Ele se casou à força, preso em um contrato frio como o aço. Mas em uma noite de tempestade furiosa, ela ouviu através da janela um homem poderoso, sozinho sob a chuva torrencial, com o rosto erguido para o céu, como quem suplicava por respostas que não viriam. Naquele instante, algo se rompeu dentro dela. Helena correu para a tempestade descalça, o coração batendo mais forte que os trovões.
E ali, sob a fúria dos céus, entre gotas geladas e corpos quentes, as chamas finalmente se acenderam em seus corações. Antes de começar, me conta aqui nos comentários de onde você está assistindo, qual cidade, qual estado. Quero saber onde estão meus seguidores incríveis.
E não esquece, se inscreve no canal, ativa o sininho e deixa aquele like para fortalecer. Essa história merece ser compartilhada com todo mundo que acredita no amor verdadeiro. A chuva batia forte nas vidraças do cartório no centro de São Paulo naquela tarde de abril. Helena Silva observa as gotas escorrerem pelo vidro, desejando poder escorrer junto com elas e desaparecer daquela situação.
Seus dedos tremiam ligeiramente enquanto segurava a caneta dourada que o tabelião havia colocado à sua frente. “Assine aqui, senrita Silva”, disse o homem de óculos grossos, apontando para a linha pontilhada no documento de casamento. Helena engoliu em seco 25 anos de vida e ali estava ela, prestes a se casar com um completo estranho, um homem que mal tinha olhado para ela durante toda a cerimônia fria e burocrática. Nem sequer podia chamar aquilo de cerimônia. Era mais como assinar um contrato comercial.
E de certa forma era exatamente isso. Do outro lado da mesa de Mogno, Dante Almeida observava a cena com uma expressão tão gélida quanto as águas do Polo Sul. Seus olhos cinza escuros, que decoravam as capas das revistas de negócios, como o olhar que vale bilhões, analisavam Helena com a mesma frieza com que analisaria um relatório trimestral.
Aos 32 anos, Dante Almeida havia construído um império empresarial que dominava o mercado imobiliário e de tecnologia brasileiro. CEO da Almeida Holdings, ele era conhecido nos círculos empresariais de São Paulo por três coisas: sua inteligência estratégica brutal, sua total falta de piedade nos negócios e seu coração aparentemente inexistente, o homem de gelo, chamavam-no nas colunas sociais. E Helena estava prestes a se tornar a esposa desse iceberg humano.
Helena, querida, assine logo! Sussurrou sua mãe Márcia ao seu lado, com os olhos vermelhos de tanto chorar. É para o bem da família. Helena fechou os olhos por um momento. Família. Aquela palavra pesava como chumbo em seu peito. Seu pai havia falecido há dois anos, deixando dívidas que pareciam uma montanha impossível de escalar.
A pequena empresa de contabilidade da família estava à beira da falência. Sua mãe havia desenvolvido problemas cardíacos com o estresse. Seu irmão mais novo, Rafael, de 17 anos, precisava terminar os estudos. E então, como um anjo obscuro, ou seria um demônio bem vestido, aparecera a proposta da família Almeida. Um casamento de conveniência.
Dante precisava de uma esposa para acalmar os acionistas conservadores, que viam sua vida de solteiro como instabilidade empresarial. Helena precisava salvar sua família da ruína financeira completa. Um contrato frio, calculado, sem sentimentos envolvidos. Helena abriu os olhos e encontrou o olhar de Dante fixo nela. Por uma fração de segundo, ela pensou ter visto algo mais naqueles olhos cinzentos.
curiosidade, talvez interesse, mas a expressão desapareceu tão rapidamente quanto surgira, substituída novamente pela máscara de indiferença. Com um suspiro que saiu do fundo de sua alma, Helena assinou seu nome no documento, Helena Silva Almeida. Aquele sobrenome parecia pesar toneladas na ponta de sua caneta.
Tante estendeu a mão e assinou seu nome com movimentos precisos e elegantes, como fazia com centenas de contratos todos os dias. Para ele, aquilo provavelmente não era diferente de adquirir mais uma propriedade ou fechar mais um negócio. Pronto. Anunciou o tabelião com um sorriso que tentava ser caloroso, mas suava fúnebre.
Pelos poderes que me são conferidos, eu os declaro marido e mulher. Não houve beijo, não houve abraço, nem mesmo um aperto de mão. Dante simplesmente se levantou, ajeitou o palitó italiano perfeitamente cortado, que vestia seu corpo atlético, e disse com aquela voz grave que fazia as secretárias em seu escritório suspirarem: “Meus advogados enviarão o primeiro pagamento ainda hoje, senora Silva”.
Ele se dirigiu à mãe de Helena, ignorando completamente a própria esposa. O restante será depositado conforme o acordado no contrato prénupcial. Márcia apenas a sentiu, incapaz de falar, as lágrimas escorrendo livremente pelo rosto. Dante se virou para Helena pela primeira vez desde que haviam assinado os papéis. Ele a examinou de cima a baixo, o vestido simples bege que ela usava, a ausência de joias caras, os cabelos castanhos longos presos em um coque simples, o rosto naturalmente bonito, sem maquiagem pesada. “Às 8 da noite, meu motorista
virá buscá-la em seu endereço”, ele disse, sem qualquer traço de emoção na voz. “Traga apenas o essencial. O restante será providenciado.” “Providenciado?” Helena repetiu, encontrando sua voz pela primeira vez naquela tarde horrível. Eu não sou um objeto que você comprou para decorar sua casa, Senor Almeida.
Os olhos de Dante se estreitaram levemente. Aquilo era interesse, irritação. Helena não conseguia decifrar. Não ele respondeu, dando um passo em sua direção. Você é minha esposa agora e em minha casa você terá tudo do bom e do melhor, roupas, joias, tudo que uma mulher da alta sociedade paulistana precisa.
Ele fez uma pausa, seus olhos percorrendo o corpo dela novamente, de forma que fez a pele de Helena arrepiar. Você precisará estar apresentável. A palavra apresentável soou como um insulto. Helena sentiu o sangue ferver em suas veias. Quem esse homem pensava que era? Sim, ela havia concordado com aquele casamento por necessidade, mas não havia vendido sua dignidade junto com seu sobrenome.

Apresentável, ela deu um passo à frente também, erguendo o queixo desafiadoramente. Desculpe desapontar, senr Almeida, mas eu não sou uma boneca que você pode vestir como quiser. Eu tenho minha própria identidade, meu próprio estilo e E agora você tem um nome para carregar. Dante a interrompeu. Sua voz baixa, mas carregada de autoridade. O nome Almeida vem com certas expectativas.
Espero que você entenda isso. Os dois ficaram ali, separados por menos de 1 metro, mas parecendo estar em universos completamente diferentes. O ar entre eles parecia eletrificado, carregado com uma tensão que Helena não conseguia nomear completamente. Raiva, sim, mas havia algo mais. algo que fazia seu coração acelerar de uma forma perturbadora.
Dante foi o primeiro a desviar o olhar. Até mais tarde, Helena, ele disse, virando-se e caminhando em direção à porta do cartório, sem olhar para trás. Não se atrase. Que assim ele saiu, deixando para trás apenas o aroma de seu perfume caro e a sensação de que a vida de Helena havia mudado irreversivelmente.
Helena ficou parada ali, observando a porta por onde seu novo marido, que palavra estranha, havia saído. Seu coração batia descompassado, suas mãos ainda tremiam. Ela olhou para a aliança de ouro branco em seu dedo anelar, simples, elegante, fria, assim como o homem que a havia colocado ali. Filha Márcia se aproximou, colocando uma mão trêmula no ombro de Helena. Eu sei que isso é difícil, mas você verá. Talvez as coisas não sejam tão ruins quanto parecem.
Helena olhou para sua mãe e forçou um sorriso que não chegou nem perto de seus olhos. Claro, mãe. Ela mentiu. Vai dar tudo certo. Mas enquanto olhava pela janela, vendo o Mercedes preto de Dante desaparecer no trânsito caótico da Avenida Paulista, Helena não conseguia afastar a sensação de que havia acabado de assinar um contrato não apenas com um homem, mas com o próprio destino.
E o destino, ela estava prestes a descobrir tinha planos muito mais complexos do que um simples casamento de conveniência. Naquela noite às 8 em ponto, um Mercedes preto parou em frente ao pequeno apartamento de Helena, no bairro do Tatuapé. O motorista, um homem de meia idade, vestido com terno escuro, tocou a campainha educadamente.
Era hora de ir para sua nova vida. Helena olhou ao redor do pequeno quarto que havia sido seu refúgio por toda a vida. As paredes amareladas, os livros empilhados na estante improvisada, as cortinas florais que sua avó havia costurado. Cada canto daquele lugar contava uma história de quem ela era.
Mas aquela Helena estava prestes a deixar de existir. Com uma última olhada para o espelho, onde via uma jovem de olhos castanhos assustados, mas determinados, Helena pegou sua mala simples e desceu as escadas. Sua mãe e Rafael a esperavam na porta. As despedidas foram rápidas, dolorosas, cheias de lágrimas e promessas de que tudo ficaria bem. Seja forte, mana.
Rafael sussurrou em seu ouvido enquanto a abraçava. Você sempre foi a mais forte de todos nós. Helena não se sentia forte. Sentia-se como se estivesse prestes a entrar em uma jaula de ouro. O Mercedes deslizou pelas ruas de São Paulo em direção ao bairro do Morumbi, onde as mansões se erguiam como fortalezas dos super ricos. Helena observa pela janela, vendo sua cidade conhecida se transformar em um território estrangeiro, ruas mais largas, árvores mais antigas, portões mais altos.
Quando o carro finalmente parou em frente a um portão imponente de ferro forjado, Helena sentiu seu estômago dar um nó. O portão se abriu automaticamente, revelando um caminho de pedras portuguesas que levava a uma mansão que parecia ter saído de uma revista de arquitetura. Três andares de puro luxo, jardins impecavelmente cuidados, uma fonte no centro do pátio, varandas com vista para a cidade iluminada.
“Chegamos, senora Almeida”, disse o motorista, abrindo a porta para ela. “Senora Almeida, aquele título soava tão estranho quanto uma língua estrangeira.” Helena saiu do carro e ficou parada diante da mansão, sua mala simples parecendo patética contra aquela opulência toda.
A porta principal se abriu e uma mulher de cerca de 50 anos, vestida com um uniforme impecável, saiu para recebê-la. Boa noite, senora Almeida. Meu nome é dona Cecília, sou a governanta da casa. A mulher disse com um sorriso genuíno e acolhedor. Seja bem-vinda. O Sr. Dante está em seu escritório e pediu que a acompanhasse até seus aposentos. Seus aposentos, plural, então nem mesmo dividiriam o mesmo quarto.
De certa forma, Helena sentiu um alívio estranho misturado com decepção. Não, não podia ser decepção. Ela mal conhecia aquele homem. Dona Cecília conduziu Helena através de corredores decorados com arte moderna e clássica, pisos de mármore que ecoavam seus passos, lustres de cristal que pareciam pingar luz do teto.
Tudo era perfeito, calculado, frio, assim como seu novo marido. Finalmente, dona Cecília parou em frente a uma porta dupla de madeira escura no segundo andar. Estes são seus aposentos, senhora! Ela disse, abrindo as portas para revelar uma suí do tamanho do apartamento inteiro de Helena no tatuapé. A cama Kings dominava o centro do quarto, coberta com lençóis de um branco imaculado.
Havia uma penteadeira antiga que parecia valer mais do que um carro. Um closet que Helena podia ver através de portas de vidro. Estava vazio, obviamente, e janelas do chão ao teto com vista para o jardim iluminado e a cidade brilhando ao longe. “O banheiro é por ali.” Dona Cecília apontou para outra porta.
“Se precisar de qualquer coisa, qualquer coisa mesmo, é só tocar este botão.” Ela mostrou um discreto botão dourado na parede ao lado da cama. “Estarei aqui em segundos”. “Obrigada, dona Cecília.” Helena disse sua voz soando pequena naquele espaço enorme. A governanta sorriu com simpatia, como se entendesse exatamente o que Helena estava sentindo. Jantaremos em uma hora.
O Senr. Dante pediu que você descesse para se juntar a ele na sala de jantar. Mas se preferir jantar aqui, eu compreendo perfeitamente. Helena balançou a cabeça. Não, eu descerei. Obrigada. Quando dona Cecília saiu fechando a porta suavemente atrás de si, Helena finalmente se permitiu desabar.
Ela se sentou na beirada daquela cama gigantesca e deixou as lágrimas correrem. O que ela havia feito? Mas então ela lembrou do sorriso de Rafael quando ela lhe disse que ele poderia continuar estudando. Lembrou do alívio no rosto de sua mãe quando soube que não perderiam tudo. Lembrou do por estava ali. Helena secou as lágrimas com as costas da mão e se levantou. Se ela ia fazer isso, faria com dignidade.
Uma hora depois, vestida com o vestido mais elegante que possuía, um vestido preto simples que havia usado em uma formatura há do anos, Helena desceu as escadas seguindo as instruções de dona Cecília. A sala de jantar era tão imponente quanto o resto da casa. Uma mesa comprida de madeira nobre que poderia acomodar 20 pessoas facilmente tinha apenas dois lugares postos, um em cada extremidade oposta da mesa.
Dante já estava sentado em uma das pontas, vestido ainda com roupas formais, embora tivesse tirado a gravata. Ele lia algo em um tablet enquanto bebericava vinho tinto de uma taça de cristal. Quando Helena entrou, ele levantou os olhos apenas o suficiente para reconhecer sua presença. Depois voltou ao tablet. “Sente-se”, ele disse sem emoção na voz.
Helena sentou-se na outra extremidade da mesa, a distância entre eles parecendo quilométrica. Ela se sentia ridícula. Dois adultos sentados em pontas opostas de uma mesa gigante, como estranhos desconfortáveis. O que ela supunha era exatamente o que eram. Funcionários discretos começaram a servir o jantar.
Uma refeição elaborada de vários pratos que Helena mal conseguiu tocar. Seu estômago estava em nós. Eles comeram em silêncio absoluto por longos minutos. O único som era tilintar dos talheres contra a porcelana fina e o ocasional virar de página no tablet de Dante. Helena não aguentou mais. Senr. Almeida. Ela começou. Dante.
Ele a interrompeu sem levantar os olhos do tablet. Você pode me chamar de Dante? Já somos casados, afinal. A forma como ele disse casados soou quase sarcástica. Dante, então? Helena corrigiu, tentando manter a voz firme. “Eu gostaria de esclarecer algumas coisas sobre este arranjo. Agora ele levantou os olhos, pousando o tablet na mesa.
Aqueles olhos cinzentos focaram nela com uma intensidade que fez Helena se sentir completamente exposta. Esclarecimentos?” Ele arqueou uma sobrancelha. Tudo está muito claro no contrato que você assinou, mas por favor me diga o que está confusa. Havia uma ponta de ironia em sua voz que irritou Helena profundamente. Eu não estou confusa ela respondeu erguendo o queixo.
Eu gostaria apenas de saber quais são suas expectativas em relação a este casamento, além das aparências públicas óbvias. Dante se recostou na cadeira, estudando-a com aquela expressão indecifrável que ele parecia ter aperfeiçoado. “Minhas expectativas são simples”, ele disse finalmente. “Você aparecerá nos eventos sociais necessários como minha esposa. Você se vestirá apropriadamente, comportar-se apropriadamente e representará o nome Almeida com graça e elegância.” Ele fez uma pausa.
Fora isso, você é livre para viver sua vida como desejar dentro desta casa. Temos um acordo de do anos. Depois disso, nos divorciaremos civilizadamente. Você receberá uma compensação generosa e cada um seguirá seu caminho. Dois anos e então ela seria livre. Mas a forma como ele explicava tudo tão friamente, como se estivesse descrevendo um processo empresarial, fazia algo doer dentro do peito de Helena. E quanto a Ela hesitou, sentindo suas bochechas esquentarem.
Quanto aos aspectos mais pessoais do casamento, por um momento, apenas um momento, algo passou pelos olhos de Dante, um lampejo de algo que poderia ser interesse, desejo, ou talvez apenas diversão com o desconforto dela. O contrato não inclui obrigações conjugais. Se é isso que está perguntando, ele disse, sua voz ficando ligeiramente mais rouca. A menos que você deseje renegociar esses termos.
Havia um desafio naquela pergunta. como se ele estivesse testando-a. Helena sentiu seu rosto esquentar ainda mais, mas forçou-se a manter o contato visual. Não. Ela respondeu talvez rápido demais. Eu só queria esclarecer as regras. Então estão esclarecidas. Dante disse, voltando sua atenção ao tablet, como se ela não fosse mais interessante que um e-mail de trabalho.
Helena voltou a cutucar a comida em seu prato, o silêncio voltando a cair entre eles, como uma cortina pesada. Após o jantar, Helena voltou para seu quarto exausta emocionalmente. Ela tomou um banho longo no banheiro luxuoso, que tinha uma banheira tão grande que poderia ser considerada uma pequena piscina, e vestiu seu pijama simples de algodão.
Ela estava prestes a se deitar quando ouviu uma batida na porta. Seu coração disparou. Seria Dante? Entre, ela disse, sua voz saindo mais baixa do que pretendia. A porta se abriu e lá estava ele, Dante Almeida, ainda vestido com a calça social e a camisa branca, agora com os primeiros botões abertos, revelando uma pele bronzeada.
Seu cabelo escuro estava levemente bagunçado, como se ele tivesse passado as mãos por ele várias vezes. Ele parou na soleira da porta, seus olhos percorrendo Helena, dos pés descalços ao pijama simples, dos cabelos úmidos caindo sobre os ombros, até seus olhos arregalados de surpresa.
“Eu só vim verificar se você tem tudo o que precisa”, ele disse, sua voz soando estranhamente tensa. “Eu tenho, obrigada”. Helena respondeu, cruzando os braços sobre o peito, subitamente muito consciente de quão revelador seu pijama parecia sob o olhar dele. Dante a sentiu, mas não se moveu. Ele ficou ali, os olhos presos nela, como se estivesse travando uma batalha interna.
Helena, ele começou, sua voz mais suave do que ela já havia ouvido. Eu sei que isso não é ideal para nenhum de nós, mas eu prometo que farei o possível para que esses dois anos sejam toleráveis. Toleráveis. Que palavra romântica. Obrigada. Helena disse, não sabendo o que mais dizer. Outro momento de silêncio tenso.
Helena podia ouvir seu próprio coração batendo. Havia algo no ar entre eles. Uma eletricidade, uma tensão que ela não entendia completamente, mas que fazia sua pele formigar. Boa noite, Helena! Dante disse finalmente virando-se para sair. Boa noite, marido”, ela respondeu quase como um sussurro. Dante parou na porta, seus ombros ficando tensos.
Ele olhou para trás, seus olhos encontrando-os dela por um longo momento. “Durma bem, esposa”, ele respondeu. E havia algo em sua voz, algo perigoso e prometedor que fez o coração de Helena pular uma batida. Então ele saiu fechando a porta suavemente atrás de si, deixando Helena sozinha naquela suíte gigantesca, seu coração batendo descompassado e sua mente girando.
Seu primeiro dia, como senhora Almeida, havia terminado, mas algo lhe dizia que isso era apenas o começo de algo muito maior, muito mais complicado e potencialmente muito mais perigoso do que um simples contrato de casamento. Porque a maneira como Dante a olhava, como se ela fosse simultaneamente um enigma irritante e algo que ele queria possuir, não parecia nada contratual, parecia intensamente pessoal, e essa percepção a assustava mais do que qualquer coisa.
Os primeiros raios de sol atravessaram as cortinas de seda, despertando Helena de um sono inquieto. Por um momento confuso, ela não reconheceu onde estava. O teto era alto demais, a cama era macia demais. E havia um silêncio que nunca existia em seu apartamento pequeno no tatuapé. Então a realidade caiu sobre ela como um balde de água fria. Ela estava na mansão Almeida.
