E se você descobrisse que seu chefe, o homem mais poderoso que você conhece, está secretamente obsecado por você há anos? E se um erro de reserva em Paris mudasse sua vida para sempre? Esta é a história de Helena, uma secretária invisível que nunca foi beijada até conhecer Rafael Monteiro, uma jornada de 14 capítulos sobre amor, vulnerabilidade e o poder de esperar pelo momento certo.
Antes de começarmos, me conta de onde você está assistindo. Deixa nos comentários sua cidade. E se você ama histórias de romance que fazem seu coração acelerar, se inscreve no canal e deixa aquele like. Agora, prepare-se para uma montanha russa de emoções. A chuva martelava contra as janelas do 42º andar da Monteiro Enterprises, criando um ritmo hipnótico que Helena Costa já conhecia de cor, 2 anos, 24 meses, 504 dias úteis, sentada naquela mesa de vidro temperado a apenas 6 m da porta de Mógno, que levava ao escritório de Rafael Monteiro. Ela mordeu o lábio inferior, um hábito nervoso que desenvolvera desde a infância, enquanto
revisava pela terceira vez a apresentação para a reunião das 15 horas. Cada slide precisava estar perfeito. Rafael não tolerava erros e ela jamais lhe daria motivos para substituí-la. Costa, meu café. A voz grave ecoou pelo interfone, sem, por favor, sem, quando puder, apenas a ordem direta que ela esperava.
Helena levantou-se, alisando a saia cinza que usava há duas semanas seguidas. Suas roupas eram uma rotação cuidadosa de peças discretas, cinza, bege e preto. Cores que não chamavam atenção, cores que a tornavam parte da mobília, invisível como desejava ser. Ela preparou o café exatamente como ele gostava, expresso duplo, sem açúcar, em uma xícara aquecida previamente, e caminhou até a porta de Mógno, três batidas leves, sempre três, entre o escritório de Rafael Monteiro era uma extensão dele, minimalista, impecável, intimidador. Paredes de vidro mostravam
São Paulo se estendendo até onde a vista alcançava um império de concreto e ambição. centro, atrás de uma mesa que parecia ter sido esculpida de uma única peça de mármore negro, estava ele. Rafael Monteiro, aos 34 anos, era a definição viva de sucesso implacável.
Cabelos negros perfeitamente penteados, olhos cor de mel, que analisavam tudo com a precisão de um predador, mandíbula marcada que raramente relaxava em um sorriso. O terno Tom Ford abraçava seu corpo atlético como uma segunda pele. Ele era bonito de uma forma que assustava, o tipo de beleza que vinha acompanhada de poder e perigo. “Quá, Senr Monteiro.
” Helena colocou a xícara na mesa, seus olhos fixos no ponto, logo acima do ombro esquerdo dele, nunca nos olhos. Olhar nos olhos dele era como encarar o sol, arriscado e possivelmente destrutivo. “Costa”, ele falou quando ela já estava virando para sair. “Preciso que você fique para a reunião. Tome notas”. Ela assentiu, sentando-se na cadeira de couro ao canto da sala.
Seu bloco de anotações no colo, caneta na mão, invisível, útil, descartável. O que Helena não sabia, o que ela nunca poderia imaginar, era que Rafael Monteiro estava naquele exato momento fazendo algo que fazia há dois anos. Observando-a, ele notava tudo, como ela mordia o lábio quando concentrada, deixando uma marca rosada que ele desejava secretamente beijar.
Como suas mãos tremiam ligeiramente quando ele ficava muito perto, como ela corava, um tom adorável de rosa que subia do pescoço às bochechas sempre que ele elogiava seu trabalho. Como ela cheirava a lavanda e baunilha, um perfume suave que invadia seus sentidos toda vez que ela se inclinava sobre sua mesa.
Rafael apertou a caneta Mont Blan entre os dedos, frustração crescendo em seu peito. Dois anos desejando sua secretária. Dois anos se controlando. dois anos fingindo que ela era apenas mais uma funcionária, quando na verdade ela era a primeira coisa que ele pensava ao acordar e a última antes de dormir. Mas havia um problema. Helena Costa não o via como homem.
Para ela, ele era apenas o chefe, o CEO inalcançável, um ser de outro planeta. e ele precisava mudar isso. A reunião começou com a entrada de três executivos japoneses, todos internos, escuros, idênticos, rostos sérios. Rafael ativou seu modo CEO, carismático, confiante, letal nos negócios. Helena anotava cada palavra, cada número, sua caligrafia pequena e precisa.
Quando os japoneses saíram, o contrato ainda não fechado, mas promissor, Rafael permaneceu parado na janela, as mãos nos bolsos, observando a cidade. Helena guardava suas coisas, preparando-se para sair. Costa, ele falou sem se virar. Preciso que você me acompanhe em uma viagem. O coração dela pulou uma batida. Para onde, senhor? Paris. Na próxima semana vamos fechar o contrato com os japoneses pessoalmente.
C dias. Prepare a logística. Helena sentiu o mundo inclinar. Paris, cinco dias com Rafael Monteiro. Sim, senhor. Ela respondeu, sua voz traindo apenas um leve tremor. Quando ela saiu, Rafael finalmente permitiu um sorriso pequeno, perigoso, tocar seus lábios. Paris, cinco dias.
Talvez fosse hora de Helena Costa finalmente enxergá-lo. Naquela noite, Helena entrou no apartamento que dividia com Clara Mendes, sua melhor amiga desde a faculdade, e literalmente desabou no sofá. Você parece que viu um fantasma. Clara apareceu da cozinha com duas taças de vinho, seus cabelos cacheados presos em um coque desalinhado, usando um pijama de gatinhos que contrastava com sua personalidade extrovertida.
Pior, meu chefe quer que eu vá para Paris com ele. Clara quase deixou cair as taças. Paris com o gostosão do CEO. Helena, isso é trabalho, Clara. Apenas trabalho. Helena pegou uma taça e bebeu generosamente. Querida. Clara sentou ao seu lado, seus olhos castanhos brilhando com aquela sabedoria de quem vive intensamente.
Você tem 26 anos e nunca, nunca se permitiu viver. sempre estudo, trabalho, responsabilidade. Quando foi a última vez que você saiu? Beijou alguém? Teve uma paquera? Helena desviou o olhar. Era uma ferida antiga, mas ainda doía. Sua vida tinha sido uma sequência de sacrifícios. Cuidar da mãe doente durante a faculdade, trabalhar em dois empregos para pagar as contas, nunca ter tempo para relacionamentos.
Quando sua mãe finalmente melhorou e ela conseguiu o emprego dos sonhos, Helena percebeu que não sabia como ser jovem, como ser desejável, como ser normal. “Eu não sei fazer isso, Clara”, ela admitiu em voz baixa. “Então aprende. Paris é a cidade do amor, Helena, talvez seja um sinal”. Clara apertou sua mão com carinho. Helena riu, mas era um som sem humor. Paris, a cidade do amor, para uma mulher que nunca tinha sido beijada.
O voo para Paris foi uma tortura silenciosa de 13 horas. Helena, sentada em classe executiva, cortesia da empresa, ao lado de Rafael Monteiro, que trabalhava em seu laptop com a concentração de um cirurgião, realizando uma operação delicada. Ela tentava ler um livro, mas suas mãos suavam. A proximidade dele era sufocante.
Ela podia sentir o calor emanando de seu corpo, o perfume amadeirado que usava, a maneira como seus dedos longos digitavam no teclado com precisão. Cada pequeno movimento era uma distração. “Você está bem, Costa?”, ele perguntou de repente, sem tirar os olhos da tela. “Sim, senhor.”, ela mentiu. “Rafael”, ele corrigiu, finalmente olhando para ela. Aqueles olhos cor de mel aprenderam no lugar. “Em viagem. Pode me chamar de Rafael. Somos colegas aqui. Coleas.
A palavra suou estranha vinda dele. Sim, se Rafael. Ela testou o nome na língua e algo mudou no arrego sutil, mas poderoso. Eles pousaram em Charles de Gull no início da manhã parisiense. O céu estava cinza, mas a cidade tinha aquela luminosidade única que só Paris possuía. Helena nunca tinha saído do Brasil.
Cada imagem pela janela do táxi era um cartão postal. As ruas de paralelepípedos, os cafés com mesinhas na calçada, a torre Eifel ao longe. “Primeira vez em Paris?”, Rafael, perguntou, observando-a com um olhar que ela não conseguia decifrar. Primeira vez fora do Brasil, ela admitiu e depois desejou não ter dito. Suava tão provinciano. Então vamos fazer valer a pena ele disse.
E havia algo em sua voz que fez o estômago dela dar um nó. O hotel era o tipo de lugar que Helena só via em filmes. Lemeries com suas colunas de mármore, lustres de cristal e funcionários que tratavam cada hóspede como realeza. Ela seguiu Rafael até a recepção, sentindo-se completamente fora do lugar em seu terno simples de viagem.
Bonsoirá, Mteiro. A recepcionista sorriu profissionalmente. Noavonseti, probleme. O problema, como se revelou, era que houve um erro no sistema de reservas. Apenas uma suí estava disponível. Uma suí com sala, cozinha completa e dois quartos separados. Mas ainda assim uma suíte compartilhada. Helena sentiu o sangue drenar de seu rosto.
Rafael, no entanto, manteve-se impassível. “Tudo bem, vamos aceitar”, ele disse simplesmente. “Mas, senhor Rafael?” Helena murmurou quando estavam no elevador. “Eu posso procurar outro hotel?” “Não seja ridícula, Costa. São quartos separados. Além disso, precisamos estar prontos para a reunião às 4 da tarde.” “Não há tempo.
” Ele falou com aquela lógica implacável que não deixava espaço para argumentos. A suí era deslumbrante. Janelas enormes mostravam a ópera Garnier, decoração em tons de dourado e branco, móveis que pareciam antiguidades preciosas. Os dois quartos ficavam em extremidades opostas, com portas sólidas que ofereciam privacidade.
“Escolha o quarto que preferir”, Rafael disse afrouxando a gravata enquanto caminhava para a sala. Temos três horas para descansar antes da reunião. Helena escolheu o quarto menor, fechou a porta e encostou-se nela, seu coração batendo descompassado. Cinco dias, uma suíte com Rafael Monteiro, o que poderia dar errado. A reunião com os executivos japoneses aconteceu em um restaurante Três Estrelas Michelan, perto do Champs Elise Helena estava linda em um vestido azul marinho que Clara tinha insistido que ela comprasse. para emergências”, dissera a amiga. Ela
não imaginava que a emergência seria um jantar de negócios em Paris. Rafael quase engasgou quando ela saiu do quarto. Ele estava acostumado com Helena, interno sem forma, com aquela postura de querer desaparecer. Mas aquela mulher no vestido azul que abraçava suas curvas sutis, com os cabelos castanhos soltos caindo em ondas nos ombros, os olhos amendoados, realçados por uma maquiagem discreta, “Aquela era uma Helena que ele queria devorar. Você está adequada”, ele disse.
E a palavra soou ridícula até para ele. Os japoneses já estavam na mesa quando chegaram. Tanakassan, o CEO principal, e seus dois assistentes, todos com expressões sérias. Rafael cumprimentou-os em japonês fluente, mais uma habilidade que impressionou Helena e puxou a cadeira para ela sentar.
