhou com determinação, seus olhos fixos em Marina. Marina nem viu quando ele subiu os degraus. estava muito perdida em sua própria dor, muito consciente das risadas cruéis começando a ecoar, dos flashes das câmeras imortalizando sua maior humilhação. Então ela sentiu braços ao seu redor. Roberto a puxou contra seu peito em um abraço firme, protetor. Uma de suas mãos segurou as costas dela, a outra acariciou seus cabelos.
“Está tudo bem?”, ele sussurrou contra seu ouvido. “Eu estou aqui. Você não está sozinha.” E Marina desabou. Ela se agarrou à frente do smoking dele e chorou. Chorou toda a humilhação, toda a dor, todos os sonhos partidos. Chorou a menina que amava Lucas Mendes, a mulher que acabava de ser destroçada diante de centenas de pessoas.
Roberto assegurou durante tudo, murmurando palavras de conforto, protegendo-a do mundo cruel ao redor deles com seu próprio corpo. O salão ficou em silêncio novamente, mas era um silêncio diferente. Agora as pessoas observavam com algo próximo à reverência, o filho perfeito dos Mendes confortando a noiva abandonada. Finalmente, Roberto se afastou apenas o suficiente para olhar o rosto dela.
Com ternura infinita, ele limpou as lágrimas de suas bochechas com os polegares. “Vamos sair daqui”, ele disse suavemente. Marina apenas acenou incapaz de falar. Roberto a guiou pelo corredor lateral, longe das câmeras e dos olhares. Ninguém o seguiu. Era como se todos soubessem que este momento era sagrado.
Ele a levou para um jardim lateral do buffet, um pequeno oasis longe do caos. Ajudou-a a assentar em um banco, depois se ajoelhou na frente dela. Marina, olha para mim. Ela levantou os olhos inchados, vermelhos. O que ele fez foi imperdoável. Roberto disse, sua voz firme, mas gentil. Você não mereceu isso. Você não merece nada disso. Todo mundo viu. Marina choramingou. Todo mundo viu, Roberto.
Isso vai estar nas notícias, nas redes sociais. Todo mundo vai. Eu sei. Ele interrompeu. E é horrível. Mas você vai superar isso porque você é mais forte do que pensa. Mais forte do que qualquer Mendes. Isso eu garanto. Marina tentou sorrir através das lágrimas, mas falhou.
Roberto ficou com ela até ela parar de chorar. até sua respiração se acalmar, até as lágrimas secarem, e então a levou para casa, ignorando o caos que deixaram para trás. Naquela noite, Marina se trancou em seu quarto, mas diferente do que deveria ser, uma noite de núpcias, era uma noite de luto pelo futuro que nunca seria.
E em algum lugar em São Paulo, Lucas Mendes bebia sozinho, sabendo que acabara de cometer o pior erro de sua vida. Não por perder Marina, mas pela forma como a perdeu. E Roberto Mendes, em sua suí na mansão do Morumbi, olhava pela janela para a casa dos fundos onde Marina morava, um sentimento crescendo em seu peito que ele não ousava nomear, ainda não. Os três dias seguintes foram um inferno midiático.
O vídeo do casamento cancelado viralizou globalmente. Milhões de visualizações, milhares de comentários. Marina se tornou um meme, uma piada. Entretenimento para as massas entediadas. Quando você acha que achou o Love, mas era só lixo. Ela realmente achou que ia entrar para High Society assim? Delícia. Filha do jardineiro tentando ser Cinderela. Não deu certo.
Marina não saía da cama, não comia. Mal bebia água. Rosa estava desesperada. João furioso. Eles queriam processar os Mendes. Queriam vingança, mas Marina só queria desaparecer. No quarto dia, uma batida suave na porta. Marina querida. Rosa chamou. Tem alguém aqui para te ver? Não quero ver ninguém. É o Roberto.
Marina se sentou na cama limpando o rosto rapidamente. Olhou-se no espelho e fez uma careta. Olhos inchados, cabelo bagunçado, uma camiseta velha, mas não tinha energia para se arrumar. Roberto estava na sala segurando um buquê de margarida simples. Quando viu Marina, seus olhos se encheram de preocupação. “Você está bem?”, Pergunta estúpida. Ele sabia não.
Marina respondeu honestamente. Mas obrigada por perguntar. Roberto estendeu as flores. Eu pensei: “Rosas pareciam muito clichê e você não merece clichês.” Marina pegou as margaridas, um sorriso pequeno e triste tocando seus lábios. São lindas. Marina. Eu vim te pedir desculpas. Roberto disse, sentando-se no sofá. Em nome da minha família.
O que meu irmão fez foi: “Não há palavras, não é sua culpa. Meu pai forçou isso. Eu tentei impedir, mas não consegui. E agora você está pagando o preço.” Marina sentou-se na cadeira em frente a ele. “Você sabe o que é pior?”, ela disse, a voz quebrando. Não é nem a humilhação, é saber que ele tinha razão. Eu estava vivendo uma fantasia. Eu criei um Lucas Mendes na minha cabeça que nunca existiu.
Isso não torna o que ele fez certo. Não, mas torna verdade. Ficaram em silêncio. Finalmente, Roberto falou: “O que você vai fazer agora?” “Não sei, Marina admitiu. Voltar pra faculdade eventualmente, imagino. Mas todo mundo vai olhar para mim e ver aquela garota para sempre.” Então mude a narrativa, Roberto disse, inclinando-se para a frente. Não deixe isso te definir.
Você é Marina Santos, estudante de fisioterapia, filha, amiga. Você é muito mais do que um momento ruim. Marina olhou para ele com olhos novos. Como ela nunca havia notado como Roberto era diferente, como seus olhos eram bondosos, como ele realmente ouvia quando ela falava. “Por que você está sendo tão gentil comigo?”, ela perguntou. Roberto hesitou como se estivesse pesando suas palavras cuidadosamente.
Porque alguém precisa ser e por você merece gentileza, Marina. Depois que ele foi embora, Marina percebeu que pela primeira vez em dias ela sentiu algo além de dor. Sentiu esperança, pequena, frágil, mas presente. Na mansão dos Mendes, o clima era apocalíptico. Eduardo estava furioso. Lucas havia desaparecido novamente.
Roberto estava em seu escritório quando o pai entrou sem bater. “Você foi vê-la?”, Eduardo perguntou. “Fui.” “Por quê?” Roberto olhou para o pai com expressão firme. Porque alguém da nossa família precisa ter decência, já que Lucas claramente não tem e você usou ela como peça de xadrez. Cuidado, Roberto. Não, pai. Você que precisa tomar cuidado. Roberto se levantou.
Essa obsessão em controlar tudo, em usar pessoas como objetos, está destruindo esta família. Lucas é um desastre porque nunca aprendeu a lidar com consequências. E agora Marina pagou o preço da sua arrogância. Eduardo ficou em silêncio, o rosto vermelho. Finalmente ele falou: “Você está certo.” Roberto piscou, surpreso. “O quê? Você está certo?” Eduardo repetiu mais baixo. Eu fui longe demais.
Eu pensei Pensei que se Lucas tivesse algo para perder, alguém para perder, ele finalmente amadureceria. Mas eu estava errado. Era a primeira vez que Roberto ouvia o pai admitir um erro. Ele se sentou lentamente. O que você vai fazer? Compensá-la, Eduardo disse financeiramente, garantir que ela possa terminar a faculdade sem preocupações, ajudá-la a abrir sua clínica quando for a hora. Dinheiro não vai apagar o que aconteceu, não.
Mas é o que posso oferecer. Depois que o pai saiu, Roberto ficou sozinho com seus pensamentos. Pensamentos que cada vez mais giravam ao redor de olhos castanhos e um sorriso que ele queria ver de volta. Lucas reapareceu uma semana depois, magro e visivelmente abalado. Ele foi direto à casa de Marina, mas João não o deixou entrar. Você já fez mal suficiente.
O jardineiro disse com firmeza. Eu só quero pedir desculpas. Suas desculpas não são bem-vindas aqui. Marina, ouvindo da janela do quarto, sentiu nada, nem raiva, nem tristeza, só vazio. Lucas Mendes não significava mais nada para ela. Roberto, no entanto, começou a aparecer regularmente. No começo, eram visitas curtas. Ele trazia livros sabendo que ela gostava de ler.
Depois trazia materiais de estudo. Ofereceu pagar sua faculdade, mas Marina recusou com orgulho. Eu não quero caridade. Ela disse firme. Não é caridade. Ele rebateu. É justiça. Minha família te prejudicou. Deixa eu tentar compensar. A única forma de compensar é me deixar manter minha dignidade. E isso inclui pagar minhas próprias contas.
Roberto olhou para ela com admiração crescente. Você é incrivelmente teimosa, sabia? É uma das minhas melhores qualidades. Marina respondeu com o primeiro sorriso genuíno em dias. Foi assim que começou. Visitas que viraram conversas longas, conversas que viraram passeios. Roberto a levou ao Parque Ibirapuera num sábado e eles andaram por horas conversando sobre tudo e nada.
Você nunca me contou porque virou fisioterapeuta”, Roberto disse enquanto comiam sorvete sentados na grama. Marina pensou por um momento. Quando eu tinha 12 anos, meu avô teve um AVC. Ele ficou parcialmente paralisado. Eu vi a minha avó ajudando ele com os exercícios todos os dias, com tanta paciência, tanto amor.
E eu pensei: “Eu quero fazer isso. Eu quero ajudar pessoas a se recuperarem, a voltarem a viver suas vidas.” Roberto olhava para ela com tal intensidade que Marina corou. Isso é lindo, Marina. E você? Ela perguntou, mudando o assunto. Por que assumiu a empresa? Você sempre quis isso? Roberto riu sem humor. Não, eu queria ser arquiteto, mas meu pai precisava de alguém confiável na empresa. E Lucas sempre foi.