Ela era casada com um completo estranho. Helena se levantou, seus pés descalços afundando no carpete macio como nuvens. Ela caminhou até as janelas enormes e abriu as cortinas completamente, revelando uma vista deslumbrante do jardim e, além dele, parte do skyline de São Paulo brilhando sob o sol da manhã. Era lindo. Tudo ali era impecavelmente belo e completamente sem vida.
Uma batida suave na porta atirou de seus pensamentos. Entre. Helena chamou, esperando ser dona Cecília, mas quando a porta se abriu, um grupo de quatro mulheres entrou. Cada uma carregando cabides cheios de roupas, caixas de sapatos e sacolas de marcas que Helena só havia visto em vitrines da Oscar Freire.
“Bom dia, senora Almeida”, disse a que parecia ser a líder do grupo. Uma mulher elegante, de cabelos loiros, curtos e sorriso profissional. “Meu nome é Simone, sou personal shopper. O Sr. Almeida contratou nossos serviços para renovar completamente seu guarda-roupa. Helena piscou ainda, processando. Renovar meu guarda-roupa? Sim.
Simone sorriu ainda mais, como se aquela fosse a notícia mais emocionante do mundo. Nós trouxemos uma seleção inicial de peças de alta costura, sapatos, bolsas e acessórios. Nas próximas semanas faremos várias sessões para montar um guarda-roupa completo adequado ao seu novo estilo de vida. Novo estilo de vida. Aquelas palavras soaram como uma sentença.
Mas antes que Helena pudesse protestar, as mulheres já estavam espalhando vestidos caríssimos sobre a cama, alinhando sapatos como soldados em formação e tirando medidas de cada centímetro de seu corpo. “A senhora tem um corpo perfeito para Valentino”, comentou uma delas. “Eu estava pensando mais em Armani para os eventos noturnos, sugeriu outra.
Helena se sentiu como uma boneca sendo vestida para uma apresentação. Era exatamente o que Dante havia dito, que ela precisava estar apresentável. A palavra ainda ardia em sua mente. Duas horas depois, exausta de experimentar dezenas de roupas, Helena finalmente desceu para o café da manhã, vestindo um dos conjuntos que as personal haviam insistido, que ficava divino nela.
Uma calça de alfaiataria cinza e uma blusa de seda branca que custava mais do que sua mãe ganhava em um mês. Helena encontrou Dante na sala de café da manhã, sentado à cabeceira de outra mesa longa, embora menor que a de jantar, lendo o jornal impresso enquanto tomava café expresso e comia torradas.
Ele levantou os olhos quando ela entrou e Helena não conseguiu decifrar a expressão que cruzou seu rosto. Surpresa! Aprovação? Bom dia!” ela disse, sentando-se à cadeira mais próxima dele, em vez do outro lado da mesa, como na noite anterior. Tante dobrou o jornal lentamente, seus olhos examinando-a de cima a baixo, de uma forma que fez a pele de Helena esquentar. “Bom dia”, ele respondeu, sua voz grave ainda rouca da manhã. “Vejo que Simone já veio.
Ela e um exército de roupas.” Helena respondeu, servindo-se de café. “Foi você que mandou?” Obviamente, Dante disse, voltando sua atenção ao tablet, que agora substituía o jornal. Você precisará comparecer a alguns eventos comigo. Galas de caridade, jantares de negócios, inaugurações.
O guarda-roupa adequado é essencial, sempre tão prático, tão frio, como se ela fosse apenas mais um item em sua lista de afazeres. Helena sentiu uma fagulha de raiva acender em seu peito. E se eu não quiser ir a esses eventos? Dante levantou os olhos lentamente, aquela sobrancelha arqueando-se de novo naquele jeito, irritantemente sexy.
“Então você estaria quebrando os termos do nosso contrato”, ele disse simplesmente. “Eu duvido que você queira fazer isso, considerando o que está em jogo para sua família. Era uma ameaça velada, mas uma ameaça mesmo assim.” Helena apertou a xícara de café com força, lutando contra o impulso de jogar o conteúdo quente no rosto perfeito e arrogante dele. “Você sempre usa chantagem emocional para conseguir o que quer?”, ela perguntou, sua voz cortante como vidro.
Pela primeira vez, Helena viu algo parecido com interesse genuíno nos olhos de Dante. Ele pousou o tablet, inclinando-se ligeiramente em sua direção. Não é chantagem, Helena, é apenas lembrá-la da realidade da nossa situação. Ele disse. Mas havia algo diferente em sua voz agora, menos frio, mais curioso. Mas eu devo admitir que estou surpreso.
Achei que você seria mais submissa. Submissa? Helena quase engasgou com o café. Desculpe desapontá-lo, Senr. Almeida, mas eu não sou uma das suas funcionárias que tremem quando você franze a testa. Um pequeno sorriso, tão breve que Helena, quase pensou ter imaginado, puxou o canto da boca de Dante. Isso ele disse suavemente. Está se tornando cada vez mais claro.
Eles ficaram ali, olhando um para o outro através da mesa de café da manhã, uma tensão estranha crepitando no arre. Não era exatamente hostilidade, era algo mais complexo, mais carregado, como dois adversários se medindo antes de uma luta, mas sem ter certeza se queriam lutar ou Senr. Almeida tem uma reunião às 10, anunciou dona Cecília, entrando discretamente na sala e quebrando o momento.
Dante piscou, como se voltando de algum lugar distante, e verificou o seu relógio Patc Felipe, que provavelmente custava tanto quanto uma casa. Obrigado, Cecília. ele disse, levantando-se e pegando seu palitó do encosto da cadeira. Ele começou a sair, mas parou ao lado de Helena.
Ela podia sentir o calor emanando de seu corpo, o aroma masculino de seu perfume envolvendo-a. “Hoje à noite tem um jantar de negócios no restaurante fazano”, ele disse, não olhando para ela, mas falando tão perto que Helena podia sentir sua respiração em sua nuca. “Às 8 horas, use algo elegante, vermelho, se possível”. E então, fazendo algo completamente inesperado, Dante inclinou-se e pressionou seus lábios na têmpora de Helena.
Um beijo tão breve e casto que poderia ter sido imaginado, mas que enviou uma onda de calor através do corpo inteiro dela. “Até mais tarde, esposa”, ele murmurou contra sua pele e então se foi, deixando Helena congelada em sua cadeira, seu coração disparado e seus pensamentos em completo caos. O que havia sido aquilo? A tarde passou em um borrão.
Helena tentou explorar a mansão, que era ainda maior do que havia pensado inicialmente. Havia uma biblioteca com duas histórias de altura repleta de livros, uma sala de cinema particular, uma academia completamente equipada, uma piscina coberta e até mesmo um jardim de inverno com orquídeas raras. Era um palácio.
E ela era o que exatamente? A princesa, a prisioneira? Às 7 da noite, Helena começou a se arrumar para o jantar. Entre as roupas que Simone havia deixado, ela encontrou um vestido vermelho de corte impecável, não muito revelador, mas justo o suficiente para mostrar suas curvas discretas. Era Valentino, como Helena descobriu pela etiqueta. Ela se maquiou levemente, um pouco de máscara nos cílios, batom vermelho combinando com o vestido, e deixou seus cabelos caírem em ondas naturais sobre os ombros. Quando ela se olhou no espelho, quase não se reconheceu. A mulher, no reflexo,
parecia sofisticada, elegante, confiante, uma senhora Almeida perfeita. Às 7:50, Helena desceu às escadas. Dante já estava esperando no hall de entrada, verificando algo em seu celular. Ele estava vestido com um terno preto, três peças, que parecia ter sido costurado diretamente em seu corpo, valorizando seus ombros largos e cintura fina.
Quando ele ouviu seus passos, levantou os olhos e congelou. Helena viu claramente, dessa vez, sem dúvida, o impacto em seu rosto. Seus olhos se arregalaram ligeiramente, sua mandíbula se apertou e ele a examinou lentamente, dos pés à cabeça, de uma forma que fez cada terminação nervosa do corpo de Helena pegar fogo. “Você está?” Ele começou sua voz mais rouca que o normal, depois pareceu ter dificuldade em terminar a frase adequada.
adequada. Que palavra ridícula para usar quando seus olhos estavam praticamente devorando-a. Obrigada, eu acho. Helena, respondeu, descendo os últimos degraus. Quando ela chegou ao pé da escada, Dante deu um passo em sua direção. Ele estendeu a mão e Helena a aceitou, sentindo um choque elétrico quando suas peles se tocaram.
“Você esqueceu uma coisa?”, ele disse, tirando uma caixinha de veludo do bolso interno do palitó. Ele abriu, revelando um colar de diamantes que brilhava tanto que parecia ter luz própria. Helena engasgou. Dante, eu não posso usar isso. Deve custar uma fortuna. Custar não vale. Ele a corrigiu, tirando o colar da caixa.
E você não apenas pode, você deve. Vire-se. Helena obedeceu, virando as costas para ele. Ela sentiu os dedos dele em sua nuca, afastando seus cabelos gentilmente, enviando arrepios por toda sua espinha. Então o peso frio dos diamantes descansou contra sua pele. Dante demorou mais do que o necessário para fechar o fecho. Seus dedos percorreram levemente a linha do colar.
Depois traçaram um caminho de fogo pela lateral do pescoço de Helena. “Perfeito”, ele murmurou tão perto que sua respiração fazia cóceegas em sua orelha. Helena se virou e de repente eles estavam a centímetros de distância. Ela podia ver os detalhes dos olhos cinzentos dele, fragmentos de prata, sombras mais escuras.
Podia sentir o calor emanando de seu corpo. Podia ver seu peito subindo e descendo com respirações controladas. “Nós devemos ir”, Dante disse, “mas não se moveu.” “Sim, Helena concordou, mas também não se moveu. Eles ficaram ali presos em um momento suspenso no tempo, como dois ímãs lutando entre atração e resistência.
Foi dona Cecília chamando que o motorista estava esperando, que finalmente quebrou o feitiço. Dante recuou, ajeitando sua gravata desnecessariamente. “Vamos”, ele disse, oferecendo seu braço. Helena o aceitou e eles saíram juntos para a noite. Um casal perfeitamente elegante por fora, mas um turbilhão de emoções confusas por dentro.
O restaurante Fazano era tudo que Helena havia imaginado, luxuoso, sofisticado, cheio de pessoas que pareciam ter sido arrancadas das páginas de revistas de estilo de vida dos ricos e famosos. Dante a guiou através do salão principal, sua mão firme nas costas dela, enviando ondas de calor através do tecido fino do vestido. Olhares o seguiam, olhares curiosos, invejosos, calculistas. Dante, uma voz masculina chamou.
E um homem de cerca de 40 anos se aproximou, acompanhado de uma mulher loira deslumbrante. Que bom ver você, Eduardo. Dante cumprimentou com um aperto de mão firme. Esta é minha esposa, Helena. A palavra esposa so estranha, saindo de sua boca, mas havia algo de possessivo na forma como ele a disse. Encantado.
Eduardo beijou a mão de Helena. Se esta é minha esposa, Patrícia. O jantar foi uma sequência interminável de apresentações, conversas de negócios que Helena mal compreendia e vinho caro. Ela sorria quando apropriado, a sentia quando esperado e mantinha a postura perfeita que sua mãe sempre insistira.
Ela estava desempenhando seu papel perfeitamente, mas Dante, Dante estava diferente. Ele mantinha sua mão em sua coxa sob a mesa, não de forma sexual, mas possessiva, protetora. Quando outros homens olhavam para ela por muito tempo, seus dedos se apertavam ligeiramente. Quando alguém fazia uma piada, ele olhava para ela primeiro, como se quisesse ter certeza de que ela estava confortável.
Era desconcertante, confuso e estranhamente agradável. Quando finalmente voltaram para a mansão perto da meia-noite, Helena estava exausta. Ela chutou os sapatos assim que entraram no hall, suspirando de alívio. Tant riu. Um som baixo e genuíno que Helena percebeu que nunca havia ouvido antes. Desconfortáveis? Ele perguntou, afrouxando sua gravata. Instrumentos de tortura disfarçados de calçados.
Helena corrigiu e viu outro sorriso puxar os lábios dele. Eles subiram à escadas juntos em silêncio confortável. Quando chegaram ao corredor que levava aos quartos deles, lados opostos do andar, ambos pararam. “Você se saiu bem hoje?”, Dante disse, suas mãos nos bolsos, olhando para ela com aquela expressão indec e frável: “No jantar.
Você foi impressionante. Helena sentiu um calor estranho em seu peito com o elogio. “Obrigada”, ela disse suavemente. Outro momento de silêncio tenso. Dante deu um passo em sua direção, depois pareceu pensar melhor e recuou. “Boa noite, Helena. Boa noite, Dante.
” Mas quando ela se virou para ir ao seu quarto, ele a chamou. Helena. Ela olhou para trás. “Vermelho?”, ele disse, seus olhos percorrendo-a mais uma vez. você a deveria usar mais vezes. E então ele desapareceu pelo corredor, deixando Helena com o coração disparado e a sensação perturbadora de que as linhas de seu casamento de conveniência estavam começando a ficar perigosamente desfocadas, porque aquilo que estava crescendo entre eles, aquela tensão, aquele calor, aquela atração magnética, não estava em nenhum contrato, e isso a assustava mais do que tudo. Uma semana se passou desde o jantar no fazano. Uma
semana de convivência estranha, de olhares que duravam um segundo a mais do que deveriam, de toques acidentais que não pareciam tão acidentais assim. Dante passava a maior parte dos dias em seu escritório, imerso em reuniões e ligações, mas ele sempre aparecia para o jantar, sempre. que aos poucos a distância entre eles na mesa foi diminuindo, de extremos opostos para lados adjacentes, até que na sexta noite ele simplesmente se sentou ao lado dela sem uma palavra.
Helena não comentou, mas seu coração havia pulado uma batida. Naquela manhã de sábado, Helena acordou com uma batida na porta. Era dona Cecília, com um sorriso misterioso no rosto. Bom dia, senhora. O Sr. Dante pediu que você se arrumasse. Ele a levará para sair. Sair? Helena repetiu confusa. Para onde? Dona Cecília apenas sorriu mais.
Ele disse para usar algo confortável. Uma hora depois, vestida com uma calça jeans de grife cortesia de Simone e uma blusa simples, Helena desceu para encontrar Dante esperando no hall, vestido de forma surpreendentemente casual, jeans escuros e uma camisa polo branca que mostrava seus braços fortes.
Ele estava devastadoramente bonito daquele jeito, relaxado. “Onde vamos?”, Helena perguntou, tentando não parecer muito curiosa. É surpresa. Foi tudo que ele disse. Com um pequeno sorriso jogando nos lábios. Eles saíram no poste preto de Dante, ele mesmo dirigindo desta vez sem motorista. A capota estava abaixada e o vento de São Paulo bagunçava os cabelos de Helena enquanto eles navegavam pelas ruas da cidade.
Para a surpresa de Helena, eles não foram para um restaurante chique ou um evento social. Dante parou o carro em frente a uma loja na famosa rua Oscar Freire em Jardins, uma das boutiques de moda mais exclusivas da América Latina. “Dante, eu já tenho roupas suficientes para vestir uma cidade inteira.
” Helena protestou quando ele abriu a porta para ela. “Não é para você”, ele disse. E havia algo de travesso em seus olhos. “Bem, não exatamente. Você vai me ajudar a escolher algumas coisas para mim.” Helena piscou surpresa. “Você quer minha opinião sobre roupas? Tchai, por que não? Ele deu de ombros. Você tem um olhar apurado.
Eu percebi no jantar da outra noite a forma como você observava as pessoas, notava detalhes. O fato de que ele havia percebido isso a pegou completamente desprevenida. As próximas duas horas foram surrealmente divertidas. Helena ajudou Dante a escolher camisas, experimentar diferentes estilos de ternos, opinar sobre gravatas e, para sua surpresa, ele realmente ouvia suas sugestões.
Mais do que isso, ele parecia valorizar sua opinião. “O cinza chumbo,” Helena disse quando ele emergiu do provador, usando dois ternos diferentes em cada saída. Realça seus olhos. Dante olhou para ela através do espelho, um sorriso lento e perigosamente sexy, curvando seus lábios. Você reparou na cor dos meus olhos? Helena sentiu suas bochechas esquentarem. É difícil não reparar.
Eles são bastante distintos. Distintos. Ele repetiu, se aproximando dela com aquele jeito predatório que fazia o estômago de Helena dar piruetas. Que palavra interessantemente neutra. Eu posso pensar em outras palavras, se preferir. Helena, respondeu, tentando manter a voz firme. Ó, eu adoraria ouvir.
Dante murmurou agora perigosamente perto, seus olhos presos nos dela, intensos. Helena sussurrou, seu coração disparado, perturbadores, hipnóticos. Algo escuro e cheio de promessas brilhou nos olhos dele. “Cuidado, Helena”, ele disse, sua voz baixa e rouca. Continuar assim pode me dar ideias perigosas. Talvez eu queira que você tenha ideias perigosas.
As palavras saíram antes que Helena pudesse filtrá-las. O ar entre eles ficou eletricamente carregado. Dante deu mais um passo, eliminando completamente a distância entre eles. Helena podia sentir o calor de seu corpo, o aroma masculino que estava começando a se tornar perigosamente familiar. “Não brinque com fogo, esposa”, ele alertou. Mas havia um toque de divertimento em sua voz. Você pode acabar se queimando, talvez.
Helena respondeu, surpreendendo-se com sua própria coragem. Eu já esteja queimando. Os olhos de Dante se arregalaram ligeiramente e ela viu sua mandíbula se apertar, como se ele estivesse lutando contra um impulso muito forte. Mas então a vendedora apareceu, quebrando o momento, e Dante recuou, ajeitando o terno desnecessariamente.
“Levaremos este”, ele disse. Sua voz de volta ao controle profissional, mas Helena podia ver atenção em seus ombros. Depois da loja de roupas, Dante a levou para almoçar em um pequeno restaurante italiano no bairro da Bela Vista. Não um lugar luxuoso, mas aconchegante e autêntico, com mesas quadriculadas e o cheiro delicioso de massa fresca.
“Como você conhece esse lugar?”, Helena perguntou enquanto eles se sentavam em uma mesa no canto. “Não parece o seu tipo usual de estabelecimento.” Dante sorriu, um sorriso genuíno que transformou completamente seu rosto, fazendo-o parecer anos mais jovem. Minha avó costumava me trazer aqui quando eu era criança. Ele disse um toque de nostalgia em sua voz. Antes de tudo, antes do império, do dinheiro, das obrigações, quando as coisas eram mais simples.
Era a primeira vez que Dante compartilhava algo pessoal com ela. Helena sentiu algo amolecer em seu peito. “Você era próximo dela?”, ela perguntou suavemente. Era? Dante respondeu, seus olhos distantes. Ela foi a única pessoa que realmente me entendeu, que via, além do sobrenome Almeida, além das expectativas. Ele fez uma pausa. Ela morreu há 5 anos.
Sinto muito”, Helena disse sinceramente, colocando sua mão sobre a dele, sobre a mesa. Dante olhou para suas mãos unidas depois para ela, e havia algo vulnerável em sua expressão que ela nunca havia visto antes. “Ela teria gostado de você”, ele disse suavemente. “Você tem o mesmo fogo, a mesma autenticidade”. O coração de Helena se apertou.
Eles almoçaram conversando sobre coisas triviais, livros favoritos, filmes que amavam. lugares que sonhavam conhecer. Era estranho e maravilhoso, ao mesmo tempo descobrir que por trás da máscara fria do se implacável havia um homem com gostos, sonhos, vulnerabilidades.
Um homem que Helena estava começando a gostar perigosamente. Depois do almoço, quando Helena pensou que voltariam para casa, Dante a surpreendeu novamente. “Mais uma parada”, ele disse, um sorriso misterioso brincando em seus lábios. Eles dirigiram até uma livraria enorme na Avenida Paulista. Não uma livraria qualquer, mas uma daquelas gigantescas, com três andares cheios de livros de todos os tipos imagináveis. Escolha o que quiser. Dante disse enquanto entravam. Não importa quantos.