O jantar começou bem, negócios, números, projeções, mas Helena percebeu algo. Tanaka San olhava para Rafael com certa reserva, como se estivesse julgando não apenas suas propostas de negócio, mas seu caráter. Foi quando Rafael fez algo inesperado. Ele colocou a mão sobre a dela na mesa, seus dedos entrelaçando-se com os dela, e disse em inglês: “Tanakassan, gostaria de apresentar Helena não apenas como minha eficiente secretária, mas como alguém muito especial para mim”. Helena congelou.
Seus olhos se arregalaram encontrando os dele. Havia um pedido silencioso naquele olhar. Confia em mim, oh. Tanakassan sorriu pela primeira vez na noite. Sua namorada, isso é muito bom. Homem com relacionamento sério, é homem confiável. A cultura conservadora japonesa. Rafael tinha lido que Tancassan valorizava a estrutura familiar, relacionamentos estáveis e ele estava usando isso.
Helena engoliu em seco. A mão dele era quente, grande, firme sobre a dela. Ela podia sentir o pulso acelerado, onde seus dedos se tocavam. “Sim”, ela ouviu sua própria voz dizendo: “Ele é muito especial para mim também. A mentira saiu mais facilmente do que ela esperava. Talvez porque não parecesse totalmente mentira.
O restante do jantar foi uma performance. Rafael sendo atencioso, servindo vinho para ela, tocando seu ombro gentilmente, olhando-a com uma ternura que parecia genuína demais para ser falsa. Helena correspondendo, sorrindo nos momentos certos, inclinando-se para perto dele, deixando-se ser envolvida por aquela fantasia.
Quando Tanaka San finalmente assinou o pré-contrato, seu aperto de mão com Rafael foi firme. “Você tem bom gosto, Monteiro San. Cuide bem desta mulher. Vou cuidar.” Rafael respondeu e seus olhos em Helena eram tão intensos que ela esqueceu de respirar. Do lado de fora do restaurante, a noite parisiense os envolveu. Luzes douradas pintavam as ruas.
O ar estava perfumado com castanhas assadas de vendedores ambulantes. E ao longe a torre Eifel começava seu show de luzes piscantes. Helena esperava que Rafael soltasse sua mão assim que saíssem, mas ele não soltou. Ele a manteve entrelaçada com a dele enquanto caminhavam sem destino pelas ruas de paralelepípedos. “Você foi perfeita lá dentro”, ele disse, olhando para a frente. “Você me pegou de surpresa”, ela admitiu, sua voz trêmula.
Eu sei. Desculpe pela mentira. Era necessário. Era mentira. As palavras saíram antes que ela pudesse filtrar. Rafael parou de caminhar. Ele se virou para ela e ali, sob a luzar de um poste antigo, com Paris respirando ao redor deles, algo mudou em seus olhos. “Não sei”, ele disse honestamente.
“Você me diz, Helena?” “É mentira, o nome próprio”. Ele disse seu nome próprio pela primeira vez e so confissão. Helena não conseguiu responder. Seu coração estava batendo tão forte que ela tinha certeza de que ele podia ouvi-lo. Eles continuaram caminhando, mãos entrelaçadas enquanto Paris conspirava ao redor deles para fazer do impossível algo inevitável.
A garrafa de Chateau Margot 2015 estava pela metade, suas taças brilhando sob a luz suave das velas que Helena tinha encontrado na cozinha da Suíte. Ela não sabia ao certo como tinham chegado ali da caminhada pelas ruas de Paris a decisão súbita de Rafael de não deixar a noite acabar ainda, parando em uma vinícula boutique para comprar aquela garrafa caríssima.
Agora estavam na sacada da suí, sentados em cadeiras de ferro forjado, uma pequena mesa entre eles, Paris estendendo-se como um mar de luzes até a silhueta iluminada da Torre Eifé ao longe. O ar noturno de setembro estava fresco, fazendo Helena puxar o casaco sobre os ombros. Com frio? Rafael perguntou, já se movendo para tirar seu próprio palitó. Estou bem.
Ela mentiu, mas ele já tinha se levantado e colocado o palitó sobre seus ombros. O tecido estava quente, impregnado com o cheiro dele, e Helena teve que fechar os olhos por um segundo para se recompor. Quando ela abriu os olhos, Rafael estava sentado novamente, mas havia algo diferente em sua postura.
Ele tinha afrouxado a gravata, os primeiros botões da camisa desaboto revelando a base bronzeada de seu pescoço. Seus cabelos, normalmente impecáveis, estavam ligeiramente despenteados pelo vento. Ele parecia humano, real, perigosamente atraente. “Posso fazer uma pergunta pessoal?”, ele disse, girando o vinho na taça, os olhos fixos no líquido rubi. Helena sentiu o estômago apertar. Depende da pergunta. Você está sempre sozinha”, ele falou.
E não era acusação, era curiosidade genuína. Nos dois anos que trabalha comigo, nunca vi você mencionar um namorado, um encontro, até mesmo um interesse. Por quê? A pergunta apegou desprevenida. Ela bebeu um gole longo do vinho, ganhou tempo, sentindo o líquido esquentar sua garganta e dar-lhe falsa coragem. Eu nunca tive muito tempo para essas coisas.
Ela começou cuidadosamente. Não acredito nisso. Ele a cortou gentilmente. Você é linda, Helena, inteligente, engraçada quando se permite ser. Qualquer homem seria sortudo em estar com você. O elogio a atingiu como um soco no estômago. Linda. Ele tinha dito que ela era linda.
Você não me conhece, Rafael, ela disse, e havia uma amargura em sua voz que surpreendeu ambos. Então me deixa conhecer. Ele se inclinou para a frente, os cotovelos nos joelhos, aqueles olhos cor de mel penetrando as defesas dela. Por que, Helena? Por que uma mulher como você está sempre sozinha? Talvez fosse o vinho, talvez fosse Paris, talvez fosse a maneira como ele olhava para ela, como se ela fosse algo precioso e fascinante.
Mas as palavras começaram a sair e uma vez que começaram, não conseguiu mais parar. Minha mãe ficou doente quando eu tinha 19 anos”, ela disse, olhando para a cidade. Não para ele. Se olhasse, perderia a coragem, câncer. Precisei largar a faculdade por um tempo, trabalhar, cuidar dela. Quando consegui voltar, estava atrasada, mais velha que meus colegas. Não tinha tempo para festas, namoros.
Quando terminei, ela finalmente melhorou, eu já tinha 24 e não sabia mais como fazer isso. “Fazer o quê?”, Ele insistiu suavemente. Namorar, paquerar, ser desejável. A última palavra saiu como um sussurro. Rafael ficou em silêncio por um longo momento. Quando falou, sua voz estava mais baixa, mais rouca.
Você acha que não é desejável? Helena riu, mas era um som sem alegria. Eu sei que não sou. Olha para mim, Rafael. Sou invisível. Sempre fui. Você não é invisível para mim. As palavras caíram entre eles como uma confissão. Helena finalmente olhou para ele e o que viu em seus olhos a fez esquecer de respirar. Havia desejo ali. Desejo cru, nu, innegável.
Eu começou, mas as palavras morreram em sua garganta. Há quanto tempo você não beija alguém? Ele perguntou. E não havia julgamento, apenas curiosidade intensa. Helena sentiu o calor subir por seu pescoço. Um tempo. Quanto tempo, Helena? O vinho. Tinha que ser o vinho, porque de outra forma ela nunca teria dito. Nunca. Rafael piscou. O quê? Eu nunca.
Ela engoliu em seco seu coração batendo tão forte que doía. Nunca namorei sério. Na verdade, eu nunca nem Ela parou, incapaz de continuar. As lágrimas começaram a queimar seus olhos, mas ela recusou-se a deixá-las cair. Não na frente dele, não.
Enquanto ele a olhava com aquela intensidade que a despia por dentro. Helena, Rafael disse seu nome como uma oração. Você está dizendo que nunca foi beijada? Ela a sentiu incapaz de falar. E mais, outro aceno: Nunca dormiu com ninguém? Nunca. Ela sussurrou. E era libertador e aterrorizante admitir aquilo. Aos 26 anos, virgem não apenas do corpo, mas da alma.
Nunca tinha sido tocada, beijada, desejada. Até aquele momento, Rafael passou a mão pelo rosto, respirando fundo, como se tentasse controlar. Quando olhou para ela novamente, havia algo feroz em seu olhar, algo possessivo e protetor ao mesmo tempo. “Por que está me dizendo isso?”, ele perguntou. “Porque você me perguntou?”, ela disse simplesmente. “E por quê? Porque eu não quero mais ser invisível. Não para você.
O silêncio que se seguiu foi denso, carregado de tudo que não estava sendo dito. Rafael se levantou e, por um segundo aterrorizante, Helena pensou que ele fosse embora, mas em vez disso, ele estendeu a mão. “Vem cá”, ele disse. Helena colocou sua mão na dele e ele a puxou para ficar de pé, tão perto que ela podia sentir o calor de seu corpo, contar as nuances de dourado em seus olhos cor de mel. “Posso?”, ele perguntou. E ela sabia exatamente o que ele estava pedindo.
Ser meu primeiro? Ela completou o pensamento. Sim. Helena tremeu. Não de medo, de antecipação, de desejo, de tudo que ela tinha reprimido por 26 anos. “Sim”, ela sussurrou. E então Rafael Monteiro a beijou. O beijo começou suave, quase reverente. Rafael segurou o rosto dela entre suas mãos grandes, seus polegares acariciando as bochechas dela, enquanto seus lábios tocavam os dela com uma gentileza que a fez tremer.
Helena não sabia o que fazer com as mãos, onde tocar, como corresponder. Mas então ele inclinou a cabeça aprofundando o beijo e instinto tomou conta. Suas mãos subiram até o peito dele, sentindo o coração acelerado sob a camisa cara. Depois deslizaram até seus ombros, agarrando-se como se ele fosse a única coisa sólida em um mundo que girava.
Quando a língua dele tocou a dela, um pedido gentil, não uma invasão. Helena gemeu baixinho e o som pareceu quebrar algo em Rafael. Ele puxou-a mais para perto, uma mão descendo até sua cintura, prensando-a contra ele enquanto devorava sua boca, com uma fome que estava apenas contida. Eles se moveram sem pensar, de volta para dentro da suí, tropeçando em móveis, sem nunca separar os lábios.
As costas de Helena encontraram a parede perto da porta e Rafael ali seu corpo duro contra o dela, deixando-a sentir exatamente o efeito que estava causando nele. “Deus, Helena”, ele murmurou contra seus lábios, descendo para beijar sua mandíbula, seu pescoço, aquele ponto sensível logo abaixo de sua orelha, que a fez gemer alto. “Você me deixa louco, Rafael?”, Ela o fegou, suas mãos enterrando-se nos cabelos dele, os dedos desfiazendo o penteado perfeito. “Eu não sei, não sei o que fazer.
Você não precisa fazer nada”, ele sussurrou, voltando para capturar seus lábios novamente. “Apenas sente, me deixa fazer você sentir.” Ele a guiou até o sofá, deitando-a gentilmente sobre os almofadas macias, cobrindo o corpo dela com o dele, mas cuidadoso para não colocar todo o seu peso sobre ela.
continuou beijando-a, agora explorando seu pescoço, sua clavícula, a curva de seus ombros que o vestido deixava exposta, as mãos dele traçavam linhas de fogo por seu corpo, a lateral de suas costelas, a curva de sua cintura, a coxa que ele segurou gentilmente enquanto a puxava mais para cima contra ele. Tudo era novo, tudo era intenso, tudo era perfeito, até não ser mais.