Lucas, então coube a mim. Você não resolveu isso. Ressentir o quê? Fazer o que precisa ser feito é o que homens responsáveis fazem. Mas você não precisa ser responsável por tudo, Roberto. Não precisa carregar o mundo nos ombros. Ele olhou para ela, algo mudando em sua expressão. Sabe, ninguém nunca me disse isso antes. Marina sorriu. Então está na hora de alguém dizer.
Eles passaram o resto da tarde ali conversando e quando Roberto a deixou em casa à noite, ele percebeu algo aterrorizante. Estava se apaixonando por ela. Marina estava começando a perceber o mesmo e isso a assustava mais do que qualquer coisa. Duas semanas após o casamento cancelado, Lucas Mendes atingiu seu fundo do poço.
Expulso de casa, sem dinheiro, sem apoio. Ele se afogava em álcool e autopiedade. Numa quinta-feira chuvosa, completamente bêbado, ele pegou seu carro esportivo e dirigiu pela Marginal Pinheiros a mais de 160 km/h. O acidente foi devastador. O carro capotou três vezes antes de parar, completamente destruído. Os paramédicos disseram depois que foi milagre ele ter sobrevivido. Roberto recebeu a ligação às 3 da manhã. Senr.
Mendes, é do hospital Sírio libanês. Seu irmão Lucas sofreu um acidente grave. Precisa vir imediatamente. O mundo parou. Roberto acordou o pai e eles correram para o hospital. Eduardo estava devastado, tremendo, anos parecendo cair sobre ele. De repente. Lucas estava na UTI. Fraturas múltiplas, traumatismo craniano, hemorragia interna. Os médicos não sabiam se ele sobreviveria à noite.
Roberto ficou no corredor, a cabeça entre as mãos. Seu irmão, irritante, irresponsável, problemático. Ele podia morrer e a última conversa deles havia sido uma discussão. Seu telefone tocou. Marina, Marina. Vi nas notícias sobre o Lucas. Vocês estão bem? Roberto olhou para a mensagem emocionado.
Depois de tudo, ela ainda se importava o suficiente para perguntar: “Roberto, estamos no sírio libanês, é grave, Marina, vou para aí, Roberto. Marina, você não precisa, Marina, eu sei, mas vou mesmo assim.” Ela chegou 40 minutos depois, os cabelos molhados pela chuva, usando moletom e jeans.
Quando viu Roberto no corredor, a exaustão e o medo estampados em seu rosto, foi direto até ele. “Hei”, ela disse suavemente. Roberto olhou para ela e, sem pensar, a puxou para um abraço. Marina o abraçou de volta, sentindo seu corpo tremendo. “Eu não sei o que fazer”, ele sussurrou. “Ele pode morrer, Marina. E eu passei tanto tempo irritado com ele que eu nem Marina o segurou mais firme.
Ele vai ficar bem. Ele tem que ficar bem. Eles ficaram assim por um longo momento, até que uma enfermeira passou e discretamente desviou o olhar, dando-lhes privacidade. Lucas sobreviveu à noite e a seguinte. Lentamente seu corpo começou a se recuperar. Quando finalmente acordou, cinco dias depois encontrou o pai dormindo numa cadeira desconfortável ao lado da cama e Roberto parado na janela.
“Eu morri”, Lucas, murmurou, a voz rouca. Roberto virou-se rapidamente. “Não, mas esteve perto.” Lucas fechou os olhos, processando. “Eu dirigi bêbado, não foi?” “Foi. Eu sou um idiota. Sim.” Roberto concordou, mas não havia raiva em sua voz. Mas você é meu idiota e eu prefiro ter um irmão idiota vivo do que morto. Lágrimas escorreram pelo rosto de Lucas.
Eu estraguei tudo, Roberto. Tudo. Minha vida, a vida da Marina. Eu sei como eu conserto isso. Roberto se aproximou da cama. Você começa se consertando primeiro. O resto vem depois. Nos dias seguintes, Roberto passou a maior parte do tempo no hospital, supervisionando a recuperação do irmão, mas sempre que podia mandava mensagens para Marina, atualizando-a.
Marina respondia sempre, às vezes com palavras de encorajamento, às vezes apenas com emojis, mas a presença constante dela, mesmo virtual, era um conforto que Roberto não sabia que precisava. Até que ela apareceu no hospital novamente, dessa vez trazendo um livro. Pensei que você pudesse estar entediado, ela disse, entregando um romance policial que ele mencionou gostar. Roberto olhou do livro para ela, algo se mexendo no peito.
Marina, você não precisa. Eu sei que não preciso. Ela interrompeu com um sorriso pequeno. Mas eu quero. Você tem estado aqui por dias. Alguém precisa cuidar de você também. Foi naquele momento, olhando para ela sob as luzes fluorescentes horríveis do hospital, que Roberto soube com certeza absoluta.
Estava completamente irrevogavelmente apaixonado por Marina Santos e não tinha a menor ideia do que fazer sobre isso. Lucas recebeu alta depois de três semanas. voltou para a mansão não mais como o herdeiro arrogante, mas como alguém quebrado tentando se reerguer. Eduardo, abalado pelo quase morte do filho, suavizou sua postura, ofereceu apoio desde que Lucas aceitasse tratamento psicológico e de dependência química. Lucas aceitou.
Pela primeira vez na vida, aceitou ajuda de verdade. Roberto observava a transformação com ceticismo cauteloso. Era fácil mudar quando as consequências eram tão drásticas. O difícil era manter a mudança. Mas Marina, Marina era diferente. Ela havia se tornado presença constante na vida de Roberto, não na mansão.
Ela recusava terminantemente voltar lá, mas encontravam-se em cafés, no parque, na livraria favorita dela. Conversavam por horas sobre tudo e nada. Roberto descobriu que Marina era engraçada, do tipo que ria da própria piada antes de contá-la, que ela mordia o lábio quando estava concentrada, que seu prato favorito era bobó de camarão, não as refeições sofisticadas que ele estava acostumado, que ela sonhava em abrir uma clínica de fisioterapia especializada em idosos. E Marina descobriu que Roberto não era apenas o executivo sério. Ele fazia piadas secas
que a pegavam desprevenida. Amava arquitetura e podia passar horas falando sobre linhas e formas que carregava o peso de expectativas enormes, mas nunca reclamava. Você sabe que não precisa ser perfeito o tempo todo, certo? Marina disse num sábado, enquanto caminhavam pela Avenida Paulista. Roberto olhou para ela surpreso.
O que você quer dizer? Você está sempre tão controlado como se um deslize fosse o fim do mundo. Mas você é humano, Roberto. É OK errar às vezes. Ele parou de andar, virando-se para ela. Você não entende. Eu sou o filho em que meu pai confia. Se eu falhar, se eu for menos que perfeito, tudo desmorona. Marina segurou a mão dele, um toque gentil que enviou eletricidade por ambos.
Nada vai desmoronar. E mesmo que desmorone, você reconstrói. É assim que a vida funciona. Roberto olhou para a mão dela na sua, pequena e delicada, mas forte. Quando levantou os olhos para o rosto dela, Marina estava corada, como se acabasse de perceber o que havia feito. Ela foi retirar a mão, mas Roberto a segurou firme.
“Obrigado”, ele disse suavemente por ver além da fachada. Marina sorriu aquele sorriso que fazia o coração dele acelerar sempre. Mas nem tudo eram momentos doces. Uma noite, Roberto chegou em casa e encontrou Lucas esperando na biblioteca. “Precisamos conversar”, Lucas disse. Roberto se serviu de whisky antes de se sentar. Sobre sobre você e a Marina. Roberto ficou tenso.
Não há nada entre mim e Marina. Lucas deu uma risada sem humor. Você realmente acha que eu não noto a forma como você olha para ela? Como menciona ela em cada conversa, como fica diferente quando está com ela. Lucas, não. Lucas se inclinou para a frente. Eu preciso dizer isso. Eu fui um idiota com ela. O pior tipo de idiota.
Eu a humilhei, a machuquei de formas que eu nem sei se posso consertar. Mas você, ele hesitou. Você a olha como ela merece ser olhada, como algo precioso. Roberto não disse nada, apenas tomou um gole do whisky. Então vou te dizer uma coisa. Lucas continuou. Se você gosta dela, e eu sei que gosta, vai atrás.
Não desperdiça isso por causa de algum código de irmãos estúpido ou por lealdade mal colocada a mim. Eu não mereço essa lealdade, mas ela merece ser feliz. Ela acabou de passar pela maior humilhação da vida dela. Roberto disse finalmente, por causa da nossa família. Você acha que ela vai querer se envolver com outro Mendes? Só se ele for homem suficiente para arriscar descobrir. Lucas rebateu.
Depois que Lucas saiu, Roberto ficou sozinho na biblioteca, a cabeça girando. Ele queria Marina, Deus como ele queria, mas era certo, era justo. Marina, enquanto isso, estava tendo uma crise própria. Júlia havia ido visitá-la e percebeu imediatamente que algo estava diferente. “Você está diferente”, Júlia disse, sentando-se na cama de Marina. “Não estou. Está sim.
Você está brilhando. Marina corou. Não seja ridícula. É o Roberto, não é? Júlia sorriu. Você está gostando dele. Eu não. Marina Santos, você é a minha melhor amiga desde que nos conhecemos no primeiro dia de faculdade. Eu conheço sua cara de apaixonada e você está com ela. Marina suspirou, desistindo de negar. Eu não queria, Ju.
Eu juro que não queria. Mas ele é tão diferente. Ele é gentil e engraçado e me ouve de verdade. E quando estou com ele, eu esqueço todo o resto. Esqueço a humilhação, esqueço os memes, esqueço tudo. Então, qual o problema? O problema? Marina riu sem humor. Júlia, ele é irmão do Lucas. Ele é um Mendes.
Como eu posso confiar de novo? Como eu posso me abrir de novo para uma família que me destruiu? Roberto não é Lucas. Júlia disse suavemente. E você sabe disso. Eu sei. Mas e se eu estiver me iludindo de novo? E se eu estiver criando outro príncipe que não existe? Júlia pegou as mãos da amiga. Ou e se dessa vez for real? Marina não tinha resposta para isso. O impasse continuou por mais duas semanas.