Eu notei que você fica na biblioteca da mansão todas as tardes. Pensei que poderia gostar de adicionar alguns títulos à sua coleção pessoal. Helena ficou sem palavras. Ele havia notado, havia prestado atenção suficiente para saber de seus hábitos de leitura. Dante, você não precisa. Eu sei que não preciso. Ele a interrompeu, seus olhos suaves. Eu quero. As próximas horas foram mágicas.
Helena vagou pelos corredores, pegando livros, lendo contracapas, enquanto Dante a seguia pacientemente, carregando uma pilha crescente de títulos. Ele até pegou alguns para si mesmo, e eles discutiram sobre literatura. filosofia, poesia. Era a conversa mais longa e substancial que haviam tido desde que se casaram.
Quando finalmente saíram da livraria com quatro sacolas cheias, o sol estava começando a se pôr, pintando o céu de São Paulo em tons de rosa e laranja. “Obrigada”, Helena disse enquanto eles carregavam as sacolas para o carro. Por hoje foi inesperado. Dante parou, olhando para ela sobre o teto do Porsche. Helena, eu sei que este casamento começou como uma transação ele disse, sua voz séria.
Mas isso não significa que não podemos tentar torná-lo menos transacional. O coração de Helena bateu mais rápido. O que você está dizendo? Dante segurou seu olhar por um longo momento. Estou dizendo que talvez possamos tentar ser amigos, pelo menos tornar esses dois anos menos solitários para ambos. Amigos, era um começo, mas a forma como Dante a olhava, como se ela fosse algo raro e precioso que ele estava descobrindo, não parecia exatamente amigável. Parecia muito, muito mais complicado do que isso.
Quando chegaram em casa, já era noite. Dante ajudou Helena a carregar os livros até seu quarto. E, pela primeira vez, ele entrou completamente na suí dela em vez de ficar na porta. Ele colocou as sacolas na poltrona perto da janela, depois se virou para ela, as mãos nos bolsos, aquela expressão indecifrada novamente no rosto. “Eu me diverti hoje”, ele disse.
E havia uma nota de surpresa em sua voz, como se ele mesmo não acreditasse faz muito tempo, desde que eu simplesmente saí compromissos de negócios, sem obrigações sociais. Foi refrescante. Eu também, Helena admitiu, abraçando um dos livros contra o peito. Obrigada por isso.
Dante deu um passo em sua direção, depois outro, até que estava perigosamente perto. Novamente, Helena podia ver cada detalhe de seu rosto, a linha forte de sua mandíbula, as rugas sutis ao redor de seus olhos que apareciam quando ele sorria, o formato perfeito de seus lábios. Helena, ele disse, sua voz rouca. Eu preciso saber.
Você sente isso também? Sentir o quê? Ela sussurrou, embora soubesse exatamente o que ele estava perguntando. Isso ele disse, erguendo sua mão e tocando levemente seu rosto, seus dedos traçando a linha de sua bochecha com uma suavidade que contrastava completamente com sua personalidade normalmente controlada.
Essa atração entre nós, essa tensão que está ficando mais difícil de ignorar a cada dia. Helena fechou os olhos, inclinando-se involuntariamente para seu toque. “Sim”, ela admitiu em um sussurro. Eu sinto. Quando ela abriu os olhos, viu algo ardente no olhar de Dante. Desejo sim, mas também algo mais, algo mais profundo, mais assustador. Isso complica tudo ele disse, mas não removeu sua mão.
Eu sei, Helena, respondeu. Nós tínhamos regras, limites. Dante continuou, sua outra mão agora curvando ao redor de sua cintura, puxando-a levemente para mais perto. As regras podem mudar, Helena ousou dizer. Seu coração disparado. Os olhos de Dante se escureceram. “Felena, se eu te beijar agora?” Ele disse sua voz áspera.
“Eu não vou querer parar e tudo entre nós vai mudar irreversivelmente. Talvez.” Helena sussurrou, erguendo seu rosto em direção ao dele. Já tenha mudado. Por um momento que pareceu se esticar até a eternidade, eles ficaram ali suspensos na beirada de algo imenso e aterrorizante. Dante se inclinou, seu nariz quase tocando o dela, sua respiração quente contra seus lábios. Última chance de recuar. Ele advertiu.
Eu não quero recuar. Helena respondeu, seu coração batendo tão forte que tinha certeza de que ele podia ouvi-lo. E então, finalmente, Dante fechou a distância. O beijo começou suave, quase reverente. Seus lábios tocaram os dela gentilmente, testando, explorando. Mas quando Helena respondeu seus braços envolvendo o pescoço dele, o beijo se aprofundou, se intensificou.
Dante a puxou completamente contra ele, uma mão entrelaçada em seus cabelos. a outra firme em suas costas. Helena podia sentir o calor de seu corpo através da roupa fina, o tamborilar de seu coração contra o dela, o gosto de café e algo exclusivamente dele em sua boca. O livro que ela segurava caiu no chão com um baque abafado, esquecido.
Quando finalmente se separaram, ambos estavam sem fôlego, olhos arregalados, completamente abalados pelo que havia acabado de acontecer. Dante Helena, começou, mas não sabia o que dizer. Ele apoiou sua testa contra a dela, ainda segurando-a perto, como se tivesse medo de que ela desaparecesse se a soltasse. “Eu sei”, ele disse, sua voz rouca e abalada.
Eu também não sei o que fazer com isso. Eles ficaram assim por longos momentos, simplesmente respirando juntos, tentando entender como as regras cuidadosamente estabelecidas de seu casamento arranjado haviam acabado de ser completamente destruídas. Finalmente, Dante recuou, embora seus dedos permanecessem entrelaçados nos dela, como se ele não conseguisse forçar a romper completamente o contato. “Boa noite, Helena”, ele disse, “mas havia incerteza em sua voz.
como se ele mesmo não acreditasse que estava realmente indo embora. “Boa noite”, ela respondeu, seus lábios ainda formigando. Dante caminhou em direção à porta, parando na soleira. Ele olhou para trás, seus olhos encontrando-os dela através do quarto. “Esse beijo?”, ele disse suavemente. “Não estava em nenhum contrato.” “Não.
” Helena concordou, um pequeno sorriso curvando seus lábios. Não estava. “Então, o que fazemos agora?”, ele perguntou. E havia vulnerabilidade em sua voz que ela nunca havia ouvido antes. Helena pensou por um momento depois disse: “Acho que descobrimos dia após dia”. Dante assentiu lentamente aquele pequeno sorriso que ela estava aprendendo a amar aparecendo novamente dia após dia”, ele repetiu.
E então ele saiu fechando a porta suavemente atrás de si, deixando Helena sozinha em seu quarto gigante, seu coração ainda disparado, seus lábios ainda sentindo o gosto dele e a certeza absoluta de que nada seria mais o mesmo. O contrato havia sido quebrado, as paredes estavam caindo e Helena descobriu que não se importava nem um pouco. De fato, parte dela, a parte que estava cansada de viver em gaiolas douradas e contratos frios, estava celebrando.
Porque pela primeira vez desde que havia assinado aquele papel no cartório, Helena sentiu algo real, algo autêntico, algo que poderia, talvez se transformar em mais do que qualquer um deles havia planejado. E isso ela percebeu enquanto tocava seus lábios e sorria no escuro de seu quarto.
Era, ao mesmo tempo, a coisa mais assustadora e mais emocionante que já havia acontecido com ela. Os dias seguintes ao beijo foram um tormento deliciosamente confuso. Dante e Helena dançavam ao redor um do outro, como dois planetas presos em órbita gravitacional, atraídos irresistivelmente, mas ainda mantendo uma distância respeitosa, como se temessem que aproximar demais causaria uma colisão catastrófica.
Mas os sinais estavam lá, nos olhares que duravam segundos a mais, nas mãos que se tocavam acidentalmente durante o jantar, na forma como Dante agora entrava na biblioteca todas as tardes, sentando-se na poltrona ao lado da dela, ambos lendo em silêncio confortável, que dizia mais do que palavras poderiam. Era na quinta-feira seguinte que tudo mudaria novamente.
“Há um brunch beneficente no clube paulistano no domingo”, Dante anunciou durante o café da manhã, sem levantar os olhos de seu tablet, para a construção de um hospital infantil. Precisamos comparecer. Helena havia aprendido que precisamos no vocabulário de Dante significava você não tem escolha. Tudo bem, ela concordou, mordendo sua torrada.
Dante finalmente levantou os olhos, estudando-a com aquela intensidade que sempre fazia o estômago de Helena dar voltas. “Haverá muita gente da Alta Sociedade Paulistana”, ele disse, sua voz assumindo um tom de advertência, inclusive algumas pessoas que não são particularmente agradáveis. “Você está me preparando para algo?”, Helena perguntou arqueando uma sobrancelha.
Dante hesitou, depois suspirou. Bianca Monteiro estará lá. O nome não significava nada para Helena. E quem é Bianca Monteiro? Uma mulher que erroneamente pensou que seria minha esposa um dia. Dante disse. Sua voz neutra, mas seus olhos alertas. Ela pode tentar provocar você. Eu preciso que você ignore. Helena sentiu um fogo estranho acender em seu peito.
Ciúme? Não. Ela não tinha direito de sentir ciúme, mas havia algo. Você tinha um relacionamento com ela? Ela perguntou, tentando manter a voz casual. Não. Dante respondeu firmemente. Nós saímos algumas vezes anos atrás. Nada sério. Mas Bianca é persistente e manipuladora. Entendo, Helena, disse, mas por dentro ela estava nervosa.
Domingo chegou com um céu azul brilhante típico de São Paulo no outono. Helena se vestiu com um conjunto elegante, um vestido-me de rosa claro com blazer creme, sapatos nude e o colar de diamantes que Dante havia lhe dado. Ele insistira, dizendo que era apropriado para essa ocasião.
Quando ela desceu, encontrou Dante esperando o vestido com um terno azul marinho que fazia seus olhos cinzentos parecerem ainda mais hipnóticos. “Você está linda”, ele disse simplesmente, mas a forma como seus olhos percorreram ela dizia muito mais. “Você também?” Helena respondeu e viu um pequeno sorriso curvando os lábios dele.
O clube paulistano era tudo que Helena imaginava, um estabelecimento centenário no coração dos jardins, com campos de golfe impecáveis, quadras de tênis e um edifício principal que parecia um palácio europeu. O salão do brunch estava repleto de São Paulos Elite. Mulheres com vestidos de grife e joias que poderiam pagar universidades inteiras, homens internos caros discutindo negócios e política, garçons circulando com bandejas de champanhe e canapés elaborados.
Dante manteve Helena perto, sua mão possessiva em suas costas enquanto cumprimentavam pessoas. Helena sorria, conversava educadamente, desempenhando seu papel de Senora Almeida perfeitamente, mas ela podia sentir olhares curiosos, avaliadores, alguns claramente maliciosos. Ela era a forasteira, a desconhecida, que havia se casado com um dos solteiros mais cobiçados de São Paulo. Naturalmente, haveria fofoca. Foi quando ela a viu.
Bianca Monteiro era deslumbrante de uma forma calculada, alta, magra, loira platinada, vestida com um vestido branco ceremoniosamente justo, que provavelmente custava mais do que o apartamento inteiro da família Silva. Ela segurava uma taça de champanhe com unhas perfeitamente manicuradas de vermelho sangue.
E quando seus olhos, verdes como esmeraldas e igualmente duros, encontraram Helena, um sorriso predatório curvou seus lábios cor-de-osa. Dante, querido ela cantarolou, caminhando em direção a eles com a confiança de alguém que achava que o mundo lhe pertencia. Que surpresa deliciosa ver você aqui.
Dante se enrijeceu imperceptivelmente ao lado de Helena. Bianca. Ele cumprimentou friamente. Bianca voltou sua atenção para Helena, seus olhos escaneando-a de cima a baixo, de forma tão obviamente avaliadora, que era quase cômica. E esta deve ser a nova esposa! Ela disse a palavra esposa, saindo como se tivesse gosto ruim.
Que doce! Helena forçou seu melhor sorriso educado. Helena Almeida. Ela estendeu a mão. Prazer em conhecê-la. Bianca olhou para a mão estendida como se fosse algo contaminado. Depois a apertou brevemente com a ponta dos dedos. “Claro”, ela disse com um sorriso falso. “Já ouvi tanto sobre você. Engraçado.” Helena respondeu mantendo o sorriso. “Eu não ouvi nada sobre você”.
A máscara de Bianca escorregou por uma fração de segundo, uma faísca de raiva brilhando em seus olhos. Dante tciu discretamente ao lado de Helena. Ela poderia jurar que estava tentando não rir. Bem, Bianca recuperou sua compostura, virando-se para Dante. É tão repentino, não é? Este casamento? Quero dizer, ninguém sabia que você estava sequer namorando, Dante, e de repente casado. Ela riu um som estridente.
Deve ter sido algum romance bastante urgente. Havia insinuação óbvia em suas palavras. Helena sentiu seu sangue ferver, mas manteve o rosto neutro. Quando você encontra a pessoa certa, Dante disse sua voz fria como aço, seu braço se apertando ao redor da cintura de Helena. Você não perde tempo. Que romântico. Bianca ronronou, mas seus olhos estavam cheios de veneno.
Embora algumas pessoas possam dizer que foi mais uma questão de conveniência, ouvi dizer que a família da Nova Senhora Almeida estava em certas dificuldades financeiras. O silêncio que caiu foi tão pesado que parecia sugar todo o ar do salão.
Pessoas ao redor começaram a perceber a tensão, olhares curiosos se virando em direção a eles. Helena sentiu como se tivesse levado um tapa. Não pela verdade das palavras. Ela sabia exatamente o que seu casamento era, mas pela crueldade pública, pela humilhação deliberada, ela sentiu Dante se mover ao seu lado, prestes a intervir. Mas algo dentro dela, um orgulho feroz, uma raiva ardente, a fez agir primeiro.
“Você está absolutamente certa, Bianca”, Helena disse. Sua voz calma, mas carregada de aço. Minha família estava em dificuldades. E sim, este casamento ajudou com isso. Ela deu um passo em direção a Bianca, erguendo o queixo desafiadoramente. Mas sabe qual é a diferença entre nós duas? Eu não finjo ser algo que não sou. Eu não preciso de um vestido de grife e joias caras para me dar valor.
E eu não preciso humilhar outras mulheres para me sentir relevante. O salão inteiro parecia ter parado para assistir. Bianca ficou pálida, suas mãos tremendo ligeiramente ao redor da taça de champanhe. Como você ousa? Eu ousei porque alguém precisava. Helena a interrompeu e agora sua voz estava mais alta, mais firme.
Você pode ter tudo o que o dinheiro pode comprar, Bianca, mas claramente classe e decência não estão à venda. Um silêncio chocado pairou sobre o salão. Então, para a surpresa de Helena, começaram a ouvir alguns sussurros de aprovação, algumas risadas abafadas.
Bianca estava vermelha de raiva, sua boca abrindo e fechando como um peixe fora d’água. Mas antes que ela pudesse responder, Dante interveio. Acho melhor você ir, Bianca. Ele disse sua voz baixa e perigosa. Antes que minha esposa decida realmente mostrar a você a diferença entre classe e dinheiro.
A ênfase que ele colocou na palavra esposa era innegável, era possessiva, protetora, orgulhosa. Bianca olhou entre eles dois, percebendo que havia perdido completamente o controle da situação. Com um último olhar venenoso, ela virou nos calcanhares e saiu pisando duro, seus saltos estalando contra o mármore. Assim que ela saiu, o salão explodiu em sussurros animados.
Helena podia sentir dezenas de olhos nela, mas agora havia algo diferente neles. Respeito, admiração, até mesmo algumas expressões divertidas. Dante se virou para ela e Helena esperou ver reprovação. Afinal, ela havia acabado de causar uma cena em um evento beneficente de elite, mas em vez disso, ela viu seus olhos brilhando com algo que parecia perigosamente com orgulho, admiração.
“Vamos tomar ar”, ele disse suavemente, guiando-a para fora do salão. Eles saíram para uma varanda que dava para os jardins do clube. o ar fresco da tarde. Uma bênção, após o ambiente sufocante lá dentro, Helena estava tremendo, não de medo, mas de adrenalina. Ela havia se defendido. Havia defendido a si mesma e sua família contra uma mulher cuja crueldade era tão afiada quanto seus sapatos de salto.
“Eu sinto muito,”, ela começou. “Eu não deveria ter não.” Dante a interrompeu, virando-a para encará-lo. Suas mãos em seus ombros. Não se desculpe. Nunca se desculpe por ter espinha dorsal. Ele a estudou por um longo momento, seus olhos percorrendo seu rosto como se a visse pela primeira vez. Você foi magnífica lá dentro, ele disse.
Sua voz rouca, absolutamente magnífica. Eu estava prestes a destruir Bianca verbalmente, mas você Ele riu suavemente. Você fez isso com muito mais elegância e impacto do que eu jamais poderia. Ela me deixou com raiva, Helena admitiu a forma como ela falou sobre minha família, sobre nosso casamento. Ela estava tentando humilhá-la.
Dante disse seus polegares acariciando seus ombros suavemente. E em vez disso, você a colocou no lugar dela. Você mostrou a ela e a todos lá dentro que Helena Almeida não é alguém para se mexer. Helena olhou para ele, seu coração batendo forte. Havia algo em seus olhos, algo quente, intenso, cheio de emoções que ela não conseguia nomear completamente. “Tante”, ela sussurrou.
Ele deu um passo mais perto, suas mãos movendo de seus ombros para curvar ao redor de seu rosto. “Helena, você tem mais classe em um único olhar do que Bianca tem em toda sua existência”, ele disse, sua voz baixa e cheia de convicção. “Você é inteligente, corajosa, autêntica e eu?” Ele hesitou como se as próximas palavras fossem difíceis.
Eu estou começando a perceber que fui um idiota completo por pensar que este casamento seria apenas uma transação comercial. O coração de Helena parou. O que você está dizendo? Dante a puxou mais perto, sua testa descansando contra a dela. Estou dizendo que você está me fazendo sentir coisas que eu jurei nunca sentir.
Ele admitiu, as palavras saindo como uma confissão arrancada. Estou dizendo que eu penso em você constantemente, que não consigo me concentrar nas reuniões porque fico imaginando o que você está fazendo, que eu subo aquelas escadas todas as noites e preciso de toda minha força de vontade para não bater na sua porta. E ele parou sua respiração pesada.
E o quê? Helena instigou seu próprio coração disparado. E mostrar a você exatamente o que você está fazendo comigo. Dante terminou. Seus olhos escuros, de desejo fixos nos dela. Eles ficaram ali no meio da varanda, envoltos em sua própria bolha, enquanto o mundo continuava ao redor deles.
Helena podia ouvir a música suave vindo do salão, o zumbido distante de conversas, mas tudo parecia desaparecer quando Dante a olhava daquele jeito. “Eu também sinto isso”, ela sussurrou. “Essa atração, essa confusão não deveria ser assim. Deveria ser simples, claro, apenas um contrato. Mas você, você está complicando tudo. Bom, Dante, murmurou, um pequeno sorriso jogando em seus lábios.
Porque você está me enlouquecendo e é justo que eu retribua o favor. Helena riu suavemente e então, sem pensar duas vezes, ela se ergueu nas pontas dos pés e pressionou seus lábios contra os dele. O beijo foi diferente do primeiro, mais urgente, mais desesperado, cheio de toda a emoção que haviam estado reprimindo.
Dante a puxou completamente contra ele, uma mão entrelaçada em seus cabelos, a outra firme em suas costas, beijando-a como um homem faminto, finalmente encontrando sustento. Quando finalmente se separaram, ambos estavam sem fôlego. “Nós deveríamos voltar”, Helena disse. “Mas não se moveu. Deveríamos.” Dante concordou, mas também permaneceu parado, seus braços ainda ao redor dela. “As pessoas vão falar”, ela alertou.