Quando a mão dele subiu mais, deslizando pela parte interna de sua coxa, tocando-a por cima do vestido, mas com clara intenção, algo travou dentro de Helena. O prazer que estava sentindo foi subitamente engolido por uma onda de pânico inexplicável. Seu corpo enrijeceu.
Suas mãos, que estavam explorando as costas dele, subitamente o empurraram. “Para!”, ela disse. E a palavra saiu estranhada, engasgada. Rafael parou imediatamente. Ele se afastou como se tivesse levado um choque, erguendo-se sobre os cotovelos para olhar para ela, preocupação imediata inundando o seu rosto. Helena, o que foi? Eu machuquei você? Não, não é isso.
Ela sentou-se, abraçando os joelhos, seu corpo tremendo, não de frio, de algo que ela não conseguia nomear. Eu achei que estava pronta, mas as lágrimas vieram então quentes e frustradas. Ela as enxugou bravamente, mas não paravam de cair. Rafael sentou ao lado dela, mantendo uma distância respeitosa, sua respiração ainda pesada, seu corpo ainda claramente afetado, mas seus olhos estavam apenas preocupados.
“Hei”, ele disse gentilmente, tocando seu queixo para fazê-la olhar para ele. “Está tudo bem? Está tudo bem, Helena. Não precisamos fazer nada que você não queira.” “Mas eu queria”. Ela explodiu. Frustração e vergonha. ligando em sua voz. Eu queria tanto, Rafael, mas quando você quando ficou mais intenso, eu só travei.
Meu corpo travou e eu não sei porquê. Ele puxou-a para seu peito, abraçando-a firme, suas mãos acariciando suas costas em movimentos calmantes. “Escuta, ele disse contra seus cabelos. Você acabou de me dizer que nunca fez nada disso antes. É natural ter medo. É natural não estar pronta. Mas eu estraguei tudo. Ela soluçou contra seu peito. Você não estragou nada.
Ele afastou-a ligeiramente para olhar em seus olhos. Helena, me olha. Você não me deve nada. Seu corpo é seu. Se ele te disse para parar, foi porque não era o momento certo. E está tudo bem. Mas você Ela olhou para a evidência óbvia de seu desejo e ele riu baixo, sem humor. Eu vou sobreviver, ele disse.
Um banho frio e vou ficar bem. Mas você você está bem? Ela assentiu, enxugando as lágrimas. Desculpa. Não se desculpe. Nunca se desculpe por estabelecer limites. Ele beijou sua testa longo e terno. Vamos fazer assim. Você vai para seu quarto, descansa. Amanhã é um novo dia, sem pressão, sem expectativas. Ok. Mas quando ela começou a se levantar, ele assegurou. Espera. Pode.
Você poderia ficar só para dormir? Eu prometo. Nada mais. Só quero ter você perto. Helena hesitou. Mas havia algo tão vulnerável em seu pedido que ela não conseguiu recusar. Eles se deitaram no sofá, ele a puxando para ser a colher pequena, seu braço seguro ao redor de sua cintura, seu queixo descansando no topo da cabeça dela. “Obrigada”, ela sussurrou na escuridão.
“Pelo quê?” “Por parar? Por entender,? Por não fazer eu me sentir quebrada?” Ele a apertou mais forte. “Você não está quebrada, Helena. Você é perfeita. E eu vou esperar o tempo que for preciso até você estar pronta, um mês, um ano, para sempre, se necessário. Ela adormeceu em seus braços, sentindo-se segura pela primeira vez na vida, mas a culpa ainda roía seu coração, e a pergunta não calava.
Seria ela capaz de algum dia superar esse medo inexplicável? O voo de volta para São Paulo foi silencioso, mas era um silêncio diferente. Não o desconforto profissional de antes, mas algo carregado, cheio de possibilidades não ditas. Rafael trabalhava em seu laptop, mas Helena o pegou, olhando para ela três vezes.
Não o olhar do chefe analisando a secretária, mas o olhar do homem que tinha provado seus lábios, sentido seu corpo tremendo contra o dele. Após Paris, três dias haviam passado em uma dança estranha. Eles terminaram as reuniões com os japoneses. O contrato foi assinado. Milhões garantidos. Mas entre eles pairava uma tensão deliciosa. Rafael não voltou a beijá-la, mas seu toque era constante, uma mão na base de suas costas, guiando-a pela rua, dedos ajustando uma mecha de cabelo que caía em seu rosto, a maneira como ele segurava sua mão ao atravessar ruas parisienses. No último
dia, eles visitaram o Luvre. Helena ficou paralisada diante da Monalisa e Rafael ficou paralisado, olhando para ela, para o jeito como seus olhos brilhavam de fascínio, como mordia o lábio concentrada lendo as descrições das obras. “Nunca pensei que um dia estaria aqui”, ela havia dito quase para si mesma. Podemos voltar sempre que quiser”, ele respondeu. E não era uma promessa vazia, era um voto.
Agora, descendo do avião em Guarulhos, pisando no calor úmido de São Paulo, Helena sentiu a realidade desabar sobre ela. O que acontecia agora? Voltavam a ser chefe e secretária? Fingiam que Paris nunca existiu? Como se lendo seus pensamentos, Rafael pegou sua mala juntamente com a dele e disse: “Baixo, perto o suficiente, para que apenas ela ouvisse. Isso não termina aqui, Helena.
Nós não terminamos aqui. Seu coração fez um salto mortal. Na segunda-feira, tudo era diferente. Helena chegou ao escritório 5co minutos mais cedo que o usual, seu coração batendo acelerado. Ela tinha passado o domingo inteiro repassando cada momento de Paris em sua mente, especialmente aquele beijo, a maneira como ele a tinha segurado, como tinha sido tão compreensivo quando ela entrou em pânico.
Quando Rafael chegou às 8 em ponto, como sempre, ele parou na frente de sua mesa. Os outros funcionários passavam apressados. Ninguém prestando atenção neles. “Bom dia, Costa”, ele disse formalmente, mas seus olhos diziam outra coisa completamente diferente. “Bom dia, senhor Monteiro”, ela respondeu e viu o canto de sua boca se curvar ligeiramente. Eles estavam jogando, mantendo aparências.
“Minha sala, 5 minutos.” Ele entrou e fechou a porta. Helena esperou exatamente 5 minutos. Não queria parecer ansiosa. Bateu três vezes e entrou. Rafael estava na janela, as mãos nos bolsos, mas quando se virou para ela, seus olhos estavam tão intensos que ela sentiu as pernas bambearem. “Feche a porta”, ele disse. Ela fechou com tranca.
Helena trancou a porta, seu coração agora uma bateria de escola de samba. Rafael caminhou até ela com passos medidos, predatórios, até estar tão perto que ela teve que inclinar a cabeça para trás para olhar em seus olhos. “Eu passei o fim de semana inteiro pensando em você.
Ele disse, sua voz rouca, no gosto dos seus lábios, no som que você faz quando eu te beijo, em como se encaixa perfeitamente nos meus braços. Rafael, ela começou, mas ele colocou um dedo sobre seus lábios. Me deixa terminar. Ele continuou. Eu não consigo mais fingir que você é apenas minha secretária. Não consigo mais te tratar como se você fosse invisível quando você é tudo que eu vejo. O que você está dizendo? Ela sussurrou contra seu dedo.
Estou dizendo que quero te levar para jantar. Um jantar de verdade. Não trabalho. Quero conhecer você, seus pensamentos, seus sonhos, o que te faz rir até doer a barriga. Quero te beijar boa noite na sua porta e te mandar mensagens bobas durante o dia. Ele sorriu e era um sorriso tão genuíno que transformava completamente seu rosto. Quero namorar você, Helena Costa.
oficialmente, sem fingimento para japoneses. Só nós dois. As lágrimas subiram aos olhos dela. “Mas e o escritório? As pessoas vão falar que falem”, ele disse simplesmente. “Eu tenho 34 anos e construí um império do zero. Eu posso namorar quem eu quiser e quero você. Mesmo sabendo que eu sou, ela deixou a frase no ar, mas ele entendeu. Inexperiente, virgem.
” Ele disse as palavras sem vergonha. Helena, isso não te torna menos. Se algo torna tudo mais precioso. Eu vou no seu ritmo, sem pressão. Apenas nós descobrindo isso juntos. Juntos. Ela repetiu testando a palavra. Juntos ele confirmou. Então, janta comigo hoje. Comida italiana, vinho, conversa sem expectativas.
Helena sorriu e era um sorriso enorme, livre. Sim, eu adoraria. Ele a beijou. então rápido e doce, bem na frente das janelas do escritório, onde qualquer um poderia ver. E Helena não se importou nem um pouco. Quando ele se afastou, havia uma promessa em seus olhos. Isso era apenas o começo. Naquela noite, Helena chegou em casa flutuando.
Clara estava na sala comendo pipoca e assistindo algum reality show, mas desligou a TV assim que viu a expressão de Helena. Você está brilhando. Clara pulou do sofá. Conta tudo. Helena contou. Cada detalhe de Paris, o beijo, o pânico, a compreensão de Rafael e finalmente o convite daquela manhã. Helena, Clara segurou seus ombros.
Séria, você percebe que esse homem está apaixonado por você, certo? Não seja dramática, é novo. Ele está interessado. Interessado, querida. Homens como Rafael Monteiro não param empresas bilionárias para namorar direito uma mulher por interesse casual. Ele está caindo de cabeça. Clara sentou ao lado dela sua expressão ficando mais gentil. Mas Helena, você precisa me prometer uma coisa.
O quê? Só faça quando se sentir pronta, não quando achar que deve estar pronta. Clara apertou sua mão. O que aconteceu em Paris? Esse travamento foi seu corpo te protegendo. Talvez você realmente não estivesse pronta. E está tudo bem. Rafael parece entender isso. Mas você precisa entender também. Não há cronograma, não há obrigação. Helena assentiu, os olhos marejados.
Obrigada, Clara, por ser sempre minha voz da razão. Sempre, Best. Agora vai se arrumar que você tem um date com um bilionário. Clara empurrou-a em direção ao quarto. E bota aquela calcinha vermelha que compramos. Não que você vá usar, mas a confiança que ela dá é real. Helena riu, mas fez exatamente isso.
E quando Rafael tocou a campainha duas horas depois, lindo em um suéter casual que o fazia parecer anos mais jovem, o sorriso que ele deu ao vê-la fez Helena esquecer todos os seus medos, pelo menos por uma noite. Outubro chegou pintando São Paulo com tardes chuvosas e noites frescas. E com ele veio uma versão de Helena, que ela nunca soube que existia. Uma Helena que ria alto no cinema quando Rafael sussurrava comentários sarcásticos durante filmes ruins.
Uma Helena que usava o casaco dele quando estavam no parque Ibirapuera e a temperatura caía. Uma Helena que estava aprendendo o que significava ser desejada, cortejada, amada, porque era isso que estava acontecendo. Mesmo que eles ainda não tivessem dito as palavras, ela estava caindo de amor por Rafael Monteiro. E pelo brilho nos olhos dele, toda vez que havia, ele estava caindo ainda mais rápido.
Eles namoravam como adolescentes, descobrindo romance pela primeira vez. Rafael buscava no escritório todos os dias. Ele tinha comprado um Mercedes sedan preto além do motorista, dizendo que queria dirigir ela para casa pessoalmente. Jantavam em restaurantes intimistas, onde ele pedia para ela experimentar coisas novas: sushi, comida tailandesa, fondu e suíço.