Roberto e Marina continuaram se encontrando, mas ambos evitavam o elefante na sala. O sentimento crescente entre eles que nenhum ousava nomear. Até que numa sexta-feira chuvosa, tudo mudou. Roberto havia levado Marina para conhecer uma exposição de arquitetura no MASP. Eles andaram pelas salas, Roberto explicando com entusiasmo cada projeto.
Marina ouvindo fascinada, não tanto pelos edifícios, mas pela paixão em sua voz. “Você deveria ter seguido isso”, ela disse enquanto observavam a maquete de um arranha. “O quê? Arquitetura? Você claramente ama isso. Roberto sorriu tristemente. Algumas coisas não são para ser, Marina, ou você só não deixou que fossem. Ele olhou para ela, realmente olhou e sentiu algo se quebrar dentro dele.
Todas as barreiras que construiu, todas as razões pelas quais era uma má ideia, desmoronaram. Marina, ele começou. A voz rouca, ela o olhou e havia algo em seus olhos. Expectativa, medo, esperança? Sim. Roberto abriu a boca para falar, para finalmente dizer o que estava sufocando ele por semanas quando seu telefone tocou. Era Eduardo. Emergência na empresa, crise com investidores. Ele precisava ir imediatamente. Eu preciso.
Eu sei Marina disse, escondendo a decepção. Vai, está tudo bem. Mas não estava. E ambos sabiam disso. A crise na empresa consumiu Roberto pelos próximos dias. Um escândalo financeiro envolvendo um ex-executivo ameaçava derrubar as ações. Roberto trabalhou 18 horas por dia, gerenciando a situação, conversando com investidores, controlando danos.
Marina entendia, claro que entendia, mas a distância doía de uma forma que ela não esperava. Eles trocavam mensagens quando Roberto conseguia um momento livre, mas não era o mesmo. Marina sentia a falta dele como uma dor física. Eu estou perdida. Ela escreveu no diário que mantinha desde adolescente.
Como foi que cheguei aqui? Como foi que passei de amar Lucas à distância para isto? Seja lá o que isto for com Roberto, foi João, surpreendentemente quem a fez confrontar seus sentimentos. Eles estavam no jardim numa tarde de domingo, Marina ajudando o pai a podar as rosezeiras quando ele falou: “Você gosta dele, não gosta?” “De quem?” Marina tentou se fazer de desentendida.
“Do Roberto? Não sou cego, filha. Marina parou de podar, olhando para o pai. Pai, eu está tudo bem, João disse suavemente. Ele é um bom homem, diferente do irmão. Mas é isso, pai. Ele é irmão do Lucas e eu sou a idiota que quase se casou com Lucas. Como isso poderia dar certo? João largou a tesoura de poda e segurou os ombros da filha. Marina, você não é idiota.
Você é humana. Você sentiu algo por alguém que não valia a pena. acontece, mas isso não significa que você não merece uma segunda chance de ser feliz. E se eu me machucar de novo? Então você se levanta de novo? João respondeu com simplicidade: “É assim que vivemos. Caímos, levantamos, seguimos em frente. E se Roberto é a pessoa que faz você querer seguir em frente, então segue, filha.
A vida é curta demais para viver com medo.” As lágrimas escorreram pelo rosto de Marina. Ela abraçou o pai forte, como não fazia desde criança. Obrigada, pai. Só não me esquece quando você for uma fisioterapeuta rica, casada com um Mendes. João brincou. Marina riu através das lágrimas. Pai, a crise na empresa foi finalmente resolvida depois de 10 dias.
Roberto mandou mensagem para Marina às 11 da noite. Roberto, finalmente terminamos. Posso te ver amanhã, Marina? Claro. Quando, Roberto? Almoço, conheço um lugar, Marina. Mal posso esperar, mas esperança e medo são irmãos. Aquela noite, Marina mal dormiu, alternando entre empolgação e pânico. Roberto estava igualmente nervoso. Ele sabia que precisava finalmente ser honesto sobre seus sentimentos.
Mas e se isso assustasse Marina? E se ela não sentisse o mesmo? Eles se encontraram num restaurante italiano discreto na Vila Madalena. Marina usava um vestido amarelo leve que fazia seus olhos brilharem. Roberto, mesmo depois de todo aquele estresse, estava impecável no blazer azul marinho. “Você está linda”, ele disse quando ela se aproximou. “Você também?” Marina respondeu, então corou. Quero dizer, você está bem, bonito.
Você? Ah, deixa para lá. Roberto sorriu, achando a confusão dela adorável. O almoço foi perfeito. Eles conversaram, riram, compartilharam um tiramizu. Era fácil estar juntos, Marina percebeu. Mais fácil do que qualquer coisa que ela já havia experimentado. Depois, Roberto sugeriu uma caminhada pelo bairro. As ruas da Vila Madalena eram vibrantes, cheias de arte de rua e pequenos cafés.
Eles andaram lado a lado, não se tocando, mas conscientes de cada centímetro de espaço entre eles. Marina, Roberto finalmente disse, parando em frente a um mural colorido. Eu preciso te dizer uma coisa. O coração dela acelerou. OK. Ele se virou para encará-la completamente. Respirou fundo. Eu começou. Então, parou, passando a mão pelo cabelo.
Isso é mais difícil do que eu pensava. Roberto, só fala. Marina encorajou. Embora seu próprio coração estivesse disparado. Eu estou apaixonado por você. Ele soltou de uma vez. Eu sei que o timing é péssimo. Eu sei que você acabou de passar por algo horrível. Eu sei que sou irmão do idiota que te machucou, mas eu não consigo mais guardar isso. Eu te amo, Marina.
Eu me apaixonei pela sua força, pela sua bondade, pela forma como você vê o mundo. E eu preciso que você saiba, mesmo que você não sinta o mesmo. O silêncio que se seguiu foi eterno e instantâneo ao mesmo tempo. Marina olhava para ele, olhos arregalados, lábios entreabertos. “Você você me ama?” Ela finalmente sussurrou.
Sim”, Roberto, respondeu, sua voz firme, apesar do medo estampado em seu rosto. “Eu te amo.” Marina sentiu lágrimas enchendo seus olhos. “Roberto, eu Você não precisa responder agora.” Ele se apressou em dizer. “Eu só precisava que você soubesse. Eu precisava ser honesto porque fingir que não sinto isso estava me matando.
Você não me deixou terminar”, Marina disse, dando um passo à frente. Ele congelou. Eu também estou apaixonada por você. Ela confessou, as lágrimas finalmente caindo. Eu tentei não estar. Eu juro que tentei. Depois de tudo que aconteceu, eu não queria me apaixonar de novo, especialmente não por outro Mendes. Mas você, você é impossível de não amar, Roberto. O rosto dele se iluminou de uma forma que Marina nunca havia visto. Você está? Estou.
Marina riu e chorou ao mesmo tempo. Eu amo sua bondade. Amo como você se importa com as pessoas, mesmo quando ninguém está olhando. Amo como você ri das minhas piadas ruins. Amo terminou a frase porque Roberto a puxou para um beijo. Foi doce e desesperado ao mesmo tempo. Anos de solidão, semanas de tensão, tudo se derretendo naquele momento. Marina se agarrou a ele.
Roberto assegurou como se ela fosse desaparecer se ele a soltasse. Quando finalmente se separaram, ambos estavam sem fôlego, sorrindo como adolescentes. “Era você”, Roberto, sussurrou, encostando a testa na dela. “O tempo todo era você. E ali, na rua colorida da Vila Madalena, com pessoas passando e a cidade pulsando ao redor, dois corações finalmente encontraram seu lar um no outro.
Mas como toda a história de amor, a deles ainda tinha obstáculos a superar. decidiram manter o relacionamento em segredo no início, não por vergonha, mas por proteção. Marina ainda era material de tabloides e Roberto não queria expô-la a mais escrutínio, mas segredos raramente ficam escondidos. Foi Rosa quem descobriu primeiro.
Ela entrou no quarto de Marina sem bater, e a encontrou ao telefone, sussurrando e rindo de uma forma que mães reconhecem imediatamente. Quando Marina desligou, Rosa cruzou os braços. Quem é mãe? Marina Santos. Eu te criei. Eu sei quando você está apaixonada. Marina suspirou sentando-se na cama. É o Roberto. Rosa ficou em silêncio por um momento, processando. Depois, para a surpresa de Marina, sorriu.
Ele é um bom homem, sempre foi. Você não está brava depois de tudo? Brava. Rosa sentou-se ao lado da filha. Querida, eu vi como ele te tratou no dia do casamento. Vi como ele apareceu aqui nos seus piores momentos. Se ele te faz feliz, então eu sou feliz. Mas o que as pessoas vão dizer? Que se danem as pessoas. Rosa disse com firmeza em comum.
Você viveu para agradar expectativas alheias uma vez. Não faça isso de novo. Na mansão, Lucas também descobriu. Ou melhor, Roberto contou. Eu estou namorando a Marina, Roberto disse sem rodeios durante o jantar. Eduardo parou com o garfo no ar. Lucas olhou para o irmão mais velho com surpresa, que rapidamente se transformou em um sorriso genuíno. Era sobre tempo. Lucas disse.
Você não está chateado? Roberto perguntou. Chateado, mano. Eu fui o pior fdp do mundo com ela. Você sendo bom com ela é a melhor coisa que poderia acontecer. Lucas ficou sério. Você vai cuidar bem dela sempre. Então você tem minha bênção, não que você precise. Eduardo finalmente falou: “Você tem certeza, Roberto? Depois de tudo que aconteceu? Mais certeza do que já tive de qualquer coisa na vida.” Roberto respondeu, olhando o pai nos olhos.