“Que falem”, ele respondeu, roubando outro beijo rápido. “Deixe-os falar sobre como o homem de gelo finalmente derreteu.” Helena sorriu contra seus lábios. “Derreteu? É completamente. Dante admitiu, e havia uma vulnerabilidade em sua voz que fez o coração de Helena se apertar.
E tudo por causa de uma mulher teimosa que se recusa a ser intimidada e que lê poesia na minha biblioteca. Nossa biblioteca. Helena corrigiu suavemente. Dante sorriu. Aquele sorriso genuíno que transformava completamente seu rosto. “Nossa biblioteca”, ele repetiu. E a palavra nossa soou como uma promessa. Eles finalmente voltaram para o salão de mãos dadas e Helena percebeu que os olhares agora eram diferentes.
Não havia mais curiosidade maliciosa ou julgamento. Havia respeito, admiração e até um pouco de inveja, porque eles haviam visto o homem de gelo derreter. Haviam visto Dante Almeida, o CEO implacável que nunca demonstrava emoção, defender sua esposa com uma ferocidade que deixou claro para todos que Helena não era apenas uma transação comercial, ela era dele e ele estava começando a ser dela.
E aquela percepção enquanto eles circulavam pelo salão como um casal de verdade pela primeira vez, era ao mesmo tempo aterrorizante e absolutamente embriagante. As regras haviam mudado, o jogo havia evoluído e nenhum deles tinha a menor ideia de para onde isso os levaria. Mas naquele momento, com a mão de Dante firme na dela e seu sorriso só para ela, Helena descobriu que não se importava com o destino.
Ela estava pronta para enfrentar o que quer que viesse, tempestades sociais, ex-namoradas vingativas, até mesmo os próprios muros que havia construído ao redor de seu coração. Porque pela primeira vez em sua vida, Helena estava sentindo algo real, algo que valia a pena lutar.
E se a tempestade no clube havia provado alguma coisa, era que ela não estava mais sozinha nessa luta. Dante estava ao seu lado e, pelo olhar em seus olhos, ele não pretendia ir a lugar algum. Naquela noite, após o Brun turbulento, Dante e Helena voltaram para a mansão em um silêncio que pulsava com energia contida. Não era o silêncio desconfortável dos primeiros dias, mas algo diferente, carregado de promessas não ditas, de linhas prestes a serem cruzadas.
Helena subiu direto para seu quarto, precisando de um momento para processar tudo o que havia acontecido. Ela havia enfrentado Bianca publicamente, havia beijado Dante na varanda, havia sentido a mudança sísmica em seu relacionamento. Não havia mais volta. O casamento de conveniência estava se transformando em algo perigosamente real. Ela tomou um banho longo, deixando a água quente lavar a tensão do dia.
Quando saiu, envolvida em um roupão de seda, era quase 7 da noite. Ela se vestiu confortavelmente, leggings e um suéter macio, e desceu para o jantar. Mas Dante não estava na sala de jantar. “O senor Dante está na biblioteca, senhora.” Dona Cecília informou com um sorriso conhecedor. Ele disse que jantariam lá hoje. O coração de Helena pulou uma batida.
a biblioteca, o lugar que havia se tornado o refúgio silencioso deles, onde passavam as tardes em companhia tranquila. Ela caminhou pelos corredores familiares até chegar às portas duplas de carvalho da biblioteca. Empurrando-as suavemente, ela entrou e parou, o fôlego preso. A biblioteca havia sido transformada. As cortinas estavam fechadas, bloqueando o mundo exterior.
Velas, dezenas delas estavam espalhadas por todas as superfícies, lançando luz dourada e dançante. Uma manta havia sido estendida no tapete persa, no centro da sala, cercada por almofadas macias. E ali sobre a manta estava um piquenique elaborado, queijos, frutas, pães artesanais, vinho.
Dante estava de pé perto da lareira que crepitava alegremente, vestido casualmente com jeans e um suéter preto. Ele segurava uma taça de vinho, observando-a entrar. “Surpresa!”, ele disse suavemente. Helena sentiu lágrimas inesperadas picar em seus olhos. era tão romântico, tão pensativo.
“Tante, você fez tudo isso?” Ele deu de ombros, mas havia um traço de insegurança em sua expressão. “Bem, dona Cecília ajudou com a comida”, ele admitiu, “Mas o resto foi ideia minha. Eu pensei, depois do dia que tivemos, talvez você quisesse algo tranquilo. Apenas nós dois. Apenas nós dois.” Aquelas palavras soaram como música. Helena caminhou até ele, seus pés descalços, silenciosos sobre o tapete. “É perfeito”, ela disse sinceramente.
“O sorriso que iluminou o rosto de Dante foi como ver o sol após tempestade. Eles se sentaram na manta e Dante serviu vinho para ambos. A conversa fluiu naturalmente. Falaram sobre o livro que Helena estava lendo, sobre um dial complicado que Dante estava fechando, sobre memórias de infância e sonhos para o futuro.
Era fácil, confortável, como se fossem amigos há anos em vez de semanas. “Posso fazer uma pergunta pessoal?”, Helena perguntou depois de sua segunda taça de vinho, sentindo-se corajosa. “Você pode fazer qualquer pergunta.” Dante respondeu, recostando-se nas almofadas, completamente relaxado, de uma forma que ela nunca o havia visto.
“Por que você nunca se casou antes, antes deste arranjo?”, Ela perguntou, estudando-o. Você é bem-sucedido, bonito. Obviamente não tem falta de opções. Dante ficou quieto por um longo momento, girando o vinho em sua taça. Porque eu nunca senti que alguém me via, ele disse finalmente, sua voz baixa.
As mulheres que eu namorava, elas viam Dante Almeida, o CEO, o bilionário. O nome nunca apenas Dante, o homem que adora um bom livro, que gosta de dirigir à noite com a capota abaixada, que tem medo de falhar como seu pai falhou. A última parte saiu como uma confissão arrancada. Helena se aproximou, colocando sua mão sobre a dele. “Eu te vejo”, ela disse suavemente. “O homem, não o título.
” Dante olhou para ela e havia algo tão vulnerável, tão aberto em sua expressão, que o coração de Helena se apertou. Eu sei”, ele sussurrou. “É por isso que você me assusta tanto.” “Eu te assusto?” Aterroriza ele corrigiu com um pequeno sorriso triste. “Porque pela primeira vez eu tenho algo a perder.
Alguém que vê através das máscaras, e isso é aterrorizante?” Helena terminou entendendo completamente e emocionante. Dante acrescentou seus dedos entrelaçando-nos dela. Porque pela primeira vez eu me sinto vivo, real, não apenas cumprindo funções e fechando negócios, mas realmente vivendo.
Eles ficaram ali, mãos entrelaçadas, olhando um para o outro à luz tremeluz das velas. Helena, Dante disse, sua voz rouca. Eu preciso de você para entender algo. O que começou como um contrato não é mais isso. Não para mim. Eu não sei exatamente quando aconteceu, se foi quando você me enfrentou no primeiro dia ou quando descobri você lendo Byron na biblioteca, ou hoje quando você colocou Bianca no lugar dela, mas aconteceu.
Você Você está em minha cabeça, em meu peito, em cada pensamento. O coração de Helena batia tão forte que ela tinha certeza de que ele podia ouvi-lo. Dante, espere, me deixe terminar. Ele a interrompeu, levantando-se abruptamente e começando a andar. Eu sei que isso não era o acordo.
Eu sei que você entrou nisso esperando dois anos suportáveis e então liberdade. Eu sei que eu deveria ter me mantido distante, seguido as regras, mas eu não consigo. Ele parou, olhando para ela com uma intensidade que a fez tremer. Eu não quero. Helena se levantou também, caminhando até ele. E se eu dissesse que não quero que você se mantenha distante? Os olhos de Dante se arregalaram.
Helena, você precisa ter certeza, porque se cruzarmos essa linha completamente, não haverá volta. Eu não, eu não sou bom em compartimentalizar. Se eu te tiver, eu vou querer tudo. Seu tempo, suas risadas, seus pensamentos, seu corpo, seu coração, tudo. A palavra tudo soou como uma promessa e um aviso.
Helena ergueu sua mão tocando seu rosto gentilmente. E se eu quiser dar tudo, algo se quebrou nos olhos de Dante. Controle, restrição, medo, tudo desmoronando de uma vez. Então que Deus me ajude”, ele disse, “A puxou em seus braços, capturando sua boca, em um beijo que era fome, necessidade e algo mais profundo que nenhum deles estava pronto para nomear.
Ele a beijou como se estivesse provando algo raro e precioso, como se estivesse memorizando cada ângulo de seus lábios, cada suspiro que escapava dela. Suas mãos estavam em toda parte, em seus cabelos, em suas costas, curvando ao redor de sua cintura. e puxando-a impossivelmente próxima. Helena respondeu com igual fervor, seus dedos enterrando em seus cabelos, puxando-o mais perto, mais profundo.
Ela podia sentir o tambor selvagem de seu coração, ou talvez fosse o dela. Era impossível dizer onde ela terminava e ele começava. Dante a girou, pressionando suas costas contra a estante de livros, seus lábios se movendo de sua boca para sua mandíbula, sua garganta, provocando, explorando. Dante o fegou, suas unhas arranhando seus ombros através do suéter.
Ele se afastou o suficiente para olhar para ela, seus olhos escuros de desejo, sua respiração pesada. Diga-me para parar”, ele disse, sua voz áspera. “Porque se você não fizer isso agora, eu não vou conseguir.” “Não pare.” Helena sussurrou. “Por favor, não pare.” Com um som gultural que era meio gemido, meio riso, Dante a pegou nos braços, literalmente a levantou, como se ela não pesasse nada, e a carregou até a manta, deitando-a gentilmente sobre as almofadas. Ele se deitou ao lado dela, apoiando-se em um cotovelo, simplesmente
olhando para ela por um longo momento. “Você é tão linda”, ele murmurou, seus dedos traçando a linha de seu rosto com uma reverência que fez as lágrimas picarem os olhos de Helena. “Como eu tive tanta sorte!” “Sorte?” Helena deu uma risada trêmula. “Isso foi um contrato de negócios, lembra? O melhor negócio que já fiz na minha vida”, Dante respondeu.
E então a beijou novamente, mais devagar, desta vez, mais profundo. Eles se perderam um no outro, mãos explorando, lábios descobrindo, roupas sendo removidas gradualmente entre beijos e risos suaves e sussurros de nomes. Mas quando Dante começou a ir mais longe, Helena colocou sua mão em seu peito, parando-o. “Dante, espere”, ela disse, seus olhos um pouco arregalados. vulneráveis.
Ele congelou imediatamente preocupação atravessando o seu rosto. O que foi? Eu fui longe demais, Helena, eu sinto. Não. Ela o interrompeu rapidamente. Não é isso. É só que eu preciso que você saiba algo. Eu nunca Eu nunca fiz isso antes. Dante piscou, processando suas palavras. Então, seus olhos se arregalaram com compreensão.
Você está dizendo que é que nunca Helena assentiu, suas bochechas queimando. Eu sei que provavelmente parece ridículo na minha idade, mas eu sempre quis que fosse especial com alguém que significasse algo. E nunca nunca houve ninguém que Dante calou suas palavras com um beijo suave, terno, cheio de algo que parecia suspeitosamente com adoração. Helena,” ele disse quando se afastou, olhando profundamente em seus olhos.
“Você não tem ideia do que isso significa para mim. Que você confiaria em mim com isso, que eu seria o primeiro?” Sua voz ficou rouca. “Eu prometo que farei valer a pena. Eu prometo ser cuidadoso, gentil. Eu prometo que, não importa o que aconteça entre nós, você nunca se arrependerá desta noite.” As lágrimas que Helena havia estado segurando finalmente escaparam. Eu confio em você”, ela sussurrou.
E ela confiava, contra toda a lógica, contra todas as razões pelas quais não deveria, ela confiava naquele homem completamente. Tante limpou suas lágrimas com o polegar, beijando-a novamente, com uma suavidade que contradizia completamente a reputação de homem frio e calculista que ele carregava. “Nós podemos parar a qualquer momento”, ele assegurou.
Se você ficar desconfortável, assustada, qualquer coisa, apenas diga e nós paramos. Sem perguntas, sem julgamentos. Está bem? Helena assentiu, sentindo-se segura de uma forma que nunca havia experimentado antes. O que aconteceu depois foi uma descoberta lenta e gentil. Dante, tomando seu tempo, certificando-se de que cada toque trouxesse prazer, não dor, cada beijo acalmasse qualquer nervosismo, cada sussurro reafirmasse que ela estava segura, desejada, cherished.
E quando finalmente se tornaram um, à luz das velas dançando sobre suas peles entrelaçadas, Helena entendeu o que as pessoas queriam dizer quando falavam sobre fazer amor versus apenas sexo. Porque isso, isso era amor. Ela poderia sentir em cada toque gentil, em cada olhar terno, em cada palavra sussurrada.
Mais tarde, muito mais tarde, eles permaneceram enrolados juntos sob a manta, corpos entrelaçados, corações batendo em sincronia. Helena traçava padrões preguiçosos no peito de Dante, seu ouvido pressionado contra onde ela podia ouvir seu coração. Um som constante e reconfortante. Está se arrependendo? Dante perguntou suavemente, seus dedos passando por seus cabelos.
Do quê? De mim, de nós, de tudo isso? Ele disse. E havia uma nota de vulnerabilidade em sua voz que fez Helena se levantar para olhá-lo. Não ela disse firmemente, beijando-o suavemente. Nem um pouco. O sorriso que iluminou seu rosto era como ver um milagre. Bom, ele disse, puxando-a de volta para seu peito. Porque eu não estou deixando você ir nunca.
Contrato ou não, dois anos ou não. Você é minha agora, Helena, e eu sou seu. Helena sentiu algo quente e doce expandir em seu peito. Algo que ela não estava ainda pronta para nomear, mas que sentia com cada fibra de seu ser. “Promete?”, ela sussurrou. Prometo. Dante respondeu, beijando seu topo da cabeça. “Com cada parte de mim.
Eles adormeceram ali na biblioteca, sob a luz das velas, que lentamente se apagavam, enrolados um no outro, completamente perdidos em um mundo que consistia apenas dos dois. Lá fora, a cidade de São Paulo continuava sua marcha frenética, mas dentro daquela biblioteca o tempo havia parado.
E pela primeira vez desde que haviam assinado aquele contrato frio em um cartório chuvoso, tanto Dante quanto Helena sentiram que talvez, apenas talvez, o destino sabia o que estava fazendo quando os havia unido, porque aquilo, aquela conexão, aquele calor, aquele sentimento que crescia entre eles não podia ser explicado por contratos ou conveniência. Era algo muito maior, muito mais poderoso.
Era amor começando a brotar nas rachaduras do gelo que ambos haviam construído ao redor de seus corações. E ambos estavam prontos, assustados, mas prontos para vê-lo florescer. Os dias que seguiram aquela noite na biblioteca foram os mais felizes da vida de Helena. O casamento de fachada havia se transformado em algo real, palpitante, verdadeiro.
Dante não guardava mais distância. Suas manhãs começavam com ele entrando em seu quarto, que agora era o quarto deles, já que ele havia movido suas coisas para a suí de Helena, com café fresco e um beijo que a fazia acordar sorrindo. Eles trabalhavam juntos no escritório dele, Helena ajudando-o com projetos enquanto estudava a administração online. Um curso que Dante havia insistido em pagar.
Almoçavam juntos, riam juntos, sonhavam juntos. Era como se o gelo que envolvia Dante Almeida tivesse derretido completamente, revelando um homem apaixonado, atencioso, com um senso de humor seco que fazia Helena gargalhar. Você sorri mais agora. Helena comentou uma manhã, três semanas após aquela noite transformadora, enquanto tomava um café da manhã na cama.
Dante a puxou mais perto, beijando sua têmpora. Eu tenho motivos para sorrir”, ele murmurou contra sua pele. “Você”. Helena sentiu aquele calor familiar em seu peito, aquele sentimento que ela finalmente havia admitido para si mesma, mesmo que ainda não tivesse coragem de dizer em voz alta.
Ela estava apaixonada por seu marido, completamente irrevogavelmente apaixonada. “Temos aquele jantar hoje à noite”, Dante disse, mordiscando uma torrada. com os investidores japoneses. Vai ser tedioso, cheio de formalidades. Tem certeza que quer ir? Aonde você for, eu vou. Helena respondeu, roubando um pedaço de sua torrada.
O sorriso que iluminou o rosto dele fez seu coração pular. “Você não tem ideia do quanto eu amo ouvir você dizer isso”, ele disse. E então, como se as palavras tivessem escapado sem permissão, seus olhos se arregalaram ligeiramente. Helena congelou. Amor. Ele havia dito a palavra amor. Eles ficaram olhando um para o outro, o ar subitamente carregado com a magnitude daquela palavra não dita, mas claramente presente.
Dante Helena, começou, seu coração disparado, mas ele colocou um dedo sobre seus lábios, balançando a cabeça. Ainda não ele disse suavemente. Quando eu disser essas palavras pela primeira vez, quero que seja perfeito. Não durante um café da manhã casual. Você merece mais do que isso. O coração de Helena derreteu completamente. Aquela noite, no jantar com os investidores, Helena viu um lado diferente de Dante, o CEO brilhante, o negociador astuto, o líder nato.
Mas mesmo no meio de discussões de negócios complexas, seus olhos sempre voltavam para ela, como se precisasse confirmar que ela ainda estava lá, que aquilo não era um sonho. E quando um dos investidores fez um comentário ligeiramente inadequado sobre a sorte de Dante em ter uma esposa tão bonita, Dante havia respondido com uma frieza cortante: “Não é sorte. É um privilégio que eu trabalho todos os dias para merecer”.
Helena havia sentido lágrimas picar em seus olhos com aquelas palavras. As semanas se transformaram em um mês, depois quase dois. Dezembro chegou com o calor típico do verão paulistano. A mansão foi decorada para o Natal, não por contratados impessoais, mas por Dante e Helena, juntos, rindo enquanto penduravam enfeites e discutiam sobre a melhor posição para a árvore gigante. Para a esquerda? Helena comandava do sofá.
Sua esquerda ou minha esquerda? Dante perguntava fingindo confusão. Existe diferença? Nós estamos olhando para a mesma direção. Você subestima minha capacidade de complicar coisas simples. Momentos como aqueles, simples, domésticos, cheios de risadas, eram os favoritos de Helena. Foi em uma manhã de meados de dezembro que Helena acordou sentindo-se estranha.
Seu estômago estava revirado e quando o aroma do café que Dante trazia todas as manhãs chegou ao quarto. Ela correu para o banheiro, vomitando violentamente. Dante estava ao seu lado em segundos, segurando seus cabelos para trás, murmurando palavras reconfortantes. “Deve ter sido algo que comi ontem”, Helena disse fracamente quando finalmente parou.
Mas aconteceu novamente no dia seguinte e no próximo. Foi dona Cecília, que com seu olhar materno e experiente puxou Helena de lado. “Senhora Helena”, ela disse gentilmente. “Quando foi sua última, você sabe.” Helena piscou confusa por um momento. Então, a realização a atingiu como um raio. Ela não havia menstruado. “Há seis semanas? Sete.
Ó, meu Deus!”, Ela sussurrou sua mão voando para seu estômago. Talvez fosse bom fazer um teste. Dona Cecília sugeriu com um sorriso conhecedor. Naquela tarde, enquanto Dante estava em uma reunião, Helena pediu para o motorista levá-la a uma farmácia distante, onde ninguém a reconheceria. Ela comprou três testes diferentes, suas mãos tremendo.
De volta ao quarto, ela fez os três, todos positivos. Helena sentou-se na beirada da banheira, olhando para as três linhas rosadas. Lágrimas escorrendo por seu rosto. Ela estava grávida, grávida de Dante. Havia um bebê, o bebê deles crescendo dentro dela. As emoções que a inundaram eram esmagadoras.