No terceiro encontro, ele a levou para uma feira de livros antigos, lembrando-se de que ela mencionara adorar ler. Helena quase chorou quando ele comprou uma primeira edição de Machado de Assis para ela. “Como você lembrou?”, Ela perguntou, segurando o livro como se fosse feito de ouro.
Eu lembro de tudo sobre você, ele disse simplesmente e beijou sua testa. Eles se beijavam muito. Às vezes eram beijos suaves e curtos. Outras vezes, quando ele estacionava o carro em frente ao apartamento dela, os beijos se aprofundavam, mãos explorando sobre roupas, respirações acelerando. Mas Rafael sempre parava antes de ficar intenso demais, sempre respeitando o medo não dito que ainda pairava entre eles. No escritório, mantinham-se profissionais.
Helena ainda era sua secretária, embora agora ele sorrisse para ela toda vez que ninguém estava olhando, enviasse e-mails com assuntos de reunião, mas corpos de mensagem dizendo: “Você está linda hoje”. Ou não consigo parar de pensar em você. Algumas pessoas começaram a sussurrar. Helena via os olhares de Mariana do RH. Ouvia o silêncio súbito quando entrava na copa.
Mas Rafael tinha razão. Ele era o CEO. Ele não devia satisfações a ninguém. No quarto encontro, Rafael a levou para conhecer alguém importante. “Meu irmão está na cidade”, ele disse casualmente enquanto dirigia. “Pensei que você poderia conhecê-lo.
” Lucas Monteiro tinha 29 anos e era o oposto completo de Rafael, onde Rafael era sério e controlado. Lucas era todo sorrisos fáceis e brincadeiras. Advogado corporativo com cabelos castanhos claros e olhos verdes. Ele abraçou Helena assim que a viu como se fossem amigos há anos. Então você é a famosa Helena ele disse sorrindo largo. Rafa, não para de falar de você, Lucas.
Rafael o advertiu, mas havia um sorriso nos lábios. O quê? É verdade. Ontem no telefone foram 20 minutos sobre como você é incrível em organizar a agenda dele. Cara, eu tô organizando agendas há anos e ninguém nunca ficou assim poético sobre isso. Lucas piscou para Helena conspiratorial. Eles jantaram em um bar descolado em Pinheiros e Helena viu um lado de Rafael que nunca tinha visto.
Ele rindo abertamente das piadas ruins do irmão, contando histórias embaraçosas da infância deles, relaxado de uma forma que nunca era no escritório. “Você é boa para ele.” Lucas disse quando Rafael foi ao banheiro. “Eu não via meu irmão sorrir assim desde bem, desde nunca. Na verdade, ele sempre foi o sério, né? O responsável. Mas com você ele é feliz.
Obrigado por isso. Helena não soube o que dizer, apenas apertou a mão de Lucas agradecida. Quando Rafael voltou, Lucas insistiu em tirar uma foto deles três. Helena estava entre os dois irmãos, o braço de Rafael seguro ao redor de sua cintura e quando ela viu a foto depois, seu coração se expandiu. Ela parecia parte de algo, uma família.
Tais uma semana depois, foi Rafael quem foi apresentado à família dela ou o que restava dela. “Mamãe vai te amar”, Helena disse nervosa enquanto tocavam a campainha do apartamento modesto em Santo André, onde sua mãe morava. Maria Costa, aos 53 anos, era uma versão mais velha de Helena, mesmos olhos gentis, mesmo sorriso tímido.
Ela abraçou o Rafael com tamanha efusividade que ele ficou obviamente desconfortável por um segundo antes de relaxar. e retribuir. “Então você é o responsável por minha filha estar flutuando ultimamente”, Maria disse, seus olhos brilhando. O jantar foi simples, arroz, feijão, bife acebolado, farofa, mas Rafael comeu como se fosse a melhor refeição de sua vida. Ele fez perguntas sobre a vida de Maria, sobre a doença que superou, ouviu atentamente quando ela mostrou fotos antigas de Helena Criança.
“Ela sempre foi séria demais para a idade”, Maria disse passando o dedo sobre uma foto de Helena aos 7 anos com uma expressão solene. “Cuidou de mim quando deveria estar sendo criança. Eu vejo essa força nela”, Rafael disse, olhando para Helena com algo quente e profundo. É uma das coisas que mais admiro. Quando foram embora, Maria puxou Helena a à parte. Não deixa se escapar, filha. Homens que olham para você como ele olha são raros.
Como ele olha como se você fosse a única pessoa no mundo que importa. O convite veio em uma sexta-feira. Jantar na casa dos pais de Rafael com a família toda presente. Helena ficou aterrorizada. E se eles não gostarem de mim? Impossível. Rafael beijou seu nariz. Mas se vai te fazer sentir melhor, minha mãe já te ama. Eu posso ter mencionado você algumas várias vezes.
A mansão dos Monteiro em Alfaville era exatamente o que Helena esperava. Enorme, elegante, intimidadora. Mas Mariana Monteiro, a matriarca da família, era surpreendentemente calorosa. Helena, ela abraçou-a como se fossem velhas amigas. Finalmente, Rafael não para de falar de você. Ah, você é ainda mais bonita do que nas fotos.
O jantar foi na varanda com vista para um jardim iluminado. Além de Rafael, Lucas e os pais, havia também uma tia, dois primos e o padrinho de Rafael. Helena ficou perdida tentando lembrar todos os nomes. No meio do jantar, Mariana tocou seu copo com a faca, chamando atenção. Eu gostaria de fazer um brinde. Ela se levantou, olhando para Rafael, com olhos marejados.
Meu filho mais velho sempre foi dedicado, focado, às vezes até demais. Trabalho, trabalho, trabalho. Eu me preocupava que ele nunca parasse para viver, para sentir. Mas então ela sorriu para Helena. Chegou você e pela primeira vez vejo meu filho feliz, genuinamente feliz. Então, obrigada, Helena, por trazer luz à vida dele. Bem-vinda à nossa família. Helena tinha lágrimas escorrendo pelo rosto.
Rafael apertou sua mão por debaixo da mesa, seus olhos também suspeitos de humidade. Mais tarde, quando estavam indo embora, Mariana puxou Helena à parte. “Posso dar um conselho de mãe para futura Nora?”, ela disse. E o termo futura nora fez o coração de Helena parar.
Claro, meu filho pode parecer forte e controlado por fora, mas por dentro ele sente tudo muito profundamente. Ele vai te amar de uma forma que pode até assustar às vezes. Seja paciente com ele e deixa ele ser paciente com você também. Era como se Mariana soubesse, sem saber os detalhes dos medos de Helena. No carro voltando, Rafael estava quieto.
No que está pensando? Helena perguntou que eu vou casar com você um dia? Ele disse simplesmente, sem tirar os olhos da estrada. Helena parou de respirar. Rafael, não precisa responder agora. Não é um pedido, é só aí uma certeza, uma promessa futura. Ele finalmente olhou para ela e havia uma convicção tão absoluta em seu olhar que não deixava espaço para dúvidas.
Você vai ser minha esposa, Helena, e eu vou passar o resto da minha vida provando que mereço você. A realidade das inseguranças de Helena bateu forte em uma quinta-feira de novembro, quando Bianca Almeida entrou no escritório da Monteiro Enterprises, como se ainda fosse dona do lugar. Helena a reconheceu imediatamente. Impossível não reconhecer. Bianca tinha sido capa da VOG Brasil três vezes.
Seu rosto perfeito, estampando campanhas de marcas internacionais. alta, pele morena impecável, cabelos lisos escorridos como cortina de seda, curvas que desafiavam a gravidade. Ela era tudo que Helena não era, confiante, glamorosa, magnética. E ela tinha sido namorada de Rafael por dois anos, terminando apenas ito meses atrás. Oi, querida.
Bianca parou na mesa de Helena seu sorriso branco demais para ser genuíno. Você deve ser a nova secretária. Pode avisar ao Rafa que estou aqui? Temos almoço marcado. Helena sentiu algo gelado descer por sua espinha. Rafael não havia mencionado o almoço com Bianca.
“Vou verificar se ele está disponível”, ela disse, mantendo a voz profissional, mesmo com o coração despedaçando. Quando ligou para Rafael, ele atendeu imediatamente. “Sim, amor. O amor normalmente a fazia derreter. Agora com Bianca a poucos metros, soava cruel. A senorita Almeida está aqui. Diz que vocês têm almoço marcado. Sua voz saiu mais fria que pretendia. Silêncio do outro lado.
Então, merda, esqueci completamente. OK, dá 5 minutos, depois manda ela entrar. E Helena, não é o que parece, mas era exatamente o que parecia, não era? O seou bilionário voltando para a ex-modelo deslumbrante, deixando a secretária sem graça que nunca seria boa o suficiente. Bianca entrou no escritório de Rafael e Helena viu através das paredes de vidro que Rafael normalmente deixava com as persianas fechadas, mas hoje estavam abertas.
A maneira como ela o abraçou, como tocou seu braço, como jogou a cabeça para trás, rindo de algo que ele disse. Quando eles saíram para o almoço, Bianca, praticamente colada em Rafael, ele parecendo desconfortável, mas educado, Helena correu para o banheiro e deixou as lágrimas caírem. Ela olhou para si mesma no espelho.
Rosto comum, corpo comum, absolutamente nada de especial. O que Rafael via nela? Como ela poderia competir com mulheres como Bianca? As três horas seguintes foram tortura. Helena checava o relógio compulsivamente, imaginando os dois em algum restaurante chique. Bianca sendo encantadora e perfeita. Rafael lembrando do que perdeu. Quando ele finalmente voltou, já passavam das 4 da tarde.
Ele entrou direto em sua sala, fechou a porta e ligou no interfone. Helena, minha sala agora. Ela entrou com as defesas erguidas, preparada para a queda. Rafael estava encostado em sua mesa, os braços cruzados, expressão ilegível. Fecha a porta e tranca. Ela obedeceu. Você está brava comigo? Não era pergunta. Não tenho direito de estar. Você pode almoçar com quem quiser. Sua voz era pequena, machucada.
Helena, ele caminhou até ela, segurando seu rosto nas mãos, forçando-a a olhar para ele. Bianca apareceu sem avisar. Ela marcou o almoço semanas atrás antes de eu começar a namorar você e eu simplesmente esqueci. Não significou nada. Ela é Helena, lutou para continuar. Ela é perfeita, Rafael, linda, confiante do seu mundo.
E eu sou só. Você é só a mulher que eu amo. Ele disse e o mundo parou. Helena piscou. O quê? Eu te amo. Ele repetiu cada palavra intencional. Eu amo como você morde o lábio quando está concentrada. Amo como você cora quando eu olho para você. Amo sua gentileza, sua força, como você cuida de todos ao seu redor.
Amo que você não é perfeita, que é real e vulnerável e humana. Eu não quero Bianca, não quero ninguém no mundo inteiro, só quero você. As lágrimas desciam pelo rosto dela, mas agora eram diferentes. Eu também te amo! Ela sussurrou. Mas tenho tanto medo de não ser suficiente. Você é mais do que suficiente.
Ele a puxou para um abraço apertado, seu queixo descansando no topo da cabeça dela. E vou passar o resto da vida provando isso para você, se necessário. Eles ficaram assim por longos minutos, apenas segurando um ao outro. Quando finalmente se separaram, Rafael tinha algo para dizer. Helena, tem algo que eu preciso te contar sobre porque eu e Bianca terminamos. Ela esperou nervosa.