Eduardo estudou o filho por um longo momento, depois acenou. Então ela é bem-vinda nesta família, mas desta vez do jeito certo. O problema foi quando a mídia descobriu. Um paparat os fotografou saindo de um cinema. A foto foi parar em todos os portais de fofoca no dia seguinte. Revira volta. Marina Santos, a noiva abandonada, agora namora o irmão do ex.
Lucas Mendes, trocado por Roberto. Veja as fotos. Será que Marina sempre quis era entrar na família Mendes? Os comentários eram cruéis. Essa menina não tem vergonha. Passou de um irmão pro outro. Gold Digger Level 1. Os mendes devem ter alguma coisa muito boa para ela insistir assim. Marina entrou em pânico.
Ela estava na faculdade quando as fotos vazaram e imediatamente os olhares se voltaram para ela. Coxichos, risadas, julgamentos. Ela ligou para Roberto, a voz trêmula. Eles estão dizendo coisas horríveis, dizendo que eu só quero dinheiro, que eu pulei de você para o Lucas. Roberto, eu não sei se consigo fazer isso. Marina, me encontra em casa, por favor. Vamos conversar.
Uma hora depois, ela estava na casa dos fundos, andando de um lado para o outro, enquanto Roberto tentava acalmá-la. Eles vão me destruir de novo. Marina chorava. Toda vez que eu tento seguir em frente, alguma coisa me puxa de volta para aquele dia horrível. Roberto assegurou pelos ombros. Então, a gente muda a narrativa.
Como a gente enfrenta de frente juntos? Ele pegou o rosto dela entre as mãos. Marina, eu te amo. Eu não me importo com o que tabloides dizem. Não me importo com opinião de estranhos, só me importo com você. E se você quiser continuar isso, vamos continuar. Mas tem que ser porque você quer, não porque está com medo.
Marina olhou para ele vendo a determinação e o amor em seus olhos. Eu quero ela sussurrou. Eu quero você, mas eu tenho tanto medo. Eu sei, eu também tenho, mas vamos enfrentar juntos. Eles decidiram dar uma entrevista, controlar a narrativa antes que ela os controlasse. Marina ficou aterrorizada quando Roberto sugeriu, mas ele foi firme. Vamos contar nossa história.
A verdadeira, não a versão distorcida que eles criaram. A entrevista foi agendada para uma semana depois com uma jornalista respeitada, conhecida por sua empatia. Nos dias que antecederam, Marina mal conseguia funcionar. E se ela dissesse algo errado? E se piorasse tudo, foi Roberto quem a manteve firme. Ele a ajudou a preparar, a praticar possíveis perguntas, mas sempre lembrando. Apenas seja você mesma. Conta a verdade.
É só isso que você precisa fazer. No dia da entrevista, Marina usou um vestido azul simples, mas elegante. Roberto estava ao seu lado, segurando sua mão. A jornalista Patrícia Alves foi gentil desde o início. Marina Roberto, obrigada por estarem aqui. Eu sei que não é fácil. Obrigada por nos receber, Marina, respondeu a voz tremendo levemente.
Vamos direto ao ponto. Patrícia disse. Marina, você foi humilhada publicamente por Lucas Mendes e agora está namorando o irmão dele. As pessoas estão dizendo que você é interesseira. O que você tem a dizer sobre isso? Marina respirou fundo. Roberto apertou sua mão encorajadoramente. Eu entendo porque as pessoas pensam isso, Marina começou.
De fora parece estranho, até calculista, mas a verdade é, eu não planejei me apaixonar por Roberto. Aconteceu. Ela olhou para ele depois de volta para Patrícia. No dia do meu casamento cancelado, quando eu estava ali destruída, foi Roberto quem me amparou. Ele não precisava fazer isso. Ele podia ter ficado sentado como todo mundo, apenas assistindo.
Mas ele não ficou. Ele veio até mim e me abraçou. E nos dias seguintes, quando eu não queria sair da cama, quando eu sentia que minha vida tinha acabado, ele apareceu, não com dinheiro, não com promessas vazias, mas com presença, com gentileza genuína. Lágrimas começaram a escorrer pelo rosto dela, mas ela continuou.
Eu não queria me apaixonar de novo, especialmente não por outro Mendes, mas Roberto não é Lucas, ele nunca foi. Ele é gentil e respeitoso e me trata como se eu importasse, como se eu fosse mais do que apenas a menina do escândalo. E sim, eu o amo. Não pelo sobrenome dele, não pelo dinheiro da família, mas por quem ele é. Roberto então falou: “Eu também não planejei isso.
Marina era a garota que meu irmão ia se casar. Eu deveria manter distância. Mas depois daquele dia, depois de vê-la tão forte, apesar de tudo, eu não consegui. Eu me apaixonei pela força dela, pela forma como ela continuou, apesar de tudo. E se as pessoas julgam, que julguem. Eu sei a verdade. E a verdade é que Marina é a melhor coisa que aconteceu na minha vida.
A entrevista continuou por mais 40 minutos. Eles falaram sobre como se conheceram de verdade, sobre suas primeiras conversas, sobre como o amor cresceu naturalmente. Quando a entrevista foi ao ar, a reação foi mista. Havia ainda os haters, claro, mas também havia apoio. Muitas pessoas viram a sinceridade, a genuinidade da conexão entre eles. Mais importante, Marina e Roberto viram. E isso era suficiente.
Três meses depois da entrevista, as coisas começaram a se normalizar. Marina voltou à rotina na faculdade. Os olhares ainda existiam, mas ela aprendeu a ignorá-los. Roberto continuava trabalhando na empresa, mas começou a reservar fins de semana exclusivamente para Marina. Lucas, enquanto isso, estava numa jornada própria de recuperação.
Ele começou terapia intensiva, parou de beber, começou a trabalhar honestamente na empresa em um cargo que ganhou por mérito, não por nome. Num sábado, Lucas pediu para ver Marina. Roberto estava relutante, mas Marina aceitou. “Eu preciso de encerramento”, ela explicou. E talvez ele também. Eles se encontraram num café neutro. Lucas chegou pontual, visivelmente nervoso.
Estava diferente, mais magro, mais sóbrio, mais humilde, Marina. Ele começou mal se sentando. Obrigado por vir, Lucas. Silêncio desconfortável. Eu não vou tomar muito do seu tempo, Lucas disse. Eu só eu preciso dizer que sinto muito, de verdade, não apenas pelas palavras que eu disse no altar, mas por tudo, por te usar como solução dos meus problemas, por não ver o valor que você sempre teve, por ser tão egoísta e cruel, Marina o estudou. havia sinceridade em seus olhos que ela nunca vira antes.
“Eu aceito suas desculpas”, ela disse finalmente. “Mas você precisa entender uma coisa, Lucas. O que você fez mudou minha vida. Por um tempo me destruiu. Eu questione meu próprio valor por semanas. Eu sei. E eu vou carregar isso pelo resto da minha vida.” Bem, Marina continuou. Porque eu precisei reconstruir quem eu era. Precisei aprender que meu valor não vem de ser amada por você ou qualquer homem.
Vem de mim mesma. Lucas acenou, engolindo em seco. Você está bem agora com Roberto? Marina sorriu a primeira vez que sorriu na presença de Lucas sem dor. Estou mais feliz do que jamais pensei ser possível. Ele é sortudo. Lucas disse. E eu fui idiota. Sim, você foi. Marina concordou sem rancor. Mas parece que você está tentando mudar. Estou todos os dias.
Ainda é difícil, mas estou tentando ser alguém que valha a pena. Quando Marina contou a Roberto sobre o encontro, ele a abraçou forte. Como você se sente? Livre? Ela respondeu. Eu acho que finalmente estou livre dele, sabe? Não há mais raiva, não há mais dor, só aceitação e gratidão.
Gratidão? Marina olhou nos olhos dele, porque se ele não tivesse me abandonado naquele altar, eu nunca teria descoberto você. Roberto a beijou com toda a ternura do mundo. As estações mudaram. O inverno de São Paulo chegou com suas manhãs frias e tardes ensolaradas. Marina estava prestes a se formar, sua ansiedade sobre o futuro crescendo.
“E se eu não conseguir um emprego bom?” Ela confessou a Roberto numa noite enquanto jantavam em seu apartamento. “Você vai conseguir. Você é a estudante mais dedicada que conheço.” “Mas e se não for suficiente?” Roberto largou o garfo e pegou as mãos dela. “Marina, você poderia falhar em toda a entrevista, o que não vai acontecer e ainda assim você seria incrível. Seu valor não está ligado a seu sucesso profissional.
Fácil para você dizer, você nasceu num império empresarial. Verdade. Roberto admitiu. Mas você sabe o que eu não tinha? Escolha. Liberdade, paixão pelo que faço. Você tem tudo isso. Você escolheu fisioterapia porque ama e isso vale mais que qualquer império. Marina sorriu apertando as mãos dele. Como você sempre sabe o que dizer, prática.
Vivo com você nos pensamentos 247. Ela riu. O tipo de riso leve e genuíno que Roberto vivia para ouvir. A formatura de Marina foi um evento emocionante. Rosa e João estavam na primeira fileira, orgulhosos. Roberto estava sentado ao lado deles gravando cada momento. Quando chamaram Marina Santos, ela subiu ao palco para receber seu diploma.
O salão aplaudiu, mas para Marina só existia a fileira da frente, as pessoas que realmente importavam. Depois da cerimônia, Roberto a surpreendeu com um buquê enorme de margaridas. Parabéns, doutora Santos. Ele brincou. Ainda não sou doutora. Marina riu. Detalhes técnicos. Eles foram celebrar num restaurante com Rosa, João e, surpreendentemente Eduardo.
O patriarca havia suavizado nos últimos meses, especialmente em relação à Marina. Parabéns, menina, Eduardo disse, levantando sua taça. Você é um exemplo de determinação. Obrigada, senr. Mendes. Eduardo, por favor. Foi uma noite perfeita. Marina olhou ao redor da mesa, seus pais, o homem que amava, até mesmo seu futuro sogro, e sentiu gratidão profunda. Mas a vida tem uma forma de jogar bolas curvas quando menos esperamos.