Alegria, medo, êxtase e terror, tudo de uma vez. Mas, acima de tudo, havia uma felicidade tão pura, tão absoluta que a fez rir no meio das lágrimas. Ela estava carregando o filho do homem que amava. O homem que ela amava. Sim. Ela podia admitir agora sem reservas. Ela amava Dante Almeida com cada fibra de seu ser e ela não podia esperar para contar a ele.
Helena guardou os testes, planejando o momento perfeito. Aquela noite faria um jantar especial, criaria uma atmosfera romântica e então contaria. Ela desceu para a cozinha, onde dona Cecília a ajudou a preparar os pratos favoritos de Dante. Elas trabalharam juntas, rindo e conversando. Dona Cecília compartilhando histórias de quando Dante era criança. Ele sempre quis uma família grande. Dona Cecília disse, olhando para Helena com afeição.
Mas depois que seus pais se divorciaram de forma tão feia, ele fechou essa parte de seu coração. Até você aparecer, minha querida. Você trouxe vida de volta aos olhos dele. Helena sentiu lágrimas picar em seus olhos novamente. Malditos hormônios da gravidez. Às 7 da noite, tudo estava pronto. A mesa na varanda privativa estava posta com velas, flores e a comida esperando.
Helena vestiu um vestido azul claro que Dante amava. Soltou os cabelos e esperou. E esperou. 7:30, 8 horas. Ela ligou para Dante, mas foi direto para a caixa postal. Às 9, ela começou a se preocupar. Às 9:30, ela ouviu a porta da frente se abrir com força. Helena correu para o hall aliviada. Dante, eu estava, mas as palavras morreram em sua garganta quando ela o viu. Dante estava parado no hall, completamente imóvel.
Seu rosto uma máscara de fúria gelada que ela não via desde os primeiros dias. Em suas mãos ele segurava um envelope. “Dante”, ela disse, seu estômago afundando. “O que aconteceu?” Ele a olhou e Helena sentiu como se tivesse levado um soco. Seus olhos, aqueles olhos cinzentos que haviam se tornado tão quentes ao olhá-la, estavam vazios, frios, distantes. “Quando?” Ele disse, sua voz baixa e perigosa.
“Você ia me contar?” “Contar o quê?”, Helena perguntou confusa e apavorada. Dante jogou o envelope para ela. Fotos se espalharam pelo chão de mármore. Helena pegou uma e seu coração parou. Era uma foto dela com Rodrigo Tavares, o rival de negócios de Dante, que ela havia conhecido brevemente em um café há algumas semanas, quando havia saído para encontrar uma amiga e ele estava na mesa ao lado, mas na foto parecia íntimo, como se eles estivessem juntos, como se houvesse algo entre eles.
Dante, não é o que parece. Helena começou, sua voz tremendo. Eu estava com Juliana em um café na Faria Lima e Rodrigo estava lá. Nós apenas conversamos por 5 minutos educadamente. Foi completamente inocente. Inocente? Dante deu uma risada amarga, sem humor. Há 12 fotos aqui, Helena. 12? Vocês conversando, rindo, você tocando o braço dele. Sua voz ficou mais alta. E você nunca mencionou que o havia encontrado porque não foi nada.
Helena protestou lágrimas começando a escorrer. Foi literalmente uma conversa de 5 minutos sobre nada. Eu nem pensei em mencionar porque não significou nada. Ele é meu maior rival de negócios. Dante rugiu e Helena recuou instintivamente. Ela nunca o havia visto tão furioso. O homem que tem tentado me destruir há anos e você está tendo encontros secretos com ele. Não foi secreto.
Não foi um encontro. Helena estava chorando abertamente agora. Dante, por favor, você tem que acreditar em mim. Eu nunca, nunca faria isso com você. Eu amo? Não. Ele a cortou sua voz como gelo. Não diga essa palavra. Não agora. Não depois disso. Helena sentiu seu coração se despedaçar. Dante, por favor. Ela implorou, dando um passo em sua direção.
Ele recuou como se seu toque fosse venenoso. “Eu confiei em você”, ele disse. E havia uma dor tão profunda em sua voz que fez Helena soluçar. Eu abri meu coração, algo que jurei nunca fazer novamente. Eu me permiti acreditar que talvez, apenas talvez, você fosse diferente. Ele riu amargamente. Mas no final você é como todos os outros, usando-me, jogando-me, procurando o próximo melhor negócio.
Não, Helena gritou. Não é assim. Eu amo você. Eu Chega. Dante rugiu e Helena encolheu-se. Eu não quero ouvir mais mentiras. Ele se virou caminhando em direção ao seu escritório. “Em pacote suas coisas”, ele disse sem olhar para trás, sua voz morta. “Eu quero você fora desta casa até amanhã de manhã, Dante?” Não. Helena correu atrás dele, agarrando seu braço.
“Por favor, me deixe explicar. Me deixe. Ele se virou tão rapidamente que ela tropeçou, mas não havia violência em seu movimento, apenas uma frieza absoluta que era de alguma forma pior. “Vá”, ele disse, e cada palavra sou como uma sentença de morte. Embora nosso acordo está terminado. Meus advogados entrarão em contato sobre os termos do divórcio.
Mas eu eu preciso te contar algo. Helena soluçou, sua mão instintivamente indo para seu estômago. Mas Dante já havia entrado em seu escritório batendo a porta. Helena ficou ali sozinha no hall gigante e frio, seu mundo desmoronando ao seu redor. Ela olhou para as fotos espalhadas pelo chão. Quem havia tirado aquelas fotos? quem havia feito parecer algo que não era.
Mas então ela lembrou, Bianca, a forma como ela havia olhado para Helena com ódio puro no clube e Rodrigo era rival de Dante. Isso era uma armadilha, uma conspiração para destruir seu casamento e havia funcionado. Helena subiu lentamente para seu quarto. Não, não era mais o quarto deles, era apenas um quarto.
Agora ela arrumou suas coisas com movimentos mecânicos, lágrimas caindo silenciosamente enquanto dobrava roupas e guardava pertences. Ela pegou os testes de gravidez guardados na gaveta. Tinha planejado contá-lo aquela noite. Tinha planejado vê-lo sorrir, pegá-la nos braços, celebrar. Em vez disso, ela estava sendo expulsa.
E ele nunca saberia sobre o bebê, porque ele não acreditava nela, não confiava nela. A dor era tão intensa que Helena mal conseguia respirar. Dona Cecília veio ajudá-la, chorando silenciosamente enquanto empacotava. Ele está errado. A governanta sussurrou. Eu sei que você nunca o trairia. Eu vejo como você olha para ele. Não importa mais.
Helena disse, sua voz vazia. Ele decidiu. E eu não vou implorar para alguém acreditar em mim quando a verdade deveria ser óbvia. Às 2as da manhã, Helena desceu com suas malas. Dante não havia saído do escritório. A porta permanecia fechada, um muro intransponível. Helena parou em frente àquela porta. Sua mão sobre o ventre ainda plano, onde uma vida minúscula crescia.
“Eu sinto muito”, ela sussurrou para o bebê que Dante nunca conheceria. Eu sinto muito que seu pai não vai te conhecer, mas eu juro que te darei todo o amor que ele teria dado. Eu juro, com um último olhar para a mansão, que havia se tornado seu lar, para a biblioteca onde haviam feito amor, para a cozinha onde haviam rido, para o quarto onde haviam compartilhado sonhos, Helena saiu pela porta. O motorista, com olhos tristes, a levou para longe.
Dentro do escritório, Dante estava sentado no escuro, uma garrafa de whisky pela metade ao seu lado. Ele segurava uma das fotos, olhando para o sorriso de Helena capturado ali, e odiava a si mesmo por ainda achar ela linda, por ainda amá-la, mesmo achando que ela o havia traído. Mas a dor era muito grande, a sensação de traição muito profunda.
Ele havia aberto seu coração pela primeira vez em anos e ela o havia destruído. Ou assim ele pensava, porque nenhum deles sabia ainda que aquelas fotos eram manipuladas, que Bianca Monteiro e Rodrigo Tavares haviam orquestrado tudo perfeitamente e que o maior erro da vida de Dante havia acabado de ser cometido. Helena foi para o único lugar onde se sentiu segura, o pequeno apartamento de Juliana, sua melhor amiga desde a escola, que morava sozinha na Vila Madalena.
Juliana abriu a porta às 3 da manhã e encontrou Helena desmoronada, olhos vermelhos, malas aos pés. “Meu Deus, Lena”, ela puxou a amiga para dentro. “O que aconteceu?” Entre soluços, Helena contou tudo, as fotos, a acusação, a expulsão. Aquele filho da Juliana rosnou. Eu estava lá naquele café.
Rodrigo estava sendo um inconveniente, tentando puxar conversa. Você foi educada por 5 minutos e então pedimos a conta e saímos. Não importa mais. Helena disse exausta. Ele não acredita em mim. E o bebê? Juliana perguntou suavemente, “Você vai contar a ele?” Helena colocou a mão protetoramente sobre seu ventre. “Não, ela disse firmemente.
Ele deixou claro o que pensa de mim. Eu não vou usar nosso filho como barganha ou desculpa. Se Dante não confia em mim, então ele não merece conhecer meu bebê.” Mas enquanto dizia aquilo, lágrimas escorriam por seu rosto, porque a verdade era que ela queria que ele soubesse.
Queria vê-lo segurar o bebê deles, queria construir uma família, mas Dante havia destruído aquela possibilidade. Enquanto isso, na mansão Almeida, Dante não dormiu. Ele passou a noite inteira no escritório, bebendo e repassando mentalmente cada momento que havia compartilhado com Helena. Quando o sol começou a nascer, ele finalmente decidiu fazer o que deveria ter feito desde o início, investigar propriamente. Ele ligou para Marcos, seu chefe de segurança e investigador particular.
Marcos, preciso que você analise estas fotos. Ele disse, sua voz rouca de whisky e falta de sono. Quero saber quando foram tiradas, de onde e quem as tirou. Sim, senhor. Marcos respondeu profissionalmente. Mas, senhor Almeida, posso sugerir que seja rápido? Fotos podem ser facilmente manipuladas nos dias de hoje. As palavras atingiram Dante como um balde de água fria, manipuladas.
Porque ele não havia pensado nisso antes? Porque seu primeiro instinto havia sido acusar em vez de investigar? Porque ele havia sido traído antes, porque seu pai havia sido traído pela mãe de forma pública e humilhante, porque ele havia jurado nunca ser tão fraco, tão cego, e acabara se tornando exatamente isso.
“Seja rápido”, Dante disse e desligou. Duas horas depois, Marcos ligou de volta. “Senr Almeida, as fotos foram manipuladas”, ele disse. E Dante sentiu seu coração parar. As conversas aconteceram sim, mas as fotos foram editadas para aparecerem mais íntimas. Ângulos foram ajustados, aproximados e a mais. Ele fez uma pausa.
Rastreamos a origem. As fotos foram enviadas de um computador registrado para a empresa de Rodrigo Tavares. E adivinhe quem esteve no escritório dele no dia em que foram enviadas? Dante já sabia a resposta antes de Marcos falar. Bianca Monteiro. O mundo de Dante desabou.
Helena era inocente, completamente, absolutamente inocente. E ele havia a expulsado, a havia acusado das piores coisas. Havia se recusado a ouvi-la. “Meu Deus”, ele sussurrou, caindo em sua cadeira. “O que eu fiz, senhor?” Marcos perguntou. “Encontre-a”. Dante ordenou sua voz desesperada.
Encontre minha esposa agora e descubra tudo sobre essa conspiração entre Bianca e Rodrigo. Eu quero provas. Eu quero tudo. Ele desligou e imediatamente ligou para o celular de Helena. Desligado. Ele tentou o celular de sua mãe. Márcia. Alô. A voz da mulher soou preocupada. Senora Silva, aqui é Dante. Você sabe onde Helena está? Não. Márcia respondeu e havia confusão em sua voz.
Ela me ligou ontem à noite muito perturbada, dizendo que estava tudo bem, mas que precisava de um tempo sozinha. Por quê? O que aconteceu? Dante fechou os olhos. a culpa o esmagando. “Eu cometi um erro terrível”, ele admitiu. “As horas seguintes foram um inferno. Marcos e sua equipe rastreavam cada câmera, cada hotel, cada lugar que Helena poderia estar. Dante dirigiu pessoalmente pelas ruas de São Paulo, procurando-a desesperadamente. Enquanto isso, ele confrontou Bianca.
Ele apareceu sem avisar no apartamento dela, um pentuse luxuoso na Avenida Paulista. Quando ela abriu a porta, seu sorriso presunçoso confirmou tudo que ele precisava saber. “Dante, que surpresa! Você e Rodrigo manipularam aquelas fotos”, ele disse, “cada palavra cortante como vidro. Você conspirou para destruir meu casamento.” Bianca piscou surpresa por ter sido descoberta tão rápido, mas então deu de ombros.
“E daí?” Ela disse com descaso: “Você merece melhor do que aquela? Aquela ninguém. Nós éramos perfeitos. juntos. Dante, você só estava cego demais para ver. Nós nunca fomos nada, Dante disse, sua voz baixa e perigosa. E agora você vai pagar. Meus advogados entrarão em contato.
Difamação, conspiração, danos emocionais. Quando eu terminar com você, Bianca, você vai desejar nunca ter ouvido o nome Almeida. O sorriso dela desapareceu. Você não faria isso. Observe-me, Dante respondeu e saiu batendo a porta com força. Mas processar Bianca não trazia a Helena de volta, e cada hora que passava sem notícias dela era uma tortura.
No segundo dia, Dante estava à beira de um colapso. Ele não comia, não dormia, apenas procurava. Foi dona Cecília que, com sua sabedoria maternal sugeriu, senhor Dante, se a senora Helena quisesse desaparecer, para onde ela iria? Algum lugar especial que vocês compartilharam? Dante pensou. Eles haviam ido a tantos lugares juntos, mas havia um lugar. Campos do Jordão.
Ele disse subitamente. Ela mencionou uma vez que sua avó tinha uma pequena casa lá, que era seu refúgio. Então vá, dona Cecília disse suavemente: “Vá buscar sua esposa”. No terceiro dia, Dante dirigiu às 3 horas até Campos do Jordão, como um homem possuído. Ele localizou a pequena casa através dos registros.
Pertencia à mãe de Helena agora, mas quando ele bateu na porta, ninguém atendeu. Desesperado, ele começou a procurar pela cidade, nas cafeterias, nas lojas, nas praças. foi na praça central, sob um céu cinzento que ameaçava a chuva, que ele finalmente a viu.
Helena estava sentada em um banco, olhando para uma fonte, envolta em um casaco grosso demais para seu corpo pequeno. Seu rosto estava pálido, olhos distantes. O coração de Dante se partiu. Ao vê-la assim, ele se aproximou lentamente, com medo de que ela desaparecesse, se ele se movesse rápido demais. “Helena!”, ele chamou, sua voz rouca.
Ela virou e quando seus olhos encontraram os dele, Dante viu dor. Tanta dor. Vai embora, Dante, ela disse, sua voz sem emoção. Então, ele respondeu, dando mais um passo. Não, até você me ouvir. Eu não quero. As fotos eram falsas. Ele a interrompeu, as palavras saindo em um jorrar desesperado, manipuladas. Bianca e Rodrigo conspiraram juntos. Eu tenho provas.
Eu tenho tudo, Helena, você estava certa. Você era inocente e eu, Sua voz quebrou. Eu fui um idiota, um completo idiota. Helena o olhou, lágrimas começando a formar em seus olhos. Você não acreditou em mim, ela disse, sua voz tremendo. Quando eu mais precisava que você confiasse em mim, você escolheu acreditar em fotos, em evidências fabricadas, em vez de no que nós tínhamos. Eu sei”, Dante” disse.
E então, para o choque de todos ao redor, ele caiu de joelhos na frente dela. “Eu sei e eu sinto muito. Sinto mais do que palavras podem expressar”. Pessoas pararam para observar. O CEO bilionário de joelhos em uma praça pública, implorando. “Dante, levante.” Helena sussurrou constrangida. Não”, ele disse firmemente, lágrimas escorrendo livremente por seu rosto.
“Não até você me perdoar ou pelo menos me dar a chance de merecer seu perdão.” Helena fechou os olhos, lágrimas escorrendo. “Você me machucou”, ela sussurrou. “Você quebrou meu coração, Dante.” “Eu sei”, ele soluçou. “E eu vou passar o resto da minha vida tentando consertar. Por favor, Helena, por favor, me dê uma segunda chance. Eu amo você. Eu amo você com cada parte de mim.
E quase perdê-la me fez perceber que nada, nenhum negócio, nenhuma empresa, nenhuma quantidade de dinheiro significa nada sem você. Helena abriu os olhos, olhando para aquele homem orgulhoso, humilhado aos seus pés, chorando em público, seu coração exposto para o mundo ver, e ela soube que sua decisão mudaria tudo.
Lentamente, ela colocou sua mão sobre a dele. “Levante”, ela disse suavemente. Dante obedeceu, ficando de pé, mas ainda segurando sua mão como se ela fosse uma tábua de salvação. Helena respirou fundo e então, colocando a mão dele sobre seu ventre ainda plano, disse: “Há algo que você precisa saber”. Dante olhou para a mão de Helena, guiando-a dele até seu estômago, confusão cruzando seu rosto molhado de lágrimas.
“Helena, o que?” Ele começou. “Estou grávida”, ela disse, sua voz firme, apesar das lágrimas, “De sete semanas. Eu descobri no dia em que você me expulsou. Eu ia contar aquela noite. Tinha preparado um jantar especial, tinha tudo planejado. E então, então você chegou com aquelas fotos. O mundo de Dante parou grávida. Helena estava grávida com o filho dele.
Suas pernas quase cederam. Ele olhou para seu ventre, depois para os olhos dela, depois novamente para seu ventre, como se não pudesse processar a informação. “Um bebê”, ele sussurrou, sua voz cheia de espanto e terror. “Nós vamos ter um bebê?” “Eu vou ter um bebê”, Helena corrigiu gentilmente.
“Você deixou muito claro que não me quer em sua vida. A correção foi como uma faca no peito de Dante. “Não”, ele disse desesperadamente. “Ambas as mãos agora em seu ventre, como se pudesse proteger algo tão pequeno.” “Não, por favor, Helena, eu quero. Eu quero vocês dois, ambos. Tudo. Como posso acreditar nisso?”, Helena perguntou. E havia tanta dor em sua voz.
“Como posso acreditar em você novamente quando na primeira provação real você me abandonou?” Dante não tinha resposta porque ela estava certa. “Eu não tenho palavras para te convencer”, ele disse, lágrimas escorrendo novamente. “Só tenho ações. Me deixe provar. Me deixe mostrar a você todos os dias que eu mudei, que eu aprendi, que eu nunca, nunca vou duvidar de você novamente.
” Helena olhou para ele por um longo momento. Ela podia sentir o coração dele batendo sob sua palma, ainda descansando sobre seu ventre. Podia ver o arrependimento genuíno em seus olhos, podia sentir seu desespero, mas mais importante, ela podia sentir seu amor imperfeito, falho, mas real. Não vai ser fácil.
Ela disse: “Finalmente, você quebrou minha confiança, Dante, e confiança não se reconstrói da noite para o dia. Eu sei”, ele disse rapidamente. “E eu não espero isso. Eu vou trabalhar por isso todos os dias, pelo tempo que for necessário.” Helena respirou fundo.
“Eu não vou voltar para a mansão”, ela disse e viu o coração dele se partir. “Ainda não. Eu preciso de tempo. Preciso de espaço e eu preciso ver se você realmente mudou ou se isso é apenas o pânico de perder o que considera seu. Você não é minha propriedade, Dante disse firmemente. Você é minha parceira, meu coração, a mãe do meu filho, e eu vou provar isso a você. Como? Helena desafiou.
Dante pensou por um momento, depois disse: “Há uma casa disponível para alugar aqui em Campos do Jordão, perto desta praça. Eu vi quando estava te procurando.” Ele segurou suas mãos. Me deixe alugá-la. Eu vou ficar lá perto de você, mas não invadindo seu espaço. Eu vou estar aqui todos os dias provando que sou digno de uma segunda chance, provando que posso ser o homem que você e nosso filho merecem.