Ela queria casar, ter filhos, a vida toda planejada, mas não havia conexão real. Era tudo superficial, lindo por fora, vazio por dentro. Percebi que não amava ela de verdade. E então você entrou na minha vida e ele sorriu meio sem jeito. Entendi o que faltava. Paixão real, conexão verdadeira. Alguém que eu quero conhecer em cada nível, não apenas fisicamente. Sua inocência não é fraqueza, Helena, é um presente.
E eu sou o homem mais sortudo do mundo por ser o primeiro a te tocar, te beijar. Eventualmente, ele parou, corando ligeiramente. Eventualmente o quê? Ela instigou, um sorriso pequeno aparecendo. Ser o único a te conhecer completamente quando você estiver pronta. E vou esperar o tempo que for necessário, amor, até você.
Ela o beijou então, derramando todo o seu amor, todo o seu medo, toda sua gratidão naquele beijo. E quando se separaram, algo tinha mudado. As inseguranças ainda existiam, mas agora havia algo mais forte. Certeza eles enfrentariam tudo juntos. Naquela noite, pela primeira vez, Helena dormiu na casa de Rafael, literal minem dormir, nada mais.
O apartamento dele era um penthouse minimalista com uma vista de tirar o fôlego da cidade. Eles pediram comida japonesa, assistiram um filme enrolados no sofá e quando ela começou a cochilar contra seu peito, ele a carregou para o quarto. “Posso emprestar uma camisa?”, Ela pediu timidamente.
Rafael deu a ela uma de suas camisas brancas de algodão egípcio e quando ela saiu do banheiro usando-a, a camisa engolindo seu corpo pequeno, chegando na metade das coxas, ele precisou de todo o autocontrole para não jogá-la na cama ali mesmo. “Feis vai me matar”, ele murmurou, tirando apenas o terno e ficando de calças e camiseta. Eles se deitaram juntos pela primeira vez.
Helena, aninhada em seus braços, a cabeça no peito dele, ouvindo as batidas firmes de seu coração. “Rafael”, ela disse na escuridão. “Hum, obrigada por esperar. Obrigado por valer cada segundo da espera.” E pela primeira vez na vida, Helena adormeceu, sentindo-se completamente segura, completamente amada, completamente certa de que estava exatamente onde estar.
Dezembro chegou trazendo calor e a promessa de festas de fim de ano. Rafael e Helena estavam juntos havia quase três meses e cada dia apenas aprofundava o que sentiam. Eles eram inseparáveis. Ele dormia em seu apartamento metade da semana, ela no dele na outra metade. Clara adorava Rafael e frequentemente os terceirizava, criando um trio improvável de amizade.
Helena tinha mudado, não fisicamente, embora agora usasse roupas menos conservadoras, cores que Clara insistia que realçavam seu brilho natural, mas internamente. Ela ria mais, falava mais alto, ocupava espaço. Rafael tinha esse efeito nela. Fazia-a sentir que merecia estar no mundo, não apenas observando dele de fora. Fisicamente eles tinham avançado em pequenos passos.
Beijos se tornaram sessões de amassos intensos. As mãos de Rafael exploravam seu corpo por cima das roupas, às vezes por baixo, sempre com permissão silenciosa dela. Helena havia descoberto o prazer em tocar também os músculos definidos do abdômen dele, o arrepio que ele dava quando ela beijava seu pescoço, o gemido baixo quando ela inconscientemente esfregava contra ele.
Mas toda vez que chegavam perto de cruzar a linha final, algo em Helena trava. Não era mais medo consciente. Ela desejava Rafael mais do que jamais desejou qualquer coisa, mas seu corpo simplesmente fechava. E Rafael, sempre perceptivo, parava imediatamente. “Não está pronta ainda”, ele dizia, beijando sua testa. “E tá tudo bem.” Mas não estava tudo bem para Helena.
Ela estava ficando frustrada consigo mesma, porque seu corpo não cooperava. Por quê? Quando finalmente tinha um homem incrível disposto a esperar, ela não conseguia se entregar. Clara, sempre sábia, tinha uma teoria. Você ainda está na sua cabeça, Helena, preocupada em fazer certo, em ser boa o suficiente. Você precisa de um lugar onde possa desligar completamente, sem ansiedades, sem medos, apenas sentir.
E foi exatamente isso que Rafael planejou. Na primeira semana de dezembro, Rafael apareceu no apartamento dela com um sorriso misterioso e duas malas já feitas. “Faz a mala”, ele disse. “Fim de semana prolongado, só nós dois. Rafael, eu não posso simplesmente você pode. Já limpei sua agenda e a minha também.
Três dias na minha casa de praia em Trancoso, sem trabalho, sem telefone, sem distrações. Helena sentiu borboletas no estômago, três dias sozinhos. Ela sabia o que isso significava, ou pelo menos o que poderia significar. “Mas sem pressão”, ele acrescentou lendo sua expressão. “Se nada acontecer, tudo bem. Só quero tempo com você”. Eles dirigiram até o aeroporto particular, pegaram um jato pequeno.
Helena ainda estava se acostumando com o nível de riqueza de Rafael e pousaram em Porto Seguro, de onde foram de carro até Trancoso. A casa de praia era não era uma casa, era praticamente um resorte particular. Frente para o mar, piscina infinita, deck de madeira que levava direto à areia branca, quartos enormes com paredes de vidro que traziam o oceano para dentro. Santo Deus! Helena murmurou paralisada pela beleza.
Gostou? Rafael sorriu claramente satisfeito com sua reação. Eh, eu não tenho palavras. Eles passaram o primeiro dia apenas relaxando. Nadaram no mar. Helena rindo quando Rafael a jogou nas ondas. Fizeram um jantar simples juntos na cozinha gourmet. Ele cortando vegetais com habilidade surpreendente, ela tentando não queimar o peixe.
Beberam vinho branco no deck enquanto o sol se punha em tons de laranja e rosa. Na segunda noite, algo mudou. Eles tinham passado o dia explorando o quadrado de Trancoso, andando de mãos dadas pelas ruas iluminadas por lampiões. Jantaram em um restaurante charmoso e Helena tomou duas caiprinhas a mais do que o usual, sentindo-se livre e feliz.
De volta à casa, a lua cheia iluminava o oceano como um caminho prateado. Helena estava na varanda, descalça, o vestido leve dançando na brisa. Rafael veio por trás, abraçando-a, seu queixo descansando em seu ombro. “Eu te amo”, ele sussurrou. “Eu também te amo.” Ela virou no abraço dele, olhando em seus olhos.
“Rafael, eu” Ela respirou fundo, reunindo coragem. “Eu quero tentar de novo hoje. Agora?” Ele ficou muito quieto. Você tem certeza? Sim. E pela primeira vez ela realmente estava. O ambiente, o momento, a sensação de segurança absoluta, tudo se alinhava. Eu quero que seja você aqui agora. O beijo que ele deu nela foi diferente de todos os outros.
Tinha promessa, tinha fome, mas acima de tudo tinha amor. Ele a guiou para o quarto principal, onde tinha preparado tudo sem ela perceber. Velas espalhadas pela superfície, pétalas de rosa na cama branca, música suave tocando de algum lugar. A luz da lua entrava pelas janelas enormes, pintando tudo em prata e sombras. Se em qualquer momento você quiser parar, ele começou. Eu sei.
Ela o cortou, puxando-o para outro beijo. Eles se moveram para a cama e, pela primeira vez, quando as roupas começaram a ser removidas, Helena não entrou em pânico. Os dedos dele tremiam ligeiramente. Nervosismo dele também. Ela percebeu, e isso a fez amá-lo ainda mais. Ele explorou cada centímetro dela com adoração, sussurrando o quanto era linda, o quanto a desejava.
Helena se arqueava sob seu toque, descobrindo sensações que nunca imaginara. existirem. Quando ele finalmente ficou sobre ela, ambos completamente nus, pele contra pele, ela olhou em seus olhos e disse: “Eu estou pronta”. E estava acontecendo finalmente. Ele era cuidadoso, gentil, parando a cada sinal de desconforto, beijando suas lágrimas quando a dor inicial apareceu.
Ela agarrava seus ombros e ele segurava seu rosto, mantendo contato visual, conectando não apenas seus corpos, mas suas almas. E então o celular dele explodiu em toques ensurdecedores. Rafael parou, soltando um palavrão criativo. “Não acredito. Ignora!”, Helena, pediu, puxando-o de volta, mas o telefone não parava. Toque após, toque após toque. Finalmente, Rafael rosnou frustrado e pegou o aparelho.
O quê? Ele atendeu? E a raiva em sua voz era palpável. Helena não conseguia ouvir o outro lado, mas viu a expressão de Rafael mudar de raiva para preocupação, para resignação. “Estou indo”, ele disse, desligando. Olhou para Helena com uma mistura de frustração sexual e desculpas. Crise na empresa. Um dos nossos maiores investidores ameaçando pular fora.
Diferença difuso horário, ele só pode fazer videoconferência agora ou nunca. Eu, merda, Helena, eu sinto muito. Ela podia ver que ele realmente sentia e a parte racional dela entendia. Mas a parte que estava finalmente pronta, que tinha finalmente passado da barreira mental, essa parte queria chorar. Tudo bem, ela disse, puxando o lençol sobre seu corpo nu. Vai. é importante. Você é importante.
Ele a beijou duro e rápido. Isso não termina aqui, eu prometo. Mas o momento tinha passado. Enquanto Rafael passava as próximas 3 horas em videoconferência, salvando milhões em investimentos, Helena ficou deitada na cama, as velas já apagadas, as pétalas parecendo zombaria.
Quando ele finalmente voltou exausto, ela estava no sofá, vestida em um dos roupões macios, olhando para o mar. Helena, ele começou. O universo está conspirando contra a gente? Ela perguntou, tentando fazer piada, mas havia uma dor real em sua voz. Ele sentou ao lado dela, puxando-a para seu colo. Se estávamos provar que somos mais fortes que o universo. Mas enquanto ela adormecia em seus braços, uma vozinha cruel em sua cabeça sussurrava: “Talvez você simplesmente não seja feita para isso. Talvez você seja quebrada demais para ser consertada.
” Janeiro chegou com o peso sufocante do verão paulistano, mas Rafael Monteiro mal notava o calor. Ele estava obsecado, não de forma doentia, mas com o tipo de determinação focada que construiu um império empresarial, exceto que agora seu projeto mais importante não era conquistar mercados, era conquistar o momento perfeito para a mulher que amava. Trancoso, tinha sido quase perfeito. Quase.
A interrupção da ligação tinha machucado ambos, mas especialmente Helena. Rafael via nas entrelinhas de suas mensagens, nos beijos que eram um pouco mais desesperados, na forma como ela se afastava sutilmente quando as coisas esquentavam. Ela estava começando a duvidar de si mesma novamente e ele não permitiria isso.
Foi numa segunda-feira chuvosa sentado em sua sala que tomou uma decisão. Lucas, ele ligou para o irmão. Preciso que você assuma a empresa por duas semanas. Silêncio do outro lado. Então você está brincando? Estou falando sério. Duas semanas. Você pode fazer isso? Claro que posso. Mas, Rafa, desde quando você delega controle total assim? Desde agora tenho algo mais importante para fazer.
Isso é sobre Helena. Lucas estava sorrindo. Rafael podia ouvir na voz. É, então vai. Faz ela feliz. E por favor, quando voltar, volta com um anel de noivado, porque mamãe vai me matar se você não pedir logo essa mulher em casamento. Rafael riu. O anel já estava comprado, guardado no cofre de seu apartamento. Mas cada coisa em seu tempo. O planejamento consumiu a semana seguinte.