Duas semanas depois, Marina recebeu uma oferta de emprego, uma clínica de reabilitação prestigiada queria contratá-la. Era a oportunidade dos sonhos. O problema? A clínica era no Rio de Janeiro. Marina ficou olhando para o e-mail por horas. Uma oportunidade incrível, salário excelente, chance de aprender com os melhores, experiência que impulsionaria sua carreira, mas significava deixar São Paulo, deixar sua família, deixar Roberto.
Ela não disse nada por dois dias processando internamente, mas Roberto a conhecia bem demais. Aconteceu alguma coisa? Ele perguntou durante um jantar. Marina respirou fundo. Não havia sentido em esconder. Eu recebi uma oferta de emprego no Rio. Roberto ficou muito quieto. Isso é incrível, Marina. Parabéns, Roberto. Não, de verdade. Mas sua voz estava tensa.
É uma grande oportunidade. É, mas eu não sei se vou aceitar. Por que não? Você sabe por quê? ela disse suavemente. Roberto se levantou, andando até a janela do apartamento. Você não pode recusar uma oportunidade por causa de mim, Marina. Não é justo. E não seria justo comigo deixar o homem que amo por um emprego. Ele se virou para encará-la.
Quantas vezes você vai escolher sua carreira? Quantas ofertas como essa vão aparecer? E se você recusar e se arrepender? E se eu aceitar e me arrepender de terte deixado? Eles ficaram em impasse, olhando um para o outro através da sala, o peso da decisão esmagando ambos. “Quanto tempo você tem para decidir?”, Roberto perguntou finalmente. Duas semanas. OK, então vamos pensar com calma juntos. Mas os dias seguintes foram tensos. Marina estava irritável.
Roberto estava distante. Ambos tentando processar o que aquilo significava. Foi Rosa novamente quem ofereceu perspectiva. “Você vai escolher o emprego ou o Roberto?”, ela perguntou diretamente. “Eu não sei, mãe, como eu posso escolher? Você não pode. Não deveria ter que escolher.” Rosa se sentou ao lado da filha.
Marina, relacionamentos sérios envolvem comprometimento, mas também envolvem crescimento individual. Você precisa perguntar a si mesma: “Qual escolha vai te fazer crescer como pessoa?” Eu cresço com Roberto. Ele me faz querer ser melhor. E o emprego? O emprego me daria experiência, estabilidade financeira, independência. Rosa sorriu tristemente. Parece que você já decidiu. Marina olhou para a mãe lágrimas nos olhos. Mas eu não quero perdê-lo.
Então converse com ele de verdade. Veja se há um meio termo. Marina procurou Roberto naquela noite. Ele estava no apartamento trabalhando em relatórios mesmo sendo sábado. Precisamos conversar, ela disse. Roberto fechou o laptop imediatamente. Eu sei. Marina se sentou ao lado dele no sofá. Roberto, eu não quero escolher entre você e minha carreira.
Não é justo que eu tenha que fazer isso. Eu concordo. Mas também não posso pedir que você largue tudo e venha comigo pro Rio. Você tem a empresa, sua família, sua vida aqui. Roberto pegou as mãos dela. Marina, eu passei a vida inteira fazendo o que era esperado de mim, assumindo a empresa porque meu pai precisava, sacrificando meus sonhos pela família e eu estou cansado.
Ele a olhou profundamente nos olhos. Você me fez perceber que eu mereço viver também, não apenas existir. O que você está dizendo? Estou dizendo que se você quiser ir para o Rio, eu encontro uma forma de fazer funcionar. Vou visitar todo fim de semana. Vou vídeochamadas todas as noites, o que for preciso.
Marina sentiu lágrimas escorrendo. Isso não é justo com você. Justo seria eu te prender aqui porque tenho medo de te perder. Roberto limpou as lágrimas dela. Marina, se você me ama, vai voltar. E se não voltar, significa que era o caminho certo para você, que eu vou ter que aceitar.
E se distância acabar com a gente? E se não acabar? E se só nos tornar mais fortes? Marina não tinha resposta. Nos dias seguintes, ela fez algo que não fazia há tempos. orou, meditou, procurou dentro de si mesma a resposta e percebeu algo importante. Ela estava com medo, não do rio, não da distância, mas de ser feliz, de acreditar que merecia tanto, uma carreira incrível e um amor verdadeiro.
Depois de tudo que aconteceu, parte dela ainda acreditava que precisava escolher, que não merecia ter tudo. Mas Roberto, com sua paciência infinita, mostrou que ela estava errada. Você merece tudo, Marina”, ele disse numa noite, segurando-a nos braços. Todo o sucesso, todo o amor, toda a felicidade. E eu vou estar aqui torcendo por você, não importa onde você esteja. Foi assim que Marina tomou sua decisão.
Ela aceitou o emprego no Rio. Que Roberto, fiel à sua palavra, a apoiou completamente. “Quanto tempo é o contrato?”, ele perguntou. “Um ano. Com possibilidade de renovação. Ok, então temos um ano para fazer funcionar. A despedida foi dolorosa. Marina se mudou numa terça-feira chuvosa. Roberto a ajudou a carregar as malas, a acompanhou até o aeroporto, a abraçou até o último segundo possível.
“Eu te amo”, ele sussurrou contra o cabelo dela. “E isso não muda, não importa a distância. Eu também te amo.” Marina chorou tanto. O beijo de despedida foi agri doce, promessa e desespero misturados. E então Marina estava num avião, olhando São Paulo desaparecer pelas nuvens, seu coração dividido entre empolgação pelo futuro e saudade do presente. Roberto voltou para casa sentindo-se vazio, mas manteve sua promessa.
Ligou para ela quando ela pousou. Vídeo chamou quando ela chegou no apartamento novo. Mandou mensagens durante todo o primeiro dia e assim começou um novo capítulo. Marina em uma cidade, Roberto em outra. O amor testado pela distância. Mas não quebrado. Ainda não. Os primeiros meses foram duros. Marina adorava o trabalho, os pacientes, a equipe, os desafios.
Mas as noites eram solitárias. O apartamento pequeno no Leblon parecia uma prisão sem Roberto. Eles conversavam todos os dias, mas não era o mesmo. Vchamadas não capturavam o cheiro dele, o calor de seu abraço, o conforto de sua presença. Roberto visitava quando podia, mas dirigir à empresa não permitia folgas frequentes.
Ele aparecia uma vez a cada três semanas e aqueles fins de semana eram intensos, tentando encaixar semanas de saudade em 48 horas. Eu odeio quando você vai embora, Marina confessou num domingo à noite, enquanto o levava ao aeroporto. Eu também odeio ir. Roberto respondeu, segurando a mão dela forte demais, mas eles continuaram.
Porque o amor vale a pena, eles diziam um ao outro. Porque isso é temporário. Eles prometiam até que não foi mais suficiente. Seis meses após a mudança, Marina estava exausta. O trabalho exigia muito. A distância cobrava seu preço. Ela começou a questionar sua decisão. Valeu a pena. O crescimento profissional vale o custo emocional. Roberto, em São Paulo, enfrentava seus próprios demônios.
a solidão, os jantares vazios, acordar sem ela e a tentação crescente de uma colega de trabalho, Fernanda, que deixava claro seu interesse. Ele nunca traiu, nem chegou perto, mas a tentação existir já o fazia sentir culpado. “Eu sou um péssimo namorado”, ele confessou a Lucas numa noite de bebida. “Sco para Lucas, whisky para Roberto.
Por que você diz isso? Porque eu sinto falta dela tanto que às vezes outra pessoa parecer interessante parece um alívio. Lucas olhou para o irmão seriamente. Mas você fez alguma coisa? Não, nunca faria. Então você não é péssimo, você é humano. Lucas se inclinou para a frente. Mano, relacionamentos à distância são difíceis, mas se vale a pena, você aguenta.
E se não valer, aí você termina honestamente, respeitosamente, mas não desiste só porque é difícil. Roberto sabia que o irmão estava certo, mas o cansaço era real. Tudo explodiu numa noite de dezembro. Marina havia tido um dia horrível no trabalho. Um paciente havia regredido. Um colega foi rude. Ela estava exausta. Ligou para Roberto precisando de conforto. Ele não atendeu.
Estava em reunião. Ela ligou de novo duas horas depois. Ele ainda não podia falar. Quando finalmente retornou à ligação às 11 da noite, Marina estava furiosa. Onde você estava? Ela atacou imediatamente. Marina, eu estava trabalhando. Você sabe como são as reuniões. Você sempre está trabalhando. Toda vez que eu preciso de você, você está ocupado. Isso não é justo. Você sabe que eu tento. Tenta, Roberto.
Eu estou aqui sozinha, trabalhando minhas horas, lidando com pacientes difíceis. E tudo que eu quero é ouvir sua voz e você não tem tempo. Eu tenho uma empresa para dirigir. Não posso simplesmente largar tudo porque você teve um dia ruim. O silêncio que seguiu foi glacial.
Um dia ruim? Marina disse baixinho, perigosamente baixo. É isso que você acha que eu estou reclamando de um dia ruim? Marina, eu não esqueça. Roberto, esquece. Boa noite. Ela desligou. Roberto ficou olhando para o telefone, o estômago revirado. Ele havia falado errado, totalmente errado. Ele tentou ligar de volta, ela não atendeu.
Mandou mensagens sem resposta. Passou a noite em claro, odiando a si mesmo. Marina também não dormiu. Chorou até não ter mais lágrimas. Questionou tudo, o relacionamento, a mudança, suas escolhas. Talvez não seja para ser. Ela pensou na escuridão. Talvez amor não seja suficiente quando a vida está tão complicada. Eles não conversaram por três dias.
Três dias miseráveis, onde ambos estavam destruídos, mas orgulhosos demais para dar o braço a torcer. Foi Júlia quem finalmente sacudiu Marina. Você vai jogar fora o melhor relacionamento da sua vida por causa de uma briga? Ela perguntou pelo telefone. Não foi só uma briga, Ju. É acumulado. A distância, a saudade, a solidão.