Helena o estudou, procurando sinais de manipulação ou falsidade, mas tudo que ela viu era sinceridade crua. “Você faria isso?”, ela perguntou. “Deixar sua empresa, seus negócios, sua vida em São Paulo para ficar aqui?” “Eu faria qualquer coisa.” Dante respondeu sem hesitação. “Qualquer coisa por você. Por vocês?” Helena sentiu algo amolecer em seu peito.
Não era perdão completo, ainda não, mas era um começo. Está bem, ela disse suavemente. Você pode ficar em Campos do Jordão, mas sob minhas condições, você não aparece sem avisar. Você me dá espaço quando eu precisar. E Dante, ela olhou profundamente em seus olhos. Se você me machucar novamente, se você duvidar de mim novamente, eu vou embora e eu vou levar nosso filho comigo e você nunca mais nos verá. Entendeu? Entendi.
Dante disse a sentindo vigorosamente. Eu juro, Helena, pela vida de nosso filho, eu juro que nunca vou machucá-la novamente. Os dias que seguiram foram estranhos e doces. Dante alugou uma casa a três quarteirões da casa da avó de Helena.
Ele configurou um escritório improvisado e começou a trabalhar remotamente, gerenciando sua empresa de Campos do Jordão. Todas as manhãs, às 8 em ponto, ele batia na porta de Helena, sempre com café fresco, descafeinado para ela, já que estava grávida, croaçãs frescos da padaria local e um sorriso esperançoso. Algumas manhãs, Helena o convidava para entrar. outras.
Ela simplesmente pegava o café e fechava a porta gentilmente. Dante nunca reclamava, nunca pressionava, apenas sorria e dizia até amanhã antes de ir embora. Ele a acompanhava quando ela deixava, quando ela caminhava pela praça, quando ia mercado, quando simplesmente sentava no banco alimentando pombos. Ele mantinha uma distância respeitosa, mas estava sempre lá, sempre presente.
Você parece um stalker, sabia? Helena comentou um dia quando o viu pela quinta vez em poucas horas um stalker apaixonado. Dante respondeu com um sorriso envergonhado. É diferente. Apesar de si mesma, Helena riu. Lentamente, muito lentamente, as paredes começaram a cair. Uma semana após a revelação, Helena permitiu que Dante acompanhasse a primeira consulta médica no hospital local.
Quando o médico fez a ultrassom, e o som do coração do bebê ecoou pela sala, um pequeno tambor rápido e forte, tanto Dante quanto Helena começaram a chorar. “Nosso bebê”, Dante, sussurrou, segurando a mão dela apertado. “Nosso milagre! Sete semanas e quatro dias, o médico anunciou. Tudo parece perfeitamente saudável.
Dante não conseguiu parar de sorrir pelo resto do dia. Ele comprou dúzias de livros sobre gravidez, começou a fazer listas de nomes possíveis e até tentou tricotar uma manta que saiu horrivelmente errada, mas Helena achou adorável. “Você está sendo ridículo”, ela disse, mas estava sorrindo. “Eu estou sendo um pai”, ele corrigiu. “E eu vou ser o melhor pai que esse bebê poderia ter.
” Duas semanas se passaram. Dante continuava sua corte consistente. Ele cozinhava jantares que eram surpreendentemente bons. Levava Helena para caminhar pelas trilhas da montanha, sempre carregando água e lanches saudáveis. E à noite, se ela permitisse, lia para ela poesia, literatura, até mesmo livros sobre gravidez.
Foi em uma dessas noites, três semanas após Campos do Jordão, que Helena finalmente disse as palavras que Dante estava desesperado para ouvir. Eles estavam sentados na varanda da casa da avó, embrulhados em mantas, enquanto observavam as estrelas. Dante havia acabado de ler um poema de Pablo Neruda. Dante, Helena, disse suavemente, virando-se para olhá-lo. Sim, ele respondeu pousando o livro.
Eu te perdoo”, ela disse, lágrimas brilhando em seus olhos. “Não completamente ainda, talvez. Mas eu posso ver que você mudou, que você está tentando. E eu, eu ainda te amo. Nunca parei de te amar, mesmo quando estava mais furiosa e magoada.” Dante a puxou em seus braços tão rápido que ela deu um pequeno grito de surpresa, mas então estava rindo enquanto ele cobria seu rosto de beijos. “Eu te amo”, ele disse entre beijos.
Eu te amo. Eu te amo. Eu te amo. Então ele se inclinou e beijou seu ventre. E eu te amo, pequeno. Papai te ama tanto. Helena riu através das lágrimas, seus dedos passando pelos cabelos dele. Nós voltaremos para São Paulo, ela disse. Mas devagar. E se em qualquer momento eu sentir que você está voltando aos velhos hábitos, eu não vou.
Dante prometeu, olhando para ela. Eu aprendi minha lição da forma mais dolorosa possível. Eu quase perdi tudo que importa. Isso nunca vai acontecer novamente. Naquela noite, pela primeira vez, em três semanas, eles dormiram juntos. Apenas dormiram, enrolados um no outro, confortados pela presença física um do outro.
E quando Helena acordou na manhã seguinte, com Dante abraçando-a protetoramente, sua mão descansando sobre seu ventre, onde o bebê deles crescia, ela soube que havia tomado a decisão certa. O amor deles não era perfeito, era marcado por erros. por dor, por julgamentos apressados, mas era real e eles estavam dispostos a lutar por ele. E isso, Helena percebeu, era mais valioso do que qualquer perfeição fabricada.
Um mês depois, no início de março, Helena e Dante voltaram para São Paulo. Mas não foi uma transição imediata. Dante havia aprendido a não apressar, a não pressionar. Eles passaram os primeiros dias reorganizando o quarto, ou melhor, transformando o quarto adjacente em um bersário azul, verde, amarelo. Dante segurava amostras de tinta, completamente perdido.
Helena riu seu ventre agora com uma pequena protuberância visível. Que tal esperarmos descobrir o sexo primeiro? Ou podemos fazer neutro? Dante sugeriu. Assim funciona independente do que for. Eles decidiram por um tom de verde água com nuvens pintadas no teto. Dante insistiu em fazer ele mesmo, resultando em respingos de tinta por toda parte, incluindo em seu rosto o que fez Helena gargalhar até suas costas doerem.
“Você está fazendo uma bagunça”, ela disse, tentando parecer severa, mas falhando miseravelmente. “Estou fazendo um lar”, ele corrigiu, roubando um beijo pintado de verde. Os dias se transformaram em semanas. Helena estava agora no quarto mês de gravidez e os enjoos matinais haviam finalmente passado, substituídos por uma energia renovada e desejos estranhos.
Sorvete de chocolate com picles. Ela anunciou às 3 da manhã. Dante nem piscou. Ele simplesmente se levantou, vestiu-se e dirigiu até o único posto 24 horas que tinha essa combinação bizarra. “Você é louco”, Helena disse quando ele voltou 30 minutos depois. Louco por você”, ele respondeu e ela revirou os olhos, mas comeu tudo. Eles haviam estabelecido uma nova dinâmica.
Dante consultava Helena antes de tomar qualquer decisão, desde eventos de trabalho até viagens de negócios. “Há uma conferência em Brasília na próxima semana”, ele mencionou durante o café da manhã. “Mas eu não preciso ir se você não quiser que eu vá.” Dante, você não precisa da minha permissão para trabalhar. Helena disse. Não é sobre permissão ele corrigiu.
É sobre consultar minha parceira, sobre garantir que você está confortável. Essa mudança, essa consideração constante fazia toda a diferença. Foi no quinto mês que descobriram o sexo do bebê. “Vocês querem saber?”, o médico perguntou durante a ultrassom de rotina. Dante e Helena se olharam, depois assentiram juntos. É um menino. O médico anunciou com um sorriso.
Dante caiu de joelhos ao lado da maca, beijando a barriga de Helena. Um filho! Ele sussurrou maravilhado. Nós vamos ter um filho, Miguel. Helena disse suavemente, acariciando os cabelos de Dante. Vamos chamá-lo de Miguel. Dante olhou para cima, lágrimas brilhando em seus olhos. Miguel Almeida. Ele testou o nome. É perfeito.
Naquela noite, Dante reuniu Helena na sala de estar. Velas estavam acesas por toda parte e música suave tocava. O que é tudo isso? Helena perguntou confusa. Dante pegou sua mão, levando-a para o centro da sala. E então, para sua completa surpresa, ele se ajoelhou novamente, mas dessa vez era diferente. Ele abriu uma pequena caixa de veludo, revelando um anel deslumbrante.
“Dante, nós já somos casados”, Helena disse, rindo através de lágrimas inesperadas. Eu sei, ele respondeu, mas da primeira vez foi uma transação. Foi um contrato frio em um cartório sem vida. E você merece mais do que isso. Você merece uma proposta real, um pedido real. Ele respirou fundo, seus olhos fixos nos dela. Helena Silva Almeida, você me mostrou o que é realmente amar.
Você me ensinou que vulnerabilidade não é fraqueza, que confiar é a maior força. Você me deu um lar, não apenas uma casa. Você está me dando um filho e eu quero passar o resto da minha vida merecendo você. Sua voz quebrou. Então eu pergunto, mesmo que já sejamos casados no papel, você se casaria comigo de verdade, no coração, na alma? Helena estava chorando abertamente agora. Sim.
Ela soluçou. Sim, sim, mil vezes. Sim. Dante deslizou o anel em seu dedo, depois se levantou e a beijou como se ela fosse oxigênio e ele estivesse morrendo de falta de ar. Nós vamos fazer direito dessa vez, ele prometeu. Quando Miguel nascer e você estiver pronta, vamos renovar nossos votos.
Uma cerimônia real com nossa família e amigos, celebrando o amor real que construímos. Os meses seguintes foram os mais felizes da vida de Helena. Sua barriga cresceu e Dante era obsecado por ela, constantemente tocando, conversando com Miguel, lendo histórias para ele. “Ele pode ouvir?” Dante perguntava todas as noites. O médico disse que sim.
A partir do sexto mês”, Helena respondia, sorrindo ao ver Dante pressionando seu ouvido contra sua barriga. “Oi, Miguel, é o papai. Eu não posso esperar para te conhecer. Sua mãe e eu preparamos tudo para você. Você vai ter tanto amor, pequeno, tanto amor. Helena acariciava os cabelos de Dante, seu coração transbordando. Houve, claro, momentos difíceis, momentos em que as inseguranças de Helena ressurgiam quando ela se perguntava se Dante realmente mudara ou se era temporário.
Uma noite, quando uma colega de trabalho feminina ligou para Dante tarde da noite sobre um projeto, Helena sentiu a velha ansiedade surgir. Dante viu imediatamente. Lena. Ele pousou o telefone vindo até ela. Era Carla do departamento de marketing sobre a apresentação de amanhã.
Você quer ver o registro de chamadas? Quer ligar de volta e falar com ela? Não. Helena disse envergonhada. Eu confio em você. Só às vezes ainda fico insegura. E você tem todo o direito de estar. Dante disse, puxando-a para seus braços. Eu causei isso. E cada vez que você sentir insegura, me diga. Deixe-me te assegurar.
Deixe-me provar repetidamente, se necessário, que você pode confiar em mim. Essa abertura, essa vulnerabilidade de ambos os lados fortalecia-os. No oitavo mês, Helena estava enorme e desconfortável. Suas costas doíam, seus pés inchavam e ela estava perpetuamente cansada. Dante se tornou seu massagista pessoal, sua almofada humana, seu escravo de desejos estranhos.
Ele não reclamava uma única vez. Você está sendo muito bonzinho, Helena disse uma noite enquanto ele massageava seus pés. Você está carregando meu filho. Dante respondeu como se fosse óbvio. Isso é o mínimo que posso fazer. Nosso filho. Helena corrigiu sorrindo. Nosso filho. Dante repetiu beijando sua barriga. Nosso milagre. A sala de Miguel estava pronta.
O berço montado, roupinhas lavadas e dobradas, livros empilhados esperando serem lidos. Dante havia instalado uma câmera de bebê de última geração, um monitor de respiração e até mesmo um humidificador especial. “Você está exagerando”, Helena disse, “mas adorava vê-lo tão dedicado. Não existe exagero quando se trata da segurança do nosso filho.
” Dante respondeu seriamente: “Uma semana antes da data prevista do parto, Dante não saiu do lado de Helena. Ele trabalhou de casa, cancelou todas as reuniões e, basicamente, se tornou sua sombra. Dante, eu ainda não estou em trabalho de parto, Helena disse rindo quando ele verificava pela terceira vez em uma hora. Melhor prevenir que remediar, ele insistiu. E então, em uma terça-feira chuvosa de junho, às 3 da manhã, Helena acordou com uma sensação estranha. Dante, ela sacudiu o acordado.
Eu acho que é hora. Dante pulou da cama tão rápido que quase caiu. Ora, ora. Ele entrou em pânico, correndo de um lado para o outro. Ok. Ok. A bolsa do hospital. Onde está a bolsa do hospital? Perto da porta. Onde você a deixou ontem? Helena disse calmamente, embora seu coração estivesse disparado. Certo.
Certo. Carros Chaves. Não. Ele parou, respirando fundo. Calma. Eu praticamos isso. Eu posso fazer isso. Ele ajudou Helena a se vestir, pegou a bolsa e guiou-a gentilmente para o carro. O caminho para o hospital Albert Einstein foi o mais longo da vida de Dante. Ele segurava a mão de Helena a cada contração, murmurando palavras de encorajamento, mesmo quando ele mesmo estava aterrorizado. “Você está indo tão bem”, ele dizia. Tão bem, amor.
Quando chegaram ao hospital, tudo se tornou um borrão de corredores brancos, enfermeiras, médicos e dor. Helena passou por 12 horas de trabalho de parto, 12 horas de contrações que pareciam rasgar seu corpo ao meio. E durante cada segundo, Dante estava lá.
Ele segurou sua mão mesmo quando ela apertou tão forte que seus ossos estalaram. Ele limpou seu rosto com panos úmidos. Ele sussurrou palavras de amor e encorajamento. Ele chorou com ela quando a dor ficava muito intensa. “Que eu não consigo?” Helena soluçou em certo momento. “Não consigo fazer isso. Você consegue”, Dante disse firmemente, olhando em seus olhos. Você é a mulher mais forte que conheço. Você pode fazer qualquer coisa.
E eu estou bem aqui, cada segundo. Não vou a lugar nenhum. Finalmente, às 3:15 da tarde, após um último grande esforço, o choro de um bebê encheu a sala. É um menino. O médico anunciou, erguendo um pequeno ser rosado e gritando: Dante cortou o cordão com mãos tremendo, lágrimas escorrendo livremente por seu rosto.
Então, o bebê foi limpo e colocado no peito de Helena, e ambos os pais olharam maravilhados para a vida que haviam criado. “Olá, Miguel!”, Helena sussurrou, beijando a cabeça minúscula, coberta de cabelos escuros. Nós te amamos tanto. Dante se inclinava sobre ambos, seu dedo traçando suavemente o rosto perfeito do filho.
Bem-vindo ao mundo, meu filho. Ele disse, sua voz cheia de admiração. Eu prometo ser o melhor pai possível. Eu prometo amar sua mãe todos os dias. Eu prometo te proteger, te guiar e sempre, sempre te fazer sentir amado. Miguel abriu seus olhinhos, cinzentos como os do pai, e Dante perdeu completamente a compostura, chorando tão forte que precisou sentar.
“Você está bem?”, Helena perguntou preocupada, mas sorrindo. Eu nunca estive melhor. Dante respondeu, beijando-a profundamente. Obrigado. Obrigado por me dar isso, por nos dar isso. Aquela noite, no quarto de hospital, com Miguel dormindo pacificamente entre eles, Dante e Helena simplesmente olharam para seu filho maravilhados. “Nós fizemos
isso”, Helena sussurrou. “Nós fizemos.” Dante concordou e vamos continuar fazendo dia após dia juntos. E naquele momento, com sua família pequena, mas perfeita reunida, Helena soube que cada momento de dor, cada lágrima, cada luta tinha valido a pena, porque amor verdadeiro não era perfeito. Era isso, imperfeito, trabalhoso, às vezes doloroso, mas absolutamente real e absolutamente valeu a pena.
Os primeiros dias em casa com Miguel foram um caos adorável de fraldas mamadas às 3 da manhã e exaustão total. Helena havia lido todos os livros sobre recém-nascidos, mas nada a havia preparado para a realidade de um bebê minúsculo, que parecia ter seu relógio interno completamente invertido. “Ele está dormindo de dia e acordado a noite toda.
” Helena resmungou às 4 da manhã, embalando Miguel, que chorava incessantemente. Dante apareceu ao lado dela, com olhos vermelhos, mas sorrindo. “Me dá ele”, ele disse, tirando Miguel de seus braços. Você dorme. Eu tomo conta dele. Dante, você tem aquela reunião importante às 9. Helena protestou. Que eu vou fazer virtualmente? Dante respondeu já embalando Miguel em seus braços largos.
Família primeiro. Sempre. Você me ensinou isso. Helena sentiu lágrimas picar em seus olhos, malditos hormônios pós-parto, e beijou ambos antes de desabar na cama. Dante levou Miguel para a poltrona do quarto, sentando-se e começando a cantarolar baixinho. O bebê se acalmou gradualmente, seus olhinhos cinzentos focando no rosto do pai.
“Ei, pequenino!”, Dante sussurrou. “Eu sei que o mundo é grande e assustador agora, mas eu prometo que sempre vou estar aqui. Você, sua mãe e eu, nós somos uma equipe agora e equipe se apoiam.” Miguel parecia escutar seus dedinhos minúsculos agarrando o dedo de Dante, e Dante sentiu seu coração explodir de amor.
As semanas seguintes estabeleceram uma rotina. Dante reduziu drasticamente suas horas de trabalho, delegando mais para seus executivos. Ele descobriu que podia gerenciar a empresa efetivamente, sem estar fisicamente presente 16 horas por dia. “Você está mudando.” Helena observou uma manhã enquanto assistia Dante trocar a fralda de Miguel com a precisão de um profissional.
“Para melhor, espero”, ele respondeu, fazendo caretas bobas para Miguel, que gargalhava. “Definitivamente para melhor”. Helena confirmou seu coração cheio, mas nem tudo era perfeito. Helena estava lutando com a maternidade de formas que ela não havia antecipado. Seu corpo havia mudado drasticamente. Estrias marcavam seu ventre.
Seu peito estava dolorido da amamentação e ela se sentia constantemente cansada. Uma tarde, ela se olhou no espelho e simplesmente chorou. Dante a encontrou assim, sentada no chão do banheiro, soluçando. Helena, o que foi? Ele se ajoelhou ao lado dela, a preocupação estampada em seu rosto. “Eu sou horrível”, ela soluçou. “Olha para mim. Meu corpo está destruído. Eu tenho olheiras até o joelho.
Meu cabelo está caindo e eu nem me lembro da última vez que me senti remotamente atraente.” Dante a puxou em seus braços, acariciando seus cabelos. “Você quer saber o que eu vejo quando olho para você?”, Ele disse suavemente: “Eu vejo a mulher que carregou meu filho por meses. Eu vejo força, sacrifício, amor incondicional. Eu vejo estrias que contam a história de como você abrigou uma vida dentro de você.
Eu vejo alguém que coloca as necessidades de nosso filho antes das próprias todos os dias.” E Helena, ele virou seu rosto para olhá-lo. “Eu nunca te achei mais linda.” Helena o olhou através das lágrimas. Mesmo quando estou de pijama sujo de leite e não lavei meu cabelo há três dias, especialmente então, Dante respondeu, beijando sua testa. Porque é autêntico, real. Você não está performando para ninguém.
Você está sendo uma mãe incrível e não há nada mais sexy do que isso. Helena riu através das lágrimas, abraçando-o apertado. Como você sempre sabe o que dizer. Prática. Dante brincou. E eu aprendi com a melhor. Ele beijou seu nariz. minha esposa, conforme Miguel crescia, primeiro um mês, depois dois, três, a dinâmica da casa evoluía.