Rafael não era homem de fazer as coisas pela metade e isso não seria diferente. Destino, Toscana, Itália, especificamente uma vila particular entre vinhedos, isolada de qualquer civilização por quilômetros, sem vizinhos, sem interrupções possíveis. Ele contratou uma equipe para preparar tudo. A vila devia estar impecável.
Geladeira abastecida, vinhos da região esperando, flores frescas em cada cômodo. Preparou playlists com músicas que Helena havia mencionado gostar. Comprou livros em italiano que ela poderia achar interessante mesmo sem entender a língua. A beleza das páginas antigas seria suficiente, mas mais importante, garantiu que seu celular corporativo ficaria desligado completamente.
Lucas teria o número do celular pessoal apenas para emergências de vida ou morte. E Rafael foi muito claro sobre a definição de vida ou morte. E se a empresa pegar fogo, você apaga. Ele instruiu Lucas. Se investidores ameaçarem sair, você gerencia. Eu não quero saber de absolutamente nada, a menos que alguém esteja literalmente morrendo.
O desafio era vender a viagem para Helena sem deixar claras as intenções. Ele não queria que ela se sentisse pressionada. Não queria que passasse duas semanas ansiosa sobre o que vai acontecer. Queria que ela relaxasse completamente. Mas sexta à noite, depois de uma semana particularmente estressante no escritório, Rafael parou em frente à mesa de Helena.
Ela estava terminando de organizar os arquivos do dia, a língua entre os dentes em concentração, aquele hábito adorável que ele nunca cansava de ver. “Costa”, ele disse formalmente porque havia outros funcionários por perto. “Minha sala, por favor”. Ela o seguiu e quando a porta se fechou, ele apensou contra ela, beijando-a com a fome acumulada de um dia inteiro, fingindo que ela era apenas sua secretária quando era, na verdade, todo o seu universo.
“Oi”, ela disse quando se separaram, ofegante, sorrindo. “Oi!”, ele sorriu de volta. “Tenho uma surpresa. Estou começando a ficar nervosa com suas surpresas.” Ela brincou, mas seus olhos brilhavam. Duas semanas, você e eu, Itália. Especificamente Toscana, uma vila no meio do nada, vinhedos, comida incrível, sol, paz absoluta.
Ele segurou o rosto dela, polegares acariciando suas bochechas, sem trabalho, sem telefone, sem interrupções, apenas nós dois. Helena piscou. Duas semanas, Rafael. Eu não posso simplesmente tirar dua. Já está aprovado. Suas férias. Você tem direito a elas. Mas quem vai? Já contratei uma substituta temporária. Tudo resolvido. Então vem comigo. Ele sorriu quase tímido. Quero muito te mostrar a Toscana.
Helena olhou para ele, para aquele homem incrível que planejava sua vida inteira, mas ainda perguntava com nervosismo se ela aceitaria um convite. Como poderia recusar? Sim. Ela disse. Claro que sim. O sorriso que ele deu poderia iluminar a cidade inteira. Clara ajudou Helena a fazer as malas. o que na prática significava Clara jogando metade do guarda-roupa no chão, declarando isso não, e reabastecendo com peças que ela mesma emprestou.
“Você precisa parecer uma deusa italiana”, Clara declarou, colocando vestidos leves e esvoaçantes na mala. “E você vai precisar disso.” Ela jogou um conjunto de Lingerry em renda vermelha. Helena ficou vermelha. “Clara, o quê? Menina, vocês vão ficar duas semanas numa vila romântica na Toscana. Algo vai acontecer e quando acontecer você vai querer estar usando isso. Não aqueles sutiens de vó que você insiste em usar.
Eu não uso soltiens de vó. Helena, amor. Você literalmente usa bege? Clara assegurou pelos ombros. Escuta, eu sei que você está nervosa, mas esse homem está louco por você. Ele vai esperar o tempo que for preciso. Mas e se você já estiver pronta? E se dessa vez, sem interrupções, sem pressão, simplesmente acontecer? Helena mordeu o lábio pensativa. E se eu estragar tudo de novo? Você não vai.
E sabe por quê? Porque você não está fazendo isso para provar nada. Você está fazendo porque ama ele, porque quer, porque está pronta. A diferença está toda aí. Clara a abraçou forte. Vai, se diverte, se apaixona ainda mais. e volta me contando cada detalhe safadinho. Helena riu, as bochechas coradas. Eu te amo, sua louca. Também te amo, Beste.
Agora vai conquistar a Itália. O voo foi uma eternidade maravilhosa. Classe executiva significava assentos que viravam camas, champanhe que fluía livremente e Rafael fazendo planos em voz alta sobre tudo o que queria mostrar a Helena. Tem uma vinícula a 3 km que faz o melhor que antes que você já provou e uma cidade medieval no topo da colina monteciano com ruas de pedra e esse pô do sol. Ele beijou os dedos em gesto italiano exagerado, fazendo-a rir.
Quando pousaram em Florença e pegaram o carro alugado, um conversível vermelho, porque Rafael decidira que uma vez na vida é preciso dirigir pela Toscana com o teto aberto. Helena sentiu como se tivesse entrado em um sonho. A paisagem era surreal.
Colinas ondulantes em tons de verde e dourado, cestes alinhados como sentinelas ao longo das estradas. Casas de pedra antiga com telhados de terracota. O sol da tarde de janeiro, verão no Brasil, inverno suave ali, pintava tudo em tons quentes. “É real”, ela sussurrou, a cabeça para fora do carro, deixando o vento bagunçar seus cabelos. “É real”, Rafael confirmou, uma mão no volante, a outra entrelaçada com a dela.
A vila apareceu ao fim de uma estrada de cascalho ladeada por oliveiras centenárias. Era exatamente como nas fotos que ele mostrou, mas de alguma forma mais. Paredes de pedra cobertas por era, janelas com venezianas azuis desbotadas pelo tempo, um jardim selvagem com lavanda e alecrim perfumando o ar. Helena saiu do carro e simplesmente ficou parada, girando devagar para absorver tudo.
“Rafael”, ela disse, “Lágrimas de pura alegria nos olhos. É o lugar mais lindo que já vi na vida”. Ele a abraçou por trás, descansando o queixo em sua cabeça. Duas semanas, apenas nós dois, sem pressa, sem planos, só vivendo. E foi exatamente isso que fizeram. Os primeiros dias foram pura paz.
Eles acordavam tarde, faziam café da manhã na cozinha rústica com ingredientes comprados no mercadinho local. Pães crocantes, queijos que derretiam na boca, tomates que sabiam a sol, azeite tão verde que parecia líquido de esmeralda. Exploravam a região sem destino certo. Visitaram vinícolas onde degustaram vinhos direto dos Barris.
Caminharam por Monte Pulciano de mãos dadas pelas vielas estreitas. Compraram cerâmicas pintadas à mão de artesãos locais. Rafael cozinhava para ela, descoberta surpreendente de que o CEO bilionário sabia fazer uma massa ao dente perfeita. Eles jantavam no terraço sob as estrelas, conversando sobre tudo: infâncias, sonhos, medos, futuro.
Quando eu era criança, Helena confessou uma noite o vinho deixando-a mais aberta. Sonhava em ser escritora, livros de romance especificamente. Por que parou? vida, responsabilidade, pareceu em prático. E agora? Ele perguntou, olhando-a intensamente. Agora não sei. Talvez. Você acha que é bobo? Acho que você seria incrível em qualquer coisa que escolhesse fazer.
E se quiser escrever, vou apoiar cada palavra. Ela o beijou, então, derramando gratidão e amor naquele gesto. Fisicamente, eles avançavam em passos naturais. Diferente de Paris ou Trancoso, não havia pressão do Ei. Eles simplesmente existiam juntos. Namoravam no sofá como adolescentes, beijos que duravam horas, mãos explorando, roupas ficando desarrumadas, mas não sendo removidas completamente.
Rafael a tocava por cima das roupas, depois por baixo, sempre atento às suas reações. Helena correspondia, descobrindo que trazer prazer para ele era quase tão prazeroso quanto receber. Uma tarde, depois de voltarem de um passeio de bicicleta pelos vinhedos, suados e felizes, tomaram banho juntos pela primeira vez. Foi inocente e íntimo ao mesmo tempo.
Ele lavando seus cabelos com cuidado reverente, ela ensaboando as costas largas dele, ambos se acostumando com a nudez um do outro, sem urgência sexual, apenas intimidade. Helena se pegou, pensando: “Eu poderia viver assim para sempre”. Na quinta noite, algo mudou. Eles tinham preparado um jantar elaborado juntos. Lasanha feita completamente do zero.
Demora deliciosa de três horas entre fazer a massa, o molho, rir de erros, roubar beijos entre camadas. Comeram no terraço, a lua crescente iluminando os vinhedos, velas piscando na brisa suave. Abriram uma garrafa de Brunelo de Montalcino de 2015, vinho tão bom que cada gole era poesia. Conversaram sobre o futuro. “Onde você se vê em 5 anos?”, ela perguntou.
“Aqui com você?” Ele respondeu sem hesitar, “Talvez com a aliança no seu dedo sendo mais larga, incluindo alianças de casamento. Talvez com uma casa como essa, que seja nossa, não apenas alugada. Talvez”, ele hesitou. vulnerável pela primeira vez com um mini Helena ou mini Rafael correndo pelos vinhedos. O coração dela parou. Ele estava falando de futuro. Futuro real, casamento, filhos, vida inteira.
Você quer isso? Ela sussurrou. Comigo? Quero tudo. Com você? Apenas você. Ele segurou sua mão sobre a mesa, o polegar traçando círculos no dorso. Helena, eu sei que somos novos nisso. Quatro meses é pouco tempo, tecnicamente, mas eu nunca tive tanta certeza de nada na vida. Você é minha pessoa, meu para sempre.
As lágrimas escorreram pelo rosto dela, mas eram lágrimas felizes. Você também é meu para sempre. Eles se beijaram por cima da mesa, o vinho esquecido, apenas o gosto um do outro importando. Quando se separaram, Helena olhou nos olhos dele e, pela primeira vez disse sem medo: “Hoje, Rafael, eu quero que seja hoje.
” Ele ficou muito quieto. “Você tem certeza absoluta? Pela primeira vez?” “Sim, eu tenho certeza. Não porque eu acho que devo, não porque estou tentando provar algo, mas porque eu te amo e confio em você”. E estou pronta. Eu estou realmente pronta. O sorriso que ele deu foi como o nascer do sol, devagar, glorioso, iluminando tudo.
Rafael a carregou até o quarto, não porque ela não pudesse caminhar, mas porque ele queria. Helena enfiou o rosto no pescoço dele, respirando o cheiro que tinha se tornado lar para ela, amadeirado, almíscar e algo único que era puramente Rafael. O quarto estava banhado pela luz suave da lua, entrando pelas janelas abertas.
Ele a colocou de pé ao lado da cama e, por um momento, apenas olharam um para o outro. Se em qualquer momento ele começou, eu sei. Ela o cortou gentilmente, mas eu não vou querer parar. Não dessa vez. Os dedos dele encontraram o zíper de seu vestido de verão, descendo devagar, dando a ela mil oportunidades de mudar de ideia. Mas Helena não mudou.