E você acha que vai ficar menos sozinha terminando com ele? Marina não tinha resposta. Marina, você me ligou chorando no dia do casamento cancelado e me ligou radiante quando contou sobre o Roberto. Você ama esse homem. Luta por ele. Júlia estava certa. Marina ligou para Roberto naquela noite. “Oi”, ela disse quando ele atendeu imediatamente.
“Oi!” A voz dele estava rouca, como se ele também estivesse chorando. Eu sinto muito por desligar, por não atender, por tudo. Não, Marina, eu sinto muito. Roberto a interrompeu sua voz carregada de emoção. Você estava precisando de mim e eu fui insensível. Você não teve um dia ruim. Você teve um dia difícil e eu minimizei isso.
Me perdoa, Marina? sentiu as lágrimas voltando, mas dessa vez eram diferentes. Eu também fui injusta. Você tem responsabilidades. Eu sei disso. Eu só eu sinto tanta falta de você que às vezes dói fisicamente, sabe? Eu sei. Roberto sussurrou. Porque eu sinto o mesmo? Ficaram em silêncio por um momento. Apenas o som das respirações um do outro através da linha.
Nós vamos conseguir”, Marina disse, “ma para si mesma do que para ele. Isso é só uma fase difícil. Vamos.” Roberto concordou. “Porque eu te amo demais para desistir e faltam só seis meses pro seu contrato acabar.” “Seis meses?”, Marina repetiu. Parecia uma eternidade. Mas eles renovaram o compromisso, decidiram se esforçar mais. Roberto começou a bloquear horários específicos do dia só para ela, sem importar as reuniões.
Marina começou a ser mais compreensiva sobre a agenda dele e lentamente a tempestade passou. O Natal chegou e Marina voltou para São Paulo por duas semanas. Foi mágico. Eles aproveitaram cada segundo juntos, reaprendendo um ao outro, reforçando os laços que a distância havia esticado. “Eu não quero que você volte”, Roberto confessou na noite de Ano Novo, enquanto assistiam aos fogos da varanda do apartamento dele. “Eu sei”, Marina disse encostada no peito dele.
“Mas são só mais alguns meses e depois? Depois eu volto para casa para você”. Roberto a virou para encará-lo, os olhos brilhando sob a luz dos fogos. Você tem certeza? Você não vai se arrepender de deixar o rio?” Marina tocou o rosto dele com ternura. “Roberto, o rio me deu experiência, crescimento, independência, mas você é minha casa e eu estou pronta para voltar para casa”. O beijo deles foi interrompido pela explosão de fogos marcando a meia-noite.
Um novo ano, novas promessas, novo começo. Os meses finais no Rio passaram voando. Marina estava ocupada treinando sua substituta, fechando casos, se despedindo de pacientes e colegas que se tornaram amigos, mas seu coração já estava em São Paulo. Roberto, enquanto isso, preparava uma surpresa. Com a ajuda de Eduardo e até de Lucas, ele estava montando algo especial para a volta de Marina.
“Você tem certeza disso?”, Eduardo perguntou enquanto assinava os papéis finais. “Mais certeza do que já tive de qualquer coisa”, Roberto respondeu. Lucas observava o irmão com um sorriso. “Você está mesmo apaixonado, hein? Completamente perdido.” Roberto admitiu sem vergonha. Ela sabe? Não vai ser surpresa. No último dia de Marina no Rio, seus colegas fizeram uma festa de despedida.
Houve lágrimas, abraços, promessas de manter contato. Ela havia crescido muito naquele ano, profissionalmente e pessoalmente. “Você vai fazer falta”, disse Dra. Carla, sua mentora. “Mas eu vejo em seus olhos que seu coração está em outro lugar”. Marina sorriu. Está, sempre esteve. O voo de volta para São Paulo foi emocional.
Marina olhava pelas janelas enquanto o rio desaparecia, sentindo gratidão e alívio em igual medida. Gratidão pelo ano que teve, alívio por estar finalmente indo para casa. Roberto a esperava no aeroporto com um buquê enorme de margaridas. Quando ela saiu da área de desembarque e o viu, largou as malas e correu para seus braços. Ele a pegou, girando-a no ar, rindo e chorando ao mesmo tempo. Bem-vinda para casa, ele sussurrou contra o cabelo dela.
Eu te amo tanto. Marina chorou. Canto. Eu também te amo, mais do que palavras podem expressar. Eles ficaram ali abraçados por minutos que pareceram eternidade. Indiferentes aos olhares curiosos de outros passageiros. Nada mais importava. estavam juntos novamente.
Roberto levou Marina não para sua casa ou para a mansão dos Mendes, mas para um endereço desconhecido na Vila Madalena. Onde estamos indo? Ela perguntou curiosa. Você vai ver. Quando o carro parou em frente a um prédio comercial charmoso, Marina ficou confusa. Roberto a guiou para dentro, seus olhos brilhando de empolgação mal contida.
No segundo andar, ele parou em frente a uma porta de vidro. Marina leu a placa e seu coração parou. Clínica Santos, fisioterapia especializada. Ela olhou para Roberto incrédula. O que? O que é isso? Roberto abriu a porta revelando um espaço lindo. Recepção acolhedora, salas de tratamento equipadas com o melhor maquinário, uma área de exercícios ampla, tudo decorado em tons suaves e convidativos. É sua, Roberto disse simplesmente sua clínica.
Marina entrou lentamente, tocando as paredes, olhando cada detalhe com lágrimas escorrendo pelo rosto. Roberto, eu não eu não posso aceitar isso. Não é de graça! Ele explicou rapidamente. É um investimento. Eu investi. Você vai gerenciar e ter 70% da participação. Vai pagar em prestações conforme a clínica gerar receita. É um negócio justo, Marina. Ela se virou para ele, rindo e chorando.
Você fez isso por mim, por nós, porque você merece realizar seus sonhos e porque eu quero construir uma vida contigo, onde ambos sejamos felizes. Marina se jogou nos braços dele. Eu não sei o que dizer. Diz que aceita. Diz que vai abrir essa clínica e ajudar as pessoas como sempre sonhou. Eu aceito ela sussurrou. Eu aceito tudo, a clínica, a parceria, a vida contigo.
Eles se beijaram ali no meio da recepção vazia, cercados por sonhos se tornando realidade. Nas semanas seguintes, Marina mergulhou na preparação da abertura da clínica, contratou funcionários, estabeleceu protocolos, fez marketing. Roberto a ajudava quando podia, mas principalmente dava espaço para ela brilhar.
A inauguração foi marcada para um sábado de março. Rosa e João estavam lá orgulhosos até as lágrimas. Eduardo compareceu impressionado com o profissionalismo da nora não oficial. Lucas veio com sua namorada Camila, e pela primeira vez ele e Marina conseguiram conversar naturalmente. O passado finalmente enterrado. Você merece isso. Lucas disse sinceramente todo o sucesso. Obrigada, Lucas.
E você também. Fico feliz que esteja bem. Foi um momento de cura para ambos. A clínica foi um sucesso imediato. Marina tinha um dom para conectar com os pacientes, especialmente os idosos. Ela os tratava com dignidade e carinho, lembrando do avô que a inspirara anos atrás.
E toda noite ela voltava para o apartamento que agora dividia com Roberto. Eles haviam finalmente decidido morar juntos e contava sobre seu dia. Roberto a ouvia fascinado, apaixonado por vê-la tão realizada. Você está brilhando”, ele disse uma noite enquanto jantavam. “Estou feliz”, Marina, respondeu simplesmente, realizada profissionalmente apaixonada.
“Finalmente onde devo estar, falando em onde você deve estar?” Roberto respirou fundo. “Tem uma coisa que eu quero te perguntar há meses.” O coração de Marina acelerou. “Roberto, espera, deixa eu fazer direito.” Ele se levantou, foi até o quarto e voltou com uma caixinha. Marina levou as mãos à boca. Não, agora ele disse rapidamente, vendo o pânico em seus olhos.
Não é para agora, mas é para logo, muito logo. E eu preciso saber quando eu te pedir oficialmente, qual é a chance de você dizer sim. Marina riu através das lágrimas. 100%. Absoluta, total, completa certeza. Roberto sorriu. Aquele sorriso deslumbrante que ela amava. Ótimo. Então segura essa expectativa porque vai ser especial.
Ele guardou a caixinha e Marina ficou tanto frustrada quanto emocionada. Ele ia pedir, não hoje, mas logo, e ela já sabia sua resposta. A vida estava finalmente perfeitamente no lugar, ou pelo menos parecia estar, porque nem tudo em histórias de amor é simples. E um último teste estava por vir.
Dois meses após a inauguração da clínica, Marina recebeu uma ligação que mudaria tudo. Era de uma fundação internacional de fisioterapia. Eles haviam ouvido falar de seu trabalho com idosos e queriam oferecê-la uma bolsa de estudos completa para um mestrado especializado em geriatria na Universidade de Coimbra em Portugal. Do anos. Tudo pago. Prestígio internacional. Era o tipo de oportunidade que aparece uma vez na vida.
Marina ficou paralisada quando desligou o telefone. Júlia estava com ela na clínica. O que foi? Júlia perguntou, vendo a expressão da amiga. Marina contou. Quando terminou, Júlia assoviou baixo. Uau, isso é enorme. Eu sei. Você vai aceitar? Eu não sei. Marina disse, sentando-se pesadamente. Acabei de voltar, Ju. Acabei de abrir esta clínica. Acabei de reconstruir minha vida com Roberto.
Como eu posso considerar ir embora de novo? Mas é Portugal, é um mestrado, é é tudo que eu sempre quis academicamente. Marina completou, mas eu não sei se vale o preço pessoal. Naquela noite ela precisava contar a Roberto, mas estava aterrorizada. Eles estavam jantando quando ela finalmente juntou coragem. Roberto, eu preciso te contar uma coisa.