Dante havia contratado dona Cecília para vir durante o dia para ajudar, mas ele e Helena insistiam em fazer a maioria dos cuidados com Miguel eles mesmos. Nós não vamos ser daqueles pais que delegam tudo para babás”, Helena havia dito firmemente. E Dante concordara totalmente. Eles trabalhavam como uma equipe. Quando um estava exausto, o outro assumia.
Quando Helena precisava de uma hora para tomar um banho longo e se sentir humana novamente, Dante levava Miguel para uma caminhada no carrinho pela vizinhança. Quando Dante tinha uma reunião crucial, Helena mantinha Miguel quieto e feliz. Foi no quarto mês de Miguel que Helena sentiu algo mudando nela.
O nevoeiro pós-parto estava se dissipando e ela estava começando a se sentir como ela mesma novamente, ou pelo menos uma nova versão dela mesma. Eu estive pensando ela disse uma noite enquanto colocava o Miguel para dormir juntos. Eu gostaria de voltar a estudar, talvez até começar a trabalhar em algo. Não imediatamente, mas eventualmente. Dante olhou para ela, surpresa e admiração em seus olhos. “Eu acho incrível”, ele disse.
“O que você está pensando em fazer?” “Eu não sei ainda, Helena, admitiu, mas algo que faça diferença. Talvez algo relacionado a ajudar outras mulheres, outras famílias. Eu tive tanta sorte, recursos, suporte, mas tantas mulheres não têm. Eu quero mudar isso de alguma forma. Dante a puxou em seus braços, beijando-a suavemente.
Você é incrível, ele murmurou. E eu vou apoiar você em qualquer coisa que decidir fazer. Foi também neste período que eles começaram a realmente se reconectar como casal, não apenas como pais. Datas improvisadas em casa depois que Miguel dormia, jantares à luz de velas. Filmes assistidos enrolados no sofá, conversas profundas sobre sonhos e medos e, eventualmente intimidade física voltou.
Lenta, gentil, cheia de um novo tipo de amor, mais profundo, mais maturo, forjado através de desafios superados. Eu senti sua falta. Dante sussurrou uma noite, traçando padrões preguiçosos em sua pele nua. Eu estive aqui o tempo todo. Helena brincou. Você sabe o que quero dizer. Ele disse, beijando seu ombro.
Senti falta de nós, desta conexão. Eu também, Helena admitiu, virando-se para enfrentá-lo. Mas valeu a pena. Toda a espera, todos os desafios. Olha o que nós criamos, Dante. Não apenas Miguel, mas nós, esta família, este amor. Dante a beijou profundamente, despejando todas as emoções que palavras não podiam expressar.
Quando Miguel completou se meses, Dante surpreendeu Helena. “Nós vamos renovar nossos votos”, ele anunciou durante o café da manhã. “O quê? Quando?” Helena piscou surpresa. “No próximo mês. Nada extravagante.” Ele se apressou em dizer. “Apenas nossa família próxima e alguns amigos íntimos no Jardim da Mansão. Uma celebração real do nosso amor real.” Os olhos de Helena encheram de lágrimas.
Dante, você merece ter a cerimônia que nunca tivemos. Ele disse, segurando suas mãos. Você merece me ouvir fazer aqueles votos na frente de todos que amamos, declarando ao mundo que escolho você todos os dias, para sempre. Helena não conseguia falar, então simplesmente a sentiu. Lágrimas de felicidade escorrendo. O mês seguinte foi um turbilhão de preparações.
Helena escolheu um vestido simples, mas elegante. Nada muito extravagante, mas bonito. Dante organizou tudo no jardim. Luzes penduradas nas árvores, flores por toda parte, cadeiras para os convidados. Márcia, a mãe de Helena, chorou ao ver os preparativos. “Minha menina”, ela disse, abraçando Helena. Você encontrou um amor verdadeiro. Eu estou tão feliz por você.
Rafael, o irmão de Helena, deu um tapinha nas costas de Dante. Você cuida bem dela? Ele disse seriamente. Ou vai ter que lidar comigo. Dante sorriu. Eu não pretendo fazer nada diferente do que cuidar dela perfeitamente pelo resto da minha vida. O dia da cerimônia de renovação de votos chegou.
Era um sábado ensolarado de agosto, perfeito em todos os sentidos. Helena desceu as escadas da mansão, vestida de branco, carregando Miguel em seus braços. Seu coração estava batendo forte. Dante a esperava no altar improvisado no jardim, vestido com um terno cinza claro. Quando seus olhos encontraram os dela, ela viu lágrimas já escorrendo por seu rosto.
Ela caminhou até ele e, juntos com Miguel entre eles, eles ficaram de mãos dadas enquanto o celebrante falava sobre amor, compromisso, segundas chances. Então, foi a vez dos votos. Dante foi primeiro, sua voz tremendo de emoção. Helena, quando eu te conheci, eu era um homem de gelo, frio, calculista, fechado. Você derreteu cada barreira que eu havia construído.
Você me ensinou que amar é a maior coragem, que confiar é a maior força, que vulnerabilidade não é fraqueza. Ele apertou suas mãos. Eu prometo te escolher todos os dias, nos dias fáceis e nos difíceis, quando estou certo e quando estou errado. Eu prometo sempre ouvir, sempre confiar, sempre ver você. Eu prometo ser o marido e pai que você e Miguel merecem. E acima de tudo, sua voz quebrou.
Eu prometo te amar com cada pedaço imperfeito e falho de mim para todo o sempre. Não havia um olho seco no jardim. Então foi a vez de Helena, lágrimas escorrendo por seu rosto enquanto falava: “Dante, você me deu algo que eu nunca pensei ter. Uma família, um lar, um amor que é intenso e imperfeito e real. Você não é perfeito.
” Ela deu uma risada trêmula. E eu também não sou. Mas juntos nós somos exatamente o que precisamos ser. Eu prometo sempre ser honesta, sempre dar a você o benefício da dúvida, sempre lutar por nós. Eu prometo ser sua parceira em todas as aventuras. E eu prometo te amar na alegria, na tristeza, na saúde, na doença, até que meu último suspiro deixe meu corpo.
Dante a puxou em seus braços, beijando-a profundamente, enquanto os convidados aplaudiam e assobiavam. Miguel, seguro entre eles, deu um gritinho feliz, como se entendesse a importância do momento. A festa que seguiu foi alegre e íntima. Risadas enchiam o ar, música tocava e amor, tanto amor, permeava cada canto. Mais tarde, naquela noite, depois que os convidados haviam ido embora e Miguel estava dormindo pacificamente em seu berço, Dante e Helena ficaram no jardim, enrolados um no outro, sob as luzes tremeluzentes.
“Você é feliz?”, Dante perguntou suavemente, beijando seu cabelo. Mais feliz do que jamais imaginei ser possível. Helena respondeu, aninhando-se mais perto dele. Bom, ele disse, porque meu único objetivo na vida agora é manter esse sorriso em seu rosto. Helena olhou para ele, seu coração transbordando. Eu te amo, Dante Almeida. E eu te amo, Helena Almeida. Ele respondeu: “Para sempre.
” E ali, sob as estrelas, com o som suave da respiração de seu filho vindo do monitor de bebê, eles simplesmente existiram. dois corações que haviam encontrado um ao outro contra todas as probabilidades, forjando um amor que era mais forte por ter sido testado. Um amor que provava que segundas chances não eram apenas possíveis, elas eram milagrosas.
Os meses seguintes foram uma era dourada para a família Almeida. Miguel estava crescendo rapidamente, já se sentando sozinho, dando risadinhas contagiantes e mostrando sinais claros de que herdara a inteligência aguçada do pai e a determinação feroz da mãe.
Helena havia se matriculado em um curso online de empreendedorismo social, trabalhando em sua ideia de criar uma organização sem fins lucrativos para ajudar mulheres em situações financeiras difíceis, especialmente aquelas forçadas a casamentos por necessidade, como ela havia sido. “É uma boa causa”, Dante disse quando ela compartilhou seus planos detalhados uma noite.
E eu quero investir não como seu marido fazendo caridade, mas como um investidor legítimo que vê o valor real do que você está construindo. Helena o beijou, grata não apenas pelo apoio financeiro, mas pela forma como ele validava seus sonhos. Mas nem tudo era perfeito. Sombras do passado ocasionalmente ressurgiam de formas inesperadas.
Foi em uma quinta-feira chuvosa de outubro, quando Dante chegou em casa mais cedo do que o habitual. Helena estava na sala brincando com Miguel no tapete, quando ouviu a porta se fechar com força incomum. Ela olhou para cima e imediatamente soube que algo estava errado. O rosto de Dante estava tenso, sua mandíbula apertada, seus olhos, aqueles olhos cinzentos que ela amava, tinham uma sombra que ela não via há meses.
“Dante, o que aconteceu?”, Ela perguntou, pegando Miguel e se levantando. Dante passou as mãos pelos cabelos, um gesto que Helena reconhecia como sinal de estresse extremo. “Bianca foi liberada hoje”, ele disse. Sua voz tensa. O processo criminal foi arquivado. Aparentemente seus advogados encontraram uma brecha técnica. Helena sentiu seu estômago afundar.
Bianca Monteiro, a mulher que havia quase destruído seu casamento com mentiras e manipulação. Mas ela admitiu, Helena, disse, sua voz subindo. Ela confessou que manipulou as fotos. A confissão foi obtida fora de um contexto legal apropriado, Dante explicou. Sua frustração evidente e sem provas físicas diretas ligando ela ao crime, além de circunstâncias, o promotor não tinha caso suficiente. Helena sentou-se lentamente, apertando Miguel contra ela.
O bebê, sentindo atenção, começou a chorar mingar. “Então ela está livre?”, Helena perguntou, incapaz de acreditar. “Por enquanto?” Dante disse, vindo se ajoelhar na frente dela. “Mas, Helena, eu prometo. Ela não vai chegar perto de você ou de Miguel. Eu aumentei a segurança. Ela nem pode entrar em um raio de 100 m de qualquer propriedade nossa, sem ser presa por violação de ordem restritiva.
Helena a sentiu, mas o medo havia se instalado em seu peito. Aquela mulher havia mostrado que era capaz de qualquer coisa para ter o que queria, o que a impediria de tentar novamente. Ei! Dante tocou seu rosto suavemente, forçando-a a olhá-lo. Eu não vou deixar nada acontecer com vocês. Você me ouve nada. Eu sei. Helena sussurrou, mas sua voz não soava muito convencida.
Nos dias seguintes, uma tensão sutil instalou-se na casa. Dante estava excessivamente protetor, ligando três vezes ao dia quando estava no trabalho, tendo câmeras de segurança adicionais instaladas, até mesmo contratando um motorista segurança pessoal. para Helena. Tante, você está exagerando. Helena protestou quando ele sugeriu que ela não deveria sair de casa sozinha. Eu não estou exagerando.
Ele respondeu, sua voz mais dura do que pretendia. Eu estou sendo cauteloso. Aquela mulher é perigosa e eu não vou viver com medo. Helena retrucou sua própria frustração surgindo. Eu não vou deixar ela controlar nossas vidas novamente, Dante. Ela já fez isso uma vez. Não, de novo. Eles ficaram olhando um para o outro. A tensão creptando entre eles. Foi Miguel quem quebrou o impasse, chorando alto do berço.
Ambos os pais se moveram simultaneamente para pegá-lo, quase colidindo. Apesar da tensão, eles riram. “Nós somos um time”, Helena disse suavemente, tocando o rosto de Dante. “E times não deixam o medo vencer, certo?” Dante assentiu, puxando-a e Miguel em um abraço triplo. Certo, ele concordou. Desculpe por ser controlador, desculpe por ser teimosa.
Helena respondeu. Eles encontraram um meio termo. Helena concordou em ter sempre alguém da equipe de segurança por perto quando saísse. E Dante concordou em não transformar a casa em uma fortaleza medieval. Mas o universo aparentemente tinha outros planos. Era um sábado à tarde quando aconteceu. Helena havia levado Miguel para uma sessão de fotos de bebê em um estúdio próximo, algo que ela havia reservado há semanas. Dante estava em casa lidando com alguns papéis de trabalho. A sessão estava indo maravilhosamente. Miguel
estava cooperativo, sorrindo para a câmera e Helena estava se divertindo, vendo as fotos que capturavam perfeitamente a personalidade emergente de seu filho. Foi quando ela saiu do estúdio, Miguel no carrinho que viu. Bianca Monteiro estava do outro lado da rua, parada ao lado de um carro preto, olhando diretamente para ela. O sangue de Helena congelou.
Por um momento, elas apenas se olharam através do tráfego. Então, Bianca sorriu, um sorriso frio, calculista, e acenou antes de entrar no carro e dirigir embora. Helena ficou congelada no lugar, seu coração disparado, mãos tremendo enquanto segurava o guidão do carrinho de Miguel. O segurança que a acompanhava imediatamente se aproximou.
“Senora Almeida, você está bem?”, Ele perguntou já no telefone, alertando a equipe. Ela estava aqui. Helena sussurrou. Ela estava me observando. 20 minutos depois, Helena estava de volta à mansão. Dante a envolvendo em seus braços enquanto ela tremia. Ela violou a ordem restritiva. Dante disse ao telefone com seu advogado, sua voz gelada de fúria. Eu quero ela presa hoje.
Mas quando a polícia foi procurar Bianca, ela havia desaparecido. Seu apartamento estava vazio, suas contas fechadas, era como se ela tivesse evaporado. “Ela está planejando algo”, Helena disse naquela noite, incapaz de dormir. “Por que mais ela arriscaria violar a ordem?” Eu não sei, Dante admitiu, segurando-a apertado, mas nós vamos descobrir e quando descobrirmos, eu vou garantir que ela nunca mais possa nos ameaçar.
Mas como eles aprenderiam, alguns fantasmas do passado eram mais persistentes do que outros. E Bianca Monteiro estava longe de terminar com eles. As semanas seguintes foram de tensão constante. A polícia havia emitido um mandado de prisão para Bianca, mas ela permanecia elusiva. Câmeras de segurança a capturam em diversos lugares de São Paulo, sempre observando de longe, nunca chegando perto o suficiente para ser capturada.
Era um jogo psicológico e estava funcionando. Helena mal dormia. Toda a sombra parecia ameaçadora. Todo o carro desconhecido na rua fazia seu coração disparar. Ela se tornou obsecada em verificar as câmeras de segurança, em manter Miguel sempre à vista. “Helena, você precisa descansar.
” Dante implorou uma noite, encontrando-a às 2as da manhã, ainda olhando para os monitores de segurança. “E se ela tentar algo?”, Helena disse, seus olhos vermelhos de falta de sono. E se ela tentar machucar Miguel, ela não vai. Dante disse firmemente, desligando os monitores e guiando-a de volta para a cama. Nós temos segurança 24 horas. Nós temos alarmes, nós temos tudo. Você precisa confiar no sistema.
Eu confio no sistema. Helena disse. Eu não confio nela. Foi no aniversário de um ano de Miguel. Uma comemoração pequena e íntima com apenas família próxima, que tudo explodiu. A festa estava indo perfeitamente. Miguel, vestido com um macacãozinho adorável, estava fascinado com o bolo de chocolate na sua frente, suas mãozinhas gordas pegando pedaços e os levando à boca, fazendo todos rirem.
Dante e Helena estavam ao lado dele tirando fotos, seus corações transbordando de amor por aquele pequeno humano que havia transformado completamente suas vidas. Foi quando o celular de Dante tocou. Ele olhou para a tela e empalideceu. “Desculpe”, ele disse, afastando-se para atender. Helena viu sua linguagem corporal mudar drasticamente, ombros ficando tensos, mandíbula apertando. Ele falou por menos de um minuto antes de desligar e voltar.
Helena, precisamos conversar”, ele disse baixinho, “Em particular”. Eles se desculparam, pedindo que dona Cecília ficasse com Miguel e os convidados e foram para o escritório de Dante. “O que aconteceu?”, Helena perguntou. O medo já se instalando. Dante mostrou seu celular. Era uma mensagem de um número desconhecido.
E anexadas estavam fotos, fotos de Miguel, no parque, no estúdio fotográfico, até mesmo no jardim de sua própria casa. E a mensagem dizia: “Ele é tão lindo. Seria uma pena se algo acontecesse a ele.” Helena sentiu como se o chão tivesse sido arrancado debaixo de seus pés. “Ela está ameaçando o nosso filho”, ela sussurrou, lágrimas de raiva e medo escorrendo.
“Ela ameaçando o nosso bebê”. Dante já estava no telefone com a polícia, com segurança privada com todos que pudessem ajudar. A festa foi encerrada rapidamente. Convidados foram gentilmente dispensados com desculpas vagas. A mansão foi colocada em lockdown total e pela primeira vez desde que Helena o conhecera, ela viu medo real nos olhos de Dante.
“Nós precisamos sair de São Paulo”, ele disse. “Pelo menos até ela ser capturada.” “Fugir?”, Helena perguntou. “Nós vamos deixar ela nos expulsar de nossa própria casa? Eu me importo menos com a casa e mais com manter vocês seguros.” Dante respondeu, sua voz áspera. Helena, ela está ameaçando Miguel, nosso filho. Eu não vou arriscar nem por um segundo.
Helena sabia que ele estava certo, mas a ideia de fugir, de viver em medo, era insuportável. E se ela nunca for capturada? Helena perguntou. Nós vamos passar o resto de nossas vidas olhando por cima dos ombros? Se necessário, sim. Dante respondeu sem hesitação. Eles passaram a noite empacotando.
Pela manhã, eles estariam em um voo privado para um local não revelado, uma propriedade que Dante possuía fora do país, onde poderiam ficar até a situação ser resolvida. Mas às 4 da manhã, enquanto Helena verificava mais uma vez se todas as coisas de Miguel estavam empacotadas, seu celular tocou. Era um número desconhecido. Seu primeiro instinto foi não atender, mas algo a fez aceitar. a chamada.
“Alô”, ela disse cautelosamente. Helena. A voz de Bianca suou do outro lado, doce como melenado. “Nós precisamos conversar. Eu não tenho nada para falar com você”, Helena disse, “Já preparada para desligar. Tem mesmo se eu disser que posso fazer tudo isso desaparecer?”, Bianca perguntou, “Que posso deixar vocês em paz.
” Helena hesitou. “O que você quer?” “Apenas uma conversa.” Bianca disse face a face. Só nós duas, sem polícia, sem advogados, sem Dante, apenas duas mulheres resolvendo as coisas civilizadamente. Por que eu confiaria em você? Helena perguntou. Por quê? Bianca disse, sua voz ficando mais dura. Você não tem escolha.
Você sabe que eu posso continuar isso indefinidamente? Ou você vem conversar comigo e talvez nós possamos chegar a um acordo. Ou bem, aquelas fotos lindas de Miguel podem acabar em todos os tipos de lugares desagradáveis na internet. Você entende o que estou dizendo? Helena sentiu Billy subir em sua garganta. Era chantagem pura. Onde? Ela perguntou, mantendo sua voz firme.
O café na Avenida Paulista, onde você conheceu Rodrigo naquele dia. Bianca disse às 9 da manhã. E Helena, se você trouxer alguém com você, se houver qualquer sinal de polícia ou segurança, eu desapareço. E essas fotos se tornam públicas. Entendido? Entendido. Helena disse e desligou. Ela ficou ali segurando o telefone, seu coração martelando. Ela deveria contar a Dante.
Ela sabia disso. Mas ela também sabia que se contasse, ele nunca a deixaria ir. Ele traria um exército de seguranças e advogados e Bianca fugiria novamente. E quem sabe o que ela faria das sombras? Não. Helena tinha que resolver isso sozinha. Tinha que encerrar isso de uma vez por todas.
Às 8:45 da manhã seguinte, Helena deixou uma nota para Dante, simplesmente dizendo que havia ido dar uma volta para limpar a cabeça e saiu silenciosamente da mansão. Ela estava aterrorizada, mas também estava determinada porque ninguém, ninguém ameaçava seu filho e saía impune. E se isso significava enfrentar o demônio sozinha, então que assim fosse. Ela chegou ao café às 9 em ponto.