Ela deixou o vestido cair em um círculo de tecido aos seus pés, ficando apenas na lingerie vermelha que Clara insistiu que comprasse. Os olhos de Rafael escureceram. “Você está tentando me matar?”, ela riu, nervosa, mas não assustada. “É muito. É perfeito. Você é perfeita.” Ele a puxou para um beijo profundo, possessivo, que ela sentiu até os dedos dos pés. As roupas dele saíram mais rápido. Ele estava claramente menos preocupado com fazer disso algo cinematográfico.
Mas quando ficaram apenas de roupas íntimas, pele contra pele, ele desacelerou novamente. “Vamos devagar”, ele prometeu. “No seu ritmo você comanda”. E foi exatamente isso que aconteceu. Ele explorou cada centímetro dela com toques reverentes. A curva de seu pescoço, a sensibilidade de seus seios, a suavidade de sua barriga, o interior de suas coxas.
Quando finalmente a tocou onde ela mais precisava, Helena arquejou, agarrando os lençóis. Olha para mim”, ele comandou gentilmente e ela obedeceu, encontrando aqueles olhos cor de mel que haviam realmente. “Fica comigo, não vai para dentro da sua cabeça, fica aqui comigo.” Ela assentiu e, pela primeira vez conseguiu. Não havia vozes críticas, não havia medo, não havia nada, exceto sensação e amor e a certeza absoluta de que estava exatamente onde deveria estar.
Quando ele se posicionou sobre ela, ambos completamente nus, agora ela podia sentir o tremor em seus braços, o esforço que estava custando ir devagar. “Rafael”, ela sussurrou, segurando seu rosto. “Eu te amo.” “Eu também te amo”, ele respondeu e então, gentilmente começou. havia dor. Ela tinha se preparado para isso, mas a realidade foi diferente da expectativa.
Suas unhas cravaram nos ombros dele e lágrimas escaparam pelos cantos de seus olhos. Rafael parou imediatamente. Quer que eu pare? Não. Ela puxou-o para mais perto. Não para, por favor. Ele beijou suas lágrimas, sussurrou palavras de amor e encorajamento, movendo-se milímetro por milímetro, dando a ela tempo para se ajustar.
E gradualmente, maravilhosamente, a dor para algo diferente. Não exatamente prazer ainda. Talvez não nesta primeira vez, mas intimidade, conexão, completude. Você está bem? Ele perguntou. Os músculos tensos pelo esforço de se controlar. É sim, ela disse. E era verdade. Estou mais que bem. Estou inteira. Eles se moveram juntos, encontrando um ritmo desajeitado, mas honesto.
Não foi perfeito como nos filmes, foi suado e um pouco desconfortável. E teve um momento em que bateram cabeças e riram. foi real, foi humano, foi perfeito na sua imperfeição. Quando finalmente terminou, Rafael perdendo o controle com um gemido rouco, seu rosto enterrado no pescoço dela, eles ficaram assim, entrelaçados, respirações pesadas, corações batendo, descompassados.
“Você está chorando”, ele notou, afastando-se alarmado. “Eu machuquei você?” Não. Helena riu e chorou ao mesmo tempo. São lágrimas felizes. Eu só nunca pensei que poderia sentir isso. Essa conexão, essa completude. Ele a abraçou forte, rolando para que ela ficasse sobre seu peito, dedos traçando padrões aleatórios em suas costas.
Valeu cada segundo de espera. Cada segundo, Helena, você é incrível. Nós somos! Ela corrigiu beijando sobre o coração dele. Nós somos incríveis. E lá fora, a lua testemunhava enquanto dois corações finalmente se tornavam um. Os dias que se seguiram na Toscana foram de descoberta. Eles fizeram amor mais duas vezes.
Uma na manhã seguinte, mais lenta e explorativa, onde Rafael se concentrou em trazer prazer para ela e conseguiu, fazendo-a ver estrelas. e outra no último dia, debaixo do chuveiro, contra o azulejo frio, urgente e quente. Mas mais que o sexo, foi a intimidade que cresceu, a confiança absoluta, a maneira como seus corpos agora falavam uma língua que só eles entendiam.
No último dia, antes de voltar ao Brasil, eles fizeram um piquenique no vinhedo. Helena estava deitada com a cabeça no colo dele, ele brincando com seus cabelos, o sol da tarde toscando, aquecendo suas peles. Não quero voltar, ela admitiu. Quero ficar aqui para sempre assim, nessa bolha. Então ficamos, ele disse simplesmente. Ela riu. Você tem uma empresa para administrar. Eu tenho uma vida para viver.
E ela está toda aqui com você. Ele a fez olhar para ele sério. Helena, eu vou fazer essa pergunta de novo em um lugar mais romântico, com um anel melhor, mas preciso que você saiba agora. Eu vou casar com você. Não é questão de si, é questão de quando. E espero que seja em breve. O coração dela se expandiu tanto que quase doeu.
Então me pergunta: “Aqui agora, sem anel? Aqui agora. Não precisa de anel para eu saber que quero passar o resto da vida contigo. Rafael sentou-se, puxando-a para ficar de frente para ele. Segurou ambas as mãos dela, olhos brilhando com emoção. Helena Costa, você me mostrou o que é amar de verdade. Você trouxe luz para cantos da minha vida que eu nem sabia que estavam escuros.
Você me fez querer ser um homem melhor, não por obrigação, mas porque você merece a melhor versão de mim. Então eu pergunto: “Casa comigo, constrói uma vida comigo, envelhece comigo?” “Sim”, ela respondeu sem hesitar, lágrimas correndo livremente. “Sim, Rafael, mil vezes sim.
” Eles se beijaram enquanto o sol se punha sobre os vinhedos toscanos, pintando o céu em tons de rosa e dourado. E em algum lugar no universo, até o destino sorriu, satisfeito por finalmente ter acertado. O retorno ao Brasil foi diferente de qualquer volta de viagem que Helena já experimentara. Eles desceram do avião como pessoas transformadas, não apenas porque agora eram noivos, embora oficioso, já que o anel verdadeiro ainda estava por vir, mas porque algo fundamental tinha mudado.
Eles eram parceiros, iguais, um time. A primeira bomba a ser enfrentada foi o escritório. Na segunda-feira seguinte, Rafael convocou uma reunião executiva. Helena estava ao lado dele, seu lugar costumeiro como secretária, mas ele a fez sentar. Não ficar de pé. Tenho dois anúncios. Rafael começou, sua voz firme, ecoando pela sala de reuniões, cheia de diretores curiosos.
Primeiro, Helena Costa será promovida a diretora de projetos especiais, efetivo imediatamente. Ela coordenará a nova expansão para o mercado europeu. Murmúrios, olhares, alguns de surpresa, outros de desaprovação mal disfarçada. Segundo, ele continuou e pegou a mão de Helena sobre a mesa, entrelaçando dedos com ela. Helena e eu estamos noivos.
Caso alguém tenha problema com isso, minha porta está aberta para ouvir reclamações, mas deixem claro, ela ganhou essa promoção por mérito, não por relacionamento. Quem acompanhou o trabalho dela nos últimos anos sabe disso. O silêncio que se seguiu foi tenso. Então Carlos Mendes, o diretor financeiro e um dos executivos mais respeitados, começou a aplaudir.
Outros o seguiram. Não todos. Mariana do RH e dois outros diretores mantiveram expressões pétrias, mas o suficiente. Após a reunião, Rafael puxou Helena para sua sala. Você está bem? Não tenho certeza, ela admitiu. Metade estava feliz, a outra metade acha que sou uma interesseira. Que pensem, vou provar que estão errados. Nós vamos provar. Ele beijou sua testa.
Você é mais que capaz, Helena. sempre foi. Agora o mundo só vai finalmente ver isso. E ela provou. Nos meses seguintes, Helena se jogou no trabalho com dedicação feroz. O projeto europeu era complexo. Negociações com empresas italianas, francesas e alemãs, diferenças culturais, logística complicada.
Mas ela navegava tudo com uma graça surpreendente, usando o que aprendeu, observando Rafael, adicionando seu próprio toque empático. Após três meses, quando fechou o primeiro contrato milionário sozinha, até os críticos mais ferrenhos tiveram que admitir, ela merecia o título. A vida pessoal floresceu junto com a profissional.
Rafael esperou até o aniversário dela, final de março, para fazer o pedido oficial. Ele a levou para o mesmo restaurante, onde tiveram o primeiro encontro de verdade meses atrás. Mas desta vez o lugar estava fechado apenas para eles. Velas por toda parte, um violinista tocando suavemente no canto, pétalas de rosa formando um caminho até a mesa.
Rafael, Helena, sussurrou, olhos arregalados. O que é tudo isso? Isso, ele disse, levando-a até a mesa. É a versão oficial do que já sabemos ser verdade. Eles jantaram sob o olhar atento de garçons discretos, conversando sobre tudo e nada. Mas quando a sobremesa chegou, um tiramissu perfeito que Helena adorava, havia algo além da comida no prato, uma caixinha de veludo azul. Helena parou de respirar.
Rafael se levantou, contornou a mesa e ajoelhou-se. Helena Costa. Ele abriu a caixa revelando um anel que era simplesmente perfeito. Um diamante solitário em corte esmeralda, delicado, mas presente, discreto, mas deslumbrante. Eu já perguntei isso uma vez sobre o sol da Toscana. Agora pergunto de novo, da maneira tradicional com testemunhas. Ele gesticulou para o violinista e garçons, todos sorrindo.
Você aceita ser minha esposa oficialmente com anel e tudo? Sim”, ela disse, rindo e chorando simultaneamente. “Óbvio que sim.” Ele deslizou o anel em seu dedo, caimento perfeito, como se tivesse sido feito para ela. Tinha sido ele mandar a fazer sob medida e a beijou sobários e do violinista.
Quando postaram fotos nas redes sociais, algo que raramente faziam, mas aquilo era especial. As mensagens de parabéns inundaram. Clara escreveu: “Finalmente, eu avisei que ele era a pessoa certa. A mãe de Helena ligou chorando de felicidade. Mariana Monteiro começou imediatamente a planejar o casamento.
Os próximos meses foram um furacão de planejamento de casamento, trabalho e construção de vida. Eles decidiram morar juntos oficialmente. Rafael vendeu o penthouse e compraram uma casa linda em um condomínio fechado, com jardim onde Helena podia plantar as flores que amava, um escritório para ela trabalhar de casa quando necessário e quartos suficientes para bem para o futuro que planejavam.
A decisão sobre o casamento foi surpreendentemente fácil, nada de festão. Ambos queriam algo íntimo, especial, com as pessoas que realmente importavam. Praia, Rafael sugeriu. Nossa praia em Trancoso. Perfeito. Helena concordou. Foram 60 convidados, familiares próximos, amigos verdadeiros, alguns executivos da empresa que se tornaram amigos reais. Clara como madrinha de Helena, Lucas como padrinho de Rafael.
O casamento aconteceu em uma tarde dourada de outubro, a mesma época em que se conheceram um ano atrás. Helena usava um vestido simples de renda branca, pés descalços na areia, cabelos soltos ao vento. Rafael estava em um terno bege claro, sem gravata, sorrindo como nunca. Quando trocaram votos escritos por eles mesmos, não os tradicionais, não havia um olho seco.