Algo no tom dela fez ele largar o garfo imediatamente. O que houve? Marina contou sobre a ligação, sobre a bolsa, sobre Portugal. A cada palavra, ela via rosto dele mudando. Surpresa, compreensão, dor. Quando ela terminou, o silêncio era ensurdecedor. Dois anos. Roberto finalmente disse: “Sim, você quer ir?” Marina segurou as mãos dele sobre a mesa.
Profissionalmente, é o sonho. Pessoalmente, me parte o coração só de pensar. Roberto retirou as mãos, se levantando e andando até a janela. Nós acabamos de passar por um ano de distância”, ele disse de costas para ela.
“Foi o ano mais difícil da minha vida e você está me dizendo que quer fazer isso de novo por mais tempo? Eu não estou dizendo que quero. Estou dizendo que tenho uma oportunidade impossível de recusar.” Ele se virou e havia mágoa em seus olhos. “Parece que você sempre vai ter essas oportunidades e eu sempre vou ser a âncora te prendendo aqui. Não diga isso. Você nunca foi âncora. Você é meu porto seguro, mas não o suficiente para você ficar”, Roberto disse, a voz quebrando.
Marina se levantou, tentando se aproximar, mas ele deu um passo para trás. “Eu preciso de tempo para processar isso”, ele disse. Eu não posso. Eu não consigo fazer essa conversa agora. E ele saiu do apartamento, deixando Marina sozinha, com lágrimas escorrendo e o coração partido. Os dias seguintes foram agonia. Roberto foi educado, mas distante.
Respondia mensagens com monossílabos. Inventava desculpas para não jantar juntos. Marina estava destruída. Ele está se afastando. Ela chorou para Júlia. E eu não sei como consertar isso. Você precisa decidir, Marina. De verdade, não dá para ficar em cima do muro. Ou você escolhe Portugal, ou escolhe ele.
Mas por que eu tenho que escolher? Por que eu não posso ter ambos? Porque a vida raramente nos dá tudo que queremos ao mesmo tempo. Marina passou noite sem dormir, pensando, pesando prós e contras, ouvindo seu coração e sua cabeça em guerra constante. A clínica estava indo bem. Ela poderia deixar uma gerente no comando, mas e seus pacientes? E seus funcionários que dependiam dela? E Roberto, como ela poderia pedir a ele para esperar mais dois anos? Era justo.
Uma semana depois, ela tomou uma decisão. Pediu para Roberto se encontrar com ela no lugar onde tudo começou de verdade entre eles. O Parque Ibi Birapuera. Era um sábado de tarde. O sol estava se pondo, tingindo o céu de laranja e rosa. Roberto chegou pontual, mas sua expressão era guardada. Obrigada por vir”, Marina disse. “Claro.
” Eles andaram em silêncio por alguns minutos até chegarem ao banco onde haviam comido sorvete há mais de um ano. Marina se sentou. Roberto a seguiu hesitante. “Roberto!”, ela começou, sua voz firme, apesar do nervosismo. “Eu tomei minha decisão sobre Portugal.” Ele ficou rígido. “Ok, mas antes de te contar, eu preciso que você entenda uma coisa.” Ela se virou para encará-lo completamente. Você me salvou, Roberto.
Naquele dia horrível no altar, quando eu estava quebrando diante de todo mundo, você me abraçou. Você me fez sentir que eu importava quando eu achava que não importava para ninguém. Lágrimas começaram a escorrer pelo rosto dela, mas ela continuou. E nos meses seguintes, você me mostrou o que é amor verdadeiro.
Não paixão dramática, não fantasia, mas amor real. Aquele que aparece com margaridas quando você está chorando, que ouve suas histórias sobre pacientes idosos sem reclamar, que te apoia a seguir seus sonhos mesmo quando dói. Roberto tinha lágrimas nos próprios olhos. Agora, Marina, deixa eu terminar. Ela pediu.
Você me perguntou uma vez se eu queria ter tudo, se eu merecia ter tudo. E a verdade é, eu descobri que já tenho tudo, porque tudo que eu realmente preciso está aqui, nesta cidade, nesta vida que construímos juntos. Ela pegou as mãos dele. Eu recusei a bolsa. Eu não vou para Portugal. Roberto a olhou com olhos arregalados. O quê, Marina? Não, você não pode recusar isso por mim.
Não estou recusando por você. Ela corrigiu. Estou recusando por mim porque eu percebi que eu não preciso de validação internacional ou títulos impressionantes para ser feliz. Eu sou feliz aqui com minha clínica, meus pacientes, minha família, com você. Mas é um mestrado e vai haver outros mestrados, talvez online, talvez daqui a alguns anos, mas só há um você, Roberto. E só há um agora. E eu escolho isso. Escolho nós.
Roberto a puxou para um abraço tão forte que ela mal conseguia respirar, mas ela não se importou. Sentiu lágrimas dele molhando seu cabelo. Eu sinto muito. Ele chorou. Eu fui egoísta. Eu te amo tanto que a ideia de te perder de novo me apavorou. Mas eu nunca deveria ter teito sentir que tinha que escolher.
Você não me fez. Eu escolhi livremente. Marina se afastou para olhar nos olhos dele. E escolho você todos os dias. Hoje, amanhã, sempre. Roberto tocou o rosto dela com ternura infinita. Você tem certeza? Absoluta. Então ele respirou fundo, limpou as lágrimas e, para completa surpresa de Marina, ajoelhou-se ali mesmo no meio do parque. Roberto, ela o fegou.
Ele tirou a caixinha do bolso, a mesma que havia mostrado semanas atrás. Marina Santos ele começou, a voz tremendo de emoção. Eu tinha planejado um pedido elaborado com velas e música e romantismo, mas percebi que não é disso que se trata. Se trata de verdade. E a verdade é que eu te amo mais do que achei possível amar alguém.
Você me ensinou que é ser imperfeito, que é OK querer mais da vida, que é OK ser feliz. Ele abriu a caixinha revelando um anel lindo, simples, elegante, perfeito. Casa comigo de verdade desta vez, não por acordos ou expectativas, mas porque você me ama tanto quanto eu te amo. Porque você quer construir uma vida comigo? Marina estava chorando e rindo simultaneamente. Sim. Ela gritou, não se importando com as pessoas que pararam para assistir. Sim, sim, mil vezes sim.
Roberto colocou o anel no dedo dela e se levantou. puxando-a para um beijo apaixonado. Aplausos e ao redor deles, pessoas comemorando o amor de dois estranhos. Mas para Marina e Roberto, o mundo havia desaparecido. Existiam apenas eles, finalmente prometidos um ao outro, finalmente sabendo com certeza que haviam encontrado seu para sempre.
“Eu te amo”, Roberto sussurrou contra os lábios dela. “Eu te amo mais”, Marina respondeu sorrindo. Impossível. E ali sob o céu de São Paulo, com o sol se pondo e uma nova vida começando, eles selaram sua promessa. Seis meses depois, numa manhã ensolarada de sábado, Marina acordou cedo. Seu coração batia acelerado, uma mistura de nervosismo e empolgação pura. Era o dia do casamento.
Mas este casamento seria diferente, tão, tão diferente. Não haveria centenas de convidados ou buffet luxuoso. Não haveria fotógrafos profissionais ou decoração elaborada. Seria simples, íntimo, perfeito. Marina e Roberto haviam decidido: casamento no Jardim da Mansão dos Mendes. Apenas família próxima e amigos mais íntimos.
50 pessoas no máximo. Um celebrante ao invés de padre, comida caseira ao invés de banquete. “Você está nervosa?”, Júlia perguntou enquanto ajudava Marina com o vestido. Era um vestido lindo, mas simples. Renda delicada, corte modesto, nada do glamor exagerado daquele outro vestido que Marina preferira esquecer.
“Não!”, Marina respondeu, surpreendendo a si mesma. “Eu estou em paz, completa, total paz. E era verdade, não havia dúvidas, medos ou ansiedades, apenas certeza absoluta de que estava fazendo a coisa certa. Rosa entrou no quarto, os olhos já brilhando de lágrimas. “Minha filha”, ela sussurrou. “vo você está linda.” Marina abraçou a mãe.
“Obrigada, mãe, por tudo, por acreditar em mim. Você tornou isso fácil.” Rosa respondeu tocando o rosto da filha. Você sempre foi minha força. No jardim, Roberto estava igualmente nervoso, mas pela razão certa. Ele ajeitava a gravata pela décima vez quando Lucas se aproximou. Relaxa, mano. Você está perfeito.
E se eu esquecer o que vou falar? Roberto murmurou. Aí você improvisa. Lucas sorriu. Mas falando sério, você tem certeza que quer fazer seus próprios votos? Ainda dá tempo de usar os tradicionais? Não. Roberto disse com firmeza. Já eu preciso dizer a ela exatamente o que sinto. Com minhas palavras. Eduardo se aproximou, colocando a mão no ombro do filho. Estou orgulhoso de você, filho.
Do homem que você se tornou, do homem que sempre foi. Roberto olhou para o pai surpreso. Eduardo não era dado a demonstrações emotivas. Obrigado, pai. A Marina é sortuda, mas você também é. Eduardo sorriu. Cuidem um do outro. Os convidados começaram a se sentar. eram os rostos que importavam. Rosa e João na primeira fileira radiantes, Eduardo ao lado deles sereno, Lucas e Camila, de mãos dadas, Júlia como madrinha, alguns colegas da faculdade de Marina, alguns executivos próximos de Roberto, que se tornaram amigos, pacientes queridos da clínica. Uma família escolhida, não
imposta. A música começou, não marcha nupsal tradicional, mas a thousand years, a música que tocava no carro na primeira vez que Roberto disse que amava Marina. Marina apareceu no corredor, seu braço entrelaçado no de João. Desta vez, ela não andava com dúvidas. andava com propósito, com alegria, direto em direção ao homem que a esperava com lágrimas, já escorrendo pelo rosto.