Bianca já estava lá sentada em uma mesa no canto, vestida impecavelmente como sempre. Helena se sentou, seu coração disparado, mas seu rosto firme. Então ela disse: “Eu estou aqui. O que você quer?” Bianca sorriu e era o sorriso de uma predadora que finalmente havia encurralado sua presa. “Ó Helena”, ela disse, mexendo seu café casualmente. “O que eu sempre quis, Dante”.
E foi então que Helena percebeu a verdadeira extensão da obsessão de Bianca e até onde ela estava disposta a ir. Esta conversa Helena sabia decidiria tudo e ela não tinha a menor intenção de perder. Helena olhou para Bianca através da mesa do café, cada músculo em seu corpo tenso, mas sua expressão completamente controlada.
Ela não ia dar a Bianca a satisfação de vê-la com medo. Você não pode ter Dante, Helena disse calmamente. Ele não é uma propriedade. Ele é um ser humano que fez sua escolha. E essa escolha foi eu. Bianca riu um som amargo. Escolha? Ela zombou. Você realmente acredita nisso, Helena querida, vocês se casaram por um contrato, por dinheiro.
Você era um arranjo de negócios que convenientemente se transformou em algo mais. Porque Dante é solitário e você estava lá. Cada palavra foi projetada para ferir, mas Helena havia crescido além daquelas inseguranças. “Você está certa”, ela disse, surpreendendo Bianca. “Nós começamos como um contrato, mas o que se tornou foi real, foi escolhido.
Todo dia Dante me escolhe e eu escolho ele. Essa é a diferença entre mim e você, Bianca. Você quer possuir? Eu quero compartilhar, você quer controlar. Eu quero parceria. Os olhos de Bianca brilharam perigosamente. “Palavras bonitas”, ela disse. “Mas aqui está a realidade. Eu tenho algo que você quer.
” Ela acenou com o telefone, “Essas fotos de Miguel. E eu tenho a capacidade de fazer sua vida um inferno. A menos. A menos que o quê?” Helena interrompeu cansada dos jogos. A menos que você deixe, Dante”, Bianca disse, inclinando-se para a frente. “Divorcie-se dele, pegue o dinheiro do acordo, pegue Miguel e desapareça. Deixe Dante para mim”. Helena realmente teve que se esforçar para não rir na cara dela. “Você está insana.” Ela disse.
“Você realmente acredita que Dante voltaria para você depois de tudo que você fez? Depois de tentar destruir nosso casamento, depois de ameaçar nosso filho, ele pode não saber sobre isso”, Bianca disse com um sorriso frio. “Se você simplesmente for embora desaparecer, ele vai presumir que você não o amava o suficiente, que você escolheu o dinheiro no final.
E quem estará lá para consolá-lo, para lembrá-lo de como as coisas poderiam ter sido?” A lógica distorcida era de tirar o fôlego. Você precisa de ajuda profissional, Helena disse genuinamente preocupada agora. Bianca, isso não é amor, isso é obsessão e está te destruindo. Não me psicanalize. Bianca cuspiu. Apenas me dê sua resposta. Você vai embora ou essas fotos se tornam públicas? E confia em mim, Helena, quando digo que as implicações de um filho de uma família bilionária tendo fotos espalhadas pela internet, bem, você pode imaginar. Foi então que Helena
percebeu algo. Bianca estava desesperada. Suas mãos tremiam ligeiramente. Havia suor em sua testa. Ela estava encurralada, foragida da polícia, sem recursos, provavelmente sem dinheiro, já que suas contas haviam sido congeladas por ordem judicial. Isso não era um plano cuidadoso, era o ato final de alguém que não tinha mais nada a perder, e isso a tornava perigosa, mas também vulnerável.
“Eu não vou fazer isso”, Helena disse calmamente, “mas tenho uma contraproposta.” Bianca arqueou uma sobrancelha. E me entregar. Você tem mandado de prisão. Você violou ordem restritiva múltiplas vezes. Você está vivendo como fugitiva. Se entregar agora, cooperar com as autoridades, buscar ajuda psicológica. Isso pode significar uma sentença muito mais leve do que ser capturada.
Você quer que eu me entregue? Bianca deu uma gargalhada incrédula para que você e Dante possam ter seu final feliz de conto de fadas. Não, Helena disse suavemente, para que você possa ter a chance de curar, de encontrar paz real, de parar de perseguir algo que nunca vai te fazer feliz. Bianca, você não ama Dante, você ama a ideia dele, o status, o poder, mas amor real.
Amor real requer ver a outra pessoa, conhecê-la, aceitar suas falhas e permitir que ela te veja de volta. Dante e eu temos isso. Você e ele nunca tiveram. Por um momento, apenas um momento, algo parecido com dor cruzou o rosto de Bianca, como se as palavras de Helena tivessem tocado uma verdade que ela havia enterrado profundamente. Mas então a máscara voltou. Belas palavras.
Bianca disse levantando-se. Mas eu prefiro minha proposta original. Você tem 24 horas para decidir se entregar ou ser destruída. Sua escolha. Ela começou a sair, mas Helena a chamou. Bianca. Espere. Bianca parou, olhando para trás. Eu sinto pena de você, Helena disse. E era verdade.
Porque mesmo se você ganhasse, mesmo se conseguisse de alguma forma me tirar do caminho, você nunca seria feliz, porque você estaria com alguém que não te quer. E isso é a solidão mais profunda que existe. Por um momento, as defesas de Bianca pareceram vacilar. Seus olhos se encheram de lágrimas não derramadas, mas então ela se virou e saiu rapidamente, deixando Helena sozinha na cafeteria.
Helena esperou 5 minutos antes de levantar e sair. Sua mão estava tremendo quando pegou seu telefone e ligou para Dante. Onde você está? Ele atendeu imediatamente, sua voz tensa. Helena, eu acordei e você não estava aqui. Só havia uma nota. Eu estava. Dante, me encontre delegacia central. Helena o interrompeu. Eu tenho algo para relatar e você precisa ouvir tudo.
Uma hora depois, sentada em uma sala de interrogatório com Dante ao seu lado e dois detetives à frente, Helena contou tudo. A ligação de Bianca, o encontro, as ameaças, a chantagem. Por que você não me contou? Dante perguntou sua voz cheia de dor. Por que você foi sozinha? Por quê? Helena pegou sua mão. Ela disse que fugiria se houvesse qualquer sinal de segurança ou polícia.
E eu queria acabar com isso. Eu queria que ela entendesse que não importa o que ela faça, não importa como ela ameace, nós não vamos quebrar. Nós somos fortes demais para isso. Dante a puxou em seus braços, enterrando seu rosto em seus cabelos. Você me aterrorizou, ele sussurrou. Mas eu entendo, Deus. Eu entendo. Os detetives haviam rastreado a ligação de Bianca e descobriram algo. Rodrigo Tavares havia entrado em contato.
Ele estava disposto a testemunhar contra Bianca, revelar toda a conspiração em troca de imunidade. Aparentemente, um dos detetives explicou, Bianca o estava chantageando também. Ele quer se livrar dela tanto quanto vocês. Com o testemunho de Rodrigo, com as gravações da ligação de Bianca, Helena havia discretamente gravado tudo em seu telefone, com evidências de violações de ordem restritiva.
O caso contra Bianca era sólido. Ela foi capturada 3 horas depois, tentando sair da cidade. Quando a polícia a pegou, ela estava chorando, murmurando sobre como tudo deveria ter sido diferente. Helena, assistindo pela TV do conforto da mansão, sentiu uma mistura estranha de alívio e tristeza. Alívio porque a ameaça havia acabado, tristeza porque viu uma mulher completamente quebrada por sua própria obsessão. “Está acabado”, Dante disse, abraçando-a por trás enquanto assistiam.
“Finalmente acabou.” Sim. Helena concordou, virando-se em seus braços, mas quase nos custou tudo de novo. Se ela tivesse conseguido nos fazer duvidar um do outro, se ela tivesse plantado aquelas sementes de suspeita, mas não conseguiu. Dante a interrompeu, beijando sua testa. Porque nós aprendemos. Da primeira vez eu deixei a paranoia e o medo governarem.
Desta vez nós nos comunicamos, nós confiamos. E essa é a diferença. Ele estava certo. A tempestade havia passado e eles haviam sobrevivido, não apenas intactos, mas fortalecidos. Naquela noite, depois que Miguel estava dormindo, Dante e Helena ficaram na varanda, olhando as luzes de São Paulo brilhando ao longe.
“Eu prometo”, Dante disse, segurando-a apertado, “que não importa o que o futuro traga, não importa que desafios enfrentemos, eu nunca vou deixar nada ou ninguém nos separar novamente. E eu prometo,” Helena respondeu, “que sempre vou confiar em você, sempre vou comunicar, sempre vou lutar por nós.
” Eles se beijaram enquanto a cidade continuava sua vida frenética abaixo, completamente alheios ao pequeno milagre acontecendo naquela varanda. Duas pessoas que haviam aprendido que amor verdadeiro não é sobre nunca enfrentar tempestades, é sobre enfrentá-las juntos e emergir do outro lado mãos dadas, prontos para qualquer coisa. Seis meses se passaram desde a prisão de Bianca Monteiro.
Ela havia se declarado culpada de múltiplas acusações e estava cumprindo sentença em uma instituição que combinava prisão com tratamento psiquiátrico, algo que Helena, surpreendentemente havia defendido durante o julgamento. Ela precisa de ajuda, não apenas punição.
Helena havia dito a Dante quando ele protestou e ele havia aprendido a confiar no julgamento de sua esposa. sempre. Era uma manhã de sábado de primavera, quando Helena acordou com Miguel rastejando sobre ela, seus dedinhos pegajosos de suco tocando seu rosto. “Mamãe, mamãe!”, ele cantarolava, sua fala ainda limitada, mas melhorando todos os dias. Helena riu beijando a barriga dele até ele gargalhar.
“Bom dia, meu amor”, ela disse, sentando-se e pegando-o em seu colo. Dante apareceu na porta com uma bandeja, café, croaçãs e um pequeno vaso com uma rosa. “Bom dia, família”, ele disse com aquele sorriso que ainda fazia o coração de Helena pular. Eles tomaram café da manhã juntos na cama, uma tradição de sábado que haviam estabelecido.
Miguel fazia bagunça, como sempre, mas ninguém se importava. Aqueles momentos simples, domésticos, cheios de amor, eram os mais preciosos. “Eu tenho uma surpresa para você”, Dante anunciou quando terminaram de comer. “O outra?”, Helena brincou. “Você me surpreende toda semana, Dante. Essa é especial”, ele insistiu aquele brilho travesso em seus olhos.
Uma hora depois, eles estavam no carro. Todo o staff da casa havia sido misteriosamente instruído a cuidar de Miguel, dirigindo para fora da cidade. “Sério, onde estamos indo?”, Helena perguntou pela quinta vez. “Você vai ver. Foi tudo o que Dante diria.
Eles dirigiram por quase 2 horas até chegarem a Campos do Jordão. Helena sentiu um calor em seu peito. Aquela cidade tinha tantas memórias para eles. A reconciliação, a revelação da gravidez. a reconstrução de sua confiança. Dante parou em frente a uma casa, não a casa da avó de Helena, mas aquela que ele havia alugado durante aqueles meses cruciais. “Por que estamos aqui?”, Helena perguntou confusa.
“Por que Dante disse, tirando uma chave do bolso. Eu comprei para nós, como nosso refúgio, um lugar onde podemos vir sempre que o mundo ficar muito barulhento, onde podemos lembrar de onde viemos e quão longe chegamos.” Helena sentiu lágrimas encher em seus olhos. “Você comprou a casa?” “Comprei a casa”, ele confirmou. “E a mobiliei, vem ver”.
Eles entraram e Helena engasgou. A casa tinha sido transformada em um lar acolhedor, cheia de cores quentes, móveis confortáveis, fotos de sua família nas paredes. “Há um quarto para Miguel.” Dante mostrava animado como uma criança. E este quarto aqui, eu pensei que poderia ser seu escritório para sua organização, sem fins lucrativos. Você mencionou que queria um lugar tranquilo para trabalhar às vezes.
Helena não conseguia falar. Ela apenas andou de cômodo em cômodo, maravilhada com a atenção aos detalhes. Dante havia lembrado de todas as pequenas coisas que ela amava. A marca específica de chá que ela gostava estava estocada na cozinha. Seus livros favoritos estavam nas estantes.
Até mesmo o tipo de travesseiros que ela preferia estavam na cama. A varanda dos fundos com vista para as montanhas, havia uma mesa posta para dois com velas e comida esperando. Dante Helena, finalmente encontrou sua voz, virando-se para ele. Como você fez tudo isso sem eu saber? Eu tenho meus recursos. Ele brincou, mas então ficou sério. Helena, eu queria que você tivesse um lugar que fosse só nosso.
Não a mansão da família Almeida com toda sua história e pressão, mas um lugar que nós construímos, que representa nós. Helena o beijou, despejando todas as emoções que palavras não conseguiam expressar. Eles almoçaram na varanda conversando sobre sonhos para o futuro, sobre talvez expandir a família. Miguel merecia irmãos.
sobre a organização de Helena, que estava crescendo mais rápido do que ela havia antecipado, sobre Dante querer reduzir mais suas horas de trabalho para estar presente para cada momento importante. “Eu percebi algo”, Dante disse, segurando sua mão sobre a mesa. “Sucesso não é medido em negócios fechados ou dinheiro ganho.
é medido em momentos em Miguel chamando papai pela primeira vez, em acordar ao seu lado todas as manhãs, em construir uma vida que vale a pena ser vivida, não apenas fotografada para revistas de negócios. Olha só, Helena brincou secando uma lágrima. O CEO bilionário virou filósofo. “O amor faz isso com você”, Dante respondeu sorrindo. Mais tarde, enquanto caminhavam de mãos dadas por Campos do Jordão, revisitando lugares que tinham significado para eles, Helena parou na praça, aquela mesma praça onde Dante havia se ajoelhado desesperado, implorando por uma segunda chance. “Você lembra?”, Ela perguntou, apontando para o banco. Todo dia. Dante respondeu: “O
pior e melhor dia da minha vida. Pior porque percebi o quanto eu havia machucado você. Melhor porque você me deu a chance de consertar. Você sabe o que percebi?” Helena disse, virando-se para olhá-lo. Que perdão não é fraqueza. Dar segundas chances não é ingenuidade.
Às vezes é a coisa mais corajosa que você pode fazer. Porque significa acreditar que as pessoas podem mudar, podem crescer. E eu mudei, Dante disse, por você, por Miguel, mas principalmente por mim, porque o homem que eu era antes, frio, fechado, incapaz de confiar, estava morto por dentro. Você me trouxe de volta à vida. Eles voltaram para São Paulo no final da tarde, encontrando Miguel feliz e coberto de purê de batata, cortesia de uma tarde com dona Cecília tentando novas receitas.
Meu pequeno desastre, Helena Rio, limpando-o. Nosso pequeno desastre. Dante corrigiu, ajudando no banho. Aquela noite depois que Miguel estava dormindo, Dante e Helena ficaram juntos na biblioteca, seu lugar especial, onde tudo havia realmente começado. “Você lembra da primeira vez que fizemos amor?”, Tante? Perguntou suavemente, acariciando seus cabelos enquanto ela se aninhava contra ele. “Nesta sala, Helena, confirmou, entre livros e velas.
Você foi tão gentil, tão cuidadoso, porque você era eh preciosa? Ele disse, e eu estava aterrorizado de estragar tudo. Você estragou. Helena disse honestamente. Mas então você consertou. E isso, Dante, isso é o que importa. Não que você seja perfeito, mas que você tenta, que você cresce, que você escolhe nós todo dia.
Dante a beijou lento e profundo, como se tivesse em todo o tempo do mundo. Eu escolho nós ele murmurou contra seus lábios. Hoje, amanhã, para sempre. Eles fizeram amor ali na biblioteca, onde sua história havia verdadeiramente começado, mas desta vez era diferente. Não havia urgência desesperada ou descoberta nervosa.
Era profundo, conectado, à dança de duas almas que se conheciam completamente. Depois, enrolados juntos sob uma manta, Dante segurou Helena firme. “Você é feliz?” Ele perguntou como fazia frequentemente. Imensamente. Ela respondeu: “E você? Mais do que jamais pensei ser possível”, ele disse. E ela podia ouvir o sorriso em sua voz.
Bom, Helena disse, aconchegando-se mais perto. “Porque você está preso comigo por pelo menos mais 50 anos.” “Só 50?”, Dante brincou. Eu estava pensando em uma eternidade. Helena riu. O som ecuando pela biblioteca cheia de livros e memórias. Lá fora, a cidade de São Paulo continuava sua dança infinita, carros buzinando, luzes piscando, milhões de histórias se desenrolando simultaneamente.
Mas aqui, nesta biblioteca, nesta casa, nesta família que havia sido forjada através de contratos frios e transformada por amor genuíno, tudo era perfeito. Não perfeito no sentido de sem falhas, mas perfeito no sentido de completo, real, autêntico. Dante e Helena haviam aprendido que o amor verdadeiro não é sobre nunca cometer erros.
É sobre cometê-los, reconhecê-los e escolher fazer melhor. É sobre confiar mesmo quando é assustador. É sobre perdoar mesmo quando dói. É sobre construir algo juntos que é maior do que a soma de suas partes. Dias se transformariam em semanas. Semanas em meses, meses em anos, Miguel cresceria, talvez ganharia irmãos.
A organização de Helena floresceria, ajudando centenas de mulheres. Tante continuaria bem-sucedido, mas agora com propósito real. Não apenas acumular riqueza, mas criar impacto. Haveria mais desafios, sem dúvida, mais momentos de dúvida, de medo, de incerteza, mas eles enfrentariam tudo juntos, mãos dadas.
corações alinhados, porque no final eles haviam aprendido a lição mais importante de todas. O amor verdadeiro não nasce perfeito. Ele é forjado nas fornalhas do erro, temperado nas águas do perdão e polido pela escolha consciente e diária de ver, ouvir e valorizar o outro. E aquele amor imperfeito, trabalhado, conquistado, é mais forte do que qualquer conto de fadas, porque é real. Ir real, eles descobriram.
É infinitamente melhor do que perfeito. Helena se levantou para verificar Miguel uma última vez antes de dormir. Ela ficou parada ao lado do berço, observando seu filho dormir pacificamente. Seu pequeno peito subindo e descendo em respiração suave. Dante apareceu atrás dela, envolvendo-a em seus braços, seu queixo descansando em seu ombro. “Ele é perfeito.
” Dante, sussurrou. Ele é nosso. Helena corrigiu com um sorriso. Sim, Dante concordou. E nós somos dele e uns dos outros. Uma família real, imperfeita, verdadeira. Helena virou-se em seus braços, olhando para aquele homem que havia entrado em sua vida como um estranho frio em um casamento de conveniência e que se havia tornado seu tudo, seu parceiro, seu amor, seu lar. Eu te amo, Dante Almeida.
Ela disse, como dizia todos os dias agora. Obrigada por me escolher. Obrigada por me dar uma segunda chance também. Sempre. Ele respondeu, beijando-a suavemente. Eu sempre vou te escolher. E ali no quarto de seu filho, sob a luz suave do abajur em formato de lua, duas pessoas, que haviam começado como estranhos unidos por papel celavam sua promessa mais uma vez, não com contratos ou advogados, mas com amor puro, verdadeiro, conquistado através de fogo e tempestade.
E valia cada lágrima, cada medo, cada momento de dúvida, porque no final eles descobriram que o amor mais poderoso é aquele que sobrevive quando testado. E o deles havia sobrevivido ao inferno e emergiu do outro lado, brilhando mais forte do que diamantes. Para sempre começa agora, eles pensaram simultaneamente, mãos entrelaçadas enquanto observavam seu milagre dormir.
E para sempre nunca havia parecido tão doce. M.
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