“Você me ensinou que esperar vale a pena.” Rafael disse: “Voz trêmula, que as melhores coisas da vida não vem fáceis, mas quando vem são perfeitas. Você é minha perfeita, minha parceira, minha melhor amiga, minha vida inteira em forma de pessoa. Prometo te amar todos os dias, nos fáceis e nos difíceis, te fazer rir quando estiver triste e sempre, sempre esperar por você, não importa o quê.” Helena enxugou lágrimas antes de falar. Você me fez acreditar que eu merecia ser amada.
que meus medos não me definiam, que eu podia ser corajosa porque tinha você ao meu lado. Prometo ser sua parceira em tudo, construir nossos sonhos juntos, te apoiar incondicionalmente e nunca esquecer que o que temos é raro e precioso. Eu te amo, Rafael, para sempre. Quando o celebrante os declarou marido e mulher, o beijo foi acompanhado de aplausos e assobios e Clara gritando: “Finalmente! A lua de mel foi embora bora.
Duas semanas em um bangalô sobre a água, onde fizeram amor, dormiram até tarde, mergulharam com tubarões e planejaram o futuro. “Quantos filhos você quer?”, ele perguntou uma noite, os dois flutuando na água morna sob milhões de estrelas. “Dois? Três?”, ela hesitou. “E você? Quantos você me der?” Ele puxou-a para um beijo.
“Uma casa cheia de mini Helenas e mini Rafaels correndo por aí. Parece o paraíso. E ali, sob as estrelas do Pacífico, eles começaram a sonhar com a próxima fase de suas vidas juntos. A vida de casados se estabeleceu em uma rotina feliz. Rafael e Helena, agora Helena Monteiro, um nome que ela repetia para si mesma com alegria secreta, equilibravam trabalho e vida pessoal com habilidade surpreendente.
Ela continuava como diretora de projetos especiais, ele como CEO. Mas em casa eram apenas Rafa e Lena, apelidos bobos que adotaram e que faziam clara revirar os olhos toda vez que ouvia. Seis meses após o casamento, eles decidiram. Estava na hora de tentar por um bebê. A conversa aconteceu em uma noite comum, os dois enrolados no sofá, assistindo um filme que nenhum dos dois estava realmente prestando atenção. “Lena,” Rafael disse de repente. “Estou pronto.
Pronto para para ser pai, para ver você grávida. Para começarmos nossa família, ele virou para olhá-la diretamente. Se você também estiver pronta.” Claro. O coração dela acelerou. Ela tinha pensado sobre isso. Claro. Sonhado com um bebê que tivesse os olhos de Rafael.
Seu sorriso, suas mãos pequenas, mas sonhar e fazer eram coisas diferentes. “Estou apavorada”, ela admitiu, “mas também muito pronta. Eles pararam de usar proteção, começaram a tentar palavra estranha para descrever algo que já faziam regularmente e com bastante entusiasmo. Um mês passou nada. Dois meses, nada. 3 4 5 Após se meses, Helena comprou seu viigéso teste de gravidez.
Negativo, ela sentou no chão do banheiro e chorou. Rafael a encontrou assim. Ele não disse nada, apenas sentou ao lado dela e a puxou para seu peito, deixando-a molhar sua camisa com lágrimas frustradas. “Algo está errado comigo.” Ela soluçou. Eu não consigo nem fazer a coisa mais básica, mais natural do mundo. Hei! Ele segurou seu rosto, forçando-a a olhar para ele. Não fala assim. Não está errado nada com você. Essas coisas levam tempo às vezes.
Mas sem mas, vamos procurar ajuda se precisar. Vamos fazer exames, tratamentos, o que for necessário. Mas você não é quebrada, Helena. Nunca foi, nunca será. Eles marcaram consultas, fizeram exames, os resultados vieram. Nada de errado com nenhum dos dois, mas às vezes os corpos simplesmente precisavam de ajuda extra.
O médico sugeriu indução de ovulação, hormônios, acompanhamento mensal. Era clínico, programado, o oposto do romance que imaginaram, mas eles seguiram o tratamento. No terceiro ciclo de tratamento, Helena estava atrasada. Ela esperou três dias antes de fazer o teste, com medo de se decepcionar novamente. Na manhã do quarto dia, Rafael a encontrou chorando no banheiro de novo, mas dessa vez ela estava sorrindo. Positivo. Ela mostrou o teste.
Rafa, é positivo. Ele a girou no ar, rindo e chorando ao mesmo tempo. Vamos ser pais. Vamos ser pais. A gravidez foi tranquila. Náuseas no primeiro trimestre que a deixaram odiando o cheiro de café. Ironia cruel para uma mulher que vivia do cheiro da cafeteira do escritório. Rafael se tornou super protetor quase ridiculamente.
Carregava as bolsas dela, não deixava pegar nada pesado. Insistia que ela descansasse sempre. “Eu estou grávida, não inválida”, ela reclamava, mas secretamente adorava a atenção. Clara foi escolhida como madrinha, Lucas como padrinho. A casa foi preparada.
Um quarto de bebê em tons suaves, de amarelo e verde, neutro, porque eles decidiram não saber o sexo até o nascimento. Na sala de parto, Rafael não soltou a mão dela nenhuma vez, quando a médica finalmente colocou um bebê gritando no peito de Helena e anunciou: “É uma menina! Ambos choraram.” “Sofia!”, Helena sussurrou, olhando para aquela criaturinha perfeita. “Nossa, Sofia!” Rafael beijou a testa da esposa depois da filha.
família completa, mas o destino tinha outros planos. Quando Sofia tinha um ano e meio, Helena descobriu que estava grávida de novo, dessa vez naturalmente, sem tratamentos. “O corpo às vezes precisa apenas lembrar como funciona”, o médico explicou sorrindo. A segunda gravidez foi diferente, mais fácil fisicamente, mais exausta emocionalmente, porque agora tinham uma criança pequena para cuidar.
E então, na ultrassom de 12 semanas a surpresa. Estão vendo esses dois sacos gestacionais? A médica apontou na tela. Vocês vão ter gêmeos. Rafael quase desmaiou. Helena riu até doer a barriga. Dois bebês de uma vez. Miguel e Lorenzo nasceram em um parto cesariana programado.
Dois meninos idênticos que fizeram o coração dos pais duplicar em tamanho. A casa virou um caos adorável. Fraldas, mamadas noturnas em turnos, sofia com ciúmes no começo, mas depois se tornando a irmã mais protetora. Dois anos depois, uma quarta gestação. Desta vez, uma menina novamente. Valentina, a caçula, o ponto final perfeito na família que construíram.
Quatro filhos, uma menina, gêmeos, outra menina. A casa grande em Alpaville, eles tinham se mudado para algo maior, vivia em constante barulho feliz. Mas mesmo no caos, Rafael e Helena sempre encontravam momentos. Olhares por cima das cabeças das crianças, beijos roubados na cozinha, mãos entrelaçadas debaixo da mesa de jantar. A vida era corrida, bagunçada, perfeita.
A mansão em Alphaville estava em seu caos característico de um sábado à tarde. Sofia, agora com 8 anos, estava ensinando os gêmeos Miguel e Lorenzo, de seis a fazer slime na cozinha. Resultado, bancada coberta de cola e purpurina. Valentina, a caçula de 3 anos, estava no jardim pegando borboletas com a avó Mariana, que visitava com frequência e adorava cada segundo de tempo com os netos.
Lucas estava na piscina com os gêmeos mais tarde, jogando-os no ar enquanto eles gritavam de alegria. Clara, que havia se tornado praticamente parte da família, estava na espreguiçadeira com um drink colorido na mão, observando tudo com um sorriso satisfeito. “Quem diria, hein?”, ela gritou para Helena, que estava organizando toalhas.
“Quatro filhos! “Você, a mulher que nunca tinha sido beijada.” “Clara.” Helena ficou vermelha, olhando ao redor para ver se alguém tinha ouvido. Felizmente, as crianças estavam longe o suficiente. Na varanda superior, Rafael estava em uma teleconferência rápida. Alguns hábitos nunca morriam completamente, embora agora ele trabalhasse muito menos, delegando mais e priorizando família.
Aos 44 anos, ainda era absurdamente bonito. Alguns fios prateados nas têmporas que apenas aumentavam o charme. Corpo mantido por exercícios regulares com o personal trainer, que vinha três vezes por semana. Quando finalmente desligou, ele desceu e encontrou Helena na cozinha tentando salvar a bancada do desastre de slime.
“Deixa”, ele disse, puxando-a para longe. “As babás limpam depois. Vem comigo. Ele aguiou até um canto mais quieto da varanda, longe do barulho das crianças. Pegou duas taças e uma garrafa de champanhe que tinha escondido na geladeira da suí. Estamos comemorando algo? Helena perguntou aceitando a taça. 10 anos ele disse simplesmente. Ela piscou confusa.
Nosso aniversário de casamento é em outubro. Não, casamento. 10 anos desde Paris. Desde que você me disse que nunca tinha sido beijada. Ele sorriu. Aquele sorriso que ainda fazia as pernas dela bambearem. 10 anos desde o primeiro beijo. Helena sentiu lágrimas picarem. Como ele lembrava dessas coisas. 10 anos. Ela repetiu maravilhada.
Lembra de Paris? Quando você disse nunca fui beijada? Ele puxou-a para perto, descansando a testa na dela. Como esquecer? Você ficou obsecado. Ela riu. Olhos marejados. Ainda sou. Você ainda me tira o ar, Helena Monteiro, todos os dias. Você grávida, linda, você nos partos, a mulher mais forte que já vi. Você sendo mãe, me apaixono de novo cada vez que vejo você com nossos filhos.
Ele limpou uma lágrima que escorreu pela bochecha dela. Aquela mulher tímida que pensava que era invisível, ela se tornou a luz de tudo. Minha luz, a luz deles. Ele gesticulou para as crianças, brincando felizes. Papai, mamãe. O grito veio de Sofia. Vem brincar com a gente. Já vamos. Rafael gritou de volta.
Então olhou para Helena, pronta para mais caos. Sempre. Ela sorriu. Eles caminharam de mãos dadas até a piscina, onde foram imediatamente atacados por quatro crianças molhadas, exigindo atenção. Rafael pulou na água de roupa e tudo, fazendo os gêmeos gritarem de alegria. Helena sentou na borda, Valentina no colo, Sofia abraçada ao seu lado, observando seu marido, ser humano, trampolim para os filhos.
“Mamãe!” Sofia perguntou de repente, com aquela curiosidade de 8 anos. Como você e o papai se apaixonaram? Helena olhou para Rafael, que tinha parado de brincar para ouvir a resposta. Seus olhos se encontraram por cima das cabeças das crianças. E naquele olhar estava tudo: Paris, a vila na Toscana, os medos superados, a espera que valeu a pena, os desafios enfrentados, a família construída. É uma história longa, meu amor.” Helena finalmente respondeu.
Mas a versão curta, seu pai me ensinou que as melhores coisas da vida valem a pena esperar e sua mãe me ensinou que alguns presentes vêm embalados em paciência e amor. Rafael completou, nadando até elas e puxando Helena para um beijo, ignorando os ecaos das crianças. Quando se separaram, Helena olhou ao redor para os quatro filhos, para Clara e Lucas, rindo de algo na espreguiçadeira, para Mariana, mostrando flores para Valentina, para a casa linda, cheia de amor e barulho e vida. Valeu a pena esperar pelo momento certo”, ela sussurrou, “só para Rafael ouvir.” Cada
segundo, ele respondeu, beijando-a novamente, enquanto o sol começava a se pôr, pintando o céu de dourado e rosa. E ali, cercados por amor, risadas e a família imperfeita perfeita que criaram, Rafael e Helena Monteiro, sabiam uma verdade absoluta. Algumas histórias de amor não terminam com felizes para sempre.
Elas continuam todos os dias, em cada pequeno momento, em cada beijo roubado, em cada desafio superado juntos, do primeiro beijo ao para sempre. M.
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