Quando João a entregou a Roberto, ele sussurrou: “Cuida dela com minha vida”, Roberto prometeu. O celebrante, um amigo de Roberto, sorriu para o casal. Bem-vindos todos. Estamos aqui hoje para celebrar algo raro e precioso. Amor verdadeiro.
Não o tipo de amor dos filmes perfeito e sem desafios, mas o amor real, aquele que é testado e permanece, que é machucado e cura, que cresce através das tempestades. Marina e Roberto estavam de mãos dadas, olhos fixos um no outro. Marina e Roberto escreveram seus próprios votos. O celebrante continuou. Roberto, pode começar. Roberto respirou fundo, apertando as mãos de Marina. Marina, ele começou e sua voz vacilou. Ele limpou a garganta e tentou de novo.
Marina, quando eu te abracei naquele dia há quase dois anos, eu não sabia que estava abraçando meu futuro. Eu só sabia que não podia te deixar ali sozinha, quebrando. E desde então, cada dia com você tem sido uma bênção que eu não sabia que merecia. Lágrimas escorriam livremente agora dele e dela. Você me ensinou que força não é nunca cair, mas levantar todas as vezes.
Você me ensinou que amor não é posse, mas liberdade. Você me ensinou que eu não preciso ser perfeito para ser amado. Ele fez uma pausa. Eu prometo estar lá para te abraçar em todos os seus momentos difíceis. Prometo apoiar seus sonhos mesmo quando eles te levam longe de mim. Prometo te fazer rir quando você quiser chorar.
Prometo ser parceiro, seu melhor amigo, seu porto seguro todos os dias pelo resto da nossa vida. Marina estava chorando abertamente agora, mas sorria através das lágrimas. Minha vez? Que ela perguntou ao celebrante que acenou. Roberto. Marina começou sua voz surpreendentemente firme. Eu passei tanto tempo da minha vida achando que sabia o que era amor, mas eu estava errada.
Amor não é fantasia ou paixão louca. Amor, é você aparecendo na minha porta com margaridas simples, porque sabe que eu prefiro elas a rosas caras. Amor é você me ligando às 11 da noite, só para perguntar como foi meu dia. Amor, é você me segurando quando eu choro e celebrando quando eu sorrio. Ela apertou as mãos dele mais forte.
Você me vê, Roberto? Não a filha do jardineiro, não a menina do escândalo, mas Marina. Apenas Marina. E você me faz sentir que Marina é suficiente, mais que suficiente. Sua voz ficou mais suave. Eu prometo te amar só quando for fácil, mas especialmente quando for difícil.
Prometo te lembrar que você não precisa carregar o mundo sozinho. Prometo ser sua casa, onde você pode tirar a armadura e ser apenas você. Prometo te escolher todos os dias para sempre. Não havia olhos secos no jardim. Até Eduardo discretamente enxugava lágrimas. O celebrante sorriu. Então, pelo poder que me é concedido, eu os declaro marido e mulher. Roberto, pode beijar sua esposa.
E ele beijou. Um beijo doce, profundo, cheio de promessas e futuros. Os convidados explodiram em aplausos e lágrimas. Quando finalmente se separaram, Roberto encostou a testa na de Marina. “Oi, esposa”, ele sussurrou. Oi, marido”, ela respondeu rindo. “A recepção foi perfeita em sua simplicidade. Comida caseira deliciosa preparada por Rosa e algumas das tias.
Música tocada por um violonista amigo. Discursos emocionantes de Júlia e Lucas. Quando foi a vez de Lucas falar, todos prenderam a respiração. Ele se levantou, taça na mão, olhando para Marina. E Roberto, eu sei o que vocês estão pensando. Ele começou. O que diabos o ex-quase noivo está fazendo fazendo um discurso? Risadas nervosas, mas eu pedi para falar porque eu preciso dizer uma coisa, Marina. Ele olhou para ela.
Você merece tudo de bom que a vida pode oferecer. E por muito tempo eu não fui capaz de te dar isso. Mas meu irmão, ele olhou para Roberto. Ele sempre foi o homem que eu deveria ter sido. E vendo vocês juntos, eu sei que você finalmente tem o que sempre mereceu. Um amor que te eleva, que te respeita, que te honra.
Ele levantou a taça. Então brindo não ao casal perfeito, porque perfeição não existe, mas ao casal real. Aqueles que escolheram um ao outro, apesar dos obstáculos, apesar do passado complicado, apesar de tudo. Que vocês sejam felizes por todos os dias que virem. Saúde, saúde, todos repetiram. A noite continuou com dança, risadas, amor.
Marina dançou com o pai, chorando de alegria. Roberto dançou com Rosa, agradecendo por criar a mulher que ele amava. Eduardo dançou com a nora, finalmente aceitando completamente que ela pertencia à família. Quando estava ficando tarde, Roberto puxou Marina para o lado, para o jardim, onde tudo havia começado anos atrás. “Feliz?”, ele perguntou.
“Mais do que achei possível”, Marina respondeu. “Você completamente.” Roberto a girou para olhar a festa através das janelas iluminadas. “Olha só, nossa família, nossos amigos, nossa vida, nossa vida.” Marina repetiu, sorrindo. Eu gosto de como isso soa. Eles ficaram ali por mais alguns momentos, apenas apreciando.
Então, Marina falou: “Roberto, tem uma coisa que eu não te contei.” Ele olhou para ela curioso. “O quê?” Marina sorriu pegando a mão dele e colocando sobre sua barriga. “Estou grávida.” Roberto ficou completamente imóvel. Depois seus olhos se arregalaram. “Você? O quê? Sério? Sério?” Marina riu. Descobri há uma semana. Queria te contar hoje nosso dia especial.
Roberto a pegou no colo, girando-a enquanto ria e chorava ao mesmo tempo. Nós vamos ser pais. Você vai ser mãe. Eu vou ser pai. Marina riu. Todo mundo vai ouvir. Eu não me importo. Roberto gritou. Eu amo você. Eu amo nosso bebê. Eu amo nossa vida.
que ali sobre as estrelas de São Paulo, a mesma cidade que havia testemunhado sua pior dor e maior alegria, Roberto e Marina, celebraram não apenas seu casamento, mas o começo de uma nova geração. Uma história de amor que venceu todos os obstáculos, que transformou dor em crescimento, humilhação em dignidade, perda em ganho. 3 anos depois, Marina estava no jardim da casa que haviam comprado no Jardim Europa, observando Roberto ensinar a filha de 2 anos, Sofia, a andar entre as flores.
A menina tinha os olhos da mãe e o sorriso do pai, uma combinação que derretia corações. “Cuidado com as rosas, princesa”, Roberto dizia pacientemente enquanto a pequena Sofia tentava tocar tudo. “Flô!” Sofia gritava empolgada. Marina sorriu, a mão descansando inconscientemente sobre a barriga onde outro bebê crescia. Dessa vez seria um menino.
Eles já haviam decidido o nome, Miguel, em homenagem ao avô de Marina, que a inspirou a ser fisioterapeuta. A clínica estava prosperando. Marina agora tinha três unidades espalhadas por São Paulo e acabara de ser convidada para palestrar numa conferência internacional. Ela aceitou, sabendo que Roberto ficaria com as crianças sem reclamar. Roberto havia finalmente seguido parte de seu sonho. Continuava na empresa, mas agora como CEO.
Eduardo havia se aposentado e nas horas vagas desenhava. Estava até considerando voltar à faculdade para fazer aquela pós em arquitetura que sempre sonhou. Lucas aparecia para jantar toda semana com Camila e o filho deles, Pedro. Ele estava sóbrio há mais de três anos, trabalhando honestamente, finalmente em paz consigo mesmo.
Ver os irmãos juntos, rindo e brincando com os sobrinhos, curava algo em Eduardo que ele não sabia estar quebrado. Rosa e João haviam se mudado para uma casa confortável que Marina e Roberto compraram para eles. “Um presente, não caridade”, Marina insistira. João ainda jardinava, mas agora em seu próprio jardim. Rosa ainda cozinhava, mas agora para prazer, não por obrigação. Marina, Roberto chamou.
Vem ver isso. Ela se levantou e caminhou até eles. Sofia tinha encontrado uma borboleta e estava fascinada. “Bonita, mamãe”, a menina disse, apontando. “Muito bonita, meu amor.” Roberto passou o braço ao redor da cintura de Marina, puxando-a para perto. “Quem diria, hein?”, Ele disse suavemente.
De tudo que passamos para chegar aqui. Valeu cada momento. Marina respondeu: “Até os ruins, porque nos trouxeram aqui para este exato momento. Sofia, entediada com a borboleta, correu para abraçar as pernas de ambos. Amo mamãe. Amo papai.” Eles se abaixaram juntos, abraçando a filha com aquela ternura que só pais entendem.
E Marina, olhando para a família que construíra, não através de acordos ou expectativas, mas através de escolha e amor, percebeu que finalmente encontrara o que sempre buscou, pertencimento, não ao sobrenome Mendes, não à riqueza ou status, mas a este homem que a amava por quem ela era, a esta família que construíram juntos, a esta vida que escolheram todos os dias.
Ei, Roberto, disse, quebrando seus pensamentos. No que você está pensando? Marina sorriu. Aquele sorriso que ele se apaixonara anos atrás, que às vezes a vida nos leva exatamente onde precisamos estar, só que por caminhos que nunca esperamos. Roberto a beijou suavemente. E eu sou eternamente grato pelo caminho que me levou a você.
Sofia começou a puxar os dois de volta para as flores, rindo, e eles a seguiram, porque isso era a vida. Não os grandes momentos dramáticos, mas os pequenos momentos cotidianos, as borboletas no jardim, as risadas de criança, as mãos entrelaçadas, os abraços ao fim do dia. E naquela tarde ensolarada em São Paulo, Marina Santos Mendes percebeu que não precisava de finais de contos de fadas, porque sua realidade era infinitamente melhor.
Amor verdadeiro não é ausência de tempestades, mas aprender a dançar na chuva juntos, sempre juntos.
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